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[Livro] A Punhalada - Capítulo 8: Sua Vez de Morrer


- Megan, isso não faz o menor sentido – Disse Aaron, indignado.

- Por que não?

- Porque você simplesmente foi atacada porque estava com a Amanda, entendeu? Ginger, diga pra ela.

- Ele tem razão, Megan – Ginger olhou para ela, que estava de braços cruzados, e emburrada, no banco de trás – Vamos trabalhar na teoria de que Amanda é o alvo principal.

- Por que tem que ser ela?

- Ela foi atacada duas vezes e não morreu, enquanto os outros foram esfaqueados até a morte na primeira tentativa. Não tem como você ser o alvo principal, como você quer. Na verdade, você é bem suspeita. A adolescente louca pela fama que saiu por aí matando todos só pra ficar como sobrevivente no final.

- Haha! – Megan gargalhou – Primeiro que essa idéia já foi usada, eu não sou plagiadora. Segundo que eu sou uma vítima, tenho cara de vítima, corpo de vítima, jeito de vítima e fui atacada, como vítima!

- Seria um bom jeito de despistar – Disse Aaron, olhando Megan pelo retrovisor – Mandando seu parceiro te atacar só pra ninguém desconfiar de você.

- Antes de eu ser a assassina, meu filho, tem você, que ficaria muito mais famoso matando essas pessoas e saindo como vítima. Pronto, falei.

- Gente! Vamos parar? – Pediu Ginger – Sei que isso é só implicância, mas temos que confiar uns nos outros, certo? – Ela olhou pros dois, mas nenhum respondeu – Eu disse que precisamos confiar uns nos outros, certo?

- Certo... – Responderam Megan e Aaron ao mesmo tempo, de má vontade.

- Chegamos – Aaron disse.

Ginger e Megan olharam pela janela do carro e encararam o grande hotel de Aaron, era um dos melhores. Megan ficou maravilhada com a visão, enquanto Ginger encarava apenas como uma pessoa normal.

Entraram no estacionamento, tinha uma fila de carros pra entrar também. Seguiram para o P2, era lá que ficava a vaga reservada de Aaron. O ambiente foi ficando cada vez mais escuro. Megan sentiu um calafrio por causa daquilo.

Quando Aaron estacionou e estava quase desligando o motor, seu celular tocou. Ele parou pra pegar o celular, poderia ser importante.

- Aaron, destrava a porta – Pediu Megan.

- Alô? – Ele disse ao atender.

- Olá, Aaron, o que você acha de fazermos um joguinho? – A voz era do assassino, mas Aaron preferiu acreditar que era uma brincadeira sem graça.

- Quem é? É alguma brincadeira?

Ginger e Megan se fitaram, tensas, estavam imaginando a mesma coisa.

- Aaron, destrava a porta – Pediu Ginger.

- Vejo que você trouxe suas amiguinhas com você... – Aaron olhou pros lados, mas não tirou o telefone do ouvido, o assassino ainda estava falando – Qual delas você quer que morra primeiro?
- Vai se ferrar, miserável! – Aaron gritou.

- Aaron, abre a porcaria da porta! – Disse Ginger, que já estava ficando nervosa.

- Abre a porta, Aaron – Gritou Megan, lá atrás, estava forçando a porta.

- Antes de você morrer, pode dar um recado meu a Amanda? – Perguntou a voz rouca, num tom debochado – Diga que da próxima vez eu vou fazer com ela o mesmo que fiz com sua namoradinha, vou cortá-la até o osso!

De repente, um corpo foi lançado no vidro do carro. Era o segurança do estacionamento, estava cheio de marcas de facadas na barriga. Os gritos das meninas quase não deixaram Aaron pensar. Ele destravou as portas enquanto elas gritavam desesperadamente. Os três saíram, Aaron correu numa direção enquanto Ginger e Megan correram na outra, juntas.

As duas abriram a porta para a escada e subiram correndo, sentiam que o assassino estava atrás delas. Só o que queriam era ver alguém e pedir ajuda, mas o primeiro andar daquele hotel parecia vazio. Megan esmurrou a primeira porta que viu e gritou por socorro, estava desesperada.

Ginger forçou a maçaneta da porta da frente, queria simplesmente ver se abria pra ter um lugar para se esconder, mas não conseguiu. A porta que dava para as escadas se abriu, e de lá, ghostface saiu, pronto para matar. Ele escolheu Megan como seu primeiro alvo, pois estava mais perto. Tentou acertá-la, mas ela foi rápida e desviou. Ao lado de Ginger, correram pelo corredor, esperando que seus gritos histéricos chamassem atenção.

Elas dobraram no corredor, o assassino estava bem atrás delas. Acabaram tropeçando no carrinho de camareira. Ginger caiu, e Megan estendeu a mão para ajudá-la. Com a bagunça, o assassino acabou se atrapalhando e também caiu, dando tempo de Ginger levantar e as duas fugirem. Entraram no elevador, já que não tinha mais escadas. Ginger apertou o primeiro botão que viu e torceu pro assassino não chegar a tempo da porta fechar, mas elas não viram nem sinal dele.

