[Crítica] Adolescentes em Fúria

Direção: Johannes Roberts
Ano: 2010
País: UK
Duração: 79 minutos
Título original: F

Crítica:

Essa escola é de matar.

Quem aí está com problemas na escola? Quem está tirando notas baixas frequentemente? Bem, então saia desta crítica porque eu não quero um possível "a vida imita a arte". Brincadeira, mas deve ser muito mais fácil estudar do que matar seus professores, até porque, mesmo que eles estejam mortos, sua nota continuará vermelha. Então, qual o ponto?

A história segue um professor fracassado que teve que se afastar de sua profissão por causa da agressão de um aluno. Depois de um semestre, ele volta e percebe que nunca mais poderá recuperar sua reputação. Quando ele e sua filha têm uma briga grave, coisas estranhas passam a acontecer. Logo, ele terá que correr para salvar a vida de alunos, funcionários e sua própria filha, de assassinos encapuzados que têm o único objetivo: matar todos que encontrarem pela frente.

Pelo o que dá para ler no pôster acima, este filme foi baseado em uma história real. Mas convenhamos, isso não tem mais o efeito de antes, não é verdade? Nas décadas passadas, este tipo de anúncio era novidade, chocando o espectador. Mas hoje em dia, somos bombardeados com tantas notícias chocantes, que a tagline "Inspirado em uma história real" não causa o impacto necessário. Muito pelo contrário, tudo isso já se tornou um enorme clichê, uma apelação, que acaba levando o espectador a questionar o quanto da história apresentada é realmente real? Provavelmente quase nada. É apenas uma forma de tentar vender...

Adolescentes em Fúria é do mesmo diretor de Floresta dos Condenados, então você me entende quando eu digo que fiquei com os dois pés atrás. Mas para minha surpresa, este filme é muito tenso e divertido. Não me entendam mal, ele não é nenhum clássico e está longe de ser perfeito, mas cumpre muito bem o seu papel. Acho que uma das coisas mais legais é a habilidade do diretor em esconder seu baixo orçamento. É notável que o orçamento não permitia a realização de mortes gráficas, por isso mesmo, o diretor nem as mostra.

Na maioria das vezes, temos um momento de tensão, onde vemos a vítima cercada por vultos, que passam por todos os lados. Temos algumas cenas nojentas, como quando uns sobreviventes encontram uma garota mutilada. E acho que o fato de termos vários assassinos contribui para deixar o espectador tenso, já que todos sabemos como é difícil fugir de apenas um, imagine ter que escapar de uns quatro, ao mesmo tempo. Tanto que a maioria das vítimas nem têm chance de correr, sendo atacadas por vários deles ao mesmo tempo, numa espécie de bando, muito parecido com um ataque de coiotes.

Eu só esperava mais no desfecho. Nenhuma resposta nos é dada, muito pelo contrário, ficamos com mais dúvidas ainda. Não temos certeza de quem são os assassinos e quais são os seus motivos. Talvez seja apenas um bando de garotos que ficaram loucos após se drogarem, mas nunca saberemos. E isso nem é o pior! Muitas pessoas irão gostar do fim dos protagonistas, mas eu achei um desfecho ácido, irônico.

Sem contar que qualquer coisa poderia ter acontecido. Com um final completamente aberto, o espectador tem a chance de escolher o seu melhor desfecho. Isso mesmo, não temos explicação nenhuma e no final o diretor fala "Pensem o que quiserem". Muitas pessoas gostam de finais assim, mas não acho que cai bem nesta produção. Atribuir o foco do filme ao professor velho e amargurado foi um erro, ele não me passa carisma e não acredito que os jovens não conseguiram matá-lo. Queria ter visto mais da loirinha também, mas suas cenas de perseguição são ótimas. Nota 8,0.

Trailer: