Livro | The Double Me - 5x09: Blow That Money On Me
5x09: Blow That Money On Me
“Nós somos o público".
— Afastem-se! — Viola espaçou a multidão.
Um grupo de convidados levava Nate inconsciente
nos braços até o camarim. Tiraram os empecilhos do balcão do espelho, deitaram-no
de lado, abriram dois botões no traje que usava e imobilizaram seus ombros para
restringir a convulsão. Suas pálpebras tremulavam sobre o branco nocivo ao qual
se tornara os globos oculares. Seus
lábios soltavam espuma fétida que escorria para o chão.
— Chamem uma ambulância! — Ouviram gritar.
— Ele bateu a cabeça! — Mais alguém alertou.
Na região do antebraço fazia-se aparente uma
lesão avermelhada, como se formada pelo contato da pele com um pequeno objeto
pontiagudo. Viola encontrou mais delas ao suspender uma das mangas do traje. Heroína; provavelmente misturada a
outras substâncias ingeridas oralmente.
— Ele está tendo uma overdose! — Gritou, de sobressalto.
Dois de seus dedos atravessaram o volume
espumoso que Nate colocava para fora até poder estimula-lo as amídalas e
provocar o vômito. Muito do líquido marrom lhe caiu sobre os seus e os sapatos
dos convidados, mas este era o final feliz que todos estavam esperando. Nate estava
acordado, finalmente, e já podia respirar melhor.
— Não me toque! — Ele levantou abruptamente.
— Fique calmo, você acabou de ter uma overdose
— Alertou o homem de gravata borboleta.
Disso Nate já sabia. O que o perturbava era
ter falhado outra vez em seus reais propósitos.
— Deixem-me em paz — Ele pediu em voz falha. E
assim, cambaleante, foi por trás das cortinas negras.
Passou pelos convidados, um a um, e diante
seus olhares curiosos. A caminho da saída, roubou uma garrafa de champanhe de
um balde de gelo que fora esquecido em uma bandeja sobre a passarela. Ninguém o
impediu – também nem se tentassem. Ele degustava de seu Krud Rosé Extra Brut pelas ruas de Nova York muito antes de poderem
alcança-lo.
Do lado de fora, ao abrigo de um ipê, Dominik o
observava. Foram duas horas de espera em frente ao Strauss Capital Hotel, e no
máximo dez minutos para que o visse deixar o evento no New Capitale com uma
roupa totalmente diferente a que usava antes. E o tinha seguido desde o Amazing
Grace, onde deixou o garotinho com o moletom do Homem-Aranha.
Viu o momento em que ele saía apressado com o
carro para lugar algum. Depois perdeu-o de vista, próximo a quinta avenida,
para encontra-lo somente à portaria do hotel, três horas depois. Agora ele não parecia
muito interessado em sair do lugar. Viu-o estourar a champanhe, beber direto no
gargalo e derramar uma porção sobre seu sapato direito, por puro divertimento. Até
começar a andar, uma fileira de carros tocou a buzina insistentemente – para
além dos xingamentos.
Dominik o seguiu pelas ruas por cinco quarteirões
em linha reta. A última parada marcava a pós-festa privada no apartamento de
Derek Stan, na área residencial do Central Park.
Não seria uma festa de verdade se Nate não
entrasse de penetra.
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Ele observava a Torre CN do parapeito da varanda. O céu de Toronto estava particularmente nublado naquela noite, com uma camada de névoa esparsa por entre os edifícios e a lua crescente resguardada às nuvens. Em um cenário azul de prússia, acentuavam-se as luzes urbanas por toda a extensão panorâmica. A Torre, por si só, brilhava em vermelho e roxo sobre o lago Ontario.
Alex esperava que o jogo já tivesse terminado
àquela altura. Ouviu algo de onde estava, que mais lhe parecia Cody, o lobo,
sendo desmascarado por Caroline no último minuto.
Gostava dela, agora que pensava a respeito.
Havia muito de autodestrutivo em sua personalidade para que não lembrasse o
irmão.
— Oi, vizinho — Octavia chamou-o. — É meio
solitário aqui em cima... — Ela também disse. A vista de fim de inverno lhe
havia deixado a mesma impressão.
— É perfeito.
— A propósito, Caroline venceu.
— Duas vezes só hoje — Ele fez questão de
lembrar.
Ela sorriu timidamente, mais por ser ele a
dizer.
— Madison talvez não nos deixe sentar com ela
amanhã no almoço.
