Especial

Foto:

[Livro] Hell Yes - Capítulo 1: O Túmulo Solitário de Isabella Burke

Aquilo parecia ser frio demais. O calor infernal não podia mais ser sentido por Taylor e não havia mais barulho algum. Seria um truque de Minerva? Ela se perguntava, mas parecia ser outra coisa. Quando seus olhos abriram, ela fitou o escuro, sem saber o que estava acontecendo. Mas foi só mexer-se alguns centímetros que percebeu o lugar apertado onde estava. Quando percebeu que estava num caixão, a felicidade foi tanta que soltou uma gargalhada. E junto de risos estrondosos vieram lágrimas de felicidade, mas ela as enxugou rapidamente, já havia chorado bastante e por anos, nenhuma lágrima seria aceita naquela situação, mesmo que fosse de felicidade.

Ela apalpou ao seu redor, procurando qualquer coisa, mas um isqueiro ou uma lanterna serviriam de grande ajuda. Só que não tinha nada ali dentro. Era bom demais pra ser verdade que ela recebesse alguma ajuda, o pior já havia passado. Mas onde ela estava? Como foi parar ali? Sua ultima lembrança foi estar jogando lava goela abaixo de uma mulher - que matara os filhos a sangue frio – e num piscar de olhos já estava dentro de um caixão contando vantagem pelo “milagre”. E a surpresa foi tanta que ela começou a se perguntar se Deus realmente existia, mas riu de si mesma quando percebeu que isso seria um absurdo.

Ela respirava e estava faminta, logo tratou de pensar num jeito de sair dali, ou iria morrer... De novo. Começou a bater na porta do caixão, querendo que por outro milagre ele se abrisse e ela pudesse sair dali. Mas o que havia lá fora? A Terra? Os humanos? Será que quando ela saísse de lá, Minerva estaria do lado de fora sorrindo e se vangloriando da brincadeira que fizera? Mas ela precisava sair. Mesmo que isso fosse apenas um sonho, ela estava feliz por sonhar.

Só que quanto mais batia, mais aquele caixão parecia estar lacrado. Os socos de Taylor pareciam fracos demais para aquilo e ela estava começando a se irritar.

- Abre sua vadia! – Ela gritou – Abre caramba! Sua vagabunda! – Ela estranhou xingar outra coisa que não fosse Minerva.

Mas nada aconteceu. Ela ainda estava presa num caixão e a fome a matava. Mas não podia lidar com aquilo, apesar de tudo ser melhor do que a vida que levava. Mas ela queria sair, queria tanto que quando parou, outra lágrima caiu. Ela sabia que não merecia, sabia que era sorte ela estar ali, mas ali não podia ficar.
- Abre sua vagabunda! – Ela deu o ultimo soco, que atravessou a porta do caixão como se fosse papelão.

A terra começou a cair para dentro do caixão e com ela vários insetos. Taylor deu mais socos e a porta do caixão foi se abrindo. Levantou-se e começou a subir. A escalada foi fácil e não demorou nada.

E quando chegou até o limite, Taylor colocou a mão para fora do que ela esperava que fosse um tumulo. Agarrou-se na primeira planta que sua mão encontrou e colocou a cabeça pra fora. Logo deu um grande suspiro, aquilo era ar e ela sentia entrar em seus pulmões. Fazendo força, conseguiu subir encima da terra, ficando de joelhos. Logo olhou ao seu redor. Era um cemitério. Quando percebeu isso, deu uma risada sinistra que revezada com a respiração ofegante que ela sentia de acabar de sair de um túmulo. Taylor estava livre, pelo que parecia.

Quando olhou pra trás viu a lápide. Isabella Burke, ela leu. Então ela estava no tumulo de outra pessoa?

Olhou para suas mãos e logo após para si mesma. Percebeu que estava com a mesma roupa com que tinha sido morta, só que estava suja de terra. Então, não podia ser outra pessoa. Mas como explicaria ela acordar após anos e ainda ser ela mesma? Algum feitiço?

Ela Levantou-se do chão e começou a andar. Seus passos lentos e duradouros a faziam enxergar mais o cemitério e a luz do dia. E apesar de ser incrível, a luz do sol não incomodava seus olhos. Mas o que seria mais incrível a sair milagrosamente do inferno?

