Livro | The Double Me - 6x21: Either I’m a Psychopath in Sheep’s Clothing… or I Am You [+18]
6x21: Either I'm a Psychopath in Sheep's Clothing...
or I Am You
“Toda escuridão parece viva".
Sou eu, Nate. Hoje faz uma semana.
Se alguém perguntar, direi que minhas
experiências até agora compõem uma narrativa pontual de tudo o que já vimos na
TV. Eu malho em barras de ferro, como Oliver Queen. Recebo cartas de fãs e
odiadores, como Alison DiLaurentis. Uso um pingente em placa no meu colar, como
fazia Dean Winchester. Até meus direitos LGBTQ’s foram negados, assim como negaram
os de Piper Chapman. Mas isto deixarei para a adaptação da minha autobiografia.
Eu estou cansado daqui. Desse jogo. “Quem dá
as cartas agora”. Isso já foi longe demais. Às vezes penso que Gus pode estar em
algum lugar, lá fora, me observando, e perguntando-se por que não lutei por mim
e não fiz nada para impedi-los. Eu também me pergunto a mesma coisa. “Por quê?”.
Se eu ainda tenho uma chance de consertar meus erros.
No sábado de manhã, Alex e Thayer vieram me
visitar. Foi quando eu soube que havia um plano em execução. A princípio, achei
que estavam tirando onda, mas Alex tinha aquele mesmo olhar nos olhos, de quem
é capaz de qualquer coisa. Eu já o tinha visto no espelho incontáveis vezes.
“Alguma dúvida?” – Perguntou ele, enquanto eu
lia sua carta em código.
“Apenas uma. Quem vai pagar por tudo isto?
“Você, é claro. Sua parte da herança cobre todas
as despesas”.
“E por que não dividimos o valor entre nós
três?”
“Porque Mia está cega e eu pretendo usar a
minha parte para comprar um iate de luxo e viajar com o pau dele”.
“Ele quis dizer comigo” – Corrigiu Thayer.
“Não” – Disse Alex. – “É totalmente com o pau
dele”.
Okay, então.
Pelo que entendi, teríamos muitas pessoas
encarregadas do projeto. Cameron, Kerr, os três guardas, o motorista da van, o
dono da loja de fantasias, o homem do carrinho de churros e a atriz/cantora que
subiria ao palco para mais de quatrocentos mil protestantes. Na hora certa, os
fogos de artifício prenderiam o olhar e os ouvidos do público, e isso atrasaria
as buscas pelo tempo que precisávamos. Teoricamente.
Aí vem a segunda parte do plano – ou melhor, O
Guia de Sobrevivência Pós Fuga. Alex conseguiu um lugar isolado em Hoboken,
Nova Jersey, onde ninguém procuraria por mim. Kerr providenciou uma rede
clandestina para a comunicação, além de novos aparelhos irrastreáveis. Jensen
ficou responsável pelos suprimentos, apenas. Thayer designou os homens de seu
pai para cuidar da segurança local. Cameron continua cobrando favores para
conseguir uma nova identidade – talvez uma à minha altura. E se tudo der certo,
estarei em um voo para Madrid no período de dez dias. O Senhor Vanean espera
por mim.
Que nome imponente. Deve preceder sua
reputação.
Sabe, querido diário, nosso tempo juntos tem
sido muito revelador, mas sempre chega a hora de dizer adeus. Não posso deixar
migalhas de pão para que Gwen as siga, pois ela contará com isto. Nem dar a
entender que fugi do país, ou farão uma busca internacional. Você entende, não
é? Livrar-me de todas as provas é a única maneira de garantir minha liberdade,
além de proteger todas as outras pessoas que estão envolvidas.
Por isso, digo adeus, caderninho. Até a
próxima emancipação.
De agora em diante, prometo que não vai sentir
nada.
Nate rasgou-o, jogou os pedaços na latrina, juntou
com recortes de jornais, livrou-se da caneta, adicionou os cigarros, deu
descarga com um clique e parou para observar. Eram onze e quatorze da manhã, do
dia dezessete de maio. Até às dezenove horas, contaria mais oito. O tempo passava
depressa se ocupasse a mente.
൴
Eles reuniram em um monitor digital os
exemplares com a planificação detalhada, os códigos de acesso e os mapas das
ruas mais próximas ao Manhattan
Detention Complex, no
qual eram representados através de pinos coloridos. Alex era o vermelho. Thayer
o branco. Jensen o amarelo. Cameron o verde. Nate o preto. Os guardas o azul. Os
detentos o cinza. Os civis o lilás. Os carros em pinos duplos, de cor
alaranjada. Havia muitos destes.
— Aqui, pessoal — Disse Alex. — Encontrei uma
rota.
Os outros olharam.
— Se seguirmos pela Bentley, Kerrich, Ashbourne
e depois por Nene Path, em Cornwall Inn, ganharemos dois minutos
e meio e despistamos o radar policial.
