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Livro | The Double Me - 5x05: Sell Your Soul, Not Your Whole Self [+18]

5x05: Sell Your Soul, Not Your Whole Self
“O Diabo está aqui para engana-lo”.


       Querido diário... FUCK THIS SHIT
Ele rasgou a página e enrolou numa bola de papel.
Sou eu, Nate. Faz um tempo desde a última vez em que escrevi sobre mim. Meu psiquiatra diz que manter um diário pode me ajudar a lidar com a perda, mas ele não sabe que eu sou eu de verdade. Até agora não entendo porque ouço o que ele diz.
Passei os últimos sete meses me perguntando se havia alguma verdade no que vivenciava após colocar as lentes de contato. Todos me chamam de Alex, e às vezes, posso jurar que me sinto como ele. Estudei seu comportamento, suas habilidades, seu gosto pessoal, seu vocabulário, e até as pequenas manias. Não precisei ir muito longe, de fato, porque ninguém o conhecia melhor que eu.
De certa forma, obtive êxito em todas as minhas ambições. Gwen deixou Nova York na mesma semana do atentado, julgando estar cada vez mais distante do verdadeiro Nate. Matt e Lexi também partiram – nunca me perguntei para onde. E ninguém, absolutamente ninguém desconfiou da farsa que eu promovi. É algo triste de se constatar, pensando melhor. Quando Judit olha para mim, ela vê Alex. Quando me dá um beijo de boa noite, pensa estar cuidando de Alex. Gostaria de um dia descobrir que ela sempre soube que era eu e fingia para proteger meu segredo, mas sou muito bom no que faço para que isso seja verdade.
Agora não há mais ninguém para comprometer a minha paz, exceto a mim. Foram sete meses de companhas publicitárias, eventos da alta sociedade de Nova York e encontros casuais com caras de aplicativo. Dois caras por semana, para ser mais exato. Nenhum deles me motivou o bastante para que passasse disso.
Havia esse cara chamado Wade, o qual convenci a roubar um carro. Ele ficou tão traumatizado que me bloqueou em todas as redes sociais e traçou uma nova rota ao seu trabalho para evitar meu apartamento. Outro, chamado Kyle, me fez acreditar que havia chegado a minha hora de ser irritantemente feliz. Uma semana depois preparei um jantar com seus pratos preferidos e ele disse que não podia comparecer, pois estava saindo com um cara há quatro meses e ele finalmente o pediu em namoro. Tive que colocar fogo no seu sofá na última vez em que nos encontramos, como o preço a pagar pelo tempo que perdi. Ele passou aquela noite na delegacia enquanto eu embarcava num jatinho para Barbados.
Também tive a oportunidade de me relacionar com uma mulher. Mindy, seu nome. A conheci em um Cassino em Hampton Bays e nos encontramos todas as noites durante duas semanas. Eu nunca havia conhecido alguém tão incrível.
“Você fode com garotos?” – Ela me perguntou, certa vez.
“É o que eu faço de melhor” – Respondi.
“Posso assistir?”
Não era algo que eu já não tivesse feito.
No primeiro encontro Mindy foi apenas uma observadora. No segundo decidiu participar. E no próximo, e no próximo, e no próximo. Eu deveria saber para onde isso caminhava quando notei que eu estava sobrando.
Os dois me ignoraram por uma semana após o último encontro, então eu resolvi aparecer de surpresa no quarto de hotel que havia oferecido a ela gratuitamente. Encontrei ambos na cama, transando. Eles me contaram toda a verdade ali; era algo sobre estarem perdidamente apaixonados e não quererem me magoar. Bom, tarde demais para isso. Você não pode me ignorar por uma semana e transar com outro cara no quarto de hotel que eu pago sem me atingir pessoalmente.
Me vinguei pedindo para que os seguranças do hotel os expulsassem de imediato, sem se preocupar com seus pertences. Os dois foram jogados na calçada vestindo apenas as roupas de baixo. Eu estava lá para ver e tirar algumas fotos em nome da internet. Ainda não sei porque eu sou assim.
Tive muitos outros encontros nesse meio tempo. Fui traído, ignorado, humilhado, roubado, expulso de suas casas, fodido em locais públicos. Mas fiz igualmente a todos os outros, somente por não me importar. Apanhei de um garçom, certa vez, por estar masturbando outro cara por baixo da mesa. Não lembro como cheguei em casa naquele dia e Judit se recusa a falar sobre isso quando pergunto. Só lembro de pagar o valor de trinte e sete mil dólares aos proprietários por danos de patrimônio.
É como dizem: Venda sua alma, não você por inteiro. Lembrarei disso no próximo encontro, como o Doutor Linderman recomendou.
Ponto final.
Nate fechou o diário e pôs-se em frente ao espelho. Roupas, tudo certo. Cabelo, tudo certo. Perfume, tudo. Cartões de créditos... pegou-os de dentro da gaveta, então tudo certo.
