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Livro | The Double Me - 5x08: This Is the Closest You Got to Being a Communist Bitch

5x08: This Is the Closest You Got to Being a Communist Bitch
“Todos os vícios, perante a moda, passam por virtudes".

A segunda mostra de voga encerrou sob aclamação do público. Viola agraciou a todos com um sorriso festivo – o mesmo a encobrir sua frustração.
Dois vestidos precisavam de reparo imediato; o camurça, em bandagem negra de calda longa, que teve a costura rompida durante a troca de figurino; e o cor de marfim com armação traseira angelical, que terminou a mostra de asas suspensas desigualmente. Dois modelos erraram a posição no trajeto de retorno, enquanto um deles aparecera vestindo um traje incorreto para aquele segmento específico. Moyra Kozovyt estava claramente bêbada nos bastidores. Damien Reed cancelou sua participação de última hora, alegando problemas de saúde. Alex, a presença mais aguardada, sequer respondia as chamadas.
— Se não está morto em alguma vala putrefata de Manhattan, você não tem direito de furar comigo — Ela disse na vigésima primeira mensagem de voz. — Venha para cá agora — E guardou o celular de volta na bolsa.
Nada parecia tão ruim que não pudesse piorar, exceto por ver Colin Fraser em meio à multidão. Evidentemente, o sorriso presunçoso o acompanhava.
— Senhorita Sebert, espetáculo adorável.
— Você, é claro — Ela torceu o beiço em descontento. Colin continuava inspirando-a a fazer o mesmo em todas as ocasiões.
— Pergunte-me porque estou aqui.
— Alguém o chamou de vigarista e você veio provar. Imaginava quanto tempo levaria.
— Amanhã encontrará uma matéria exclusiva sobre o evento desta noite no Linnard Report. Deveria ser mais cuidadosa com suas peças e seus modelos se não quiser facilitar meu trabalho.
Bem que você queria, ela pôde ver em seus olhos. Nunca o daria esse gostinho.
— A moda não é um jogo de palavras que você pode distorcer a bel-prazer, Senhor Fraser. Terá que estimular uma catástrofe para arruinar meus planos.
— Ótima ideia. Por que não liga para Damien Reed e pergunta como está a Itália? Você não sabe o quanto foi difícil arrumar aquele emprego.
— Você não fez isso — Ela relutava em acreditar.
— Tem razão, eu não o fiz; não que você possa provar. Nos vemos no tribunal, eu suponho — Passou por ela, dando-lhe de encontro.
Viola fez apenas fechar os olhos. Outra vez nada lhe parecia tão ruim que não pudesse piorar, exceto por Lexi Palmer no tapete vermelho, usando um Valentino azul marinho, brincos safira em losangos de borda dourada e salto altos de cano fino um tom mais claro. Jensen alertara sobre ela no dia seguinte ao atentado, após a fuga de Nate. Tudo o que Viola sabia, e consequentemente, acabava por temer, fez com que ficasse em alerta.
— Senhorita Palmer, este evento é exclusivo para convidados — Disse.
— Por isso estou aqui — Lexi provocou.
— Retire-se ou serei obrigada a chamar os seguranças.
— Não seja indelicada, querida. Não queremos fazer uma cena em frente aos seus investidores, ou queremos?
Viola prezaria por não ser lembrada disso. A primeira fileira de cada formação de assentos ao redor da passarela era composta por associados à mídia, convidados ilustres e investidores majoritários, fossem previamente acometidos ou estivessem em atual negociação.
— Fique fora do meu caminho — Dera seu único aviso.
Não estava tão preocupada com o público, diante de problemas maiores. Após Colin Fraser e Lexi Palmer, um homem desconhecido abriu o sobretudo em frente a multidão e gritou alguma parábola de cunho bíblico que Viola só foi capaz de compreender durante a repetição. A mensagem Diga Não a Ideologia de Gênero – Deus Fez Macho e Fêmea foi escrita em proporção ao torso, de tinta vermelha. Podiam também ver um desenho minimalista – como os da designação de toilets de clara referência à forma masculina e feminina a caráter distinto.
— Livrem-se dele! — Viola ordenou aos seguranças. — Está tudo em ordem, não precisam se preocupar — Talvez tentasse convencer a si mesma, não o restante dos convidados que observava o escândalo.
Uma equipe de seguranças foi necessária para imobilizar o intruso e arrasta-lo para fora.
— Jesus está voltando! — Ele gritava, a caminho da saída. — Aceitem seu amor eterno ou queimem!
— Vai dar tudo certo — Viola tomou um gole espesso de champanhe.
Tirou novamente o celular da bolsa e ligou para Alex. A mensagem em sua caixa eletrônica a fez enfurecer.
— Onde você está? Traga seu rabo branco e gay para cá. Agora! — Desligou por fim.


