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Crítica | Eu Sempre Vou Saber O Que Vocês Fizeram No Verão Passado


Direção: Sylvain White
Ano: 2006
País: EUA
Duração: 92 minutos
Título original: I'll Always Know What You Did Last Summer

Crítica:

O que ele sabe pode matar você...


Depois da segunda parte não ter tido o retorno esperado, a franquia do pescador vingativo estava basicamente morta. Uma terceira parte havia sido escrita, continuando a história dos sobreviventes dos filmes anteriores, mas logo foi descartada. Quase uma década depois, a franquia receberia um destino pior do que simplesmente acabar: ela continuaria direto no mercado de vídeo. Apesar de ser tratado como uma continuação, esse terceiro filme é basicamente um reboot - antes mesmo desse termo se tornar popular. Seguimos aqui novos personagens, um novo segredo e, como afirma uma das frases de efeito, um novo verão. Mas, como se um reinício não fosse o suficiente, o roteiro ainda trata de acrescentar algumas outras surpresas que não fazem o menor sentido.

Na trama, quando uma brincadeira de 4 de julho, baseada em uma lenda assustadora resulta na morte acidental de um de seus melhores amigos, um grupo de adolescentes faz um juramento de não contar a ninguém sobre o envolvimento deles. A amizade é testada quando eles acabam se afastando um dos outros até o próximo Dia da Independência, quando eles recebem mensagens ameaçadoras sugerindo que uma outra pessoa pode também saber o que realmente aconteceu naquela terrível noite de verão. Agora, conforme os dias vão passando, o grupo irá perceber que alguns segredos nós levamos para o túmulo. Será que eles serão capazes de impedir que a lenda horrível retorne ou eles serão mortos um a um pelo misterioso assassino do Gancho?

A história é basicamente a mesma que a do original, mas desta vez o acidente é completamente diferente. Ainda que eu tenha apreciado uma mudança, o segredo original era condenável o suficiente para que os envolvimentos tenham mantido segredo. Neste filme, é um pouco mais difícil crer que alguém estaria disposto a levá-lo para o túmulo. Mas, calma, esse sequer é um dos principais problemas desta produção. Seguindo o clássico "O segredo nosso conosco", avançamos quase um ano, que é quando as coisas importantes realmente começarão a acontecer. O roteiro tenha seguir os moldes do primeiro filme, incluindo as ameaças, mas são cenas estão sem noção e ridículas, que elas apenas despertam o riso involuntário. Você não consegue se sentir tenso em momento algum.

O roteiro sequer foi capaz de elaborar uma história de fundo para os assassinatos. Quem é o responsável pelas novas mortes e quais são suas motivações? A trama tenta levantar algumas suspeitas, mas desde cedo fica claro que nenhum ser humano normal poderia fazer as peripécias que acontecem neste filme. E, quando o filme finalmente revela a verdade, nós só conseguimos ficar chocados com a enorme cara de pau e ousadia dos roteiristas. Depois de dois filmes, eles realmente acharam uma excelente ideia transformar o terceiro em um slasher sobrenatural? Aliás, essa parece ter sido uma tendência, uma vez que a terrível sequência Lenda Urbana 3: A Vingança de Mary, lançada por essa época, apelou para elementos sobrenaturais. Não preciso dizer que, nos dois casos, ficou completamente descabido, não é verdade?

A coisa só piora ao analisarmos os personagens! Se no primeiro filme nós gostamos e torcemos até mesmo pelos personagens secundários, neste desejamos pela morte cruel de todos eles. Nenhum dos jovens tem um pingo de carisma! Eles são estereotipados e parecem mais fantasmas mal desenvolvidos dos personagens originais. E alguém pode me falar o que aquela loira do canto do pôster está fazendo ali? Ela deve ter menos de dois minutos em tela, não tem falas e sequer está envolvida com o segredo. É a personagem mais aleatória de todo o filme, e não serviu nem para ter uma morte rápida. Então qual o motivo para ela estar posando no pôster como se o seu pescoço estivesse na reta? Isso é apenas mais um exemplo do quanto esses personagens são irrelevantes.

Confesso que eu até gosto do confronto final entre a mocinha e o assassino sobrenatural do gancho. Pela primeira vez, a melhor amiga da protagonista não tem qualquer destaque ou perseguição que se preze. De fato, seu destino final é um dos mais sem graça e mal escritos da trama. Pelo menos a "morte" do assassino neste filme é a melhor de toda a franquia. Caso ele fosse humano de verdade, não teria mesmo como ele voltar depois daquele desfecho. Infelizmente, para a mocinha, ela estava lidando com uma entidade sobrenatural. Sendo assim, o filme termina com aquela última cena cretina típica da franquia, mostrando a protagonista sendo atacada nos últimos segundos da trama. Enfim, esse filme é realmente bem ruim. Talvez fosse melhor visto se tivesse sido lançado como um filme independente, afinal de contas, ao o compararmos com os filmes anteriores, é impossível não o ver como uma mancha vergonhosa para a franquia. Por último, se vocês que acham que o segredo morreu de vez, pensem novamente. Ele está prestes a renascer através de um desnecessário remake que deverá ser lançado no próximo ano. Vocês acham que vale a pena voltar para um novo verão?


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3 Comentário(s)

3 comentários:

  1. me lembro que em algum lugar vi que esse filme teve o titulo provisorio de The Hook (O Gancho), ou seja, acho que nem seria do mesmo universo dos outros dois. acho que lançaram com esse nome só pra faturar mesmo

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  2. Então né no segundo filme eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado temos que concluir que após o assassino pegar a Julie e puxa lá para debaixo da cama a matou foi para o banheiro matar o Ray e depois foi para casa da Carla mata lá?

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  3. Simplesmente Adorei Os 2 Primeiro s Filmes Eu Iria Gostar Se Os Mesmos Personagens Estivessem De Volta

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