Antes de sair passou no quarto de Judit para avisa-la. Sua rotina fora a mesma nos últimos sete meses: Deitava-se cedo na cama, retirava a prótese ocular e lia um bom livro até pegar no sono. Nate fazia de tudo para não encontrá-la durante este processo, mas acabava sendo inevitável.
— Mãe...? — Afastou a porta entreaberta.
Judit, na cama, se apressou ao recolocar a prótese. Sempre que ele via acontecer, algo triste lhe emergia aos olhos.
— Alex, querido — Sorriu para ele.
— Marquei com alguns amigos em uma boate. Tudo bem?
— Claro. É sexta à noite, ninguém deveria ficar em casa.
— Isso quer dizer que você também vem?
— Ninguém da sua idade — Ela reformulou.
Nate não sabia dizer exatamente o que aquele sorriso significava. Se estava feliz, ansiosa, deprimida ou conformada, era ainda um mistério. Sete meses sem ver seu filho, há cinco usando prótese ocular, há quatro sem visitar o marido, há dois sem sair de casa, e ela continuava sorrindo.
— Posso ficar em casa, se quiser — Ele ofereceu.
— Para me ver dormir? Não é uma boa ideia.
Mia poderia estar em Londres àquela altura, e Lydia passava a maior parte do tempo na casa do novo namorado. Sem Simon, ou Alex, sua única companhia seria um livro de romance policial – se ao menos este não fosse o pior gênero da literatura. Era uma boa ideia, só não tão boa a ponto de insistir.
— Volto às duas, não deve demorar.
— Tudo bem. Denise virá neste domingo?
— Iremos ao brunch juntos — Este lhe era outro trunfo, conviver de perto com a família adotiva de Alex. Quanto mais envolvido em sua vida pessoal, mais convincente seria seu desempenho. — Tina quer conhecer a cidade.
— Outra vez?                                                                         
— É a maior cidade do mundo, essa é a desculpa dela.
Judit cobriu as pernas com o lençol e abriu seu livro na página certa.
— Não se esqueça que precisamos conferir o andamento das obras. Se não houver imprevistos, mudaremos para a nova mansão na próxima semana.
— Certo, a mansão — Nate lembrou de imediato. No mesmo terreno da antiga, outra fora erguida após o incêndio. Maior, melhor e custando o dobro da quantia de sua irmã mais velha. — Estarei lá.
— Agora vá, divirta-se. Posso dar um beijo de boa noite?
Ele se aproximou. Ganhou um beijo na testa, de forma protetora, e logo após saiu com o carro. Seus amigos o esperavam no hall de entrada da Saturn antes das portas se abrirem ao público. Andavam sempre em um bando de cinco: Moyra, Hannah, Kevin, Derek, e agora, a atual versão de Alex. Nate criou laços com todos desde a última campanha publicitária que fizeram juntos para a Armani, exceto com o Senhor Stan. Havia algo extremamente incômodo na maneira que Derek tratava as pessoas; quase como Nate costumava fazer.
Um garçom de máscara de couro serviu-lhes uma taça de champanhe.
— Deveríamos estar na Palace — Derek tomou um gole. — Não nos fariam esperar por tanto tempo.
— É a noite de abertura — Hannah explicou. — Eles têm uma agenda.
— Eu tenho uma agenda.
— Você tem hemorroidas, cala a boca — Moyra checou seu celular. — Pode pegar nossos convites? — Falava com Nate. — Está quase na hora.
Nate deu uma olhadela em seu relógio de pulso.
— Claro. Qual é a senha?
— Eu acho que é...
— Deixe-me ver — Hannah foi mais rápida com seu smartphone. — Zero, zero, quatro, oito, dois, sete, zero.
Havia uma fieira de totens na extremidade do salão, para onde Nate se dirigiu. Bastava imprimir o comprovante e trocar na recepção pelo número necessário de convites que previamente foram encomendados. A fila não estava tão grande, por sorte.
— Podemos ir ao Mocka às três — Kevin sugeriu. — Uma banda vai tocar.
— Vocês podem ir, tenho um voo marcado — Hannah lembrou.
Próximo a eles, um grupo de jovens cochichava. O garoto afro-andrógeno de corte extravagante e piercing no nariz se aproximou.
— Derek?
— Perdão? — Ele franziu a testa.
— Sou eu, Paul. Nos conhecemos na festa da Antari.
Hannah, Moyra e Kevin trocaram um olhar desconcertado.
— Sinto muito... — Derek disse.
— Não, tudo bem, só nos falamos por alguns minutos. Na verdade, sou um grande fã do seu trabalho e acompanho a maioria das suas campanhas publicitárias. Podemos tirar uma foto juntos?
Derek o olhou com desprezo dos pés à cabeça.
— Você tem certeza que é um garoto? — Disse, e os outros três tiveram que prender um riso. Nate, ainda no totem, observava tudo.
— Não exatamente... — Paul não sabia ao certo o que dizer.
— Estou aqui com meus amigos. Pode nos dar licença?