   Nate havia passado as últimas horas trancando em um quarto de hotel, sob o efeito de comprimidos. No qual recebera a última notificação de Viola, encarava a si mesmo, sem camisa, no enorme espelho da suíte. Havia muito do que tentava reprimir em seus olhos avermelhados e na pele pálida; um informe constante de que seu corpo não estava respondendo aos estímulos químicos.  
Ele se debruçou sobre o mármore da pia, de cabeça baixa. A ofegância o atingia como se estivesse debaixo d’água e logo lhe faltasse o ar nos pulmões. De tão concentrado em retomar o controle, suava frio por todo o corpo, numa temperatura equivalente a cinquenta e sete vírgula dois graus – a qual exigiu, não tão educado, para que o hotel providenciasse.
Vinte e oito de março, os números transitavam por sua mente. Naquele mesmo dia ele levou Theon à Buenos Aires para que jantassem no Chila e caminhassem pelo Bosque de Palermo sob a luz fosca. A segunda viagem mais romântica que já fizeram, pois a primeira, sem dúvidas, fora a que Theon promoveu à Madrid, quando uma cigana os resolveu casar informalmente com trajes da Espanha em um comércio da baixada após o horário de funcionamento.
— Eu não consigo... — Ele andava de um lado para o outro, as mãos sobre os cabelos encharcados de suor.
Podia ouvir a voz de Theon, sentir seu cheiro, seu toque repugnante que marcava sua pele com hematomas. Do mesmo ouvia alguém gargalhar, como em escárnio. Tinha certeza que a piada era ele mesmo.
Livrando-se dos sapatos, correu até o frigobar, entre o painel da tv e o criado mudo. As garrafas que podia carregar ele levou consigo; o restante foi deixado sobre o tapete para quando precisasse. Nas gavetas do armário encontrou tantas revistas e recortes de jornais que poderia acender uma fogueira pelo resto da madrugada. Em sua maioria, estampavam Alexander Strauss como um protótipo de beleza, elegância e bom gosto para inspirar os homens de toda a América. Perfeito por natureza, dizia uma delas.
Agora tudo convinha a uma mentira deslavada.
Nate as jogou sobre a cama, organizou-as em pilhas pequenas e rasgou-as em vários pedaços, uma por uma. Logo que os dedos cansaram, pegou uma caneta na escrivaninha e riscou o próprio rosto de preto até furar as páginas. O restante pôs-se a jogar pela janela, sem se importar com os que transitavam pela avenida. Não queria nada daquilo ao alcance de seus olhos, sequer para dividirem o mesmo espaço.
A vergonha o fez se encolher em um dos canteiros do quarto, de cabeça baixa, e os braços em volta das pernas. Chorou o que se permitiu mediante ao ego; as lágrimas gotejaram sobre os dois joelhos e o tapete camuflado entre os seus pés. Então ele levantou, foi ao toilet e trancou-se por dentro. Tomou duas das minigarrafas que o esperavam sobre a pia, em frente ao espelho. A cada dose doía menos a consciência e mais a garganta.
Vinte e oito de março, os números lardeavam. Alex e Mia não estavam mais lá, Jensen e Quentin não estavam mais lá. Gwen descobriria seu segredo muito em breve, Lexi e Matthew viriam atrás dele, Judit nunca mais seria a mesma, Gus ficaria sozinho...
E Theon nunca morreria, por quanto vivesse em seus pensamentos. Era seu aniversário, afinal.
Ele foi até a cama, pegou a pasta vermelha, amarrou o elástico em volta do antebraço e posicionou a seringa cheia com a ponta da agulha sobre uma de suas veias. Doces sonhos eram feitos de heroína.


     O apartamento da família de Octavia tinha de um requinte prático, tradicional e modernizado à primeira vista. As paredes concentravam-se em tons de branco, azul e cinza, por quanto iam os móveis do preto, marrom e lilás ao azul de pérsia. Dispunham de dois sofás na sala de estar, com cinco lugares cada, e mais duas poltronas em adicional sobre o carpete de plumas. Ao redor via-se esculturas abstratas em tamanhos variados, quadros de famosos pintores, estantes brancas de madeira maciça, para livros, e vasos floridos em proporção diagonal, do canteiro ao lado da porta de acesso à varanda ao canteiro que levava o corredor de acesso à cozinha.
Alex prestava atenção em cada detalhe como forma de escape. Fora apresentado a todos, exceto aos animais domésticos da anfitriã, que detinham o monopólio do primeiro sofá. Ele sempre se sentiu à vontade perto de animais; perto de pessoas, contaria uma história diferente.
— Sua bebida — Octavia ofereceu. Olhando a taça em suas mãos, notou que algo faltava. — Droga, esqueci dos cubos de gelo. Espere aqui — Tomou a bebida de volta.
Alex parou em meio ao corredor de acesso à cozinha, por onde a viu correr. Pôde notar duas jovens conversando em frente à geladeira; uma delas – a de casaco cor de rosa e rabo de cavalo – aparentava estar prestes a chorar. Octavia lhe disse algo antes de sumir de vista, Alex só poderia imaginar.