— Há um ponto de saída? — Perguntou Thayer.
— Sim, pela St.
Peters Locke. É próximo ao
cais.
— E quanto as câmeras de vigilância?
— Basta mudar o trajeto no código do Black
Swan.
— Não, espere — Disse Jensen. — Eles podem nos
rastrear?
— Eles podem rastrear qualquer coisa via
satélite — Sorriu Cameron. — Por isso os mandaremos para as Ilhas Tiwi...
— Moveu com os dedos.
O mapa na tela estendeu-se em escala global, os
pinos azuis afundaram sobre uma parte do Oceano Indico e uma vinheta de
desolação tocou ao final.
— Não toque no monitor, Cameron — Ordenou
Alex.
— Está bem. Divirta-se sozinho — Disse o outro,
tomando em mãos a faca e laranja e sentando-se no sofá maior.
Agora eles viam uma animação do trajeto que
Alex escolheu.
— Okay, vamos recapitular a história — Disse
Jensen. — Até dezoito e quarenta e cinco, Nate passará pela segurança das instalações.
Até às sete, sairá com a van. Até às sete e vinte e oito, chegará ao local, já
com o disfarce. Não precisamos nos preocupar com as câmeras de vigilância,
porque Kerr vai desabilita-las. Também não precisamos nos preocupar com os
rastreadores, porque o carrinho de churros estará bloqueando os sinais locais.
E se os homens fardados nos seguirem até lá, os fogos de artifício servirão
como distração. O que pode dar errado?
— Você tem outra ideia? — Alex o indagou. —
Não podemos provar sua inocência, não temos nada contra Gwen e Nate não me
deixa chegar perto de Dominik nem para conversar.
— Talvez ainda esteja apaixonado por ele... —
Disse Cameron, sem se importar com os olhares que recebia. — Aliás, quando
começou a ouvir seu irmão? Eu já teria feito esse twink se afogar em
leite materno há eras.
— Talvez isso ajude — Concordou Thayer. — Se
provarmos que Dominik mentiu sobre o álibi de Nate para a noite do crime, a
polícia questionará todas as suas declarações.
— Ou Gwen fará com que outra pessoa os
convença — Temia Alex.
Eles pensaram por um momento.
— Eu não sei, pessoal — Disse Jensen. — Isso
parece um pouco demais para mim. Fomos de roubar doces no playground a
crimes federais no período de três sequências de Velozes e Furiosos. Tipo...
Uow.
— Do que você tem medo? — Perguntou Cameron. —
O pior que pode acontecer é a polícia nos rastrear e Nate fugir do país em um
iate... — Ele hesitou. — Ah, entendi. Você sentirá sua falta. Boring —
Olhou para Alex. — Por que ele está aqui, afinal?
— Eu não deveria?
— A menos que foder Nate seja um requisito
para entrar no clube, eu diria que não. Que ajuda pode nos oferecer com seu
sentimentalismo?
— Nenhuma, aparentemente. Vou calar a boca
agora.
— Ótimo. Você aprenderá muito mais no banco
traseiro — Cameron levantou.
Após isso, a sala pareceu dividida. Cameron
pediu a Thayer para ver o arquivo de plantas no monitor. Thayer organizou-os em
fileira. Jensen afastou-se deles, com o celular em mãos. Alex caminhou até lá.
— Você ainda se sente confortável com isto? —
Perguntou-o. — Porque se não estiver, nós damos conta.
— Não é essa a questão — Respondeu Jensen. — Eu
só estou preocupado com Nate. Ele quem vai ser caçado por todo o país. É seu
rosto que vai estampar às frentes de jornais e revistas.
— Já não é assim? — Sorriu a ele.
Jensen admitiu também com um sorriso.
— Olha, — Disse Alex. — Sei que passou por
muita coisa nas últimas semanas, e por isso demoramos tanto a compartilhar
essas informações. Mas esse não é o momento de recuar. Acredite, Jensen, não
faríamos nada que prejudicasse um de nós, ou se não tivéssemos tudo sob
controle.
— Thayer também pensa assim?
— Ele faria o que for preciso para que eu não
precisasse fazer.
— Até trabalhar com Cameron?
— Até trabalhar com Cameron — Concordou Alex.
Jensen olhou por cima do ombro dele.
— Quanta força de vontade. Faz parecer
engraçado que dois inimigos trabalhem juntos por um bem maior e Nate ainda não
queira me ver.
— Você sabe que ele tem seus motivos, não é? —
Alex se afastou. — Pense sobre isto, mas não muito — Voltou a caminhar.
Era exatamente o que Jensen não queria.
— Okay, senhoritas. Mostrem-me o gráfico —
Pediu Alex aos outros dois.
O celular de Jensen apitou como uma campainha
eletrônica.
— Huh... pessoal? — Chamou-os. — Nate acabou
de me enviar uma mensagem da prisão.
— Ele tem um celular? — Questionou Thayer.