— Oh, sim... sim, claro. Sinto muito por incomodar.
— Você deveria — Riu com os outros. — O que está acontecendo com Nova York? Nunca fomos tão inclusivos.
Algo em que ele e Nate concordavam. Se não fossem tão inclusivos, não permitiram um animal selvagem como Derek Stan em eventos de gala.
Nate sentiu o sangue ferver.
— Aqui estão seus convites — Acertou-os no rosto.
Caíram todos rápido demais para que Derek agarrasse um.
— Mas que porra?
— Pegue do chão com os dentes feito um animal. Você é bom nisso.
— Alex, por que você fez isso? — Moyra interveio.
— É claro, eu esqueci. Já faz parte do cotidiano de vocês agir como babacas.
— É por causa daquela drag? — Derek apontou com o polegar por cima do ombro, e Paul começou a prestar atenção. — Cara, relaxa. Salve alguma energia para os garotos que vamos encontrar lá dentro.
Como sempre, Nate pensou. Derek Stan não seria ele mesmo se não dissesse a primeira estupidez que lhe vinha à mente.
— É só com isso que você se importa? Conhecer outros garotos brancos, ricos e heteronormativos que poderiam ser seus irmãos gêmeos? Parece que você quer compensar o tempo inteiro por algo que não tem.
— É seu melhor discurso? — Derek estava apenas meio impressionado. — Porque eu poderia dizer o mesmo de você.
— Na minha cara ou na frente dos seus amigos, no intuito de inflar seu ego?
— Tanto faz, continua soando como um defensor de travestis.
Você não deveria ter dito isso.
Nate o calou com um murro certeiro no nariz, também atingindo o lado direito do queixo. Nenhum dos amigos de Derek interceptou ao vê-lo cair no chão, sangrando, e de nariz quebrado; sentiam-se constrangidos demais para se atrever.
— Diga isso de novo, seu monte de lixo — Nate gritou por último. Uma escarrada certeira nos olhos e sentia-se totalmente vingado, por ele e por todos os outros.
Pegou a taça das mãos de Kevin, virou um só gole e quebrou-a na parede ao passar pela entrada. Paul, ainda sem entender, decidiu segui-lo.
— Espere aí! — Gritou enquanto tentava alcança-lo. — O que você fez lá dentro foi incrível, muito obrigado.
— Bom, eu não iria tão longe, mas de nada.
— Seu nome é Alex Strauss, não é? Reconheci dos outdoors.
Alex Strauss. Alex Strauss. Alex Strauss. Nate sentiu seu nome martelar na cabeça.
— Sim, sou eu — Lhe disse, quase sem voz. Os sons haviam ficado distantes e a vista começara a escurecer.
— Você está bem?
— Sim, apenas... foi muito bom conhece-lo. Preciso ir.
Paul não mais sabia o que dizer, somente abriu passagem na calçada. Enquanto voltava ao hall de espera da Saturn, Nate seguia para o Strauss Capital Hotel. Iria para o evento beneficente, no fim das contas. E quem sabe no caminho esquecesse quem deveria ser.


Mia reservara a suíte presidencial na cobertura do Pullman London St Pancras Hotel, custeando todas as acomodações adicionais para mais uma pessoa. O motorista da limusine abriu a porta para as senhoritas sobre o tapete vermelho.
 — Obrigada — Lola agradeceu.
À sua frente o edifício erguia-se em duas ramificações, sendo a da esquerda pontiaguda em vertical e a da direita em formato quadricular. A fachada ostentava uma sequencia de janelas em forma de cubículos negros e cinzas, como um jogo de tabuleiro. As luzes eram um atrativo a parte; cintilavam em branco realçado nos letreiros e nas janelas abertas, dentro dos quartos recém ocupados.
Mia deixou a limusine logo em seguida.
— Não precisa — Avisou a amiga. — Os cavalheiros se encarregam disto.
Aquilo era novo para Lola. Na verdade, tudo parecia além das suas expectativas.
— Certo — Ela então concordou.
Juntas cruzaram o lobby do hotel até a recepção. Um jovem de terno negro e gravata arroxeada sorriu-lhes cortês.
— Bem-vindas ao Pullman London St Pancras Hotel. Nomes, por favor.
— Michaela Strauss e Lola Cunningham — Mia respondeu pelas duas.
— Só um minuto — Ele checava o sistema. — A suíte presidencial está pronta para recebe-las. Cartão de crédito, por favor?
Lola arregalou os olhos.
— Suíte presidencial?
— É claro, estamos de férias.
— Mas é caro demais — Sussurrou, em pânico.
— Não para o meu cartão sem limites.
O visto dourado ao lado de seu nome impresso as levaria para onde quisessem, e com toda a comodidade, contanto que não o perdessem. Por um segundo, Mia pensou não poder encontra-lo dentro da bolsa.
— Aqui está — Entregou ao atendente.