— Lembro de ter esses mesmos problemas — Por
pouco se rendeu a um suspiro. — Parece que foi em outra vida.
— Você não é tão velho.
— É como eu me sinto — Embora o tentasse
fingir.
Octavia não via oportunidade melhor para um
pedido de desculpas.
— Sinto muito pelo que aconteceu lá dentro. Convidei
você à minha festa achando que poderíamos nos conhecer melhor e acabei por
colocá-lo em uma situação constrangedora. Típico de Octavia, pode perguntar a
qualquer um.
— Tive uma namorada, uma vez, no colégio. Me
mudei antes de ter a chance de me descobrir, então ela ainda não sabe sobre
mim. Às vezes sou levado a pensar que há uma pessoa por aí que conhece todas as
minhas manias, todos os meus defeitos e todos os meus problemas, mas ainda não sabe
quem sou eu de verdade. É como existir até certo ponto e logo exceder,
inevitavelmente. Se escondemos a verdade, é como se ela não existisse.
— E você não deveria — Ela concordou. — Há
pessoas tediosas demais para que as excêntricas finjam ser uma delas.
— Sou
excêntricosexual. Eu sabia.
Eles riram juntos.
— Você me entendeu — Ela o bateu de ombros
amigavelmente. — E ainda quero ser sua amiga, de verdade.
— Eu poderia ter um desses agora. Faz algum
tempo.
— Então vamos começar... — Cruzou os dedos
sobre o parapeito e olhou de relance por cima do ombro. — Qual dos meninos
chamou sua atenção?
— É isso que amigos fazem?
— É claro. Eu diria... Cody!
— Isso você acerta —
Se ela ao
menos tivesse usado seu poder de observação para que não precisasse sair do
armário na frente de todos... Mas
os olhares de espanto fizeram valer à pena. Alex achava ser o suficiente por
uma primeira noite.
— Está na minha hora — Disse à ela. — Preciso
arrumar algumas coisas no apartamento — Fez uma careta. — Na verdade, tudo.
— Quer ajuda?
— Claro, mas amanhã. Hoje provavelmente vou
dormir sobre as caixas durante uma pausa e acordar desorientado.
— Bom, você sabe onde eu moro. Foi muito bom
conhece-lo, Alex — Estendeu uma mão.
No quartel era chamado apenas de Bennett, como
os outros cadetes. Ao contratar serviços de mudança ou fazer inscrições online,
era chamado de senhor. Alex havia se perdido no tempo até que Octavia tomasse a
liberdade.
Por um momento ele pensou se seria tão difícil
ouvir seu nome, para o irmão, o quanto era para ele. Nenhum dos dois se sentia
como Alex no fim da noite.
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— Posso ter a atenção de vocês, por favor? — Melissa disse ao microfone.
Jensen e os outros calouros desciam as escadas
de volta ao salão, adornados de igual no uniforme vermelho carmim da Delta Beta Psi.
— Levou tempo o bastante — Thayer o
cumprimentou.
Meia hora, para ser mais exato; e Jensen sentia-se
ainda como um pântano.
— O que eu perdi? — Olhou ao redor.
— Chegou bem na hora — Rylee, ao seu lado,
degustava de um mojico tropical.
Melissa havia escolhido uma camiseta xadrez em
preto e amarelo e uma blusa branca decotada para aquela noite. Em cima do palco,
a calça em fosca parecia ainda mais justa no contorno das pernas. Os cabelos
soltos foram ideia de Rylee; agora todos prestavam atenção.
— No último semestre, os garotos da Delta Beta Psi promoveram um evento de
arrecadação de fundos à New Hampshire
Charity Foundation — Ela entoou. — Levamos quatro semanas para atingir
nossa meta, lavando veículos todos os dias em nossas roupas de baixo — Hesitou
ao clamor dos meninos. — Hoje retribuiremos o favor, mas de forma emergente. Meninos,
podem subir ao balcão, por gentileza? Nada mais justo que cobrar pelo que nos
mostram tão singelos.
O público soou em alarde, mas eles pareciam
ainda tímidos.
— Vamos lá, meninos — Ela insistiu. — Não
deixem que os gays e as meninas héteros os tenham como covardes.
Dito isso, um deles subiu ao balcão. A Jensen
fora apresentado como David Hayworth, o segundo a comando da fraternidade. Naquela
noite vestia uma camisa social azul clara de manga comprida, uma camiseta
branca por baixo e calças chino em tom de vermelho acinzentado. Não que fizesse
alguma diferença; a ideia era despir-se o quanto necessário para validar a meta
de arrecadação.
