[Livro] My Last Lie - Capítulo 5: Fear Me
Don't Feel Safe.
Não
acreditava que Bela tinha resolvido ignorar suas ligações, logo quando ela mais
precisava. Olhou pra frente, estava no corredor do banheiro feminino do
restaurante e podia ver a mesa onde estava há poucos metros. Lá estava o
poderoso Daniel Sparks, o homem mais rico daquela cidade, dando gargalhadas
escandalosas com as piadas do pai de Lola, o empresário da Moda Billy Ridell.
Ao lado de Billy estava seu filho mais velho, Matt, que tentava de todos os
jeitos ignorar que estava no meio de um jantar importante tanto quanto era
ridículo.
Lola
compartilhava da mesma opinião do irmão, porém, achava aquele jantar
necessário. Se conseguisse convencer Daniel de que poderia trabalhar pra ele
como modelo, seria o começo de um novo império. Ela criaria sua própria marca,
colocaria seu nome nas inúmeras roupas que já criara, e assim, sairia daquela
cidade sem dever nada a seu pai. Era um ótimo plano pra quem achava a faculdade
uma perda de tempo e queria ser rica facilmente.
E se quisesse
causar uma boa impressão, não poderia demorar muito no toilet. Bela não iria
atender a chamada, era perda de tempo, de qualquer maneira.
- Hey diva da
reabilitação. Não sei se você percebeu, mas essa é a décima terceira vez que
estou ligando. Então você podia simplesmente tomar seu remédio direito e ligar
pra mim? – Lola encerrou a chamada e colocou o celular na bolsa preta.
Se olhou no
espelho do corredor, o batom continuava perfeito, e o cabelo estava intacto. O
vestido preto que deveria lhe fazer parecer ainda mais magra, modelou seu
corpo. Era realmente uma pena que não poderia usar nada daquilo para conseguir
o que queria, já que Daniel não era do tipo que prestava atenção nas mulheres.
Com seus
saltos fazendo barulho, ela caminhou de volta a mesa, certificando-se de que
parecia uma modelo. Sentou-se a mesa e logo abriu um sorriso falso, que
convencia qualquer um.
- Qual é a
piada? – Perguntou ela.
- Piadas de
adultos, desculpe criança – Disse Billy. Lola sentiu uma pontada de raiva do
pai, mas segurou o sorriso. O único que percebeu foi seu irmão, ele foi
obrigado a tomar um longo gole de seu vinho para disfarçar a risada que estava
prestes a escapar.
- Então,
Lola... – Disse Daniel enquanto cortava seu bife – Seu pai me contou que você
desenha algumas roupas para marcas famosas, e algumas delas vendem até mais que
roupas criadas por estilistas profissionais.
- Bom, é
claro que ele está exagerando – Lola olhou para o pai, sorrindo – Eu crio
algumas peças, é o que eu amo fazer. Mas nada que se compare a Vera Wang.
- Humildade –
Disse Daniel, mastigando o bife. Estava apontando a faca para Lola, já que não
poderia usar o indicador – É disso que eu gosto. Mas me diga... – Ele voltou o
olhar para o prato, nem se importava de estar falando de boca cheia – Você acha
que está pronta para entrar definitivamente no mercado de trabalho?
- Bom, passei
minha vida inteira me esforçando para que agora estivesse. Não acho que vou
decepcioná-lo.
Matt levantou
as sobrancelhas, estava impressionado com o vocabulário da irmã. Aquilo provava
que ela não tinha talento apenas para menosprezar as pessoas e criar frases de
efeito, como também, persuadir as pessoas certas.
- Lola,
deixe-me ser franco com você – Daniel colocou os talheres na mesa, parecia
estar preparando um discurso – Existe apenas uma verdade sobre mim. Eu trato
meus empregados como iguais assim que eles me provam que merecem ser tratados
como tais. Isso não é um jogo, ou uma oportunidade divina para inexperientes
que querem subir na vida. Algumas pessoas brincaram com bonecas a vida inteira
e acharam que por isso estavam preparadas. Preciso ter certeza que você não
brinca com bonecas, Lola.