Lola e ela trocaram algumas palavras enquanto ele validava o check in. Não deixou de notar que elas se davam muito bem, quase como se fossem duas partes de uma mesma pessoa. Também eram muito parecidas fisicamente. Mia decidira voltar com os cabelos castanhos, dessa vez com uma franja cobrindo a testa inteira. Lola tinha o mesmo corte, mas em tom louro acinzentado. Havia uma história por trás de seus cortes idênticos que elas estavam loucas para compartilhar com alguém.
— Obrigado — O atendente entregou de volta o cartão. — Primeira viagem como casal?
Elas riram juntas.
— Não somos um casal — Mia explicou.
— Sou sua personal stylish — Lola completou. — Foi como nos tornamos melhores amigas.
— E por isso solicitamos acomodações adicionais.
— Certo — O atendente sorriu desconcertado. — Perdão. O Senhor Carrington irá acompanha-las ao andar indicado.
— Não se preocupe — Mia mostrava um sorriso gentil. — E muito obrigada.
A suíte presidencial perdia em muito pouco para as fotos que analisaram durante o agendamento. Tinha vista para a cidade, com uma enorme parede de vidro; duas camas de casais, sendo a segunda a um nível inferior; uma sala de estar com pelo menos sete lugares; duas mesas de escritório, duas poltronas e um lustre de quatro camadas de cristais adjacentes.
Lola só fez largar sua bolsa no chão e jogar-se contra os sofás.
— Você ta brincando? — Posicionou-se de cabeça para baixo, entre as almofadas, e sacudiu as pernas ao alto.
Mia não estava tão interessada quanto ela em inaugurar o ambiente. Preferiu dirigir-se a adega em busca de um Royal Salute para a enxaqueca.
— Já vi melhores — Disse à amiga.
— Tudo tem cheiro de dinheiro.
That’s because it is — Despejou meia dose em uma taça de cristal.
— Perdoe uma garota do campo que se impressiona com a cidade grande.
— Já estive lá.
Lola sentou-se contra o encosto, virada para ela.
— Eu estava fazendo as contas. Precisaria trabalhar durante vinte e seis anos sem tirar férias para passar uma semana na suíte presidencial. Você tem ideia do quanto é sortuda? Espera, isso é um whisky de cinco mil dólares? — Levantou, de olhos arregalados.
O rótulo dizia Royal Salute 40 Years Old. O desinteresse de Mia só fez crescer.
— Eu não sei, talvez — Deixou a taça em cima do balcão. — Bom, estamos em Londres. Por que não fazemos isso direito?
Mia teve uma visão durante o voo, de que encontraria a si mesma perdida atrás de um balcão em um pub londrino que tocava suas músicas oitentista preferidas. Quando ela sugeriu, Lola fez questão de que fossem vestidas a caráter; Mia com um sobretudo marrom, escondendo a combinação de meia calça e blusa arrastão por cima da camiseta, e Lola de sobretudo vermelho, escondendo o vestido dourado de alça bordada.
Em tese, a combinação perfeita. Mas em desempenho, um desastre. Natasha Fairley aparecera em frente ao mesmo pub usando exatamente o mesmo sobretudo de Mia. Estava acompanhada de mais duas amigas que pareciam ter saído de um catálogo da Victoria’s Secret.
— Você — Mia lamentou.
Natasha passara os últimos sete meses se certificando de que não tivesse paz. Entre uma e outra armação, foi bem-sucedida no boicote à campanha publicitária de sua boutique, fornecendo todas as informações de seu projeto à principal concorrente. E tudo por causa da mãe e do padrasto estúpido, Mia pensava. O jogo deveria ter acabado no último desfile da Dior, de onde ambas saíram expulsas por mal comportamento e com seus respectivos saltos quebrados.
— Isso é uma brincadeira? — Natasha interpôs. — Não me diga que este sobretudo foi a sua primeira opção. Ou que Londres foi a sua primeira opção.
— Minha personal stylish escolheu por mim — Mia fez sinal com a cabeça para Lola. — E Londres é ótima, você deveria trazer seus pais.
As duas abelhas zangões de Natasha se entreolharam de boca aberta.
— Sinto muito, meu padrasto prefere as prostitutas orientais — Natasha fez sinal para as outras. — Vamos — E despejou seu café gelado no sobretudo de Mia. — Você deveria cuidar disso, pode manchar.
Não era a primeira vez que Mia ouvia aquelas palavras e sentia o cheiro de cafeína por baixo de suas roupas. Poderia dizer que era um clássico de Natasha Fairley, que não perdia a graça em qualquer continente que estivessem.
— Ela não fez isso... — Lola olhava incrédula.
Pelo lado bom, Mia estava mesmo pensando em fazer compras – mas isso teria que ficar para o outro dia. Dentro do pub só precisou tirar o sobretudo e aloca-lo no encosto de sua cadeira. Lola e ela escolheram a mesa mais próxima do bar, para facilitar a transição de bebidas. Já Natasha e suas amigas ficaram com a última mesa no fim do salão.
— Quem era aquela garota? — Lola sentou- em frente a ela.