— O que diz? — Alex se aproximou.
— Um dos guardas na nossa lista de
pagamentos faltou ao serviço e foi substituído na última hora. Acho que Gwen está
por trás.
Eles se entreolharam.
— Fazemos sem ele, então — Disse Cameron.
— Não é tão simples — Alex deu a volta na mesa
e pegou o celular. — Eu precisaria ligar para Andy, que ligaria para um de seus
contatos, que designaria um de seus homens infiltrados para o serviço. Isso
pode levar o resto do dia... — Ele tentou. — Muito bem. Caixa postal — Encarrou
a chamada.
— Viola deve estar com ele — Sugeriu Thayer.
— Oh, Deus... — Rogou Cameron, sentindo-se
nausear.
Jensen sabia que precisavam de um voluntário
naquele momento.
— Eu posso ir — Ofereceu-se. — Enquanto isso, vocês
ligam para o banco e preparam a retirada. Uma oferta maior nos pouparia algum tempo
durante as negociações.
— Se sente pronto para entrar em campo? — Alex
precisou perguntar.
— Com o seu carro blindado, sim. Dê-me as
chaves.
Ele as jogou.
— Boa sorte, caubói. Isso significa que você
está dentro.
— Seja bem-vindo ao clube dos que foderam Nate
— Parabenizou Cameron. — Exceto por você, Alex. Isso seria estranho demais... —
Ele assoviou.
Os outros pareciam não dar muita atenção.
— Ligo assim que tiver notícias — Avisou
Jensen.
— Estaremos aqui — Disse Alex.
Ele então saiu pela porta.
— Agora, digam-me, — Incutiu Alex aos outros
dois. — Qual de vocês enviou aquela mensagem em nome de Nate?
— Eu não fiz nada — Alegou Cameron.
— Eu nem estou com meu celular — Disse Thayer.
— Então era verdade? Nate conseguiu um celular
na prisão?
Eles não souberam responder.
— Great, fuck the plan — Cuspiu Alex, ao
passar pela porta.
Assim que ele saiu, Cameron e Thayer trocaram
um olhar
— Você primeiro — Disse Cameron.
Thayer saiu na frente. Ele o seguiu.
Os monitores exibiram uma mensagem sobre os firewalls
inativos tarde demais.
൴
Kerr voltou ao quarto e encontrou-a sentada na
cama, com o controle remoto em mãos. Na tv, ao alto, falava-se apenas em
Nathaniel Strauss e sua nova vida no Manhattan Detention Complex.
— Bonjour, my lady — Cumprimentou seu
irmão, trazendo uma pilha de sacolas. — Achei que ainda estaria dormindo. Perdão.
— Isso foi há vinte minutos — Respondeu ela, enquanto
mudava os canais. — Você já teve o desprazer de assistir TV matinal? É sério,
Kerr. Eu não recomendaria ao meu pior inimigo.
— Está dizendo que a vida libertina de
Nathaniel Strauss não é entretenimento o bastante? — Ele acomodou as sacolas.
— Não é por ele, é o que ele representa. Ninguém
devia ter o direito de ficar deslumbrante em um uniforme de prisão. Olhe para
ele — Apertou o zoom.
As imagens mostravam dois oficiais escoltando
Nate até o complexo, com algemas nos pulsos e nos calcanhares. Os botões abertos
na parte de cima do uniforme mostravam um pouco mais de seu peitoral.
— Você tem uma quedinha pelo gêmeo de olhos
verdes? — Seu irmão provocou.
— Você não tem? Ele está bem aí, sendo gostoso
pra caralho, no auge da fama e da beleza. Um rei pansexual dando o melhor de si
para sobreviver ao próprio inferno, comendo os rabos que tem vontade, ganhando
todas as manchetes em jornais e revistas porque o pau dele é grande demais. Ninguém
tem o que ele tem, meu amor. Nem chegam perto.
— Bom, talvez isso não me afete — Kerr sentou
ao lado dela. — É que eu não costumo querer o que todo mundo quer
obsessivamente.
— Oh, really? — Ela debochou. — Jensen
McPhee, Carter Ashby, Milton Hayes, Lara Van Ucker, Claire Hamilton...
— Okay, okay. Pare de listar minhas fodas —
Ele sentou ao lado dela. — Você é muito inconveniente, sabia?
— Coma esse chocolate — Ela usou-o para
cala-lo.
Nate aparecia agora em uma gravação
clandestina, em uma sala de interrogatório. Seu rosto estava coberto de
hematomas.
— Do you think he did it? — Perguntou
Kerr.
— O assassinato, talvez. Vejo algo sombrio em
seus olhos. O abuso sexual, de forma alguma. Nate não é e nunca foi um
molestador.
— Já falei sobre Gus, o filho dele?
— O que sofreu o acidente?
— Sim — Kerr hesitou. — Eles eram... eram exatamente
como imaginamos pais e filhos. Se tivessem um ao outro, teriam tudo. Não sei se
dá pra explicar esse tipo de amor.