- Não cheguei
onde estou brincando com bonecas, senhor. Posso lhe garantir.
- Muito bem –
Daniel assentiu enquanto Lola recebia um olhar cauteloso do pai – Então, vamos
fingir que esta é uma entrevista de emprego. E eu já tenho uma pergunta.
- Sou toda
ouvidos.
- Você é a
chefe, e no final do dia de teste, descobre que está faltando dez dólares. A
primeira garota vê a nota no chão, pega e entrega a você, pois é honesta. A
segunda vê a nota no chão e a deixa no mesmo lugar, pois não é problema seu. Já
a terceira, pega a nota e leva pra casa, afinal, achado não é roubado. Qual
delas você empregaria?
- Qual delas?
– Repetiu Lola, estava um pouco confusa, pois a resposta parecia óbvia – Com
certeza, a primeira garota.
- Não, a que
tiver seios maiores! – Disse Daniel, seguido por uma gargalhada.
Billy e Matt
também caíram na risada, Lola arregalou os olhos com o choque. Aquela foi a
pior coisa que já tinham lhe dito, com certeza. E o pior de tudo era que se
também não agisse como uma perfeita idiota, talvez não ganhasse o emprego. Logo
fez brotar um sorriso forçado que mesmo mantido com esforço, ainda assim demonstrava
que ela estava constrangida.
No final da
noite, ela já tinha certeza que tudo tinha sido perda de tempo. Esperou Billy
despedir-se de Daniel na porta do restaurante, com o irmão do seu lado. Olhava
para Daniel entrando no carro como seu sonho indo embora. Ela não estava
preparada para aquilo, achava que ele seria o rei da seriedade, não um bobo da
corte que contrata apenas quem lhe faz rir.
- Não se
preocupe, você foi ótima – Disse Matt, para consolá-la.
- Não ótima
como o curinga do Batman. E acho que no final isso era necessário.
- Acho que
ele gostou de você. Se eu fosse arriscar um palpite, diria que você tem grandes
chances.
- Espero que
você esteja certo, não sabe o quanto batalhei por isso.
- Eu posso
dormir com ele se você quiser – Matt sorriu, e sem querer, Lola fez o mesmo –
Eu podia jurar que ele estava me secando enquanto eu comia ostra.
- Era porque
ele estava te secando – Lola cruzou os braços e olhou pra porta, o carro de
Daniel estava partindo – Será que tem vaga pra mim na delegacia?
- Vou
perguntar pro meu chefe. Aceita ser secretária?
- Digamos que
eu prefiro a morte – Lola sorriu.
Devagar, Matt
passou a mão em seus ombros, sabia que ela estava tensa por causa do jantar.
- Quer que eu
te leve pra casa?
- Por favor, o
que eu mais quero agora é um banho.
- Vou pegar o
carro – Matt passou por ela, caminhou na direção do pai.
Lola
continuou observando, de braços cruzados, só queria sair daquele lugar e rezar
para que Daniel Sparks a aceitasse pelo menos como estagiária. Foi no meio de
tantos pensamentos quase positivos que ela ouviu o celular apitar. Tirou ele da
bolsa imediatamente, pensando ser Bela. Ela precisava ser avisada sobre o video
mandado. Mas, ao invés de uma mensagem de Bela explicando porque não tinha
atendido suas ligações, havia uma mensagem, que dessa vez, possuía assinatura.
“Lembra quando você me mandou pro inferno?
Agora é a sua vez” – Charlie.
--
Paige abriu a
porta de sua casa, e o barulho estridente acabou chamando a atenção de seu fiel
companheiro. Seu cachorro amarelo correu até a porta e lhe recebeu mexendo o
rabo e fazendo ruídos semelhantes a de um latido.
- Shhh –
Pediu ela, seu pai poderia estar dormindo.