— Já falei com você sobre Natasha Fairley.
— Aquele é o “demônio de neon”? — Olhou por cima do ombro esquerdo. — Ela é tão pequena, parece que vai quebrar.
— Ela deveria.
— Você acha que nos seguiu até aqui?
Mia não via dessa forma. O universo apreciava todas aquelas ironias, no fim das contas.
— Não importa, vamos beber. Será como se nunca tivéssemos nos encontrado.
E assim fizeram por duas horas seguidas. Experimentaram as misturas da casa, dançaram com os rapazes, trocaram números falsos com alguns deles, principalmente os que Lola já havia beijado na porta do toilet masculino. Ou os que Mia nunca beijaria, pois eram, de fato, rapazes.
Natasha e suas amigas observavam tudo do lugar de onde estavam. Beberam pouco em comparação aos demais visitantes, mas o suficiente para exaltar o bom humor.
— Sabe o que seria legal? — Lola passou um braço sobre os ombros de Mia. — Se você fosse a Batgirl e eu fosse a Supergirl.
— Quem disse que não somos?
— Então qual é o meu superpoder?
Mia olhou ao redor. Havia um grupo de universitários reunidos em duas mesas no canteiro da parede. Nenhum deles dava indícios de que poderiam piscar.
— Deixa-los duros — Mia respondeu.
Lola, de tão inspirada, improvisou uma dancinha sensual para entretê-los.
Foi durante o espetáculo que Mia notou as artimanhas do homem barbudo e jaqueta de couro que abordara Natasha e suas amigas no começo da noite. As garotas estavam embriagadas demais para vê-lo colocar uma pílula azul na bebida de Natasha. Mia não.

Gwen acordou de um pesadelo.
Olhou ao redor, sentada na cama. Kieran não estava mais lá. A sala de estar, ela pensou. Acabara de ouvir um ruído estranho naquela direção.
Colocou uma das camisetas dele, levantou da cama, amarrou os cabelos num rabo de cavalo e saiu. Viu-o sentado no sofá, de costas para ela, com o laptop em mãos. Ele apontou uma calibre trinta e oito para ela ao menor sinal de aproximação.
— Jesus Cristo! — Gritou. — Não chegue assim tão perto em silêncio, você sabe onde passei os últimos três anos.
Isto, por si só, não a havia incomodado.
— O que está fazendo? — Abraçou-o por cima do encosto e beijou-o no canto dos lábios.
Ele retribuiu o quanto a posição lhe permitia. Pegou uma cerveja na bancada e tomou um gole.
— Finanças — Respondeu a ela. — Por que está acordada?
— Tive um pesadelo.
— Com quem?
— Não importa — Ela não queria pensar nisso. Deu a volta no sofá e sentou ao lado dele.
O relógio no canteiro marcava às quatro e vinte e cinco. Isto é, ficara desacordada por pouco mais de três horas após a última atualização de seu contato. A primeira coisa que fez ao tomar o laptop foi verificar se algo havia mudado.
— Acha que está chegando perto? — Ele a beijou docemente no ombro.
— Eu não sei, preciso estar. O Dinheiro de Theon não vai durar para sempre.
— Não com as roupas que você compra.
— Ou suas drogas.
— Nossas drogas — Ele corrigiu.
E não estava errado, de fato. Gwen havia encontrado uma poderosa válvula de escape no formato de pílulas matizadas. Duas pela mesma viagem e estaria no país das maravilhas.
— Ninguém pode desaparecer desse jeito.
— Podemos conseguir alguma coisa com seu outro irmão?
— Alex não faz parte disso — Ela que o diga. Da última vez em que se encontraram, Alex quase teve um ataque de pânico por precisar utilizar o elevador do edifício. Theon chamava de transtorno de estresse pós-traumático, distúrbio decorrente às memórias de seu sequestro há mais de um ano. — Se soubesse onde o irmão está, já teria nos levado até ele.
— Ele também é um Strauss, tem uma herança.
— Todos nós temos.
— Você poderia ter em dobro.
Gwen encontrou seu olhar. As tatuagens à mostra, do peito aos braços, e dos braços às costas, lhe vendiam as mesmas respostas que seu temperamento agressivo. Kieran só falava a língua do dinheiro, comia pelo dinheiro, carregava sua arma por dinheiro, e talvez, correndo o risco de parecer depravada, o visse capaz de foder o dinheiro para tirar seu prazer.
— Este não é nosso único objetivo — Disse a ele. — Eu quero Nate onde eu quero.
— Pegaremos ele — Beijou-a no ombro outra vez. — E o daremos uma cicatriz igual.
— Ou pior — Ela levantou.
Caminhou de braços cruzados até a parede de vidro. A vista noturna da cidade ajudaria a pensar melhor.
