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[Crítica] Dezesseis Luas


Direção: Richard LaGravenese
Ano: 2013
País: EUA
Duração: 124 minutos
Título Original: Beautiful Creatures

Crítica:

Segredos obscuros verão a luz.

Se vocês ainda não conseguiram arranjar um par sobrenatural, estão perdendo o tempo. Romance com humanos está totalmente ultrapassado. Estamos em uma época onde os lobisomens, vampiros e, até mesmo, os zumbis são namoráveis. E vocês ainda estão pensando naquele par sem condições sobre-humanas? Talvez seja melhor desse jeito. Porque enquanto alguns produtores estão desesperados para encontrar um novo par romântico original que arrase nas bilheterias, outros apostam em algo mais conversador. Neste caso, uma pegação básica com bruxas sempre cai bem.

A história desse filme gira em torno de Lena, que acaba de se mudar para sua cidade natal, onde sua família tem um histórico obscuro com a cidade. Não demora muito para ela ser perseguida por outros adolescentes que pensam que ela é uma adoradora de satã. Porém, um jovem, Ethan, vê em Lena tudo que faltam nas outras pessoas. Ela não é comum, e ele não demora a descobrir isso. Logo, os dois se descobrem apaixonados, o que pode ser perigoso para o destino de ambos. Quando Lena fizer aniversário, terá que escolher entre o lado das trevas ou da luz. E a decisão pode não estar em seu alcanse. Seu amor é a única coisa que pode salvá-la, ou condená-la de vez nas trevas.

Assim como Meu Namorado é um Zumbi, este filme também é baseado em um livro. A saga literária tem quatro volumes ao todo, então parece claro que o estúdio está de olho em uma nova franquia arrebatadora, tendo vendido a obra como uma espécie de "novo Crepúsculo". Não consegui ver muitas semelhanças além do velho e manjado romance sobrenatural. Esse tipo de comparação é forçada e injusta, até porque, este filme é bem melhor em diversos aspectos. Algo que me chamou muito atenção foi a ambientação. A cidade pequena apresentada no filme é extremamente charmosa e combina perfeitamente com a proposta da história.

O que se destaca nessa obra - e que se diferencia da maioria das outras mesmas propostas -, é que o ser sobrenatural é a menina. Enquanto outras tramas procuram enfatizar os papéis de mocinha indefesa e herói com "poderes", este filme segue exatamente de forma contrária. Em meio a tantos personagens poderosos, o mocinho se torna meio que impotente. Não que isso tire o foco e o brilho dele. O casal de protagonista é formado por atores relativamente desconhecidos, mas que cumprem muito bem o seu papel. Nada de abstinência de beijos por aqui. Os personagens têm uma química enorme e se pegam sempre que têm chance, exatamente como um casal de adolescentes deveria ser.

O desenvolvimento da relação entre os dois acontece de uma forma natural. Não segue o estilo "olhou e se apaixonou". Segue todo um mistério e curiosidade, que acabam - eventualmente -, se transformando em um forte sentimento. E, apesar dos protagonistas serem fortes, os outros personagens também consegue roubar um pouco do brilho. Entre eles está a diabólica Ridley (Emmy Rossum), que foi invocada pelas forças das trevas. Ela é uma figura e tanto. Tem muito estilo e é aquele tipo de "bitch" que todos amam odiar. A vilã de verdade, Serafine (Emma Thompson), tem um grande peso na trama e a interpretação da Thompson está muito boa.

Dentre os pontos negativos, temos os efeitos visuais, que poderiam ter sido um pouco melhores; e a falta de cenas mais obscuras. Esperava por mais magia negra e bruxaria pesada, considerando a proposta inicial. Sou apaixonado por filmes envolvendo bruxaria e acho que o enredo deixou a desejar neste quesito, principalmente na segunda metade. Mas esses pontos não são suficientes para derrubar o filme como um todo. Infelizmente, uma sequência parece improvável, considerando que a bilheteria não empolgou. É uma pena, porque eu gostaria de ver outro.


Trailer Legendado:

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