Ela andou até o portão do cemitério onde viu um senhor. Ele parecia ter uns sessenta anos e estava vestido de preto. Parecia ser o zelador do cemitério. Taylor não ligou muito, estava mais preocupada em sair dali e comer alguma coisa. O velho senhor deu um tempo no seu serviço de juntar folhas mortas de árvores e observou Taylor. Ela estava uma bagunça, arrepiada, cheia de terra e num cemitério às sete da manhã, ela só podia ser um zumbi, ou pelo menos foi isso que o senhor pensou. Ele a fitou, com os olhos arregalados e cheios de medo, mas não se moveu um só centímetro. Taylor passou por ele caminhando lentamente, até que o fitou. O senhor engoliu em seco e pensou em correr, mas o medo o fez ficar congelado onde estava.

- Buh – Ela o assustou.

- Ai minha nossa! – Ele largou o tridente que carregava junto do saco de folhas já coletadas e correu.

Taylor soltou uma risadinha, estava gostando de estar na Terra novamente. Ela continuou a andar e saiu do cemitério. Já na estrada, o calor estava ficando maior, mas aquilo parecia o pólo norte para ela. E apesar de já ter certeza que estava na Terra, ela não via ninguém. Nenhum carro passava, não havia nenhum bar na esquina ou um motoqueiro tirando onda. E isso complicava tudo. Se ela já estava na terra, então onde estavam os humanos? Tirando o medroso do cemitério, a Terra parecia vazia e ela nem sabia o que estava fazendo ali.

Quando viu algo brilhando no chão da estrada, apressou os passos. Estava curiosa para saber que coisa terrestre ela encontraria agora. E chegando perto, percebeu que era uma faca. Mas para Taylor, não era apenas uma faca, aquilo era uma oportunidade. Com aquela faca algumas respostas poderiam ser obtidas.

Ela abaixou-se e ficou de joelho no asfalto. Pegou a faca e olhou bem, o sol a fazia brilhar. Colocou seu braço à sua frente e sem ao menos pensar, enfiou a faca nele. No mesmo instante, uma dor pavorosa a atingiu, mas ela já estava tão acostumada que só virou o beiço. Retirou a faca do braço e a jogou ao lado. Ela fitou seu braço, esperando o momento em que ele iria se reconstituir. Aquilo poderia demorar, mas Taylor continuou esperando, só que nada aconteceu. O sangue escorria cada vez mais do seu ferimento e isso a fez ficar tonta. Ela também lembrou da fome e tinha acabado de perceber o sono. Então, aquilo significava que ela tinha voltado a ser humana?

Quando percebeu que o ferimento não iria sarar, rasgou um pedaço de sua blusa e amarrou em seu braço para estancar o sangue. Levantou-se do chão e continuou andando.

Após algum tempo andando, ela avistou algo. Parecia ser uma casa e tinha um carro na frente, isso a alegrou. Ela apressou os passos em direção ao local, que ao chegar numa determinada distancia, percebeu que se tratava de um posto de gasolina. E além disso, ele parecia estar habitado. Havia um carro preto em frente e um velho senhor dormindo ao lado da porta da pequena lojinha. Ela olhou pro carro, ele era lindo e parecia ser bastante novo. Foi aí que ela se perguntou quanto tempo deve ter passado no inferno, já que no seu tempo não existiam carros desse jeito.

Dentro da lojinha, o dono do poço de tecnologia que Taylor observava tentava escolher que comidas industrializadas comprar, enquanto sua melhor amiga lia seu horóscopo no outro corredor. Em seu braço tinha refrigerante, salgadinhos, batata frita, biscoito e quase não dava mais espaço pra mais alguma coisa, só que era noite de sábado, que significava ver filme até seis da manhã do dia seguinte, que significava comer a noite toda. E ele sabe como Emma come muito.

- Pra que você vai levar salgadinhos, Nate? – Perguntou Emma atrás dele.

- Porque são gostosos – Ele respondeu.

- Você não tem senso de nutrição?

-E você tem?

- Não, mas tenho senso de calorias. Um minuto na boca – Ela apontou pra boca - Uma eternidade no quadril – Ela segurou na cintura.

- Ah é, esqueci que você curte esse lance de morrer de fome - Ele riu.

-Claro! Agora anda rápido!- Ela deu um tapa fraco em seu ombro e foi até as revistas novamente.