— O lance inicial é de cem dólares — Melissa
anunciou. — Ofertando um valor maior ao do seu adversário, terá a chance de
levar este jovem atleta viril e musculoso para uma manhã de brunch, sem restrições. E quem estiver
em posse de uma arma carregada com notas falsas, por favor, atire. Cada nota que
nosso amigo conseguir pegar durante a performance adicionará vinte dólares à
contagem final. Música, por favor — Demandou ao DJ.
David não levou muito tempo para se acostumar com a ideia. Começou pelos botões da camisa, vagarosamente, por quanto investia na dança. Chegou até o cinto da calça, o qual passara em volta ao pescoço e deslizara sensualmente à proporção dos quadris. Já na outra ponta do balcão, formou-se uma chuva de notas falsas a seu alcance. Ele precisou parar o que estava fazendo para apanhar quantas pudesse.
— Na-na-não — Melissa balançou o indicador. —
Não pode parar de dançar — A única regra
a qual deveriam seguir.
Atrás dela o telão exibia o valor dos lances
junto a foto do arrematante. Rebeca Gilroy estava na frente com dois mil e
quatrocentos dólares.
— This
is insane! — Jensen olhava extasiado.
David então tirou a camiseta, deixando à
mostra o abdome definido pelo qual clamava a audiência. A sessão fora encerrada
neste ponto.
— Temos um vencedor, senhoras e senhores —
Melissa anunciou. — O jovem Samuel Van Daudht, da Lambda Chi Kappa, arrematou o primeiro atleta da noite por três mil
duzentos e quarenta e cinco dólares. Uau, estamos em um nível Sean Cody por
aqui — Pôde ouvir David lamentar amargamente não ter sido escolhido por uma
garota. — Enquanto nossa equipe contabiliza o valor das notas, quem será o
próximo?
Os meninos se entreolharam. Rylee queria que
fosse Jensen, Jensen queria que fosse Austin, Austin fingia não apreciar o show,
Emmett se havia dedicado por completo aos lábios de outra garota e Thayer acabava
de ter a pior das melhores ideais.
— Foda-se — Era como jogar tudo para o alto. Em
breve, literalmente. — Farei isso agora ou nunca mais terei a chance. Minha
vez! — Assim caminhou até o balcão.
Melissa mordeu o lábio inferior só de imaginar
o que viria a seguir.
— Temos um visitante. Como se chama?
— Isso importa? — Ele se posicionou. — Estou
aqui para fazer dinheiro.
— Direto ao ponto. Música, por favor? — Fez
sinal para o DJ.
Thayer começou por se espreguiçar e esticar o pescoço – um hábito casual de antes de uma maratona pesada de exercícios. Virando de volta, prestes ao acentuar da batida, fez os ombros e os pés seguirem o mesmo ritmo e de acordo ao livrar-se da jaqueta de couro. Seus sapatos vieram logo depois. E o cinto de couro de sua calça. E a camisa preta abotoada. Tudo fazia parte do show.
Ele usava apenas uma regata branca e a calça
com a cueca a mostra quando as notas falsas começaram a jorrar. Deslizou de
joelhos até a extremidade oposta do balcão, ainda com o cinto em mãos. E ao erguer
e recuar da virilha, numa pose de extremo sexual, o público nunca esteve tão
ébrio.
Apenas uma
boxer preta vestia-o ao final.
— Estourem esse dinheiro em mim! — Ele gritava.
Notas falsas de cem, cinquenta, vinte e cinco
dólares rodopiavam numerosamente pelo salão. Na contagem, Thayer havia chegado
aos seis mil dólares e setecentos e vinte e três.
— Vendidooooooo! — Quase não se ouvia a voz de
Melissa em meio a algazarra. — Parabéns Freya DiMaggio, da Theta Kappa Theta! Ufa, acho que temos um record.
Austin se aproximou de Jensen.
— Quem é o seu amigo? — Perguntou, curioso.
— É Thayer, está aqui de passagem.
— Parece que seu forasteiro vale seis mil e
setecentos e vinte e três dólares.
— Isso é chocante para mim.
— Por que não tenta? — Empurrou-o com o ombro.
Jensen percebeu todos os olhares voltados a
si.
— Vamos lá, Jensen McPhee. Mostre-nos um
pouquinho de amor — Melissa disse para que todos ouvissem.