— Aqui está — Octavia entregou-lhe a bebida um minuto depois.
Alex esperou que as duas jovens passassem por eles para enfim perguntar.
— Está tudo bem? Tive a impressão de que uma de suas amigas estava chorando.
— Caroline está passando por um momento difícil. Algumas fotos vieram a público, se você me entende.
— Não acredito que isso ainda acontece — Alex bem lembrava a reação de Thayer quando seus vídeos íntimos foram vazados na internet. Nunca o vira tão irritado, ou tão vermelho quanto um camarão brasileiro.
— Meninos... o que faremos com vocês?
— Escravidão. Acho que merecemos — Tomou o primeiro gole.
Ela o sorriu exagerada outra vez, e alguém chamou seu nome do outro lado da sala. Este seria Cody Henderson, o de cabelos loiros, olhos azuis e jaqueta de baseball por entre a turma de garotos igualmente populares na porta de acesso à varanda. 
 — Ainda vamos jogar? — Ele queria saber.
— Agora?
— Não me diga que está com medo.
 Alex não endossaria aquela provocação, mas acabou dando certo. Agora lembrava seu nome, como se o ouvisse outra vez num tom de voz presunçoso. Não era tão diferente de qualquer valentão que tenha conhecido no ensino médio.
— Acho que está na hora — Octavia decidiu. — Venha — Disse a Alex.
— De que tipo de jogo estamos falando? — Caminhava ao lado dela em direção a sala de estar.
— É uma tradição desde o ginásio. Eu vou mostrar.
Ele prestou atenção.
— Primeiro formamos um círculo com todos os jogadores de costas um para o outro — Como o fizeram posteriormente. — Então colocamos uma venda, para que ninguém espie o orador — Alex teve problemas com a sua; parecia pequena demais. — O orador desligará a luz, dará três voltas consecutivas sobre o círculo e marcará o tórax de um competidor com batom. Este será o lobo — Octavia escolheu Cody sem que ninguém percebesse. — Quando o orador terminar, as luzes se acendem e todos tiram a venda para sentar em círculo, de frente um para o outro — Todos já haviam entendido essa parte. — A cada rodada, uma pessoa acusará um amigo do círculo de ser o lobo, e esta pessoa terá que convencer o grupo de que é uma falsa acusação. Votamos para decidir em quem acreditamos até que o lobo seja encontrado... — Ela mantinha um sorriso destemido nos lábios. — ...ou todos os outros sejam devorados. Quem quer começar?
Os membros do círculo se entreolharam. Caroline, ao lado de Alex, foi a única a levantar a mão.
— Caroline — Octavia oficializou a jogada. — Diga-nos o primeiro nome.
— Este jogo é simples — A garota arrazoou. — Você pode ser o lobo, ou pode ser a caça. E sejamos sinceros, há apenas um predador entre nós. Madison Davis.
A outra garota sorriu desconcertada.
— Como é?
— É o que você faz, caça as pessoas. Primeiro Aylana, depois Daphne, e agora eu.  Você enviou minhas fotos a todos os nossos conhecidos a troco de que? De uma nova fofoca para rir com as amigas no banheiro do colégio? Neste caso, deveria falar sobre a impotência do seu pai.
— Você enlouqueceu — Madison jogou uma mecha de cabelo para trás. Sorria com deboche, ou talvez com um pouco da autêntica maldade. — Não acha que essa sua obsessão por mim está passando dos limites?
— Deixe-me dizer o que eu acho — Esticou o braço e arremessou sua bebida no rosto dela.
O círculo caiu na risada. E Madison pareceu estar à beira de um ataque de nervos.
— Olha o que você fez! — Ela gritava. — Sua vagabunda! Estou fora! Eu odeio vocês! — Algumas gotas da bebida escorreram para o tapete de plumas no caminho até a porta.
Alex então compreendeu. Era Madison quem estava por trás da divulgação das fotos íntimas de Caroline, por isso o clima pesado na cozinha de Octavia. Agora que estavam quites, Caroline esplendia afeto para todos os outros jogadores. Tomou a bebida do amigo de Cody, beijou-o no rosto, roubou o boné de baseball do garoto ao lado e, tropeçando sobre outras duas meninas, conseguiu voltar ao seu lugar.
— Sabemos que Madison não era o lobo — Octavia oficializou. — Seguimos com o jogo.
Por mais ou menos quarenta minutos, ela mesmo cronometrou. As acusações foram feitas, as defesas declaradas, e as pessoas, uma a uma, sendo eliminadas. Para as semifinais, sobreviveram Alex, Cody, Caroline, duas outras meninas que sentavam próximo a Madison e um outro garoto de cabelos cacheados, camisa listrada e jeans desbotado. O restante observava das proximidades, fosse em posse a uma garrafa de cerveja ou uma taça de margarita.
Cody decidiu tomar as rédeas da próxima acusação.
— Alex é o lobo — Apontou com o copo de cerveja.
— Justifique — Octavia pediu.
Alex esperou para ver.