Quando Paige
ligou a luz através do interruptor, Effy foi obrigada a fechar os olhos. Estava
tão acostumada com a escuridão do cemitério e de seu quarto que ser exposta a
luz direta machucava seus olhos, principalmente quando eles estavam ardendo de
tanto chorar.
Assim que
notou o cachorro, ela se abaixou para acariciá-lo.
- Hey Freddie
– Disse ela, deixando o cachorro lamber sua mão. Ele estava bem maior, cresceu
rápido em pouco tempo. Nem parecia mais o pequeno cachorro que achara com a
melhor amiga abandonado na estrada. Se Mary Beth deixasse, Effy o teria levado
pra sua casa – Ele está grande.
- É, como a
fome dele – Paige fechou a porta. Jogou a bolsa no primeiro degrau da escada e
foi até a sala.
Effy a
seguiu, junto do cachorro. A sala – como o resto da casa por onde elas ainda
não passaram – estava um completo breu. Apenas a TV ligada iluminava a poltrona
de seu pai e os restos de comida espalhados pelo chão. Ele estava na mesma
posição de sempre, e pela primeira vez, não estava sendo decepcionante não vê-lo
fora dali como o médico disse que poderia acontecer.
- Pai? –
Chamou Paige, esperando qualquer ruído que provasse que ele ainda estava
acordado.
Effy ficou
observando, com as mãos nos bolsos de trás. Tinha pena de Paige pelo que ela
estava passando, pois não desejaria isso nem ao pior inimigo. Não fazia nem um
ano que seu pai sofrera um derrame e fora obrigado a vegetar. Não consegue
comer, tomar banho, ou até mesmo caminhar pela casa sem que seu cérebro lhe
pregue uma peça. Sua mãe – a linda e jovial Nicole Lawless -, como sempre, não
poderia estar presente. Seus namorados, suas viagens e suas farras eram bem
mais importantes que ajudar a filha a cuidar do pai. E talvez seja por só ter o
pai do seu lado que Paige luta tanto para que ele não se vá.
- Acho que
ele dormiu de novo – Paige virou para Effy – Você está com fome?
-
Definitivamente – Disse Effy, ao mesmo tempo dando um suspiro. Foi preciso um
pequeno estímulo para que lembrasse do buraco no estômago.
E então, só
tinham duas opções. Poderiam usar todos os ingredientes que Paige tinha em sua
cozinha pra fazer o melhor jantar de todos os tempos, ou simplesmente esquentar
a pizza de ontem para que, junto do suco de laranja, pudessem matar a fome.
Sabiamente,
elas optaram pela pizza. Elas subiram as escadas e dobraram o corredor para o
quarto de Paige, e por incrível que parecesse, ainda estava do jeito que Effy
lembrava. Nada havia mudado desde que ela tinha doze anos, a não ser o mural
dos amigos perto do rack onde ficavam seus livros velhos.
Elas tiraram
as roupas pesadas que estavam usando para trajes mais leves de dormir assim que
entraram. Depois disso, apenas sentaram na cama com o notebook aberto para
assistirem qualquer programa enquanto comiam.
Por alguns
momentos, toda aquela previsibilidade dos programas de TV aberta pareceram
clarear suas mentes. Não estavam pensando em Violet, ou Charlie, ou os benditos
emails. Afinal, eram apenas brincadeiras até que lhes provassem o contrário.
A primeira a
terminar a pizza foi Paige, como sempre, e mastigou o ultimo pedaço dando um
pulo da cama.
- Vou tomar
um banho – Disse ela, ao entrar pela porta do banheiro.
Effy apenas
assentiu, sem tirar os olhos do notebook. Logo o pedaço de pizza que tinha nas
mãos acabou e já não tinha mais o que fazer se não continuar de olho no
programa. Ouviu o barulho do chuveiro, Paige tinha acabado de ligá-lo. Se não
saísse rápido, aquele programa ficaria chato o suficiente para que desistir de
tentar se distrair.