Nate já estava cheio de coisas pra levar, não cabia mais nada em suas mãos, e ele também não queria comprar mais nada, então levou tudo ao caixa. Pra sua sorte, o ultimo da fila tinha acabado de sair. Logo ele colocou suas compras no caixa e pegou sua carteira. A atendente o olhou dos pés a cabeça e não se preocupou em disfarçar o olhar de julgamento. Nate era alto, usava o cabelo cheio de gel e umas jaquetas como se ele estivesse nos anos setenta e por isso deveria ser alvo de comentários. Nate olhou para ela, mas não percebeu o julgamento que o olhar dela fazia sobre ele.

- Lindo dia, não? – Ele tentou ser simpático.

- Claro - Ela respondeu, sem alegria e nem disposição nas palavras.

Nate revirou os olhos, percebeu que ela estava de mal humor e não seria ele que iria atrapalhar aquilo. Ele tirou o dinheiro da carteira e a colocou de volta no bolso, no mesmo instante em que Emma voltava com uma revistinha em mãos. Ela jogou no caixa com as outras coisas e escorou-se no armarinho de doces. Nate a olhou com reprovação e ela sorriu.

- O que foi? Júpiter pode me ajudar se eu comprar a revista – Ela disse, num tom irônico.

- Nem me fale.

Emma olhou para a atendente e percebeu o seu desgosto. Logo imaginou que o marido tinha a traído, mas ela estava severa demais para alguém que pelo menos tem marido. Então, ela chutou que talvez tivesse sido rejeitada para o baile da igreja, e isso se encaixava perfeitamente em sua expressão de morte e suas roupas de mulher comportada. Quando desistiu de tentar adivinhar qual o problema da atendente, ficou olhando em tudo. Até que seu olhar foi em direção a porta de vidro da lojinha, de onde ela podia ver o carro. Logo então, viu Taylor parada e sangrando perto dele. Seu instinto de justiça e humanidade acionou e Emma quis ajudar aquela garota.

- Ai meu Deus, tem uma garota sangrando lá fora – Emma correu pra ajudar.

Nate olhou para lá e viu Taylor sangrando perto de seu carro. Ele começou a se perguntar o que teria acontecido.

Emma chegou perto de Taylor e perguntou se ela estava bem. Taylor não disse nada, apenas continuou a olhar o carro feito uma zumbi.

- Oi, falei com você. Você está sangrando, você está legal?

Taylor dessa vez tinha prestado atenção no que a garota até então misteriosa disse à ela. Olhou para Emma como se estivesse hipnotizada.

- Onde eu estou?

- Ohio. Você está perdida?

- Qual a data de hoje?

- O que? – Emma sorriu, estava começando a achar a garota louca.

- Eu quero saber... – Taylor sussurrou e voltou a observar o carro.

- Treze de Setembro de 2011...

- Só podia ser... - Taylor sussurrou para si mesma e nem ficou surpresa de saber que voltou na data de sua morte.

Mas se era 2011, então faziam quarenta e um anos que Taylor morrera. E isso explicava muita pouca coisa. Então, ela ficara quarenta e um anos no inferno?

- Olha. A gente pode te levar pra um hospital... – Emma tocou no ombro de Taylor e logo notou que sua pele estava completamente gelada – Você... Está gelada...

Naquele momento, Nate abriu a porta da lojinha e o sininho de entrada tocou, foi a única coisa que fez barulho. Ele olhou para Emma e Taylor, cheio de duvidas. Ele estava com medo e com uma enorme vontade de ajudar a até então misteriosa garota que estava sangrando, mas só o que pôde fazer foi dar três passos no chão de madeira e continuar olhando.

Taylor já não sabia mais o que estava fazendo ali. Seu braço doía, e pesava muito mais do que deveria estar pesando. O sangue pingava de seu braço e caía como gotas no chão, e ela estranhamente podia ouvir o som delas se espatifando na areia amarela. E após alguns segundos, foi como se tudo estivesse em câmera lenta. Ela olhou para Emma que falava algo que ela não podia ouvir e depois olhou para Nate na porta da lojinha, que estava com um olhar preocupado. Mas, o choque foi enorme quando olhou para frente e viu o monstro mais horrível que poderia existir. Com olhos vermelhos e chifres enormes, com unhas afiadas e corpo de um centauro, ele atacou Taylor, que só pôde dar um enorme grito antes de ficar inconsciente.