— Ele é novo no grupo, mal participou das rodadas anteriores. E por último, mas não menos importante, é o mais novo crush de Octavia, nossa oradora. Posso jurar que ela tentou agracia-lo com o poder do lobo só para causar uma boa impressão.
— Alex, como você responde a esta acusação alcoolizada? — Ela fez com que todos os outros rissem.
— Por que você não seria o lobo? Durante o jogo, só fez representar meu extremo oposto. Participou da maioria das acusações e venceu todas as votações. Não estaria tão preocupado em apontar o dedo se não tivesse algo a esconder.
A multidão rumorava em seu nome.
— Você não pode esperar que todos comprem sua pose de bom moço — Cody retrucou. — Há uma mente barulhenta dentro de pessoas silenciosas.
— Neste caso, invejo a calmaria do seu cérebro.
E mais uma vez clamaram em seu nome. Cody via-se prestes a arruinar o disfarce.
— Vemos a maneira como Octavia olha para você — Decidiu continuar. — Por que devemos acreditar que vocês dois não combinaram tudo antes do jogo, como dois amantes fariam?
— Porque eu sou cem por cento e obstinadamente gay — Alex disse, por simples dizer.
As pessoas ao redor se entreolharam, de decoro a burburinhos e expressões de espanto. Octavia, do seu lugar de oradora, não pôde esconder a decepção.
— Eu não sou o lobo — Alex levantou a camiseta por breve; nenhuma marca de batom. — Estou torcendo por você, Cody — Lhe disse antes de seguir à varanda.
Não era bem uma mentira. Alex sempre teve uma queda pelos valentões.


— Terminou? — Thayer abriu a porta do dormitório.
Dois garotos do alojamento passaram por trás dele, em direção as escadas.
— Só um minuto — Jensen colocava a camiseta.
Como Nate havia dito, o cinza lhe caia bem. Teria apenas o calor de contratempo devido às mangas longas.
— Você está pior que uma noiva — Disse Thayer.  
— Preciso encontrar meu celular — Olhou ao redor.
— Beleza. Estaremos no primeiro andar.
— Certo.
Jensen abriu os armários, checou as mochilas, as gavetas da escrivaninha, embaixo da cama, e por fim, o seu banheiro. Foi encontrar o aparelho dentro de um dos lados do seu sapato favorito, cujo par deixara atrás da porta. Não era bom pensar como havia parado ali.
Desceu as escadas logo após, enrolando as mangas da camiseta em uma volta sobre os pulsos. O The Lodge encontrava-se estranhamente vazio para uma noite de festas ao longo do campus. Não se ouvia um ruído por entre as paredes, nenhum aluno a transitar os corredores. E em frente a fachada do edifício, onde seus amigos o esperariam, encontrou somente um folheto de admissão da Sigma Pi colado à parede e uma lâmpada incandescente piscando sem parar.
— Pessoal? — Pôs-se a chamar.
Ouviu o farfalhar das folhas das árvores sob o vento, mais nada. De volta aos corredores do The Lodge, nenhum sinal de movimentação. Algo não estava certo.
Voltou para fora, tirou o celular do bolso e discou o número de Thayer. Caixa postal. E novamente, caixa postal. E novamente, caixa postal. Até que ele enfim optou por desistir.
Em meio as árvores da trilha central, a esquerda dos irrigadores, uma silhueta humana fez-se visível. Poderia ter sua mesma altura, em média, e usava um manto negro que cobria a maior parte corpo, só não os sapatos e a área das mãos. O estranho foi ter desaparecido na sua frente, ao som de estranhos ruídos que começavam a se manifestar. Era como se partissem galhos no chão a cada passo.
— Só pode ta de brincadeira... — Recuou dois passos em direção a entrada.
Outro homem de manto negro apareceu por trás da porta e o agarrou, mantendo-o imóvel com um dos braços e levando a outra mão a cobrir-lhe a boca.  Jensen e ele cambalearam de volta ao The Lodge, de costas, em direção a um mural de estudantes na parede. Conseguiu se livrar do agressor durante o atrito, mas outro homem encapuzado o interceptou na saída do corredor. Jensen foi rápido o bastante para acerta-lhe um soco.
— Qual é, cara? — Contestou a voz por trás da figura. Sem seu capuz era apenas um jovem estudante de no máximo vinte e um anos e com um grave sangramento nasal. — Você quebrou meu nariz — Mostrou o sangue por entre os dedos.
— Sinto... muito? — Jensen fez uma careta.
Logo o outro também se revelou; cabelos negros, olhos castanhos e pele rosada. Assim também, não aparentava ter mais de vinte e um anos.
— Eu disse que era uma péssima ideia.
— O que era uma péssima ideia? — Jensen ainda estava confuso.
— É um trote, imbecil — Disse o outro. — Você realmente pensou que alguém o sequestraria no campus?
Colocando dessa forma, Jensen não podia evitar a culpa.
— Eu não sei o que estava pensando. Sinto muito, muito, mesmo.