— Com a gente não foi assim.
— Não foi... — Ele ficou pensando.
O tempo passava sem que eles percebessem.
— Ai meu Deus! — Gritou Amber, repentinamente.
— Acho que a minha bolsa estourou!
— No shit?
— Yeah, no shit.
Estou toda molhada.
— Onde?
— Na minha vagina, é claro? Faça alguma coisa!
— Oh... okay — Ele saiu correndo. — Alguém,
por favor! Ela vai ter os bebês! — Gritou na porta.
O Doutor Elam e Doutora Breslin juntaram-se a
um grupo de enfermeiras que atendeu ao chamado.
— Fique calma, Amber — Disse o doutor. — Vai
ficar tudo bem.
— Está doendo muito... — Ela queixou-se.
— Eu sei, cuidaremos disto — Tranquilizou a
doutora.
Kerr limitou-se a observar.
— Ai meu Deus, vamos ter os bebês... — Dizia a
si mesmo. — AI MEU DEUS, VAMOS TER OS BEBÊS. Eu preciso ir para casa... o
enxoval está todo lá. Precisamos de fraldas, mantas, pijamas, boinas, os
carrinhos e os ursinhos de pelúcia. Eu podia...
— Oh, por favor! — Gemia Amber. — Faça ele
calar a boca!
— Senhor Foster... — Interviu a Doutora.
— Eu sei, eu sei. Vou sair do caminho. Estou
aqui, Amber. Vamos ter os bebês. Uau... — Ele enterneceu.
Já no corredor, tirou o celular do bolso e deixou
uma mensagem para o pai.
— Sou eu, Kerr. Você e a mamãe precisam vir
agora, Amber vai ter os bebês. Tragam tudo o que tiver a disposição — As
fraldas, as mantas, os pijamas, as boinas, os carrinhos e os ursinhos de
pelúcia. Não precisava repetir.
Pela janela ele viu as enfermeiras prepararem
a maca para a transferência, com Amber já inconsciente.
Vai dar tudo certo.
൴
Dominik saiu só de toalha, em direção aos
armários. O vapor cobria por todo.
— Hey, Super D. Boa jogada — Cumprimentou
um dos garotos.
— Coloque suas chuteiras amanhã — Disse um
outro.
— Pode deixar — Respondeu Dominik.
Seu pai chamaria aquilo de camaradagem. Era
até divertido. Às vezes. Quando não falavam sobre as garotas do segundo ano
que supostamente os deixaram ir até a segunda base e quando não deixavam escapar
algum xingamento homofóbico, se esquecessem que estava ali. Não acontecia
muitas vezes.
— Cara, cubra esse pau de íncubos! — Gritou
alguém, do outro corredor. Essa era a parte divertida. Não tinham
limites.
Dominik abriu o armário, pegou a mochila,
guardou as roupas sujas e separou as peças que iria usar. Apoiando a perna nos
bancos, vestiu a cueca boxer. Mas seu tempo foi curto. Os garotos começaram a
agitar-se ao seu redor, e ele viu que o motivo era uma mulher de saia, salto
altos e jaqueta jeans, que adentrou ao vestiário. Os cabelos ruivos caiam a
altura dos seios.
— Bethany? Que porra é essa? — Ele perguntou.
— Olá para você também — Disse ela. — Podemos
conversar?
— Aqui dentro?
— Por que não? É a Pirocolândia — Ela abriu
a mochila. — Acredito que isto seja seu — Entregou-o.
Na
caixa ele viu um amontoado de coisas que deixou para trás. Lentes de câmera, lápis,
caneta, livros, ingressos, blocos de anotação, fio dental, shampoo, perfume, CD’s
musicais, filmes em blu-ray, hard drives e fotos impressas – o que
também incluía o primeiro clique de Nate no Strauss Capital Hotel, na noite em
que se conheceram. Seus fiapos loiros nadavam por cima das algas artificiais.
—
Você está terminando comigo? — Brincou ele.
—
Não, sou a sua empregada — Ela revidou. — Já que não respondeu minhas mensagens,
pensei em facilitar para você. Deve estar muito ocupado.
Ele
torceu a boca.
—
Bom, obrigado. Mas não precisava vir até aqui.
—
Eu perderia os homens nus se não viesse. Corta essa, Dominik — Deu-o às costas.
Isso
pode tê-lo surpreendido.
—
Então é assim? Kiss and goodbye?
Ela
virou.
—
Esta foi a sua decisão, meu bem. Eu não tive escolha.
—
Você podia me apoiar.
—
Até quando comete perjúrio? Não, estou bem assim.
—
Quantas vezes vou ter que dizer que Nate tirou tudo da minha família?
—
E quantas vezes eu vou ter que dizer que isso é culpa sua? — Ela suspirou. —
Olha, eu não quero discutir. Cada um segue seu caminho agora.
Entendido.