Então, era
apenas ela, o silencio e a escuridão. Não demorou muito para que ela ficasse
neurótica com tudo isso, e os zilhões de teorias que acabava criando sem querer
na própria cabeça. Pensou até ter ouvido um ruído estranho, que tentou ignorar
quando cogitou a possibilidade de ser apenas sua imaginação. Então, ouviu outro
barulho, alto o suficiente para que sentisse que não deveria deixar pra lá. Ela
parou de prestar atenção imediatamente no notebook para fitar a porta, algo lhe
dizia que ela precisava saber o que tinha acontecido.
Após abaixar
o volume do notebook, Effy se levantou da cama e puxou a porta entre aberta.
Olhou pros dois lados do corredor, nada de incomum. Poderia ser Freddie
brincando no andar de baixo, ou qualquer outra coisa não sobrenatural e não
assustadora que lhe fizesse voltar pro quarto com a consciência limpa. Estava
quase desistindo de toda aquela paranoia e voltando pro quarto quando ouviu o
barulho da porta. A não ser que o Senhor Lawless tenha se levantado
milagrosamente da poltrona e contrariado a ciência, tinha mais alguém ali
dentro.
Effy caminhou
na direção das escadas até poder enxergar o andar de baixo. Se tivesse chegado
um segundo antes, teria visto um homem vestido de preto caminhando da porta até
o corredor onde ficava a cozinha.
Ela não sabia
do perigo, nem imaginava que ele estava lá dentro, e foi exatamente o único motivo
pelo qual continuou descendo. Também não viu quando o homem passou de uma porta
a outra pelo corredor atrás da escadas, tão silencioso que parecia apenas uma
sombra.
Então, tudo aquilo
começou a lhe parecer extremamente ridículo, ainda mais por estar com medo.
Subiu as escadas e caminhou na direção do quarto. Parou assim que ouviu algo se
quebrar no andar debaixo. Agora tinha certeza, alguém estava brincando com ela,
e se pudesse arriscar um palpite, diria que era a mesma pessoa que tinha
mandado o email.
Ela lançou um
olhar tenebroso na direção da escuridão das escadas, e enquanto ela permanecia
parada, o cérebro fazia ela se perguntar o que ainda estava fazendo ali.
Quando virou
pra frente, o susto foi inevitável. Acabou dando de encontro com Paige, que
tinha acabado de sair do banho.
- Que droga!
– Reclamou Paige, após um pequeno grito – O que você tem?
- Ouvi um
barulho no andar debaixo – Effy apontou pra trás com o polegar, com medo de que
Paige achasse que ela estava neurótica.
- Bom,
Freddie ainda mora aqui.
- É, acho que
você tem razão... – Effy entrou no quarto, com a mão na testa – Acho que
preciso dormir.
- É, eu
também – Paige fechou a porta.
As duas
deitaram na cama quase que ao mesmo tempo. Effy do lado esquerdo, Paige do lado
direito. Ficaram em silencio por alguns segundos, Effy fitando a escrivaninha e
Paige o teto. Só depois de um tempo caladas que foram perceber que o sono
demoraria a chegar.
- Eu também
estou com medo, sabe... – Sussurrou Paige, Effy virou para olhá-la
imediatamente – Essas mensagens, o video... Estou me forçando a acreditar que
não estamos correndo perigo neste momento... Antes eu me perguntava se tínhamos
feito a coisa certa, mas agora eu tenho certeza que não...
- Eu não sei
mais o que pensar...
- E você nem
deve. Está passando por coisas demais pra começar a se importar com isso.
- Todas nós
estamos... Não é fácil ser uma das sete garotas nem pra Lola, acredite.
Paige sorriu
por alguns instantes, mas depois os pensamentos a fizeram parar. Queria ter
coragem pra perguntar sobre o que Effy estava passando, mas não sabia se podia.
Na duvida, preferiu acreditar que falar sobre seus problemas deixa as pessoas
mais aliviadas.
- Você sente
falta dele? – Perguntou ela, cheia de hesitação.
- O tempo inteiro...
– Effy suspirou - É como se eu estivesse louca...