Ele pouco pôde fazer em sua defesa, neste
ponto. Um grupo de universitários se certificara de leva-lo ao balcão do bar na
parte inferior das escadas.
— O mais atraente entre os novos admitidos da Delta Beta Psi — Melissa ouvia o público
em concordância. — Musica, por favor — O DJ soube o que fazer a seu sinal.
Mas não Jensen. Ficou ali imóvel, de pé, encarando a todos de volta. Se tentasse um movimento, a timidez falaria mais alto.
— Não sei como fazer isso — Admitiu, por fim.
— Deixa que eu ajudo! — Rylee subiu ao palco.
O que fez por ele na frente de todos determinaria
as novas regras do Strip Rent. Jensen
só precisava manter-se à vista do público e sorrir acanhado enquanto ela o
despia.
— Pobre garotinho — Melissa fez beiço. — É tão
tímido que não consegue nem tirar as próprias roupas. Como tratamos meninos
tímidos aqui no campus?
— Nós os fodemos! — O público gritou.
Jensen não acreditava que estava dando certo.
Quando Rylee lhe tirou a camiseta, havia ultrapassado a marca de quatro mil
dólares na contagem oficial. Todos tencionavam a inocência agora, seguido ao
fervor da última performance.
— Tire as calças, senhor — Melissa pediu, e assim
ele o fez.
Por conseguinte, já não era mais o abdome
definido que chamava a atenção, mas a ereção involuntária. Jensen tentou
disfarçar o quanto pôde com os braços.
— Ai. Meu. Deus. — A boca de Melissa se abriu como
uma cratera.
No telão, a contagem disparou de quatro a cinco
mil, de cinco a seis mil, de seis a sete mil, e beirando os oito mil dólares,
sem parar. Rylee se certificou de que Jensen não escondesse o volume na cueca ou
deixasse sua posição para os números continuarem subindo.
— Oito mil e duzentos dólares por esse pau
padrãozinho! — Thayer gritou ao longe.
O record da Delta Beta Psi, ao final do lance, fincou nos nove mil quinhentos e
trinta e três dólares em nome de Trent Maddox, da Alpha Gamma. Até tentaram repetir o grande feito com mais três
garotos, que só chegaram a um terço do que Thayer e Jensen arrecadaram. Isso
fazia deles os novos melhores amigos de Austin Van Leigh.
— Obrigado, Melissa — O líder assumiu o
microfone. — E obrigado a nossos irmãos da Delta
Beta Psi por este record de arrecadação. Espero que tenham poupado energia,
porque há algumas perguntas que devem responder antes de terminarmos com vocês.
É o que chamamos de... American Pie.
As regras do jogo vieram a seguir
— De início, os competidores serão divididos
em cinco duplas e posicionados na área de prova, no salão de festas. — Jensen
escolheu Emmett, visto que apenas universitários poderiam participar. — Cada
dupla deve responder corretamente suas perguntas para evitar as tortadas — Estavam todas posicionadas na
bancada dos jogadores. — A cada duas respostas incorretas, e consequentemente,
duas tortadas, a dupla realizará um
desafio sorteado para determinar sua permanência no jogo — Era a parte que Rylee
e Melissa temiam. — Feito o desafio, a dupla responderá mais uma pergunta. Caso
erre, estará fora do jogo. Caso acerte, voltará à estaca zero, com um total de 0 tortadas contabilizadas — David e Michael,
seu melhor amigo, faziam flexões enquanto ele explicava. — Vence a dupla que chegar
à final com o maior número de pontos. Estão preparados?
Jensen e
Emmett. Rylee e Melissa. David e Michael. Freya e Nadia. Robb e Carl.
— Isso vai ser divertido — Thayer tinha a câmera
do celular preparada.
O berrante dava início a sessão de perguntas
por Austin Van Leigh.
— A incorporação de novas áreas, entre 1820 e 1850, que deu aos Estados Unidos sua atual conformação territorial, estendendo-se do Atlântico ao Pacífico, deveu-se fundamentalmente a guerra vencida contra...?
— O México — Rylee e Melissa responderam.
— Se n é o número de
subconjuntos não vazios do conjunto formado pelos múltiplos estritamente
positivos de 5, menores do que 40, então o valor de n é:
— 127 — Emmett
respondeu pela dupla; Jensen, ao seu lado, olhava incrédulo.
— Qual psicanalista francês propôs o retorno a
Freud, se destacando por estruturar o inconsciente como Linguagem?