—
Quando cheguei à cidade, você foi a única pessoa que me estendeu a mão e me deu
uma chance de mostrar do que sou capaz — Disse ele. — Nunca pensei que me arrependeria disto.
—
Eu também depositei minhas expectativas em nós dois — Ela o afirmou. — Mas você
é uma pessoa completamente diferente agora.
—
Por que eu tenho uma vida?
—
Você chama isso de vida, é claro. Que outro nome daria? Não pode ver o que está
na sua frente.
—
É aí que discordamos — Ele fechou a porta do armário. — Para começar a me
entender, precisaria ir além de seu ponto de vista branco, cis, hétero. Alguém
teria que tirar-lhe tudo com o que se importa, para que fique na miséria. As
pessoas deveriam olha-la de cima, para saber o que se sente lá embaixo. Abusos,
ameaças, agressões, rejeição e humilhação teriam de se tornar parte do seu
cotidiano. Porque este é o nosso cotidiano. O que você faria, Beth, se fosse
com você?
Ela
balançou a cabeça negativamente, com olhos estreitados.
— Você não vai usar a carta da homofobia
contra mim, coelhinho. Nada justifica o que você fez.
—
Nem mesmo o desespero?
—
Ninguém saboreia uma vingança por desespero. Não dessa forma.
Ele
franziu.
—
Você saberia dizer? — Riu dela. — Tudo bem. Deve ter passado a fase da autodepreciação
e do planejamento semestral da sua perda de virgindade.
—
É sério? Vai começar a usar meus segredos contra mim?
—
É apenas a minha opinião. Acho que tenho direito a uma.
—
Não sobre mim. E não sobre o que não sabe.
—
Que pena, Beth. Porque assim como o resto do colégio, também vejo você como uma
vagabunda estrambólica que a sua mãe pariu de uma garrafa de gim.
Ela
o estapeou.
—
Tome isto como um aviso. Não se aproxime de mim.
—
Algo mais?
—
Sim. Vai pro inferno — Ela o deixou.
O
vapor poderia esconder a marca vermelha no rosto de Dominik, daqueles que ainda
observavam. Só não escondia a frustração em seu olhar.
൴
Seu mundo era denso e obscuro. Móveis cobertos
por seda branca. Um lustre no teto. Cores turvas. Verniz. As escadas formando
um círculo em volta do grande salão, com tapetes dourados.
Lar, doce lar.
Gwen
atravessou o salão, observou em volta. Os dedos deslizaram ruidosamente sobre
as teclas brancas do piano. Havia poeira. Ela desmanchou com o polegar.
Tirou
o primeiro lençol, revelou o instrumento e o banquinho. Tirou os mais próximos,
revelou duas poltronas e uma mesinha de centro. Tirou o seguinte, revelou um
divã de couro negro. Tirou das paredes, revelou uma adega vazia, uma estante de
livros e uma pintura de Gustav Klimt: Judith I. 1901. A nudez da mulher
a prendeu por um momento. Bela e envolvente.
Minutos
depois Gwen voltou ao carro e pegou o celular, o cabo usb, as caixas de som, a
maquiagem, o elástico, o traje negro de balé e duas garrafas de vodka na sacola
de compras. Cada um tinha um propósito. A maquiagem serviu para cobrir a
cicatriz. O elástico para amarrar os cabelos em um rabo de cavalo. O cabo
conectou seu celular às caixinhas de som, aos pés da mesa. As garrafas foram
posicionadas alguns metros à frente de sua posição. Precisava de espaço.
Quando
a música começou a tocar, ela adotou a pose de cortesia. Dançou Vivaldi; Concerto
in E Minor, Opus 4 Nº 2. Postura. Salto. Reverência. Na ponta dos pés. Giro.
Salto duplo. Reverência. Seduz a plateia. Salto. Giro. Os dois braços. As duas
pernas. Giro. Repete. Giro. Repete.
Cada
vez ao alternar o tom, a cada passo executado, o próximo pesava ainda mais em
seu corpo e sua mente. Até que ela caiu. De joelhos.
—
Fuck! — Pegou uma garrafa e atirou-a nas caixinhas de som.
Pensava
nele. Em suas palavras. Você sabe que eu não erro. Confie em mim. Vamos
acabar logo com isso, okay?
Fuck
twice... ela suspirou.
Estava
agora escorada à parede, no chão. Seu celular começou a tocar.
—
Alô? — [...] — Você tem certeza? — [...] — Tudo bem, estou a caminho — Ela
desligou.
O
protesto sairia em uma hora.
൴
O motorista da van parou em frente ao 49
Grove, um clube no centro da cidade. A partir dali, Natasha foi acompanhada
por dois seguranças. O trajeto seguiu da portaria aos corredores e os dois
ambientes, até chegarem ao segundo andar. Lydia esperava em uma suíte de luxo,
com uma xícara de chá em mãos.
— Sente-se, por favor — Cedeu a ela, após
dispensar os homens de preto.