Matt tinha um plano de resolução que ia além dos investigadores particulares que Gwen contratara. Use seus irmãos para fazê-lo aparecer, ouvia-o dizer todas as noites. No começo, tinha plena certeza do que estava fazendo. Agora, todas as suas ideias soavam como planos de contingência. Seus irmãos sequer imaginavam onde Nate estava – o que pôde afirmar na última conversa que teve com ambos –, e Nate se certificou de que não estaria envolvido em absolutamente nada que acontecesse em Nova York.
Se os usassem como iscas para pegar o peixe maior, ela não alcançaria o fundo do mar. Que pena era se ver entediar a ponto de consentir uma retaliação que não levaria a nada.
— Passe meu celular — Pediu a Kieran. Ele foi rápido ao entregar-lhe, e ela ao discar o número criptografado. — Sou eu. Como foi o voo para Londres?
— Você sabia? — Matt poderia ter adivinhado.
— É claro. Agora esqueça o que eu disse e vá atrás dela.
— Tenho um homem trabalhando nisso agora mesmo.
— Que bom — Hesitou por um breve momento. — Se Nate não aparecer antes de os destruirmos, poderá enterra-los.
Lexi era a próxima a ser designada a uma missão, sem saber que iria de encontro a um velho amigo que conhecia todas as suas fraquezas.


Um palco fora montado a extremo norte do salão de festas. Os que não se haviam acomodado em uma das duas fileiras de mesas em volta a passarela central, percorriam a extensão do lobby juntamente aos hóspedes. Nate conhecia cada um daqueles rostos, embora Alex não pudesse dizer o mesmo.
A decoração mesclava um tom de azul cobalto junto aos arquétipos de criaturas marinhas e luminárias de efeito oceânico. Havia uma baleia de dez metros de altura suspensa por cabos de aço na vertical, de modo que parecesse estar indo em direção aos convidados na parte de baixo. Nas paredes podiam ver curtas projeções de peixes, polvos e tubarões nadando no fundo do mar.
— Boa noite — Nate cumprimentou o primeiro andante que ia em sua direção.
A caminho da cozinha encontrou mais alguns deles. Provou um pouco da torta de cogumelos, das lascas de parmesão fritas e dos camarões com legumes. Seguiu para o hall logo após, ainda com um camarão em mãos. Um aquário horizontal de vidro canelado lhe chamou atenção; na parte de cima, os peixes nadavam; na parte de baixo, eram refletidos ao contrário, tal como estivessem de cabeça para baixo.
Nate tocou com o indicador. Um peixe carmesim seguiu o caminho que ele traçou até a extremidade esquerda sobre a fileira de algas. Estava encantado, precisou olhar mais de perto.
E então, um flash atravessou o vidro.
Outch — Ele reclamou, piscando sem parar.
Um jovem de cabelos loiros usando terno e gravata surgiu do outro lado. Portava em mãos uma câmera fotográfica, que também estava presa a um barbante em volta do pescoço.
— Sinto muito — Ele disse. — Esqueci de desativar o flash.
— Não se preocupe. Como eu saí na foto?
O garoto pôs-se a encontrar.
— Seu cabelo está ótimo — Mostrou-lhe por breve. Podiam ver apenas uma ponta dos fios loiros de Nate por cima das algas artificiais em movimento.
— É o mais importante.
— Está aqui pela festa?
— Na verdade, sou o proprietário. Alex Strauss — Estendeu uma mão.
Por uma fração de segundo o garoto não achou ter entendido.
— Oh, certo, Strauss. É o seu nome no prédio.
— E onde eu encontro o seu?
— Lugar nenhum, eu... quer dizer... eu me chamo Dominik.
Nate podia dizer que ele estava nervoso. Não aparentava ter mais de dezesseis anos, se não lhe falhava a leitura. E talvez, no máximo, um e setenta e três de altura.
— Você não costuma vir a esses eventos, não é?
— Na verdade, não. Meu pai está tentando me socializar — Olhou de relance para trás. Referia-se ao homem de cabelos loiros e sobretudo negro que cortejava um grupo de convidados a alguns metros de distância. Eram tão parecidos que poderiam ser a mesma pessoa em épocas diferentes da vida.
— Acabaram de se mudar?
— Algo do tipo. Morávamos em New Castle, Delaware, mas meu pai recebeu uma oferta de emprego aparentemente irrecusável em Nova York.
— E você o odeia por isso. Conheço a sensação.
A diferença é que Dominik não sentia-se assim. Diria, em vez disso, que a cidade grande tinha seus próprios meios de entregar o que queria.
— Nova York é formidável. Eventos de gala com a alta sociedade, nem tanto.
— Você se acostuma com o tempo — Olhou para a câmera nas mãos dele. — E não é como se estivesse sozinho.
— É um hobby. Minha avó costumava dizer que estaríamos todos fadados a um esquecimento progressivo, a não ser que fiquem registradas todas as nossas memórias.
Primeiro um pai milionário, agora uma avó encantadora que lhe dava presentes. O que mais poderia descobrir?
— Posso dar uma olhada? — Nate pediu.