- Isso vai
passar, tudo passa. Você sabe disso né?
- Eu sei... –
Effy engoliu em seco. Se falassem mais sobre aquilo, não teria uma boa noite de
sono – Boa noite – Disse ela, virando-se.
--
Paige abriu
os olhos e fitou o teto branco, ainda com a vista embaçada. Fechou e abriu os
olhos mais duas vezes até despertar completamente e poder enxergar tudo com mais
clareza. Sentiu algo gelado sobre as pernas, pensou ser Effy jogada por cima
dela, pois a garota se debatia demais durante a noite desde a quinta série.
Ela olhou pro
lado e viu a amiga dormindo, o lençol estava cobrindo metade de seu rosto. A
primeira coisa em que pensou foi no que as pessoas diziam. Paige era a rainha
do baile, a garota mais bonita da cidade, e acabava deixando o título de
coadjuvante para Effy. Mas, se alguém tivesse parado pra perguntar, saberia que
um de seus sonhos era poder ser como a amiga, sem tirar um sequer traço.
Então, de
repente, aquela forma angelical que estava admirando foi substituída por
pânico. Uma cobra saiu debaixo de seu lençol e tapou o rosto de Effy, foram os
gritos histéricos de Paige que fizeram-na acordar. Quando levantou da cama, viu
uma cobra caindo do seu lençol. Então era por isso que estava sentindo algo
gelado na pele.
- Effy tem
uma cobra na cama! – Gritou ela, puxando a amiga pelo braço.
Quando iam
correr, tiveram que parar pra mais um susto. Não havia apenas uma cobra na
cama, como também, mais cobras no chão perambulando pelo quarto. Na porta, no
armário, na escrivaninha, estava tudo infestado. Não tinham outra opção e não
pular por cima delas e sair daquela casa, e também não tinham muito tempo pra
pensar.
Elas
conseguiram chegar até o corredor, onde mais cobras estavam esperando por elas.
Uma caiu do teto no ombro de Paige, ela se debateu e jogou a cascavel no chão.
No desespero
de ver as escadas também cheias de cobras, Effy acabou caindo e se enrolando em
algumas delas. Paige correu até ela e a ajudou, tirou as cobras de cima e a
puxou na direção da porta da casa. Gritavam tanto que achavam que as gargantas
iriam explodir.
Nem se
importaram por estarem com roupas de dormir, correram até o carro o mais rápido
que puderam, Paige no banco do motorista. No desespero para procurar as chaves,
ela abriu o porta luvas e deu de cara com outra cascavel.
O animal
ficou em posição de ataque enquanto Paige abria a porta para tentar fugir. Ela
caiu no chão do lado do carro, com a cobra seguindo-a. Estava tão desesperada arrastado-se
na grama aos gritos que nem percebeu o momento em que Effy saíra no carro. A
garota acertou a cobra com um taco de baseball achado no veículo. Bateu na
cobra até que ela se enrolasse e por fim, estivesse morta.
Já haviam se
livrado da morte, porém, seus corações ainda batiam rápido demais. Elas estavam
cansadas, com a respiração ofegante e tão suadas que pareciam ter acabado de
correr numa maratona.
Ao trocar um
olhar cansado com Paige, ambas perceberam que não estavam sozinhas. Vários
vizinhos tinham parado suas atividades para vê-las lutando contra uma cobra
usando roupas de baixo, mas a vergonha era a ultima coisa em que pensavam.
Alguém definitivamente queria matá-las, e era poderoso o suficiente para usar
cobras nisso.
--
Courtney
pisou fundo no acelerador, ignorando o pequeno esquilo que tentava atravessar a
rua. A musica alta dentro do carro não lhe permitia ouvir qualquer outra coisa,
nem mesmo seus pensamentos, ou até mesmo o barulho das buzinas dos outras
carros. Estava ocupada demais deixando o tom de seu batom mais bege com a ajuda
do retrovisor, que a estrada parecia ser a ultima coisa com que iria se
preocupar.