Megan escorou-se no canto do elevador, já estava suada, estava achando que realmente não servia para aquilo. Foi aí que o elevador parou. A luz começou a piscar e ele tremeu. Ginger segurou-se nas paredes, pensava que ele iria cair. Sentiu um incômodo nas costas e virou-se. Era uma folha de papel presa na parede que dizia “Com defeito”. Ela arrancou e mostrou a Megan.

- O que? Ai meu Deus! – gritou Megan – A gente precisa sair daqui!

- Como?

Megan olhou pra cima e viu a pequena porta do elevador, era a saída de emergência.
- Você consegue? – Perguntou Ginger.

- Me segure – Megan levantou-se do chão e pisou encima das duas mãos que Ginger havia colocado como apoio.

Megan bateu na porta, mas nada acontecia, parecia emperrada. Ginger já estava começando a sentir o peso dela nas mãos, já viu a hora de desabar. Até que Megan viu que estava travada por um gancho, que mudou de posição. A porta abriu e Megan pode sair, com dificuldade. Ela gemia, e seus gemidos faziam ecos estranhos naquela parte. Quando conseguiu, jogou-se no chão e respirou fundo, tinha feito muita força para subir ali, assim como Ginger.

Megan olhou para Ginger dentro do elevador pelo orifício que se formou com a saída de emergência aberta. Ginger estava massageando as mãos, quando ouvi Megan gritando.

- Me dá sua mão! – Megan estendeu a mão para Ginger, que não pensou duas vezes e agarrou.

Megan tentou suportar o peso de Ginger, mas parecia que não conseguia. Ginger, por outro lado, não tinha aonde pisar para se sustentar até uma altura que fosse possível ir para cima do elevador.

- Eu não consigo! – Gritou Ginger, chorando, queria sair dali mais que tudo.

- Vem! Você consegue. De novo! – Gritou Megan, que estendeu mais uma vez a mão.

Naquele momento ouviu-se um barulho estranho. As cordas do elevador, perto da Megan, estalaram. Ela olhou pra cima, morrendo de medo.

- Ai meu Deus, o que é isso?

- Megan, ta tudo bem?

O elevador começou a se mexer novamente, estava subindo. Ginger caiu e Megan começou a gritar, pensou que iria morrer ali mesmo. Quando o elevador parou de novo, ela olhou para Ginger, que já estava recuperada do susto.

- Você está bem? – Perguntou Megan.

- Sim...

- Ta, agora me dê a sua mão – Megan estendeu novamente a mão.

A porta do elevador se abriu, e como um fantasma ghostface entrou, já esfaqueando Ginger.

- Ai meu Deus! Meu Deus! – Megan gritava.

Ele imprensou Ginger contra a parede e a esfaqueou, em seguida, na barriga, queria chegar até seus órgãos. Megan não podia ajudá-la, só o que podia fazer era gritar.

O assassino jogou Ginger no chão e, com as mãos, pegou um de seus intestinos, arrancou com toda a força que tinha. Logo depois, tentou tirar seus ossos, mas eram duros demais, ele apenas quebrou seu tórax e tirou um pedaço do osso. Ele queria chegar até o coração, e mostrar para Megan lá encima, para ela se horrorizar e saber como iria morrer.

Ghostface terminou com Ginger e tentou subir onde Megan estava, que aos gritos, tentou fechar a porta da saída de emergência. Ele colocava as mãos pra fora, impedindo que ela fechasse, mas, foi só bater seus dedos com a porta, que ele desistiu. Megan a trancou por fora e se escorou no canto, estava chocada demais para pensar em sair dali, mas ela sabia que era o certo. Sua sobrevivência dependia apenas de si, e tudo o que ela queria era não acabar como Ginger.

O elevador se mexeu de novo e ela caiu pro lado, dessa vez estava subindo de verdade, parece que ele finalmente obedeceu ao numero que Ginger pressionou. Quando ele parou de novo, ela abriu a pequena porta devagar, só pra constar que ghostface não estava lá e que podia sair tranqüila. Ele não estava. Lá só tinha o corpo mutilado de Ginger.

Megan meteu a cabeça dentro do elevador e olhou direito, ele podia estar ali perto, apenas esperando a primeira burrice de Megan. Mesmo assim, ela desceu. Caiu quase sentada no chão do elevador, acabou se sujando com o sangue de Ginger. Levantou-se e saiu, olhou para os dois lados do corredor, não tinha ninguém, até então. Ghostface saiu de dentro de uma porta e correu atrás dela. Ela estava certa, era uma armadilha pra ela descer.

Rápida com as pernas, Megan correu até onde ficava o tubo de lixo. Nem pensou duas vezes, jogou-se lá dentro e escorregou até a lixeira do hotel, dando gritos de pavor.

CAPÍTULO 9: Me Ajude a Esquecer
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