--

Era cheiro de comida. O nariz de Taylor se mexia e fungava mais aquele aroma que já estava lhe dando água na boca. Era cheiro de frango frito, ela reconhecia, e só percebeu que estava consciente depois da lembrança.
Quando abriu os olhos, fitou o teto branco de algum lugar que não conhecia. Logo lembrou da ultima coisa que acontecera, o monstro, aquele mesmo monstro de anos atrás que havia sido o responsável por sua morte. Só de lembrar de seu rosto ela ficou arrepiada. Mas ela ainda estava com dúvidas. O monstro que vira no posto de gasolina era real? Se era, então como ela ainda está viva?

Por sorte, seus pensamentos foram interrompidos por vozes. Duas pessoas estavam conversando e ela podia ouvir perfeitamente, mas quando olhou ao seu redor, não viu ninguém, só o que viu foi um quarto impecavelmente arrumado e moderno, com coisas que ela nunca havia visto.

Mas as vozes continuaram. Estavam falando dela, parecia ser uma mulher e um homem. Logo ela reconheceu a voz feminina, era da garota com quem falara no posto de gasolina, usava um tom preocupado em suas palavras.

Taylor sentou-se na cama e sua cabeça girou, foi só assim que lembrou do braço que estava mal. Olhou para ele e notou que estava enfaixado e já não doía mais.

- Eles me ajudaram... – Sussurrou para si mesma.

Então, as vozes cessaram e passos começaram a se aproximar do quarto. Numa atitude automática, Taylor se jogou na cama e fechou os olhos, só pra fingir que ainda estava desacordada.

Nate apareceu na porta do quarto, todo preocupado. Ele olhava para Taylor com o pensamento de que queria que ela acordasse logo, só pra saber quem era a garota mais linda que já vira na vida.

Ele andou até a cama e ficou há centímetros de Taylor, apenas olhando. Enquanto Emma estava com medo que ter levado a garota pra casa dele fosse perigoso, Nate não via mal algum naquela garota que parecia ser a mais indefesa do mundo. Fitou seus cabelos loiros e longos e notou sua pele branca como neve, ela parecia ter saído de um conto de fadas, era impossível não ficar paralisado com sua beleza.

- Quem é você...? – Ele perguntou num sussurro, mas a pergunta não era pra ninguém, estava apenas pensando alto.

Deu-se por vencido e deu as costas para Taylor, pensando que ela só acordaria mais tarde, mas foi só ouvir uma voz que se espantou.

- Não me olhe assim. Me sinto mal com suas dúvidas.

Nate rapidamente virou-se e olhou para Taylor, que o estava fitando da cama. Ela mudou de posição e sentou-se na cama, estava achando engraçado o jeito de Nate, fazia tempo que ninguém a olhava daquele jeito.

- Você... Você... –Gaguejou Nate.

- Olá – Taylor sorriu, e realmente tinha um pouco de malícia naquele sorriso.

- Você falou de dúvidas?

- Sim. ‘Quem é você? De onde você veio? Como você foi parar na minha cama?’. É muito simples, um olhar pode dizer tudo.

Nate havia ficado sem palavras. Ele estava agindo como um garoto do colegial falando com uma líder de torcida gostosa pela primeira vez. Ainda estava tentando processar tudo aquilo.

- Obrigada por cuidar de mim – Pediu Taylor e se levantou, mesmo estando incomodada com a forma com que Nate a olhava, dava vontade de lhe dar um soco por ser tão tarado.

Ela andou até a janela da esquerda e afastou a cortina. A luz do sol bateu em seus olhos e ela fez uma careta, fazia tempo que não via aquilo. Olhou para a rua e viu um homem ensinando um garotinho a andar de bicicleta, eram provavelmente pai e filho. Olhou pro lado e viu um senhor lavando seu carro, perto das duas meninas que brincavam com bonecas na grama vizinha. Taylor cruzou os braços e deu um meio sorriso, sem saber para qual das situações olhar.

- É lindo aqui... Não tem dor, nem sofrimento.

- Como assim?

- Nada não – Taylor suspirou.

Mas logo os bons pensamentos saíram e abriram espaço para a preocupação. Ela ainda não sabia o que estava acontecendo, não tinha respostas onde por outro lado haviam centenas de perguntas. Era sorte? Intervenção divina? Um plano diabólico? E o que havia acontecido com sua família? Estariam vivos ainda?

– Qual o seu nome? – Ela virou-se para Nate.

- Nate – Ele engoliu em seco.