Quando
terminou, posicionou as duas mãos no volante e começou a acompanhar a musica
que estava tocando, fazendo movimentos com a cabeça. Só parou quando notou quem
estava andando pela calçada do outro lado da rua. O branco de cabelos negros e
olhos verdes se chamava Penn Hamilton, era o quaterback da equipe de futebol. E
pelo traje e o suor em seu rosto, parecia estar voltando da academia.
Courtney fez
questão de aproximar o carro dele, acelerava bem devagar para acompanhar o
ritmo do andar do garoto.
- Hey Penn.
- Courtney –
Disse ele, sorrindo.
- Voltando da
academia?
- É, dia
corrido...
- Liguei pra
sua casa algumas vezes, você não estava...
- É, eu saio
bastante... – Ele parecia desconcertado. Queria que ela entendesse que não
deveria mais ligar sem que precisasse ser grosseiro.
Mas como
Courtney entenderia? Ela era a garota carente, caçava namorados o tempo
inteiro, e não desistiria nem que ouvisse com todas as letras que não podem
ficar juntos. Sua insistência poderia prejudicá-la algum dia.
- Então, o
que você acha de sair comigo nesse sábado? Sei lá, pegar um cinema.
- Sábado? –
Penn fez uma careta, não sabia que desculpa poderia lhe dar– Eu tenho o jogo de
lacrosse do meu irmão, eu treino o time dele.
- E domingo?
– Courtney olhou pra frente por dois segundos, apenas para ter certeza de que
não bateria ninguém.
- Reunião
familiar, você sabe como são os Hamilton.
- Ok... –
Sussurrou Courtney, estava quase entendendo o que estava acontecendo, mas iria
insistir mais um pouco – Então será que você...
- Hey, posso
te pedir um favor? – Penn virou pra ela, com animação. Os olhos de Courtney quase
brilharam.
- É claro.
- Você pode
ligar pra Effy e perguntar porque ela faltou a academia hoje? Tínhamos combinado
de treinar juntos, fiquei preocupado, e acabei de perder meu celular.
- Effy? –
Courtney sentiu náuseas. Virou o beiço com nojo e nem se preocupou em
disfarçar.
- É, claro,
se você puder.
- É, vou ver
o que posso fazer... – Courtney suspirou.
- Valeu Court
– Disse Penn, antes de dobrar para a rua que iria pra sua casa.
Courtney
ficou olhando ele partir, com a cara no chão. Effy parecia ganhar em tudo, até
na fama por ter sido uma das vítimas de Charlie Abrams. E depois que iniciou
sua fase dark, parecia ter chamado a atenção de muito mais garotos do que no
tempo em que parecia uma princesa da Disney.
- Effy, Effy,
Effy... – Sussurrou ela, desdenhando da amiga. Afinal, não tina nada demais com
ela, e com certeza Effy não tinha nada que ela também não tivesse.
Courtney
acelerou o carro e dobrou para a rua de sua casa, sem hesitar. Viu Skye em
frente ao seu jardim, batendo fotos de insetos com sua câmera de alta resolução
com qual andava pra cima e pra baixo. Pensou em lhe dar oi, mas estava mal
humorada demais, preferiu ignorar a amiga nerd e dirigir direto pra sua casa.
Não pensava
em outra coisa se não tomar um bom banho e dormir o resto do dia, já que faltar
aula era o privilégio que podia ter quando sua mãe não estava em casa. Tirou as
compras do porta malas do carro e entrou na casa, jogando as sacolas no pequeno
hall. Caminhou até a sala, onde seu pequeno gato tirava um cochilo na mesinha
de centro. Não iria alimentá-lo enquanto não matasse a própria fome, disso
tinha certeza.
Ela foi até a
cozinha enquanto tirava o casaco cinza que estava usando. Viu o telefone ao
lado da porta dos fundos, havia quatro recados na secretária eletrônica. Apenas
apertando um botão começou a ouvir as mensagens. Caminhou até a geladeira pra
pegar algo pra comer, e estava com tanta pressa que não pôde notar a queda de
duas minhocas no chão ao tirar o prato com sanduiche.