— O que faremos agora? — Perguntou o de olhos castanhos.
— Podemos... fingir que nada aconteceu? — Era ainda uma ideia em progresso para Jensen. — Coloquem de volta os capuzes e eu irei com vocês.
— Deveríamos tê-lo deixado inconsciente com isto — Com uma mão ele estancava o sangue, com a outra ergueu um guardanapo branco.
Jensen imaginou que o tivessem ensopado de alguma substância com efeito paralisante.
— Oh, okay, podemos fazer isso — Seria um inconveniente, mesmo que nada a que fosse se opor.
Os outros dois não viam motivo para contestar. Aproximaram o guardanapo do seu rosto e esperaram que apagasse.
A casa da Delta Beta Psi reuniu naquela noite o maior número de estudantes no campus para o que passou a ser chamada de Admission Party. A decoração buscou fidelidade às raízes culturais dos druidas celtas e em combinação a estátuas de deuses, árvores coração, vestes ritualísticas e monumentos artificiais que reproduziam o aspecto de rochas em formato de Pi, em círculos. Inúmeras raízes de Nemeton foram espalhadas pela propriedade, estando a maior delas localizada no centro do salão principal da mansão, onde aguardava um telão envolto a tentáculos de galhos.
Se ainda não bastasse para entreter os recém-chegados por muito tempo, a mansão dispunha de uma piscina olímpica nos fundos, cercada de folhagens artificiais e animais exóticos robotizados. A mulher nua e de cabeça baixa crucificada ao Nemeton, no limite da propriedade, retratava a parte uma visão aterradora e de polivalência erótica a todos que chegassem perto. Nada além de uma boneca realista, como tiveram de explicar ao chefe da casa.
Jensen encontrava-se posicionado sobre uma das estátuas no salão principal quando o último dos cinco prometidos foi trazido pelos irmãos Delta. Amarraram-nos lado a lado com corda de sisal – cada um designado a uma estátua, e todos estrategicamente abaixo do parapeito do segundo andar. De lá viriam as iguarias para o teste de iniciação.
Austin Van Leigh, o líder da fraternidade, subiu ao palanque com um microfone nas mãos. Seus cabelos eram de um castanho acinzentado em tom escuro; penteava-os para cima, raspava-os nas laterais e modelava um topete inclinado na frente. Era magro, mas ostentava definição muscular por entre a Fendi estampada e a Saint Laurent Jacket preta. No pescoço, o pomo-de-adão avantajado chamava atenção. Muitos o relacionavam a seu tom de voz imponente.
— Senhoras e senhores, é em nome de todos os meus irmãos que lhes dou boas-vindas a décima sétima festa de admissão da Delta Beta Psi! — Esperou que os gritos cessassem para continuar. — Neste ano em particular, temos cinco candidatos aos quais foram indeferidos nossos critérios de admissão. Eles vieram a nossa casa sentindo-se especiais por herdarem um lugar de direito entre os Deltas, como seus pais. Mas isso implicaria em uma série de adversidades que contrariam nossas diretrizes. E por diretrizes, quero dizer que nenhum dos seus pais ou responsáveis estarão aqui para garantir sua permanência, nós estaremos. Mereça ser um Delta e será um Delta. Alguma objeção? — Virou para os cinco calouros. Absolutamente nada disseram. — Foi o que pensei. Senhoritas? — Pedia para que baixassem as cortinas do parapeito.
Cinco integrantes da Delta Beta Psi posicionaram-se no andar de cima, cada um com um balde de meio metro em diferentes cores. Atrás deles uma fileira de outros baldes aguardava o momento apropriado.
— Temos seis iguarias no cardápio — Austin explicou aos calouros. — Diga Eu Desisto e o deixamos ir, mas perderá a chance de ser um Delta. Em quatro, três, dois, um... aqui vamos nós. Vitamina de Sapo — Anunciou ao público.


      Um líquido verde pastoso foi despejado sobre os cinco simultaneamente. A maior preocupação de Jensen era mantê-lo o quanto pudesse longe da boca, uma vez sem poder escapar do cheiro.
— Não me responsabilizo pelo que engolirem. Algo que sempre digo as mulheres — Austin brincou. — A próxima iguaria é... Hmm, ovos crus com pimenta. Isso deve arder.
Para Jensen não foi tão ruim. Para o calouro ao lado, talvez uma cirurgia o fizesse voltar a enxergar.
A próxima iguaria foi sopa de larvas, cortesia de David Hayworth. A próxima, cérebro de macaco. E a próxima, óleo de peroba – responsável pela desistência do primeiro calouro. Austin ouviu algo sobre traumas de infância, o que não fazia sentido para quem passou a maior parte de sua juventude no México e já e foi internado nos hospitais da Guatemala com febre amarela.
Pensando melhor, fazia um pouco de sentido.
Um balde de gelo foi autorizado aos calouros em segunda estância para a chegada do ato final: Insetos, ainda vivos. A mistura grotesca nos baldes selados incluía minhocas, baratas, besouros, grilos e pequenos gafanhotos.
