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[Crítica] Pânico na Floresta


Direção: Rob Schmidt
Ano: 2003
País: EUA
Duração: 91 minutos
Título Original: Wrong Turn

Crítica:

Este será o último caminho errado que você pegará.

Quem imaginou, mais de dez anos atrás, que Wrong Turn se transformaria em uma das maiores (em termos de quantidade, devo ressaltar) franquia de terror da atualidade? Mesmo em 2003, filmes envolvendo jovens morrendo na floresta não era mais novidade - não com o Jason atacando nos arredores desde os anos 80 -, mas de alguma forma o filme conseguiu se destacar, garantindo bons momentos para os espectadores, antes que a própria franquia pegasse um "caminho errado" lá pelo terceiro filme da saga. Com o lançamento do sexto filme (!), nada mais digno do que fazer aquela maratona esperta, e relembrar todos os títulos dessa franquia - que provavelmente não irá ser deixada em paz tão cedo.

Na história, Chris Flynn está dirigindo de carro para uma entrevista de emprego em outra cidade. No entanto, um acidente bloqueia a avenida principal, e Chris busca uma rota alternativa pela montanhas de West Virginia. Devido a falta de atenção, ele bate em outro carro parado, que estava com os pneus furados, no meio de uma estrada de terra. Chris então conhece cinco amigos, que haviam decidido acampar na floresta. Eles se unem para conseguir ajuda, mas acabam encontrando uma estranha cabana no meio do nada, onde três violentos canibais deformados vivem. Logo, eles terão que lutar por suas vidas, enquanto percebem que, se não escaparem, acabarão se tornando o prato principal...

A história em si não apresenta nada complicado, ou qualquer tipo de reviravolta. Tipo acontece muito rápido, mas de forma eficiente. A velha trama dos jovens na floresta é repaginada de uma forma interessante, onde o roteiro introduz elementos bizarros que tiram a história do lugar comum. Os vilões são extremamente eficientes e assustadores, principalmente por estarem acostumados a caçarem suas presas - tornando muito mais difícil a sobrevivência de suas vítimas. Uma vez que caçada começa, o roteiro não dá muita chance para os espectadores respirarem. O destaque fica por conta dos ataques com as flechas, que são sempre imprevisíveis, certeiros e muito bem feitos visualmente.

O diretor acerta ao nunca focar no rosto de seus vilões, mostrando apenas algumas tomadas rápidas - e geralmente escuras - de suas faces monstruosas. Esse suspense não se manteve nas continuações, por isso é um ponto que deve ser apreciado neste primeiro filme. O roteiro também acerta em suas vítimas, principalmente o casal protagonista, que, além de ser carismático, mostra que tem o que é preciso para lutar por suas vidas. Os outros personagens não têm muita chance de serem desenvolvidos, uma vez que eles são eliminados rapidamente. A maioria das mortes são visualmente chocantes, com destaque para a última, que é especialmente brutal (não só jeito que aconteceu, mas também todo o terror psicólogo em torno dos sobreviventes que tiveram que assistir impotentes).

Apesar de nunca se aprofundar na história dos canibais, o roteiro dá algumas pistas sobre o que causou suas deformações - principalmente durante os créditos de abertura, através das manchetes de jornal. Esse tema poderia ter sido melhor explorado enquanto os sobreviventes estavam na cabana deles, mas, mesmo assim, a cena consegue ser uma das melhores de todo o filme. Além de ser extremamente agonizante assistir as vítimas tentando escapar de lá sem serem vistas, também é uma sequência muito brutal, que com certeza chocará as pessoas com estômago mais fraco.

Enfim, muitos consideram este filme fraco, mas acredito que tenha sido um dos mais eficientes em sua proposta. Ninguém realmente estava esperando um roteiro profundo, mas sim uma história empolgante, com um clima aterrador, e uma diversão sombria. Em todos estes quesitos, Wrong Turn não falha. É uma obrigação para todos que gostam de filmes de terror e ainda não tiveram a oportunidade de conferir. O mesmo não pode ser dito pela maioria das sequências, o que é lamentável, já que, com uma estrutura bem definida, a trama geral da franquia poderia ter sido muito bem amarrada.


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