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Crítica | Byzantium - Uma Vida Eterna


Direção: Neil Jordan
Ano: 2012
País: UK | EUA | Irlanda
Duração: 118 minutos
Título Original: Byzantium

Crítica:

Bonita. Sedutora. Mortal.

Não é segredo para ninguém que eu adoro filmes de vampiros. E o mais interessante é perceber que eles tendem a evoluir com o passar dos anos. Atualmente, é raro ver um vampiro que é repelido com alho. A mitologia dos vampiros está sendo mudando e, na maioria das vezes, sou receptivo a essas mudanças (menos quando eles começam a brilhar no sol). É por isso que eu estava tão ansioso para assistir Byzantium, porque além de resgatar o tom clássico, a trama ainda surpreendeu ao trazer uma nova abordagem para as criaturas da noite. Algo nunca visto antes.

A história gira em torno de Clara e Eleanor, mãe e filha, vivendo perseguidas através dos séculos. Depois de serem descobertas, elas fogem para uma nova cidade, onde encontram a oportunidade de se estabelecer com o solitário Noel. Porém, o passado não está disposto a esquecê-las e, à medida que sabemos mais sobre o que aconteceu enquanto elas ainda eram humanas, o presente vai preparando um mortal desfecho. Agora, Eleanor se apaixona por um garoto terminal, enquanto sua mãe, Clara, luta com todas as suas forças para que as duas sobrevivam aos perigos que as rondam.

Tentei ser o mais enigmático possível na sinopse, até porque, o roteiro faz questão de guardar certas surpresas para o espectador. Os momentos mais interessantes ocorrem através de flashbacks e narram o passado das protagonistas. Histórias envolvendo vampiros são tão fascinantes porque eles tiveram a oportunidade de viver por séculos, o que consequentemente resulta em uma história de vida rica de acontecimentos marcantes. A trama de Byzantium não é diferente, embora o roteiro pudesse ter se aprofundado mais nos flashbacks.  Tentando segurar informações importantes do enredo, o roteiro desperdiça a chance de explorá-las mais a fundo.

Ainda que essa seja uma história sobre vampiros, poucos elementos dessas criaturas foram incorporados à história. Poderia dizer que, basicamente, apenas a sede por sangue humano. Todo o resto da mitologia foi reestruturado e apresentado sob uma visão completamente nova. Nesse filme, os vampiros podem andar sem problemas de dia (apesar de estar sendo nublado) e as unhas compridas e pontudas substituem as clássicas presas. Porém, o maior diferencial está na transformação. Além de entregar uma das cenas mais bonitas visualmente, o processo de transformação é muito interessante e original. Eu, pelo menos, nunca vi nada parecido.

Os personagens também não ficam para trás e se encaixam perfeitamente na proposta do roteiro. O destaque fica por conta de Gemma Arterton, que consegue roubar todas as cenas. Ela está fantástica no papel de Clara e consegue passar todo o sentimento em volta da personagem. Ela consegue ir de vilã à mocinha em segundos. Saoirse Ronan (A Hospedeira) também está ótima em seu papel, ainda que não seja tão fascinante quanto o da Arterton. É importante ressaltar que, apesar da personagem de Ronan ser uma adolescente, não podemos dizer o mesmo de sua personalidade. Um erro fatal em filmes de vampiros é apresentar personagens com séculos de existência e ainda sem maturidade.

Enfim, eu adorei esse filme, simplesmente um dos meus favoritos desse ano. Sabia que o diretor Neil Jordan (que também foi o diretor do clássico Entrevista com o Vampiro) não me decepcionaria. Esse filme acerta no tom, fotografia e construção dos personagens. Exatamente aquilo que os fãs dos vampiros antigos estavam pedindo. Muitas produções tentam imitar o estilo (como Kiss of the Damned), mas poucos realmente conseguem desenvolvê-lo de forma satisfatória. É claro que eu recomendo e, desde já, fico no aguardo de mais histórias de vampiros envolvendo essas criaturas da noite que eu considero tão fascinantes.


Trailer Legendado:

Comentário(s)
1 Comentário(s)

Um comentário:

  1. Cara, seu blog é incrível! Seu trabalho é raro de se encontrar na internet! Resenhas críticas e com qualidade! Parabéns!

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