— Winnicott? — David arriscou, erroneamente.
As primeiras tortadas foram cortesia de Freya e Nadia.
— O tempo da homologação da avaliação de desempenho do estágio
probatório é de...?
— Ta brincando? Um ano? Sei lá? — A Freya lhe
custava refletir.
David e Michael foram saltitantes retribuir o
favor.
— Como se chama o astrônomo e matemático polaco que desenvolveu
a teoria heliocêntrica do Sistema Solar?
— Nicolau Copérnico — Robb e Carl responderam
em uníssono.
A última resposta fazia encerrar o
aquecimento. Para o que veio a seguir, Austin não tomaria a responsabilidade.
A primeira dupla a realizar o desafio após a
sequência de erros foi Rylee e Melissa. Tiveram de beijar as estátuas do
primeiro trote – que foram devidamente higienizadas – e publicar o vídeo na internet
para todos os seguidores. Robb e Carl precisaram beber uma garrafa de dois
litros, cada, contendo uma mistura de todos os drinks que serviram na festa. Por
não concluírem o desafio, dispuseram-se a deixar o jogo antes do tempo.
David e Michael formavam a dupla com a maior
pontuação até dar início a rodada de problemas matemáticos. Tiveram que se despir,
quase por completo, e oferecer seus corpos para que fossem tatuados com caneta
permanente pelos irmãos da Delta Beta Psi.
Voltaram a posição só de cueca, ostentando uma coleção de grosserias e as dezenas
de silhuetas de pênis que se destacavam na pele alva.
Freya e Nadia ficaram com um dos dois desafios
filmados. Saíram pelo campus, escoltadas por um irmão Delta, com a missão de
coletar cinco sapos em um recipiente vazio e leva-los de volta a mansão. Houve
lama, umidade, e também um pouco de urina de réptil sobre seus Cardigans.
Jensen e Emmett realizaram o último desafio,
também filmado. A ideia era obriga-los a invadir uma irmandade feminina, roubar
algumas roupas, trocar pelas suas, colocar maquiagem e ficar assim até o final
do jogo. Um irmão Delta os acompanhou do início ao fim com a câmera do celular,
e os convidados a partir do telão principal da festa. Tanto Freya a chorar com
lama no rosto e Jensen flagrado de tomara que caia por uma Kappa Rho ganharam menções honrosas.
Disputavam a rodada final, em ordem de
pontuação: Jensen e Emmett, Rylee e Melissa, Freya e Nadia.
— Dê o seu melhor trote — Austin entregou o
telefone à Freya.
A vítima da vez era Selene Maestro, uma
enfermeira do New Hampshire General Hospital.
— Deveria proteger melhor sua conta no iCloud, querida — Freya disse.
— Você não está falando sério — O público
ouvia também Selene do outro lado da linha.
— Se não depositar o dinheiro na minha conta
em vinte e quatro horas, divulgarei todas as suas fotos íntimas online. Aquela
mostrando os seios em frente ao espelho do banheiro pode ser viral.
— Ai meu Deus, eu não acredito. Por que está
fazendo isso comigo?
— Porque você é uma enfermeira muito, muito safada.
A próxima na lista era Carly Fae, a namorada
de Daniel Malcolm, o recepcionista do restaurante Feverro.
— Daniel está em casa? — Rylee perguntou.
— Está no banheiro. Quem gostaria?
— Olá, meu nome é Katherine Hills. Estou
ligando em nome do Wayland’s Court Motel.
para cobrança de débitos. O Senhor Daniel Malcolm se hospedou em nossa suíte
presidencial na noite de ontem e saiu sem realizar o check out. A moça que o acompanhava alega ter sido deixada enquanto
dormia sem qualquer explicação.
O público soou atônito.
— O que você disse? — Carly achou não ter
ouvido direito.
— O Senhor Daniel Malcolm precisa entrar em contanto
conosco para quitar uma dívida no valor de mil e duzentos dólares pela noite de
ontem, no Wayland’s Court Motel.
Aceitamos cartão de crédito.
— Não diga mais nada.
Por um momento, cogitaram a queda na linha. Então
ouviram os gritos histéricos de Daniel, no que aparentava ser uma luta pela
sobrevivência.
O último na lista era Embry Chadwell, o famoso
sênior-quarterback de Dartmouth. Jensen já estava preparado.
— Embry... — Disse, em voz de choro. — Oh, meu
Embry... eu deveria ter transado com você naquela noite, no dormitório...