— Em quatro, três, dois, um... Insetos — Austin autorizou.
Um dos calouros desistiu ao simples notar de baratas cobrindo o tórax. Os outros três, em compensação, suportaram até o tocar do último berrante. Jensen estava orgulhoso de ser um deles. E Thayer orgulhoso de si mesmo por tê-lo encorajado.
— Você foi inacreditável! — Disse quando ele desceu da armação.
— Sinto que posso vomitar a qualquer momento.
— Você só precisa de um banhinho ou dois.
— Você nem participou e também precisa — Ele temia sorrir e sentir o gosto de qualquer coisa que lhe tenham jogado.
Logo atrás vinham Austin e seu pelotão em posse das insígnias.
— Hora de premiar sua bravura, cavalheiros — Abriu o porta-joias juntamente aos dois colegas. O ouro reluzia fino e delicado sob o estofado. — Bem-vindos à Delta Beta Psi.


Natasha as convenceu a buscar por algo diferente naquela noite. Dirigiram pelo centro da cidade em um carro alugado, e avançando a oeste sobre a ponte de Lambeth, que cruzava o rio Thames. A Bull & Barrel Urban Saloon lhes chamou a atenção no toque ao jogo de luzes, os cartazes de atrações da noite e o emblema de touro avermelhado sobre a fachada.
Por dentro o ambiente oferecia uma autêntica representação da cultura country, desde a ornamentação de tendência extravagante a serventia da casa. Havia três fileiras de mesas com toalha quadriculada em vermelho e branco da área do restaurante ao palco, e do lado oposto, um bar com balcão de mármore onde as dançarinas encenavam seus números de hora em hora. O famoso touro mecânico, pelo qual o bar era conhecido, localizava-se logo à entrada, em frente a primeira fileira de mesas. Mia, Lola e Natasha passaram por ele a caminho do bar.
Sentaram-se lado a lado, de costas para a multidão. Duas doses e foram dançar a sessão de reggaetons na pista lastrada. A mesa no canteiro a esquerda ficou disponível com o passar das horas; Natasha pediu para que lá tomassem um tempo até que voltassem a tocar músicas boas.
— Quer dançar? — Um jovem loiro de chapéu de vaqueiro e camisa xadrez estendeu a mão para Lola.
Ela olhou para as amigas, como se pedisse permissão. A resposta sempre seria sim para olhos azuis como aqueles.
À pista de dança via-se um número expressivo de pessoas executando uma coreografia de country club. Lola não pareceu ter muitas dificuldades para se enturmar. Havia dito à Mia, certa vez, que fizera aulas de dança durante o ginásio. Provavelmente o espacate se perdeu com o tempo, não sua graça.
— Ela é boa nisso — Natasha observou.
— E eu sou boa em doses — Mia virou de uma vez.
— Tudo bem, eu dirijo. Obrigada — Agradeceu a nova rodada que trouxe a garçonete. — Esse lugar é incrível, não acredito só ter descoberto agora.
— Em sua defesa, você não costuma frequentar os mesmos lugares que a classe operária. Não tão em sua defesa, na verdade.
— Tínhamos uma refugiada mexicana como empregada em nossa casa de praia. Ela nos fazia burritos.
— Este é o mais próximo que você já chegou de ser uma vadia comunista.
Quanto mais pensava a respeito, mais Natasha lhe dava razão. Se alguém dissesse há uma semana que estaria em um pub country de Londres confraternizando ao lado de Michaela Strauss e enaltecendo as origens de sua serventia, por pura e espontânea vontade, teria sugerido uma lobotomia. Dorian, seu padrasto, e Janine, sua mãe, lhe disseram algo parecido quando viram as duas juntas nas redes sociais. Era bom estar longe de casa nessas horas.
— Espere — Mia checou o celular.
Pelo semblante no rosto, Natasha esperava por uma má notícia.
— Está tudo bem?
— É meu irmão. Não estamos em um bom momento.
— O que houve?
— Ele precisava de mim em Nova York e eu tinha algo a fazer em Londres. Na última vez em que nos vimos, eu disse coisas que não deveria. Enfim... — Recobrou a compostura. — Estamos aqui agora — Virou outra dose.
Ali Natasha esclarecia as dúvidas. Família era o ponto fraco de Mia, assim como era o dos Fairley.
— Eu nunca pedi desculpas pelas coisas que fiz.
— É verdade — Mia concordou.
— Mas antes disso, há algo que eu preciso saber. O que aconteceu entre você e Dorian?
— Contratei seus serviços de detetive particular para encontrar meu pai biológico e ele mentiu para mim, a mando da minha avó. Talvez eu não tenha oferecido tanto dinheiro quanto ela.
— Então agora você não tem pistas sobre o seu pai biológico por causa dele? — Estava cada vez mais da próxima de admitir que teria feito o mesmo em seu lugar. Podia agora vê-la com outros olhos, como se a tivesse acabado de conhecer.