Cada imagem exposta no visor da câmera parecia contar uma história diferente a partir do seu ponto de vista e em oposição a arte convencional, permutando da grande figura ao que passava despercebido naturalmente. Dominik fazia de insetos criaturas fascinantes; de luzes noturnas, um borrão abstrato; e de ângulos segmentados, um conceito integral. Não havia pessoas, apenas o que estaria além delas.
— Você parece bom nisso — Nate lhe disse.
— Eu aprendo uma função nova todos os dias vasculhando o menu principal. Isso é progresso, eu acho — Riu, envergonhado.
A alguns metros de distância, agora desacompanhado, o homem de sobretudo negro chamou seu nome. O hall havia sido inundado pelos convidados que deixavam o salão de festas.
— É meu pai — Dominik olhou de relance. — Sinto muito, preciso ir.
— Sem problemas. Nos vemos por aí?
— Eu... eu acho que sim.
— Foi um prazer, Dominik — Nate sorriu cortês, talvez igualmente malicioso.
Acompanhou seu trajeto pelo hall, de mão nos bolsos. Dominik foi até o pai, disse-lhe algumas palavras, e então o homem encontrou o olhar de Nate por cima dos seus ombros. Não estava contente, isso poderia afirmar.
— Gêmeo mau — Nate ouviu alguém chamar.
Andy Boyd, é claro. O que mais próximo tinha de um aliado e um inimigo.
Usava um colete cinza com botões dourados, uma gravata na mesma cor e uma camisa social quadriculada por baixo.
— Não me chame assim — Nate enrijeceu a expressão.
— Estamos a sós. É um preço justo a se pagar por manter minha boca fechada.
— Eu poderia ter chupado o seu pau e acabado logo com isso.
— De novo? — Andy fez uma careta.
Inesperadamente, ouviram o grito do pai de Dominik repercutir o salão. Nate decidiu não encarar por muito tempo, na tentativa de não parecer interessado demais.
— Por favor, vá tomar no cu — Tirou a taça de champanhe das mãos de Andy e bebericou dois goles.
— Você vai gostar do que eu tenho a dizer. É sobre Lexi, sua ex melhor amiga.
— Ela voltou à Nova York?
— Está a caminho. Você sabe o que fazer, não é?
Ele sabia, de fato. Mas naquele momento, fez-se a esquecer de tudo. Dominik esbarrou em seu ombro esquerdo de tão rápido que corria, e ele o seguiu com os olhos. Viu-o adentrar o elevador recém-chegado e pressionar uma sequência regular de botões. Até as portas se fecharem, houve uma intensa troca de olhares.
Nate sabia perfeitamente para onde ele iria.
— Nos falamos depois — Disse ao amigo, desde já se encaminhando ao próximo elevador.
Este o levou ao terraço, de onde costumava apreciar a vista da cidade. Dominik estava lá; encontrou-o na beirada norte, de cabeça baixa, a um passo de uma queda eminente.
— Pretende pular? — Perguntou-lhe em tom casual, de mão nos bolsos.
— Eu não seria tão previsível.
— Bom, eu consegui encontra-lo.
— Você vem muito aqui em cima? — Por pouco não podia vê-lo com a cabeça virada sobre o ombro direito.
— Não é tão encantador como fazem parecer no cinema. Se perder o equilíbrio, se distrair por um momento, ou alguém chegar de surpresa, você morre uma morte inoportuna. É a pior maneira de partir.
Dominik assentiu em concordância.
— Como você faria?
— Dirigiria até uma ponte e atravessaria a barreira em direção a água. O cinto de segurança trataria de inibir meu instinto de sobrevivência.
— Dói menos dessa forma?
— Não. É apenas... épico. — Nate entendia. Uma ideia lhe veio à mente logo então. — Quero mostrar-lhe algo. Você confia em mim?
— Em um completo desconhecido? Hoje sim.
— Afaste-se dois passos da beirada para garantir equilíbrio — Esperou que ele o fizesse. — Abra seus braços como um pássaro abriria suas asas, de cabeça erguida — Novamente, esperou. — Agora feche os olhos. Está sentindo?
O vento soprava forte contra a pele de Dominik; seus cabelos tremulavam para trás e seu terno, assim aberto, formava uma capa estreita nas costas. Era como estar em pleno movimento sem precisar sair do lugar.
— Sim... — Ele sussurrou. — É incrível.
— Sente vontade de pular? — Foi a primeira pergunta que Nate fez a si mesmo na primeira vez em que experimentou.
— Não...
— Que bom. Agora você sabe como é.
Dominik desceu do pódio cheio de empolgação.
— O que mais você pode me mostrar?

Mia os observava atentamente.
Em questão de minutos, o homem de jaqueta de couro foi dos cabelos de Natasha a suas pernas descobertas embaixo da mesa. A garota nem mais podia manter os olhos abertos.
— Vamos sair daqui? — Ele sugeriu.
Mia estava preparada.
