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Crítica | Grey's Anatomy - 14x01/02: Break Down The House / Get Off on The Pain (Season Premiere)



Será que 14 é um número de sorte?

Grey's Anatomy está de volta com a complicada tarefa de consertar (ou até mesmo apagar) todo o erro que o décimo terceiro ano foi. Depois de tudo o que nos foi apresentado na temporada passada, com pouco material que realmente dê para se salvar, a série tem que sair da maré de azar do número treze e buscar recuperar todo o bom melodrama que os roteiristas são capazes de fazer. Não vou mentir, vim para essa premiere com os dois pés atrás e o que recebi foi uma bomba. Uma boma de satisfação e um tapa na cara por não acreditar que tudo poderia melhorar.

Os dois primeiros episódios funcionaram incrivelmente bem como um evento duplo de duas horas. Não soou em nenhum momento como algo enfadonho ou apenas uma jogada de marketing. Na verdade, as tramas estiveram em grande balanço e os dois capítulos funcionam justamente por respeitarem seus próprios ritmos e complementarem um ao outro. Vale ressaltar que Break Down The House e Get Off on The Pain serviram basicamente para estabelecer as novas tramas que serão trabalhadas possivelmente por algum tempo nesta décima quarta temporada.



Primeiro temos que comentar a volta (não tão surpreendente) de Megan Hunt. Após tudo o que se instaurou no ano passado sobre a irmã não tão falecida de Owen era óbvio que de morta Megan não tinha nada. Ora, sabemos que no mundo das séries se algum personagem principal relatar que tem algum ente a tanto perdido em algum momento esta pessoa dará as caras, ou para gerar confusão, ou para gerar drama. E não foi diferente. Mas muito felizmente o roteiro foi mais que inteligente ao utilizar Megan de uma forma que provavelmente nenhum fã esperaria. Na realidade, todos achávamos que a introdução da personagem serviria apenas para causar mais um drama obscuro e pessimista para Hunt e sua família, mas bem pelo contrário. Deixaram todo o sofrimento (talvez desnecessário) de lado que isso ocasionaria e colocaram Megan já estabelecida como uma pessoa "sã", ciente de sua situação e completamente O.K com tudo o que aconteceu com ela. Triângulo amoroso? Pego a minha bike e vou embora. Até então não temos indícios concretos de que Meredith-Riggs-Megan irá acontecer e estou grato por isso.

Do outro lado temos alguns pontos bastante interessantes em vários núcleos que nos fazem realmente querer continuar acompanhando estas histórias (diferente da décima terceira temporada). Karev e Jo, pelo que fica entendido, terão bastante destaque e incrivelmente achei isso algo bastante válido. Se ano passado tudo o que envolvia os dois apenas me tirava do sério, agora termos o casal seguramente tendo que enfrentar o ex abusador de Wilson muito em breve mostra novos horizontes para as tramas da dupla, tanto como pessoas separadas, quanto como um casal. Vale aqui também exaltar o ótimo texto de cunho feminista que rondou Jo por todo tempo nos dois episódios. Na verdade não só ela, já que Bailey teve ótimas cenas e diálogos que mostram o poder de apresentar histórias de cunho social dos roteiristas (quem não amou aquelas alfinetadas no presidente Trump no que tange assuntos imigratórios?).

Vale também apontar o retorno da Teddy para o Grey Sloan. A sacada para trazer a personagem foi ótima e não soa forçada, mas como nunca fui muito fã da médica, não vibrei com seu regresso, apenas entendi sua validez. Suas cenas foram boas, mas muito do seu texto me incomodou por conhecer o passado dela com Owen e não curtir muito esse amor jamais correspondido dela por ele. Então se logo ela partir isto não me afetará negativamente, afinal ela tem que mostrar crescimento, amadurecimento e um motivo concreto para estar ali. Também tivemos a adição da irmã de DeLuca (Andrea, se eu amei?), o que funcionou de um jeito que eu não estava esperando. Achei incrível sua introdução e acho inteligente abrir novos caminhos para o médico que se encontra já há algum tempo na série e nunca teve tempo efetivamente de brilhar em algo que não envolvesse algum par romântico.



Por fim, temos o gancho envolvendo Amelia. Apesar de amar todas as histórias envolvendo a equipe médica, não sei se vai soar muito repetitivo mais alguém nessa mesma situação (Hello Izzie). Não vou criticar antes de acompanhar todo esse dramalhão, mas também não vou apostar todas as minhas fichas. Todos sabemos da personalidade "quebrada" de Amelia e apesar de ver algum saldo positivo que possa sair disso tudo, tenho medo do que a personagem pode se tornar: fechada, reclusa, atacando tudo e todos sem motivo, voltando aos vícios, etc. Vamos ver o que Shonda nos preparou.

Com um punhado de um novo elenco, Grey's Anatomy retorna triunfalmente. Depois de tantas reclamações sobre a décima terceira temporada, os roteiristas parecem, até então, terem entendido os nossos clamores e estão dispostos a contar histórias que de fato façam sentido de existir. Temos uma longa caminhada pela frente e o carrossel nunca para de girar. Não podemos nos enganar e apostar tudo em cima apenas do início desse ano, mas como todos somos Alices, vamos ver o que Shonda ainda guarda para nós dentro da manga.

P.s.: Não sei vocês, mas amei os novos internos e pelo que deu pra entender eles serão repsonsáveis pela parte cômica daqui para frente. Não deu pra conhecer todos muito bem nem para deocrar seus nomes, mas todos parecem no mínimo interessantes.
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