— Professor Whittmore?
Jensen só fez desligar. A multidão o encarava
em silêncio.
— Temos um vencedor incontestável — Austin
ergueu seu braço. E o público fez-se em aclamação.
O que quer que não tenha acontecido entre o
Professor Byron Whittmore e Embry Chadwell, naquele campus, ficaria na
imaginação de todos.
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O punho de Derek acertou-o em cheio.
— Agora pode entrar — Disse, esticando os
dedos.
Nate caíra sobre os braços de um dos
seguranças à porta de entrada, que o ergueu abruptamente enquanto ainda zonzo.
— Seu filho da puta...
— É algo que temos em comum — Afastou-se para
dar-lhe espaço.
O ambiente lá dentro mostrava-se vibrante e carregado
por meio a porta entreaberta. Dominik via
luzes de neon, pessoas dançantes acerca da pista, uma bancada retangular para
os controles do DJ e parte de uma adega de bebidas que poderia estender-se para
mais a sul do edifício.
Reconhecera Derek Stan, como o anfitrião, de
todos os outdoors espalhados por Nova
York. No ano corrente havia-se tornado o segundo nome de peso nas principais
campanhas da Dolce and Gabbana, Gucci,
Emporio Armani e Calvin Klein,
atrás apenas de Alexander Strauss. E concorde às notícias em seu smartphone, Derek também fora preso duas
vezes por posse de drogas em Nova York e mais uma em um aeroporto no Canadá, a
caminho de Roma, Itália. Era a vantagem que precisava.
Esperou Nate fazer sua entrada, passando os
seguranças, e respirou fundo, recostado a parede que o escondia. Dois minutos
depois estava pronto.
— Onde pensa que vai? — Um dos seguranças o
interceptou na entrada.
— Derek está me esperando — Disse em seu tom
mais firme.
Os dois seguranças trocaram um olhar.
— Duvido muito — O da esquerda disse. — Por
que não volta para casa e vai dormir? Amanhã tem escola.
— Tenho um pacote para o Senhor Stan. Meu pai insiste
que a entrega seja realizada ainda esta noite.
— Pacote? — O da direita finalmente entendeu.
Ambos endureceram a expressão.
— Seja rápido, não queremos problemas — O da
esquerda lhe abriu as portas.
Havia o mínimo de diferença comparativa entre
o que Dominik viu escondido atrás de uma parede no corredor e sua impressão
imediata como parte integrante da festa. Estavam todos chapados, isso lhe era evidente.
Dançavam, beijavam, dormiam, bebiam, fumavam e brigavam, em uma escala de
oitenta metros quadrados sob superlotação; Nate,
entre eles.
A pista de dança foi sua pelo tempo de Dominik
sentir-se extasiado. Talvez tenham trocado um olhar, o garoto não tinha
certeza. Os feixes matizados de neon os atingiam a contraposto dos olhos e a
multidão sempre entrava no caminho.
Nate, ao término da música, tomou um gole de
cerveja e seguiu para uma das suítes. Nada da festa chegara até lá; havia uma
cama de casal, lençóis de seda em cor dourada, uma tv de cinquenta e cinco
polegadas suspensa na parede, uma escrivaninha, dois criados-mudos e um tapete
de plumas cinzentas.
Dominik o encontrou de frente para a janela, acendendo
um cigarro.
— Você me seguiu — Nate soltou uma tragada.
— Eu não seria tão patético.
— Tem outro nome para isso?
— Estava me perguntando se nos encontraríamos
de novo. Você deixou uma impressão.
— Poderia dizer o mesmo — Virou-se. — Nunca ensinei
a alguém como não pular do alto de um prédio — Mostrou um meio sorriso.
Aquela lembrança estava ainda crua na mente de
Dominik. Mais que isso, talvez esclarecedora. Foi naquela noite de domingo que
percebeu estar diante de uma pessoa diferente a qual os tabloides noticiavam e
a qual vira nos outdoors. Uma lente
de contato a parte, sete meses de mentiras.
Avançou um passo sobre o tapete, os olhos como
se tentassem enxergar além.
— Há quanto tempo... Há quanto tempo finge ser
seu irmão gêmeo? — Perguntou num sussurro.
Nate foi rápido em virar-lhe às costas. Poderia
ter esquecido as lentes de contato, mas notara o reflexo do falso azul-celeste
na vidraça da janela. Algo aturdia seu raciocínio gradativamente.