Esperou que ele levantasse da mesa, com ela nos braços, e depois seguiu-o até a saída dos fundos. Após atravessarem o beco tijolado, chegaram ao Range Rover cor de vinho estacionado na calçada. Foi só Natasha acomodar-se dentro do carro que Mia o atacou. Bateu a cabeça dele contra a lataria, acertou dois socos, um chute no meio das pernas e uma cotovelada certeira. Ele caiu impotente no mesmo lugar.
— Faça isso de novo com qualquer outra garota e eu volto para cortar seu pau — Pegou as chaves do carro que ele levava na presilha do cinto e o estojo de pílulas no bolso esquerdo. — Eu fico com isso — E entrou pelo lado do motorista.
Lola apareceu na portaria logo então.
— O que está acontecendo? — Ia do homem agonizando no chão ao olhar confiante da melhor amiga.
— Entra aqui, otária — Disse Mia. — Vamos acabar com o carro do babaca.
Após todas aquelas doses, Lola não via um jeito melhor de terminar sua noite.
Ela deu a volta no carro e sentou no banco do passageiro. Mia deu a partida de imediato. No porta-luvas, que acabara de abrir, encontrou uma caixa de charutos ingleses, um isqueiro banhado a ouro, um canivete de múltiplas faces, um celular descartável e uma pasta coberta de fotos suas. Havia também um portfólio dedicado a Natasha, que serviria como um peão naquele jogo.
— O que? — Mia estava lendo as anotações no canteiro de cada foto.
Um círculo vermelho destacava o rosto de Natasha em uma delas, com as palavras “Inimiga Strauss”. Em outra, das duas juntas, havia a palavra “Feud”. Na próxima, uma afirmação: “Mia, a principal suspeita”.
Ele sequestraria Natasha para que eu parecesse culpada, ela concluiu. O telefone descartável tocou em suas mãos.
— Você conseguiu? — Matt perguntou, e ela desligou rapidamente.
O jogo viraria tão rápido que Gwen e seu time não veriam qualquer movimento.

Knock Knock.
Ouviu alguém bater.
Ivy levantou do sofá e seguiu rumo à porta. Em meio às sombras viu Alex, seu filho, de mala nos ombros e com os sapatos sujos de lama. Trajava o uniforme das Forças Armadas dos Estados Unidos e uma boina nas mesmas cores, que acabava por esconder seu novo corte de cabelo.
— Oi, mãe... — Ele disse. — Preciso de um lugar para ficar.
Ela conferiu a cor dos seus olhos mais uma vez antes de responder. Se aquele tinha olhos azuis, o que atuava em campanhas publicitárias por toda Nova York não era quem dizia ser.

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      5x06: Best Friends with Benefits, No (4 de Novembro)
     Peço desculpas por não ter publicado o capítulo no último domingo, é que eu estava em um momento ruim após o resultado das eleições e achei que alguns de vocês também pudessem estar. Enfim, seguimos lutando.
      Reservei este espaço aqui embaixo para contar algumas curiosidades sobre este capítulo. 3 delas, pra ser mais exato.
      1- Na primeira cena do capítulo, Nate briga com um de seus amigos para defender um jovem que sofreu transfobia. Acho importante falar sobre isso agora, pois alguns leitores me perguntaram por inbox no facebook o motivo de não haver muita representatividade no primeiro livro. Expliquei que estava contando esta história do ponto de vista dos vilões, e que para haver a desconstrução, precisaria de tempo. Nate, que no primeiro livro chegou a ser racista e elitista, agora defendeu um dos seus. Espero que gostem e continuem acompanhando esta mudança progressiva, é isso que eu quero mostrar.
      2- O primeiro livro foi 50% baseado em fatos reais, da minha vida, e 50% ficção. O segundo livro foi quase 100% ficção (E isso é bom, quer dizer que aquela cena de estupro e tortura nunca aconteceu). Este terceiro livro está voltando ao antigo método. Tomei a liberdade de introduzir histórias que vivenciei após finalizar o primeiro o livro, para que houvesse 50% de ficção aqui também. A referência mais importante é a adição do personagem Dominik, que é quase inteiramente baseado em um namorado que eu tive em 2015. Podem esperar que eu seja fiel ao que realmente aconteceu na vida real e explique as consequências de ter me entregado tanto a esta relação que nunca deveria ter acontecido.
     3- Um leitor pediu no capítulo passado para que eu publicasse meus dremcasts atualizados. Não gosto muito da ideia de escolher atores para interpretar meus personagens, pois acho mais justo que o leitor possa imagina-los a sua maneira. Mas já que pediram, e eu realmente tenho atores que servem como base para o que estou escrevendo, resolvi publicar.


Apresento a vocês Froy Gutierrez, meu Dreamcast para os gêmeos Nate e Alex.
Ele ficou conhecido por fazer um vilão na 6ª Temporada de Teen Wolf.

E Kaya Scodelario como Mia Strauss, conhecida pela série britânica Skins
e pela franquia Maze Runner nos cinemas.
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Postarei o Dreamcast de outros personagens (incluindo os novos) a cada capítulo.
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