Natasha preferiu acomodar sua mochila.
— Eu ouvi sobre você — Disse. — É quem chamam
de A Dama?
— Durante um conflito, talvez. Embora eu creia
que minha reputação dificilmente me precede em tempos de paz. Aceita um chá? —
Ofereceu. — Ou um drink? — Reformulou.
— Eu fico com o drink — Ela disse.
Lydia deixou seu lugar e caminhou até a adega.
Natasha observou ao redor. É bem chique. Gostei.
— Imagino que tenha muitas perguntas... —
Dizia Lydia. — A primeira delas deve ser porque Ivy Vlasak a enviou.
— Ela disse que eu estaria segura aqui, não ao
lado dela.
— Está correto. Ninguém nunca me encontrou.
— Alguém já procurou de verdade?
— O tempo inteiro — Ela virou com as bebidas.
— Não é culpa minha se esperam uma mulher na flor da idade, a qual é impossível
resistir — Estendeu-a. — Na internet, sou retratada aos moldes de Carmen San
Diego.
— Legal — Natasha virou a dose.
As marcas vermelhas em seu rosto não passaram
despercebidas.
— Você precisa de um curativo — Notou Lydia.
— Não, estou bem.
— Fique aqui — Deu meia volta.
— Eu disse que estou bem... — Insistiu a
garota.
Mas ela já havia trazido um estojo com luvas, gaze,
esparadrapo e uma solução de cloreto de sódio. Tudo bem.
— Sente-se aqui — Orientou Lydia.
Natasha assim o fez.
—
Vai doer?
—
Nenhum pouco.
Algo
em seu tom de voz, ou no toque suave de suas mãos, fez Natasha lembrar de uma
manhã de domingo em sua antiga casa, em Great Neck Gardens. Seu padrasto,
Dorian Sibley, sentou com ela nas escadas da frente após cair de bicicleta. Era
algo rotineiro. Ela caia, chamava seu nome, ele vinha correndo e contava
uma história a ela para que esquecesse a dor dos machucados.
Na
verdade, eles nem doíam. O que ela gostava
era ter sua atenção.
—
Vai me dizer o que houve? — Perguntou Lydia.
Natasha
mordeu o lábio inferior.
—
Uns caras invadiram a fazenda — Disse. — Ivy deu conta deles.
—
Estão mortos?
—
Eu não sei. Saímos antes que nos vissem.
—
Bem... — Ela dobrou a gaze. — Toda informação tem um preço... — Deslizou. — Principalmente
as que compartilharam com Mia naquele vídeo.
—
Nós fizemos por ela.
—
Quer dizer, por vingança. Isso as deixou vulneráveis — Ela levantou.
Natasha
observou-a organizar todos os materiais de volta no estojo.
—
Sabe por que me chamam de A Dama? — Lydia arrazoou. — Porque é um nome a
ser subestimado. Ninguém espera que as mulheres usem as mesmas armas que os
homens na guerra, ou que travemos uma própria, em nosso nome. Por isto, eu digo.
É muito importante manter a discrição.
—
E por que deveríamos confiar em você?
Para
esta pergunta, conveio usar uma de suas célebres citações:
—
Ou eu sou uma psicopata em pele de cordeiro... ou eu sou você — Entoou
Lydia.
Aquelas
palavras denotavam uma estranha rigidez.
—
Amanda Knox — Reconheceu Natasha.
—
É claro — Ela sorriu. — Agora durma, querida. Deve estar exausta.
—
Eu não consigo dormir.
—
Tudo bem, pode comer alguma coisa da geladeira. Há algo que queira pedir?
—
Desligue as luzes, por favor.
—
Está bem — Lydia o fez ao deixar o cômodo.
A
escuridão, aliada a uma contagem de um a dez, levou Natasha a um lugar
diferente. Onde não estava sempre sozinha.
൴
Seguia
o trio elétrico uma multidão erguendo cartazes, bandeiras e com os corpos todos
pintados com as cores do meio ambiente. Azul, verde e branco. As
fogueiras intercalavam em vários pontos da estrada, de lá para cá. Tão altas
quanto postes e semáforos. Cada ponto de luz destacava o trabalho nas ruas e fachadas
de lojas, pequenos comércios, pontos de referência e monitores digitais, em
contraste a um mar de estrelas que cobria os céus.
—
Última checagem — Disse Thayer, pelo comunicador. — Confirmem suas posições.
Jensen.
—
Aqui.
—
Cameron.
—
Aqui.
—
Andy.
—
Aqui.
—
Michaela.
—
Estou ouvindo.
—
Alex?
Ele
não respondeu.
—
Alex? Está na escuta?
—
Sim, perdão — Disse ele. — Tive um problema com o equipamento.
—
Seja o que for, eu ainda não vejo o seu sinal.
—
Espere — Ele tentou retomar.
Um
ponto vermelho surgiu nos monitores assim que a recepção de áudio foi
reestabelecida.
