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[Crítica] Floresta do Mal


Direção: Joe Lynch
Ano: 2007
País: EUA
Duração: 94 minutos
Título Original: Wrong Turn 2: Dead End
Título Alternativo: Pânico na Floresta 2

Crítica:

Na floresta, só eles podem escutar os seus gritos.

Depois de ser um sucesso, e ter terminado sua trama com uma ponta solta, não demoraria muito para Pânico na Floresta ganhar uma sequência. Para o desespero dos fãs, logo foi anunciado que a segunda parte seria lançada direto em DVD, o que sempre é motivo de preocupação. O resultado, porém, não poderia ter sido mais surpreendente. Joe Lynch, que era considerado uma aposta arriscada, já que esse foi o seu primeiro trabalho na cadeira de diretor, mostrou que há qualidade no mercado de vídeo - mesmo em produções com baixo orçamento. Além de ter entregado um filme completamente sangrento, Lynch também conseguiu deixar sua marca, apresentando um tom novo à franquia.

A história segue um grupo de participantes de um reality show, comandado pelo militar aposentado, Dale Murphy, que simula um mundo pós-apocalíptico, onde os participantes são desafiados a sobreviver em uma terra remota em West Virginia. O programa, porém, se transforma em um pesadelo real quando os participantes percebem que estão sendo caçados por uma família de canibais deformados na floresta. Logo, eles terão que sobreviver a uma realidade muito mais aterradora do que haviam imaginado, onde armadilhas mortais espreitam por todos os cantos, e canibais bem treinados querem tê-los para o jantar... de uma forma bastante peculiar.

Antes de começar a falar sobre este filme em si, gostaria de dedicar um parágrafo para falar sobre a enorme injustiça que essa sequência sofreu. A Playarte, que foi responsável pela distribuição do primeiro Pânico na Floresta no Brasil, perdeu os direitos da segunda parte, que passou a ser da Fox. Sendo assim, em uma tentativa vergonhosa de sabotagem, a Playarte lançou no mercado brasileiro Pânico na Floresta 2, - título picareta de Timber Falls -, um filme que não tem a ver com a franquia Wrong Turn, e sequer é uma sequência. A Fox deu para trás, e lançou a verdadeira sequência com o título Floresta do Mal, o que foi uma péssima decisão (poderiam ter lançado como Pânico na Floresta 2: Sem Saída, ou qualquer outro subtítulo).

Tentando superar esse golpe cretino, foquemos na sequência em si. Como já disse, este filme tinha tudo para ser péssimo, mas consegue ser tão bom quanto o primeiro. Muitos podem não concordar, mas acredito que, mesmo com todas as suas diferenças, esta sequência consegue reinventar sua própria história e apresentar um novo tom para a franquia. Enquanto fracassa em alguns elementos interessantes mostrados no original, essa segunda parte acrescenta outros que também são muitos bons. O suspense e o clima aterrorizante do primeiro filme são substituídos são uma fotografia mais clara e um pouco de humor negro. Há uma quantidade muito maior de personagens, o que garante uma contagem maior de corpos. Surpreendentemente, o roteiro ainda consegue apresentar personagens carismáticos, até mesmo alguns que não conseguem sobreviver até o final.

Nada se fala sobre os sobreviventes do filme anterior - apesar do fato que roteiro original dessa sequência os traria de volta. O único personagem a retornar é o velho do posto, e o roteiro dessa segunda parte trata de desenvolver o envolvimento dele com os canibais. O enredo só pisa na bola quando tenta introduzir uma nova explicação em torno das deformidades dos canibais. De acordo com essa segunda parte, o lago foi contaminado pelos resíduos de uma fábrica, condenando as gerações seguintes do povo que bebia dele. Para aliviar essa alteração, e aumentar ainda mais o nível de bizarrice, o incesto continua presente. A diferença é que ele deixou de ser sugerido, e se tornou explícito - em uma das cenas mais nojentas e impactantes do filme.

Essa segunda parte teve o objetivo de homenagear os filmes sangrentos dos anos 80, e conseguiu alcançar o seu objetivo. Além disso, durante a cena do jantar no final do filme, há uma clara referência ao clássico O Massacre da Serra Elétrica. Enfim, é óbvio que recomendo essa sequência. Apesar de apresentar um tom completamente diferente do original, acerta ao acrescentar novos elementos que funcionam na história. É por isso que é quase impossível julgar qual dos dois é melhor, afinal de contas, eles sustentam suas melhores qualidades em pontos distintos. Merece ser conferido!


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