Mia só fez virar outra dose.
— Eu não diria isso — Deixou o copo de vidro na fileira a esquerda, junto aos vazios. — Contratei outro detetive particular e estou aguardando uma resposta. Por isso estou em Londres. E por isso fiquei tão decepcionada quando vi uma mensagem do meu irmão.
— Se servir de alguma coisa, sinto muito.
— Obrigada. Mas não vamos nos abraçar ou algo do tipo.
— Nem um pouquinho? Meus cabelos cheiram à primavera europeia.
E assim elas riram juntas. Também era a primeira vez que Mia a notava por trás da máscara de herdeira Fairley. Tinha um sorriso encantador, contanto não mostrasse as garras.
— Bem, estamos há duas horas neste bar e eu ainda não pirei — Natasha esperou algum tempo até dizer. — Isso é progresso.
— Com um pouco de sorte, nenhum homem sairá machucado.
— Como o anterior? Você nunca me disse o que aconteceu.
— Eu me livrei dele. E do amigo.
— Tipo... matando eles?
Mia teria cuspido toda a bebida se investisse outra dose.
— Ai meu Deus, Natasha, não. Ninguém morreu.
— É brincadeira, me ajuda a relaxar.
— Você está se saindo muito bem para uma patricinha, não se preocupe — Acenou de volta para Lola, que seguia em meio um trenzinho de pessoas na pista de dança.
Natasha abriu a boca, fingindo espanto.
— Eu posso ser periférica se eu quiser — Lhe disse.
— Não vejo como isso é possível.
— Talvez eu seja muito boa em esconder a garota má dentro de mim
— Está tentando convencer a mim ou a si mesma?
Soava como um desafio após a quinta dose.
Natasha deixou a bolsa sobre a mesa, o casaco no encosto da cadeira e os salto altos por baixo da armação das pernas da mesa. Seus cabelos estavam de vivo radiantes para uma quinta-feira à noite, mas trocaria um pouco da glória para provar seu ponto.
Watch me — Disse, a caminho do touro mecânico.


      Um novo ciclo musical foi iniciado no jukebox quando ela montou. E ao soar do berrante, o touro ganhou vida por entre suas pernas.
Natasha rodava os cabelos, rebolava o quadril, investia em poses sensuais e passos de dança com o torso, sem ao menos estar agarrada às cordas de apoio. Seu equilíbrio era dado pelo ângulo do assento e o ritmo do cavalgar, além do acerto a distribuição de peso para quando o animal se inclinava de maneira ríspida. Assim também foi capaz de virar para o lado contrário, ficando de costas para os chifres do touro.
Mia estava sem palavras.
Seus olhares se encontravam vez ou outra, tal como seus sorrisos. Um breve e inesperado contato, para elas duas, que falava mais alto que a magnitude de sete meses.
Ele está esperando por você – Dizia a mensagem no celular de Mia. Quando ela leu, o momento acabou. Iria finalmente conhecer seu pai. 

A terceira mostra de voga estava prevista para a meia noite e meia. Viola sentia a oportunidade escapando-lhe das mãos.
— Alex, sinto muito por tudo o que disse — Deixava outra mensagem pela secretária eletrônica. — Venha, por favor. Não estrague isso para mim depois de tudo o que passamos juntos — Seria a última da noite. E depois, o resto de sua vida. Para bem ou para mal.
Os modelos já estavam posicionados atrás do palanque. Os da primeira sessão, pelo menos. Viola tinha quinze minutos para substituir Alex ou rezar que aparecesse. O crucifixo que carregava no peito servia para momentos como este.
— Senhorita Sebert — Um homem chamou.
Ela o reconheceu de imediato. Liam Whitaker, do baile de máscaras do Capitale. Havia mudado o corte de cabelo para um formal de tamanho regular, um tom mais claro, e as roupas já não lhe diziam respeito. Viola sentia-se incapaz de relaciona-lo ao terno azul marinho que usava e não a uma fantasia moderna de pirata.
— Você está aqui — Sussurrou para ele.
— Não fique tão feliz.
— Pensei que nunca mais o veria.
— Aparentemente, o universo tem seu próprio senso de humor. Estou aqui em nome da Rhae Corp; temos interesse em expandir sua linha de roupas e calçados femininos em escala nacional. Você não negaria o primeiro contrato de grande valia a um aspirante a empresário, ou negaria?
— Não sabia que trabalhava no ramo — Na verdade, pouco sabia dele.
Na última vez em que o viu, ela ia em direção a seu quarto de hotel, e ele ao aeroporto internacional. Conversaram o bastante dentro no carro, embora o atentado tenha se mostrado a única coisa que tinham em comum. Viola lembrava perfeitamente de suas últimas palavras: Nos vemos por aí – ele até sorriu quando disse. Ela, em contraparte, esperava a vida guia-los para bem longe um do outro.
Agora ele estava ali.