Ela rapidamente
virou pra mesa da cozinha onde havia um embrulho de sua mãe. Seu pequeno gato,
Smigle, já estava rodeando a mesa em busca de algo pra comer.
- Está com
fome? – Perguntou ela, mastigando um pedaço do sanduiche que acabara de tirar
da geladeira – O que você quer comer?
O gato apenas
miou, e para ela, soava como um sim para qualquer coisa que lhe desse.
Courtney
decidiu, então, lhe dar o que sua mãe havia deixado embrulhado na mesa, pois nunca
se atreveria a comer aquela gororoba tailandesa feita as pressas. Só sentiu que
havia algo estranho com seu sanduiche na segunda mordida, quando algo pareceu
estar se mexendo dentro de sua boca junto de um gosto azedo nunca sentido
antes.
Ela olhou pro
sanduiche em suas mãos, e o desespero lhe consumiu quando viu que estava
comendo minhocas. Abriu a boca num gemido e deixou cair o pedaço que estava
mastigando. Havia duas minhocas ainda vivas dentro da boca, que começaram a
andar pelo chão da cozinha assim que foram postas pra fora.
O nojo acabou
fazendo Courtney correr até a pia e vomitar. Segurou na torneira de ferro e
despejou tudo aquilo pelo ralo, sem entender o que tinha acontecido.
- Merda! –
Gritou ela, limpando a boca com a manga da blusa.
Rapidamente
virou pra geladeira, logo notou as duas primeiras minhocas passeando pelo chão.
Teve um pressentimento quanto ao que tinha dentro dela, mas não hesitou. Abriu
a porta com fúria e deu de cara com uma infestação de minhocas, que não
produziam fedor algum, mas que lhe faziam sentir vontade de vomitar novamente
só de olhar.
A repulsa lhe
fez correr desesperada pra fora da casa, e sem perceber, acabou ignorando a
ultima mensagem que sua secretária eletrônica estava reproduzindo. Era Bela
gritando antes de ser assassinada, implorando por sua vida como um animal. E
uma, todas elas fariam o mesmo.
O M G !!!!!!!!!!!! cobras,minhocas perto do Anonymous,-A fica no chinelo kkkkkkkkkk adorei mesmo o capitulo,esperando o proximo anciosamente e que nem uma das minhas preferidas,Lola,Skye,Page e Effy morram.
ResponderExcluirNá boa, essa Lola é fodástica, demais mesmo, Essas cobras, minhocas, a trama, meu Deus, injustiça é ter que esperar até dia 28... ;x
ResponderExcluirMeu Deus amei.. Cobras, minhocas ,, Semana cheia de animais o.O usahashuas Amei muito ..
ResponderExcluiracabo de assistir o ultimo episódio lançado de Pretty Little Liars, e não é que apareceu uma cobra no episódio! eu fiquei tipo "WTF? COPIARAM DO JOÃO" RSRSR!
ResponderExcluirÃh 'implorando por sua vida como um animal', que animal implora pela vida? essa é nova para mim.
ResponderExcluirDesculpem o atraso no comentario,é que fiquei em casa na quarta,quinta e sexta por causa de um dente que fui obrigada a arrancar.Amei o cap,Anonymous está superando -A nessa temporada,Geedes na verdade PLL gravou essa cena antes do João escrever "Fear Me" então os dois tiveram a mesma idéia é raro mas acontece,cobras e minhocas me lembraram do filme O Dia do Terror onde o Cupido entrega bombons com verme para uma de suas futuras vítimas,esperando o próximo capitulo.
ResponderExcluirPS:É HOJE \o/\o/\o/\o/\o/\o/
Calma, respirando enquanto processo a últimas informações... Uma palavra: F-O-D-A!
ResponderExcluirmeu Deus isso foi muito louco João você é psicótico sério
ResponderExcluirCoitada da sorteadas vou correr agora para ler o próximo capítulo porque eu estou super atrasado aff