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[Crítica] Wither


Direção: Sonny Laguna & Tommy Wiklund
Ano: 2012
País: Suécia
Duração: 95 minutos
Título Original: Wither | Cabin of the Dead

Crítica:

Diga adeus aos seus amigos.

O que vocês diriam se eu dissesse que acabei de ver um filme onde jovens vão para uma cabana no meio da floresta e começam a ser possuídos por um demônio? Achou familiar? Acertou quem se lembrou de A Morte do Demônio. Apesar de haver suas diferenças, a história se apresenta basicamente da mesma forma. Aliás, o material de divulgação desse filme fez questão de apontá-lo como uma "refilmagem não-oficial" do clássico do Sam Raimi. E então? Homenagem ou plágio? Eu realmente não me importo, porque se jovens estão numa floresta para serem possuídos, eu estou lá assistindo e testemunhando tudo. Agora eu estou aqui, para contar tudo para vocês.

Eu já dei uma sinopse resumida no parágrafo acima, então vou tentar me aprofundar mais nos detalhes apresentados na trama para fazer esse segundo parágrafo valer a pena. A história segue jovens que pensam em passar um final de semana em uma cabana abandonada na floresta. Porém, um mal adormecido está presente no local e, ao entrar em contato com um dos jovens, consegue roubar sua alma. Agora, os sobreviventes terão que lutar pelas suas vidas a medida que os seus amigos são se transformando em demônios assustadores. O único jeito de sobreviver é dando adeus a eles e eliminando-os, antes que os contaminados os eliminem.

Obviamente, as comparações entre essa produção Sueca e o clássico de Raimi são inevitáveis. Tentarei resumir nesse parágrafo algumas das diferenças básicas. Provavelmente o que mais se diferencia entre os dois filmes é a forma como os jovens passam a ser possuídos. Nada de livros ou gravações demoníacas por aqui. Ao invés disso, no porão, há o próprio diabo em pessoa esperando você olhar nos seus lindos olhos. Não há maiores informações sobre o demônio, mas é um meio fraco para introduzir o terror na trama. Seria muito mais fácil de espalhar do que uma passagem em outra língua em um livro escondido. Aliás, e o demônio? Não pode sair da casa?

Uma das cenas mais legais e chocantes do filme.

Enfim, não teremos realmente muitas explicações. O único personagem que parece saber alguma coisa conta a história sobre o "olho no olho" e é rapidamente retirado da trama. Seria muito interessante se o roteiro introduzisse mais informações a respeito do demônio, já que ele é uma peça importante no filme. Outra coisa que falta no desenrolar da ação é bom senso. Personagens agem de forma estranha e incabível o tempo inteiro. Seu irmão está gritando para você abrir a porta e ficar seguro? Por que você abriria, não é verdade? Se o enredo tivesse mostrado os contaminados enganando alguém antes, isso seria muito mais crível. Aliás, os possuídos também podem falar nesse filme, apesar do roteiro praticamente descartar isso. Uma pena.

E se a história não é complexa ou inovadora, o resto mesmo é a violência explícita e desenfreada. E nisso o filme não decepciona. Apesar de ser uma produção de baixo orçamento (muito baixo mesmo!), a direção fez bonito e entregou belíssimas cenas de gore. Há diversos truques nos momentos em que a câmera não desvia e há violência gráfica, como barra de ferro atravessando personagens. Lembra muito as técnicas utilizadas nos filmes mais antigos e ousados. A violência, aliás, é muito bem feita, assim como a maquiagem dos contaminados. Não há quem não sofra nesse filme. Todos os personagens comem o pão que o diabo amassou e ficam cobertos de sangue até os créditos finais.

Confesso que me surpreendi do começo ao fim. São projetos desse cunho que merecem um maior investimento. O orçamento total do filme girou em torno de 300 mil. Para vocês terem uma ideia, aqueles filmes toscos da SyFy cheios de CGI barato custam, em média, 1 milhão de dólares. É mesmo uma vergonha saber disso. Enfim, tenho certeza que os fãs do Evil Dead original irão se deliciar com essa produção crua e cheia de violência. Está mais do que recomendado!


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