— Este sou eu tentando coisas novas — Disse a ela. — O pai de minha noiva espera me transformar em um homem de negócios no prazo de seis meses. Odiaria ser uma decepção para a família Rhae.
— Noiva? — A palavra lhe atravessou direta e cortante. Cassidy Rhae, a filha do magnata Steven M. Rhae. — Oh... você finalmente conseguiu.
— Contra todas as expectativas. Devo muito a seus conselhos, a propósito.
— Não sei dizer quanto a isso...
— Diga que temos um acordo. Assinamos os papeis amanhã de manhã — Tempo é dinheiro, o Senhor Rhae havia ensinado.
Viola mostrou-lhe um sorriso tímido em resposta. Não havia motivo para acreditar neles dois, e mesmo assim, ela acreditou. Contra todas as expectativas.
— Foi a única oferta que recebi a noite inteira — Disse a ele.
— Espere até o fim da terceira mostra, tenho certeza que precisarei aumentar o valor da proposta — Mesmo que não contasse com isso.
Então Nate, como Alex, fez sua entrada. Ela viu por cima dos ombros de Liam o momento em que ele ingressou ao camarim junto aos outros modelos.
— Sinto muito, preciso ir — Correu até lá.
Para todos os efeitos, não era o seu Alex quem a esperava por trás das cortinas. As roupas amassadas, os olhos vermelhos, os cabelos suados e o forte odor de álcool, urina e outras substancias contavam uma história totalmente diferente a qual Viola planejou para entreter seus investidores em potencial. Talvez esperasse o mesmo de Nate, seu irmão gêmeo. Não Alex.
— Ele está chapado — Uma das modelos contatou o óbvio
Se não fosse o estado deplorável, a garrafa de vodka em mãos o teria entregado.
— Deixe-me a sós com ele — Viola pediu aos outros. Olhava-o dos pés à cabeça, duramente. — Você tem ideia do quanto esse desfile é importante para mim?
— Deixe-me pensar. Tão importante quanto sua vagina?
Ela o estapeou na mesma hora. Os outros modelos observavam de soslaio pela porta entreaberta.
— Não me confunda com uma de suas vagabundas. Esperei durante três longas horas para que estivesse aqui, cumprindo seu horário, pelo qual estou pagando, e você me aparece nesse estado. Pensei que se importava, Alex, e estivesse cada vez mais longe de se tornar seu irmão.
— Não fale sobre ele. Nunca.
— Sabe o que eu quero? — Deu um passo à frente. — Quero que lave seu rosto, vista seu traje, arrume os cabelos e suba naquela maldita passarela para convencer as duzentas pessoas deste salão de que é o profissional que eu achei que era. Faça isso e não terá de me ouvir falar do seu irmão como o seu psiquiatra. Agora — Era uma ordem.
Nate, furioso, tirou as roupas no mesmo lugar e vestiu-se com o que fora reservado na cabideira. Viola observava-o de olhos estreitos.
— Sente-se bem? — Perguntou a ele.
Five by five.
Five by...? — Nate costumava dizer o mesmo. — Você é...? — Arregalou os olhos.
E ele confirmou com um sorriso arrogante.
Do lado de fora, os olhares famintos da plateia cercavam os modelos ao entoar de ovação. Nate se posicionou à esquerda da passarela, atrás de uma parede artificial florida em preto e branco. Seu estômago foi o primeiro a indicar que algo estava errado. Posteriormente, foi acometido por uma enxaqueca pulsante, que o obrigava a abrir e fechar os olhos como escape. Viola o teria impedido de desfilar se não tivesse chegado sua vez tão breve.
Nate caminhou cambaleante por entre os colegas; suor escorria de suas têmporas, e os olhos já não mais suportavam a claridade dos flashes.
 — O que está acontecendo? — Liam perguntava-se. O salão se havia feito em burburinhos.
Nate foi capaz de avançar mais um passo, aos tropeços, até a extremidade da passarela. Ao tentar a meia volta, suas pernas fraquejaram e ele caiu inconsciente. A última coisa em que pensou foi na verdade que Viola levaria adiante – se a heroína o tirasse o melhor de si.

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       5x09: Blow That Money on Me (02 de Dezembro)
    No próximo domingo daremos continuidade aos dramas desta noite fatídica. Nate terá um encontro casual com Dominik, Jensen participará dos trotes da fraternidade, Alex e Octavia vão ter a primeira conversa 100% honesta e Mia finalmente vai encontrar o pai biológico. É só o que posso dizer por enquanto. Estamos falando do meu capítulo favorito de toda a temporada, espero não decepcionar nenhum de vocês.
    Agora, falando em Theon (e desde já dando os parabéns pelo seu aniversário), preciso confessar uma coisa. O segundo livro inteiro foi escrito comigo imaginando o Jamie Dornan no papel. Podem chamar de fetiche, mas esta teria sido minha escolha alguns anos atrás. É só colocar um tapa-olho e teremos o vilão dos vilões de The Double Me. 
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