— Desculpe-me — Disse Dominik. — Eu não
contaria a ninguém.
— Como você...? — Podia quase vê-lo com o
queixo sobre o ombro esquerdo.
— Alex não faria o que Nate faria.
— Como pode saber o que cada um de nós faria?
— Pela internet.
Agora tudo fazia sentido, mas não da maneira
que Dominik esperava.
— Não, você estava me seguindo — Nate
encarou-o outra vez. — E faz isso já há algum tempo. Disse que seu pai o
obrigou a ir ao evento do Strauss Capital Hotel, mas estava lá porque queria me
ver.
— Eu não...
— Fingiu esquecer do flash ativado em sua câmera para chamar minha atenção e iniciar uma
conversa.
— Nate, por favor...
— E agora está aqui. Quem é você, Dominik?
O garoto suspirou.
— Eu tenho um crush em você, não sou um serial
killer esperando a oportunidade certa de mata-lo.
— Então é isso? — Nate pôs as mãos no bolso. —
Você se deu a todo esse trabalho para dizer que sente algo por mim?
— E você continua me fazendo parecer patético
com tudo o que diz.
— Desculpe, isso nunca me aconteceu antes.
Garotos costumam ser mais diretos.
— Não sei se percebeu, mas não sou como a
maioria dos garotos.
Nate soube disso desde a primeira vez em que o
viu. Agora, por além disso.
— E se eu disser que você acabou de ficar um pouco mais interessante aos meus olhos?
— Diria para não brincar comigo.
— Quantos anos você tem, Dominik?
— Quinze — Ele confessou, descontente. — Quase
dezesseis.
— Você sabe que eu tenho dezenove, não é?
— Não seria um problema — Alegou. — A idade do
consentimento determinada pelo estado de Nova York é dezessete anos, mas um
jovem adolescente pode consentir uma relação sexual ou amorosa com alguém até
quatro anos mais velho, a partir dos treze. Em outras palavras, um adolescente
de treze anos pode consentir alguém até os dezessete; aos quatorze, pode
consentir alguém até os dezoito; e aos quinze, bem... faça as contas — Havia
mais em seu sorriso que a autêntica sagacidade.
Nate lhe tirava o chapéu.
— Você fez o dever de casa.
— Estou sempre preparado.
— Só preciso saber de uma coisa — Aproximou-se
um passo por vez. — O que você quer de mim, Dominik?
Ele olhou profundamente em seus olhos.
— Eu quero foder — Disse, alto e em bom tom.
Nate também estava sempre preparado.
Agarrou-o pela cintura, agressivo no toque, nivelando
os lábios nos seus e prensando-o firme contra a parede. Em seus braços Dominik perdia
quanto a força, tamanho e experiência, por muito deixava-se dominar. E do
arrepio que instigara ao pescoço, de beijos e mordidas, poderia fazer questão.
Tiraram as peças de roupa, uma por uma; Nate o
ajudou a desprender a camiseta pela extensão dos ombros. Então o carregou, sem
lhe afastar os lábios, e jogou-o sobre os lençóis da cama. Dominik assistia-o
em êxtase despir a camiseta.
— Fuck...
— Deslizou os dedos sobre a definição.
O abdome de Nate contraiu, de modo a acentuar os
músculos. E Dominik sentiu o limite da calça exceder por completo.
— Ativo ou passivo? — Nate perguntou.
— Um pouco dos dois — A voz ofegante entregou a
indecisão.
— Que bom. Faremos isso direito.
— Okay...
— Primeiro eu — Cedeu dois selinhos como prato
de entrada.
O sorriso descarado o acompanhou na trilha de
beijos do pescoço à virilha de Dominik. Livrando-se da calça e da cueca, pegou-o
com uma mão e provou-o com a boca. Sua língua deu duas voltas na extremidade rosada
da cabeça até a região dos testículos, onde a pele encontrava uma pequena porção
de pelos loiros. Sua mão forçava-o duro para cima e para baixo continuamente, no
que enchia a boca e recuava, e enchia e recuava, e lambia e mordiscava.
Os dedos dos pés de Dominik se contraíram.
— Oh, God...
— Não goze ainda — Nate disse a ele, voltando
para cima. — Vai durar a noite inteira — Virou-o de costas.
Dominik sentiu-o por dentro como próximo da
dor e do prazer. Indescritível fora ouvir seu coração palpitar tão rápido
quanto ele o fodia.
