Crítica | Dynasty - 1x08/09: The Best Things in Life / Rotten Things

"Feliz aniversário Jesus"

Dynasty encerra a primeira parte de sua temporada inaugural e o ano de 2017 sem ainda saber ao certo do porque existir e o que quer contar. Continuamos aqui acompanhando essas intrigas familiares, mas estamos longe de ver a luz no final do túnel do que cargas d'água realmente é o núcleo da trama central. Ela entrega obviamento bons momentos (até porque se não entregasse todos já teríamos abandonado esse barco), mas não convence na maior parte do tempo por apresentar inúmeros núcleos dramatúrgicos que não fazem muito sentido indivualmente, muito menos quando conectados.

Mas é tempo de festas e óbvio que séries com essa proposta de "drama familiar" apresentam inevitavelmente episódios temáticos que envolvam temas como ação de graças, natal e virada do ano. Dynasty não foi diferente e estas duas últimas semanas tivemos as festividades de final de ano como pano de fundo para toda a bagunça que é a história dessa Dinastia. Também tivemos a introdução de alguns personagens importantes (como o pai de Blake e a mãe de Sammy Jo), mas na verdade com pouca ou quase nenhuma razão de existirem de fato.



Comecemos por Steven e sua trama envolvendo seu provável e palpável brekadown. O personagem descobriu sobre os erros cometidos no seu passado que ocasionaram a morte de uma pessoa inocente. Faz todo sentido, dentro deste cenário, Steven se ver preso em situações que fogem completamente de seu controle mais racional. Ou seja, seu envolvimento com drogas e embustes que atrasaram sua vida fazem com que a jornada do mesmo soe plausível. Ninguém quer ver, obviamente, o menino ter uma overdose ou ser preso, mas para o amadurecimento do mesmo e como próprio artifício narrativo, faz sentido que por algum tempo o personagem esteja enfrentando seus próprios demônios, e isso ele precisa fazer sozinho.

Fallon e Colby finalmente começaram um envolvimento que foi bem além do que o profissional, o que já era esperado desde a estreia. No entanto, como estamos falando de um dramalhão, descobrimos que Jeff tem intenções muito mais obscuras do que transpareceu até agora. O que faz sentido complemente, uma vez que termos ele apenas como um admirador de Fallon nunca soou tão real assim. Resta saber quais os objetivos do companheiro de Fallon e saber até que ponto ele está disposto a chegar para alcançar estes objetivos.



Não podemos esquecer que estamos numa novela (um tanto quanto machista e misógina) e era óbvio que alguma dupla feminina sairia no tapa derrubando o pinheiro de natal numa cena grandiosa. Para isso tivemos Cristal e sua irmã em um conflito que não fez muito sentido. Porque tínhamos desde o início que Cristal queria proteger sua família pelos motivos mais puros, e aqui isso já foi desconstruído, uma vez que a irmã de Cristal foi responsável pelas ameças que a personagem veio sofrendo nos últimos episódios. Era óbvio, num roteiro preguiçoso desses, que a mãe de Sammy Jo andaria com uma quantia em dinheiro elevada, marcada, numa bolsa a mostra para qualquer um ver e Cristal descobre isso do modo mais patético possível. Por falar nisso, desde o início da série temos cada vez mais revelações deste tipo: das formas mais fáceis possívéis.

Dynasty volta agora no final desse mês de janeiro e peço desculpas pelo atraso destes dois últimos episódios. Para o retorno, a série precisa desesperadamente encontrar seu rumo e escolher de fato qual será o núcleo da sua história que ainda tem mais uma boa quantia de episódios para irem ao ar. Novela que é novela sempre tem gente morta retornando e depois daquela revelação de Cristal a cena final não surpreendeu quase ninguém e duvido que vá fazer tanta ou alguma diferença após o retorno. Resta saber se os roteiristas conseguirão parar de enfiar tantos plots num show que em seu nono capítulo não consegue esclarecer os motivos de estar no ar. Mais uma vez, não adianta colocar mulher se estapeando e mortos retornando por vingança quando a história não se sustenta.