—
Agora sim — Disse Thayer. — Não se afaste muito de sua posição original.
—
Entendido — Acatou Alex.
Cameron
então sugeriu:
—
Não deveríamos ter um codinome para facilitar a comunicação? Porque eu tenho
algumas ideias promíscuas.
—
Soa pervertido — Disse Mia. — Mas infelizmente essa não é uma Bukkake Party.
—
O que é um Bukkake? — Perguntou Jensen.
Os
outros riram.
—
Você nunca assistiu pornografia na adolescência? — Insinuou Alex.
—
Não, eu transava na adolescência. Com homens.
—
Talvez por isso você quase morreu — Contrapôs Mia. — Como está a cicatriz de
bala no seu peito?
—
Ainda sinto uns espasmos. Não sei.
—
O chamaremos de Scarchest a partir de agora — Finalizou Andy.
Um
segundo depois, fizeram os primeiros lançamentos. A noite encheu-se de luz, cores
e orbes explosivas.
—
São os fogos — Disse Alex, mais perto da base. — Temos agora quinze minutos.
—
Você vê alguém suspeito? — Perguntou Thayer.
—
Não exatamente; parecem todos iguais. Uma branquitude exasperada.
—
Então você prefere um cenário mais étnico? — Cameron ironizou. — Que
coincidência. Seu namorado também.
—
O que isso quer dizer?
—
Eu espero que ele tenha contado sobre um tal de Gahl Dae-Hyung e o sexo interracial
no closet da mamãe, ou então esta conversa ficaria muito constrangedora.
Thayer
suspirou.
—
Cameron, eu juro por Deus...
—
Ele me contou sobre Dae — Revelou Alex. — Assim como eu contei a ele sobre
Henry.
—
Será que contou? — Disse Cameron. — Ou talvez tenha omitido a parte em que ele o
fazia gozar a seco, sem tocar no seu pau?
Mia
engasgou de tanto rir.
—
Isso é verdade? — Indagou Thayer.
—
Não importa — Disse Alex. — Eu nem sei de onde ele tirou isso. Aliás, Cameron,
quase um ano se passou. Por que ainda tenta nos separar?
—
Isto se chama senso de humor, gatinho. Não posso evitar se fui criado por Frank
Ridell.
—
Na verdade, isso só explica sua sociopatia — Jensen colocou em questão.
—
Quem disse isso? Não reconheci essa voz.
—
Sou o ex namorado do Nate.
—
É, eu não te conheço. Por que está aqui?
—
Será que podemos falar de outra coisa? — Pediu Thayer.
Isso
acabou piorando.
—
Você só está com ciúmes porque não domina tão bem quanto Henry as técnicas de
ativo — Disse Cameron.
—
Eu acho que é Alex quem deve responder essa pergunta — Disse Thayer.
—
Por que essa pergunta existe, pra começo de conversa? — Questionou Alex.
—
Cara, apenas responda — Mia aconselhou. — Deixe seu namorado feliz.
—
Falando sobre outro cara?
—
Dando a ele uma moral. É óbvio que quer ser o melhor.
—
Não, eu não quero — Thayer contestou.
Todos
concordaram, em uníssono, que sim. Ele queria.
—
Podemos mudar de assunto? — Sugeriu Alex. — Olhem. Vão fazer o próximo
lançamento.
Eles
olharam.
O
céu mais uma vez encheu-se de luz, cores e orbes explosivas.
—
É lindo — Observou Jensen.
—
É química — Alex não parecia impressionado.
O
próximo a falar foi interrompido por Andy, que chamou-os atenção.
—
Huh, pessoal? — Disse ele. — Acho que temos um problema.
—
Onde?
—
Ao sul, no ponto seis.
—
É uma briga? — Observou Alex.
Viam
homens e mulheres armados com tacos, soqueiras e barras de ferro, em frente a
uma lojinha de conveniência. As máscaras e as pinturas no rosto impossibilitavam
a identificação.
—
Esses ambientalistas... — Cameron sorriu ao dizer.
—
Se continuar assim, a polícia chegará em alguns minutos — Advertiu Thayer.
Era
a última coisa que precisavam.
—
Alguém pode me explicar o que houve? — Pediu Mia. — Lembrem-se que não estou aí.
—
Certo — Concordou Cameron. — Deixe-me ver, hmm... aparentemente, o homem com
uma árvore pintada nas costas conheceu duas mulheres em um aplicativo de
encontros veganos e não soube qual delas escolher. Para a de cabelos ruivos disse
que era virginiano, gostava de comida picante e não consumia pornografia. Para
a de cabelos negros e tatuagem lombar, ele disse que praticava surf, mantinha
um calendário de depilação e apoiava os ideais de Karl Marx. Tudo mentira. Mas
agora elas sabem que foram catfishizadas por um macho-serpente de esquerda,
e a única forma de reaver seus direitos é através de um combate. Elas contra o
seu agressor, contra os irmãos delas, contra os irmãos do agressor e contra a
prima do agressor, que revelou sua gravidez na última semana e vai batizar o
filho com o nome Jedidah.