- Bom, Nate. Sabe onde tem uma biblioteca? Preciso pesquisar uma coisa.

- Nate, preciso que você vá comprar... – Emma entrou no quarto e parou de falar assim que viu Taylor de pé.

- Olá. Obrigada por me ajudar – Taylor não gostava da idéia de agradecer ninguém, mas seu orgulho a fazia se sentir obrigada a isso.

- Então, você acordou... Legal – Emma não conseguia disfarçar que estava preocupada. Colocou as mãos no bolso e olhou pro lado.

- Preciso de uma biblioteca, urgente. Podem ajudar?

De repente, sua expressão mudou. Ouviu um barulho no andar de baixo que não podia imaginar o que era. Correu rapidamente passando entre Nate e Emma que ficaram assustados. Ela desceu correndo as escadas e foi até a cozinha, onde viu uma pequena bola no chão. Ela parecia ser feita de chumbo e era parcialmente familiar para Taylor.

Nate e Emma chegaram na cozinha a tempo de ver Taylor abaixando-se e pegando a misteriosa bola.

- O que é isso? – Perguntou Emma, preocupada – Quem é você?

Taylor não estava prestando atenção no que Emma dizia, estava mais preocupada com a misteriosa esfera que aparecera de repente.Enquanto manuseava, tentava lembrar onde já havia visto aquilo antes. A bola era revestida de um couro estranho e tinha uma aparência de um objeto do século XVIII, sem falar no pequeno botão vermelho numa parte dela. Taylor apertou o botão e de dentro dela saiu um bilhete.

Estou esperando ansiosamente por você

Após ler, os três notaram um barulho vindo da esfera. O botão vermelho estava piscando em sincronia com os pequenos bipes.

- Quem diabos é você? – Gritou Emma e segurou com força no braço esquerdo de Taylor.


Foi aí que ela lembrou de onde conhecia a misteriosa esfera. Lembrou-se de anos atrás quando seu namorado segurou em seu braço do mesmo jeito que Emma fez. Ele a estava alertando do perigo, queria que ela corresse junto com ele ou todos morreriam. E então, lembrou quando uma esfera idêntica explodiu há quarenta e um anos atrás, quase matando-a junto de seu namorado.

- Essa não... – Ela sussurrou – Corram! – Ela gritou e puxou Emma e Nate pelo braço.

A esfera que estava em suas mãos caiu no chão e começou a piscar mais rapidamente, os bipes aumentaram, a explosão estava perto. Foi aí que Taylor deu um pulo mortal junto de Emma e Nate, quebrando a enorme porta para o quintal com seus corpos. Foi só caírem no chão que a casa explodiu, os destroços quase os atingiram, mas eles já estavam sãs e salvos.

Emma e Nate cobriram suas cabeças, estavam sentindo que iriam morrer ali mesmo. Taylor olhava pra frente, queria ter certeza que ninguém havia se machucado e por sorte ninguém se feriu.

Ela levantou-se do chão, sem se preocupar tanto com o calor que o fogo estava causando. Estendeu as mãos para Emma e Nate, que começaram a tossir por causa da fumaça. Eles estavam fracos, talvez tenha sido o susto. Ambos se afastaram da casa em chamas e olharam pra ela, mas o que Taylor podia ver estava além dos olhares de Emma e Nate.

No meio das chamas, Taylor podia ver claramente um demônio em chamas, ele estava gritando, gostava daquilo. Mas ele logo sumiu.

A primeira coisa que pensou foi que Minerva estava tentando matá-la de novo, e assim descartou a possibilidade dela ter alguma coisa haver com sua saída do inferno. Então, ela não seria deixada em paz até que voltasse para o lugar que merecia? A incerteza a matava de remorso.
Ela olhou para Emma e Nate no chão, tão frágeis, tão mortais e tão fracos, Taylor sentiu repulsa por eles dois. Se não fosse ela, eles teriam morrido, e Taylor acabou desejando que isso tivesse acontecido. Como algo tão fraco ainda podia respirar?

-Inúteis – Taylor cuspiu – Vocês só atrapalham – Ela saiu correndo.

- Espera! – Emma gritou, queria que ela parasse.

Mas Taylor não iria parar. Ela estava furiosa por dentro, com raiva e com medo, mas seu medo era transformado em ódio. Só o que ela queria era se vingar de quem tentou matá-la, queria saber mais a respeito, queria saber porque ela tinha voltado a existir. Mas para isso, iria precisar dos velhos amigos, e só uma pessoa poderia ajudá-la.

