[Crítica] Once Upon A Time - 2x16: The Miller's Daughter

Um coração cheio de trevas.

Review:
(Spoilers Abaixo)

Se existe alguma dúvida antes, agora não há mais. Este se tornou o melhor episódio desta temporada até agora. O episódio passado - que foi ótimo - acabou sendo um mero aquecimento para o que estava por vir. Simplesmente digno de algum tipo de Finale. Pela primeira vez, tivemos a oportunidade de acompanhar o passado da misteriosa Cora. Nunca tivemos um flashback do seu passado e sua história permanecia no escuro, assim como o seu coração. Bem, chegou a hora.

Não é a toa que eu simplesmente adoro os personagens maus. Eles têm bastante história para contar. Estava esperando pacientemente por este momento e ainda conseguiu superar minhas expectativas. Assim como o passado da Regina e do Rumpels, tinha certeza que a história da Cora seria igualmente interessante. E eu não me enganei. Ninguém nasce malvado. As pessoas acabam se tornando más com suas experiências pessoais. Na semana passada vimos que a Branca de Neve poderia não ter o coração tão cheio de amor se tivesse sido criada por outra mãe. Agora é a nossa oportunidade de descobrir como as trevas alcançaram Cora.

Claro que devia ter a participação do Rumpelstiltskin, o senhor das trevas. Ele é mesmo o elo para todas as histórias, sendo o mais velho de todos. O único que consegue acompanhá-lo em termos de idade é o Capitão Gancho, e o seu próprio filho, Bael, por mais que ele tenha sido só uma criança na época. Isso o torna mais velho que todos os outros. Porém, o que surpreendeu foi ver que o Rumpels encontrou o amor depois de sua esposa - e não foi a Bela. O Senhor das Trevas teve um breve e intenso relacionamento com a Cora. Por um momento eu pensei que seria revelado que a Regina é a sua filha, mas não aconteceu por causa de uma grande reviravolta na trama.

Cora era a filha do moleiro, um bêbado, e era humilhada pela realeza. Sempre ambiciosa, ela entrou em um baile de máscaras e teve um breve momento com o príncipe. Sua abordagem foi diferente das outras, o que acabou chamando a atenção dele. Porém, seus planos foram por água abaixo quando o Rei a reconheceu, humilhando-a publicamente. Cora até que tentou ficar por cima com uma mentira, e foi justamente isso que a uniu com o Rumpels. O seu desespero. Agora, o que fez eles se apaixonarem foi a intimidade que eles tinham com as trevas. Dois corações obscuros. Certamente formariam um belíssimo casal, se não fosse pela ambição dela.

E o mais incrível é que a Cora arrancou o próprio coração para não se deixar levar pelo seu amor. No leito de morte, ela confessa que o Rumpels foi o único homem que ela alguma vez amou. O final foi mesmo muito emocionante, por diversas cenas. As últimas palavras da Cora foram arrebatadoras. Ela queria dizer que ter sua filha seria suficiente, não precisava do poder. Infelizmente, ela só pôde reconhecer isso em seus últimos suspiros, quando o seu coração estava de volta ao seu peito. Ela só se permitiu amar em seus últimos momentos, o que torna tudo ainda mais triste.

O clima de despedida também afetou o Rumpelstiltskin, que foi um belíssimo discurso para a Bela por telefone, assim como sua conexão com o seu filho, depois de tanto tempo sonhando por isso. Rumpels, porém, tomou a vida da Cora graças à Branca de Neve, que usou a vela negra que lhe foi dada por Cora, anos atrás, quando ela ainda era uma criança (o que torna tudo ainda mais triste e irônico). E eu definitivamente mal posso esperar pelo próximo episódio, onde veremos uma Regina vingativa e o auge de seu poder. Sua mãe está morta porque a Branca de Neve a enganou, manipulando-a. Não será um bom dia para os moradores de Storybrooke.