൴
Mia esperou por uma hora em frente ao pub. O anjo dizia para que entrasse e falasse com ele. O demônio, do outro lado, dizia para voltar ao hotel e desistir de idealizações imaturas. Ambas as vozes soavam cínicas, convincentes e aterradoras.
— Acha que ela vai entrar? — Lola observava do
outro lado da rua.
Poderia ser ela o anjo metafórico de Mia. Natasha,
ao seu lado, poderia ser o demônio. A diferença é que nenhuma das duas tinha
intenção de se envolver.
— Ela veio à Londres para isso. Devemos intervir?
— Natasha esticava a goma de mascar com os dedos.
— Nosso trabalho é estar aqui, mas apenas ela decide
o que fazer.
— Ainda bem, não sou uma vagabunda
motivacional — Sua mãe costumava dizer.
Mia, em frente a elas, tomara sua decisão.
— Ela está entrando! — Natasha saltitou.
Uma fileira seguida de mesas integradas às
paredes formava o pátio interno do The Red
Lion. À frente erguia-se o bar em carvalho escuro ao estilo colonial, com
uma prateleira em destaque na parte superior onde encontravam-se obras de arte
de pintores de rua. Eram trocadas mensalmente, ou foi o que Mia ouviu. A
tapeçaria lembrou-lhe um cassino, à primeira vista. Os losangos em verde e
vermelho sobre o fundo amarelado realçavam cada passo de suas botas pretas até a
última mesa dos fundos.
O homem de barba e cabelos grisalhos e jaqueta
de couro a esperava sentado.
— Ai meu Deus... — Olhou-a extasiado. — Você é
igualzinha a ela.
— Minha mãe?
— Quando tinha a sua idade. Por favor,
sente-se.
Ela fez como pediu. Suas mãos tanto tremiam
que teve de esconde-las debaixo da mesa.
— Como me encontrou? — Ele não lhe tirava os
olhos.
— Encontramos qualquer um esses dias.
— Fiquei surpreso ao receber a ligação do seu
detetive particular. Achei que sua família estava farta de mim.
— Por que acharia isso?
Ele riu em tom amargo. Talvez ela lembrasse a
mãe um pouco além dos olhos verdes.
— Não sei se devemos começar por aí.
— Sinto muito — Olhou para baixo.
— Pode dizer o que quiser, Mia. Imagino como tudo
deve ter sido para você.
— Imagina?
— Eu... — Foi interrompido por uma garçonete.
Noah pediu uma xícara de café latte e Mia pediu por uma água com gás. A
jovem moça, Cassie, cumprimentou-os antes de voltar a seu posto.
— Nunca conheci meu pai — Noah prosseguiu. — Minha
mãe estava sempre tão machucada que nem me dizia seu nome.
— Estamos fazendo isso uns com os outros há
gerações?
— Eu não tive escolha.
— Você sabia onde nos encontrar. Somos
celebridades em Nova York, todos nos conhecem. E meus irmãos... — Olhava-o e
lembrava de tudo. — Eles são iguais a você... — A voz quase falhou no final.
Noah tinha os olhos em um tom copioso de azul Capri, como os de Alex. Vinte anos
atrás, antes da barba e do cabelo alvejarem, e de formarem todas as linhas de
expressão, a similaridade impressionaria.
— Eu sabia exatamente onde encontra-los — Ele
disse. — Mas não cabia a mim decidir.
— Diga-me a verdade.
— Farei melhor — Levantou, uma mão estendida.
— Irei mostra-lhe.
Next...
5x10: Last Night Was Real Mad (09 de Dezembro)
Passamos da metade desta temporada, que contará com 18 capítulos (a maior de todas até então). Semana que vem teremos uma manhã seguinte pra loucura que foi essa noite para Nate, Viola, Mia e Jensen.
Agora vamos falar de Dreamcast. Dominik se destacou neste capítulo por sua audácia - algo que o personagem da vida real tinha de sobra. Como disse antes, ele é inspirado em um ex namorado que conseguiu, literalmente, superar as façanhas de Jensen, outra inspiração da vida real. Talvez seja o Dreamcat que mais se aproxima da realidade, pois ele lembra muito o Alex Lange, nas fotos abaixo. Só não me peçam o perfil do garoto, não quero levar um processo nas costas rs.
Alex trabalhou como modelo desde pequeno e hoje está investindo na carreira de ator. Até o momento ele participou de alguns episódios das séries Code Black e Light as a Feather.
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