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[Crítica] O Corvo


Direção: James McTeigue
Ano: 2012
País: EUA
Duração: 110 minutos
Título Original: The Raven

Crítica:

O único que pode parar um serial killer é o homem que o inspirou.

Não, este não é um filme sobre um anti-herói que é morto e depois volta para vingar o seu próprio assassinato. Existem muitos corvos voando pelo céu, mas uma coisa é certa: eles são um mau presságio. Eu acho fascinante quando os corvos aparecem nas produções de terror, por sempre acho que a aparição deles traz um toque refinado e macabro a produção. Existem criaturas mais admiráveis e sombrias? Eu acho que não. Por isso este filme me chamou atenção logo pelo nome, apesar de que nem tudo o que parecer ser realmente é.

A história gira em torno de Edgar Poe, um grande escritor de suspense que está em declínio criativo em sua carreira. Depois de um grande bloqueio, que o impede de continuar escrevendo, ele passou a colecionar opiniões desgostosas ao seu respeito, o que acabou o transformando no bêbado da cidade. Quando crimes horrorosos passam a acontecer, o encarregado do caso percebe que as mortes são idênticas as narradas pelos contos de Poe, em seus míninos e mais macabros detalhes. Agora, Edgar e a polícia terão que pensar juntos, já que o assassino está determinado a chamar a atenção do escritor, mesmo que tenha que tomar atitudes críticas.

Apesar do título, nada gira em torno do animal sombrio que tanto me fascina. Não estou dizendo que eles não aparecem. De fato, temos diversas cenas envolvendo os corvos, no fundo dos crimes e em diversos outros momentos. Acho isso interessante, porque parece que eles são observadores dos atos brutais que acontecem durante o filme. Eles estão presentes na maioria das cenas, fora de foco, apenas observando. Como já disse antes, isso dá um charme especial para a produção, principalmente por causa da fotografia antiga, que combina perfeitamente com o tema proposto.

Temos diversas mortes neste filme e a maioria delas acontecem de uma forma violenta. Muitas nem são mostradas e só vemos os corpos, o que é uma pena. Infelizmente, o diretor recorre bastante ao sangue computadorizado. Não estou dizendo que é mal feito, longe disso. Os efeitos visuais estão ótimos, muito bem feitos. Mas é notável a diferença entre o falso e o verdadeiro. A melhor morte fica com o cara que é partido no meio, e mais uma vez somos assombrados pelo sangue em CGI. Seria muito mais crível que eles tivessem usado apenas o velho e eficiente sangue falso, como em Jogos Mortais.

O final também não me agradou muito. Quem não quer saber pistas sobre o desfecho, devo pular este parágrafo. Depois do confronto entre o vilão e o mocinho, eu esperava que algum tipo de reviravolta acontecesse, algo que mudasse o rumo da trama. Infelizmente, tudo foi muito previsível. E o pior é que aparece um comunicado bem no começo do final, contando completamente como o será o desfecho do filme. Achei isso muito frustrante, era melhor não termos consciência de nada. A surpresa seria bem mais gratificante, neste caso.

Apesar desses pequenos detalhes negativos, eu gostei do filme, no geral. Temos uma boa apresentação dos personagens, principalmente do casal principal, que mantêm viva a estrutura do “romance proibido”, o que torna ainda mais trágico o seu desfecho. O fato da ambientação se dar em uma época passada também é determinante para que a história recupere o charme dos filmes antigos. E, claro, como eu já disse, os corvos e a fotografia casam perfeitamente de uma forma obscura. Eu recomendo, apesar de não ser não estar no nível merecido pelo grande Poe, diverte.


Trailer Legendado:

Comentário(s)
1 Comentário(s)

Um comentário:

  1. vanessa vasconcelos reznor29 de novembro de 2012 às 22:00

    acho que depois darei uma chance a esse filme.

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