—
Por que? Ele já vai nascer circuncisado? — Pensou Jensen.
—
Exatamente — Cameron confirmou.
Um segundo depois, houve outro lançamento. Todos eles olharam
para o céu.
—
Dez minutos — Contou Alex. Estava na hora.
Quando
olhou para a frente, entre a fila de bandeiras expostas, ele finalmente a viu.
Usava um vestido branco, salto altos e uma jaqueta negra. As mechas loiras
caiam sobre os ombros.
—
É ela, Gwen — Alertou-os.
—
Alex, não a perca de vista — Disse Thayer.
—
Não irei — Ele correu.
Gwen abriu caminho entre a multidão, Alex seguiu seus passos.
Ela transpôs um renque de fogueiras, ele a avistou a vinte metros, próximo ao
ponto cinco. Ela olhou para trás, de relance, antes de desaparecer. Alex seguiu
seus instintos e correu para o beco. Encontrou-a parada, de costas, sob uma
poça d’água. Duas latas de lixo faziam sua esquerda, uma escada de incêndio fazia
a direita.
—
Você não pode nos impedir — Sussurrou Alex.
—
Impedir o que? — Ela virou. — A fuga de Nate? — Também sorriu. — Achei que
fosse a convidada de honra.
—
Se quer mesmo fazer uma acusação...
—
Por favor, Alex — Deu um passo. — Esta é uma conversa adulta. Não há tempo a
perder com trivialidades e batalhas de ego. Vocês perderam.
—
Perdemos?
Ela
pegou o celular.
—
São sete e dezenove — Mostrou-o. — Enquanto nos falamos, os agentes realizam
uma varredura no Manhattan Detention Complex. Ninguém entra ou sai.
—
É um pouco tarde, não acha? Tivemos o dia inteiro para agir.
—
E nós igualmente — Ela contra-atacou. — Vocês deveriam saber que os novos equipamentos
de segurança são à prova de falhas. Não há o risco de perderem o sinal do
observatório, nem comprometer as informações do sistema. Meus homens estão
trabalhando nisto — Guardou o celular. — Sabe, Alex, eu até admiro suas
convicções, mesmo que sua ingenuidade seja preocupante. Que tipo de plano desconsideraria
o fato de eu ter olhos e ouvidos em todo lugar?
Ele
sorriu.
—
Do tipo que você não vê chegando — Disse a ela.
Gwen
encarou-o de frente.
—
Quer saber um segredo? — Dizia Alex. — É tudo por sua causa. O protesto, os
cartazes, as pessoas, os fogos, os comunicadores. Você nos seguiu como se
tivéssemos deixado migalhas de pão em seu caminho.
—
Migalhas de pão?
—
É uma boa metáfora, na verdade — Ele começou a andar. — O importante é saber que
enquanto estamos aqui... — Aproximou-se. — Nate está muito, muito longe de suas
garras. Acredite em mim — Ele injetou-a com uma seringa.
Gwen
golpeou-o no rosto, ele cambaleou para trás. Ela caiu de joelhos, Alex limpou o
sangue no canto da boca.
—
O que você fez? — Murmurou Gwen.
—
Isto é o que eu chamo Death Adder — Ele ergueu a seringa. — Um composto híbrido
de ansiolíticos e sedativo-hipnóticos — Abaixou-se à altura dela. — Não se
preocupe, logo estará desacordada. Mas não antes de ouvir o que eu tenho a
dizer. Foi tudo uma distração, Gwen. Nate deixou o Manhattan Detention
Complex há duas horas, com a ajuda dos policiais. As câmeras de vigilância
entraram em loop — Mostrou no celular. — Engraçado, não é? Você teve
acesso a todos os arquivos que não usaríamos na operação, para que a verdadeira
operação fosse bem sucedida. Obrigado, Gwen — Guardou de volta no bolso. — Agora,
alguns pequenos spoilers. Nate terá uma vida longe daqui... — Estava a
caminho. — Pegaremos Dominik mais cedo ou mais tarde... — Ele e Ansel se
beijaram. — E você pagará pela morte de Matthew, não Kieran — Trancado
em sua cela. — Eu diria que é um caloroso final, à uma magnífica história.
—
Não! — Ela tentou alcança-lo.
Alex
caminhou para longe.
—
Lembre-se, Gwen — Disse a ela. — Quando se enterra alguém, é melhor que esteja
morto. Porque saberá exatamente onde encontrá-la se não estiver.
—
Alex, por favor...
—
Nem meio favor. Foda-se — Ele jogou para trás.
A
seringa rolou a centímetros dos olhos de Gwen.
Cerrados.
Next...
6x22: Remind Me Not to Trust with You Again with the Magic Pills (03 de Setembro)
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