Ainda no chão, Emma olhou para Taylor que caminhava em outra direção. Ela se perguntava quem era aquela garota e porque coisas estranhas aconteciam perto dela.

Logo, a rua se encheu de curiosos que queriam ver o quão ruim foi o estrago feito pelo incêndio. As pessoas cochichavam, falavam, faziam uma expressão de medo e pânico similares com pena e remorso.

- Nate! –Emma bateu no seu braço – Vamos embora daqui antes que a policia chegue!

- Hâ? –Nate lagrimava de tanto que tossia.

- Anda Nate! Vamos! –Emma o ajudou a levantar e os dois correram dali.

--

Era uma casa normal aparentemente, onde de vista todos pensavam que era uma casa de uma família harmoniosa e onde não aconteciam coisas estranhas, mas naquela noite de lua cheia, o mal havia tomado conta.

Os passos de Dora e sua filha correndo pela casa eram altíssimos, e mostravam seu desespero para sobreviver. Correndo de mãos dadas, tentavam encontrar um esconderijo para fugir de alguém que nunca imaginaram que queria matá-las. Dora ainda lembrava da noite em que seu marido havia chegado em casa com um ferimento estranho, ele havia dito que um lobo o mordeu, mas nem imaginava no que ele se transformaria em noites de lua cheia. Agora, ela e sua filha estavam em risco.

As duas subiram as escadas ainda ouvindo os rugidos do lobisomem atrás delas. Entraram no primeiro quarto que viram e trancaram, torcendo pro lobisomem ir embora e deixá-las em paz.

Dora fitou todo o quarto e viu que poderiam se esconder no armário e debaixo da cama. Olhou para sua filha de apenas nove anos e tentou não demonstrar o pavor que estava sentindo.

- Filha, mamãe precisa que você se esconda, ta bem? Ele não vai achar a gente, não vai nos machucar.

- O papai vai voltar ao normal? – A voz da menininha estava assustada, ela estava quase chorando.

- Não sei filha, mas eu quero que você se esconda debaixo da cama e só saia quando amanhecer, tudo bem? Prometa isso pra mamãe – Lágrimas caíram dos olhos de Dora, ela queria apenas que sua filha sobrevivesse.

- E você mamãe?

- Vou me esconder no armário. Ande, vá logo!

A pequena Mercedes correu para debaixo da cama, logo quando o lobisomem bateu na porta, quase quebrando-a. Dora prendeu um grito e correu pro armário. Fechou a porta devagar e tentou controlar a respiração. Ela olhou para sua filha pelas brechas do armário e a viu debaixo da cama à frente, ela estava tapando os ouvidos. Quando viu a porta voando metros à frente, tapando a boca com as duas mãos e escorou-se na parede de trás, de onde torcia para o lobisomem não vê-la.

As brechas faziam a luz do quarto refletirem no rosto de Dora e mostravam seus olhos lacrimejantes desesperados. Ela podia ver o lobisomem, ele estava andando pelo quarto. Ele era grande e preto, e tinha olhos vermelhos cor de sangue que pareciam brilhar. Dora fechou os olhos e começou a rezar pela vida de sua filha, foi quando o lobisomem invadiu o armário e a puxou. Ela deu um grito e encarou a grande cara do monstro que estava prestes a matá-la.

- Mamãe!-Gritou Mercedes, embaixo da cama.

E como um milagre, ouviu-se três tiros. O sangue do lobisomem espirrou no rosto de Dora que foi largada por ele, sem entender o que havia acontecido. Ele caiu no chão e levou mais um tiro, dessa vez na cabeça.

Dora se aliviou, mas ainda não entendia. Ela olhou para a porta e viu um homem parado, com uma arma na mão, apontada para o lobisomem. Seus olhos estavam duros e arrogantes, ele demonstrava seu desprezo pela criatura com o olhar.

- Bala de prata, sempre funciona – Ele disse e abaixou a arma.

- Quem é você? – Perguntou Dora.

- O cara que acabou de te salvar – Ele enfiou a arma na cintura –E isso é o suficiente.

- Seja gentil, Axel – Uma voz de mulher foi ouvida no corredor e logo ela apareceu com uma arma na mão – A mulher quase foi morta, seja cavalheiro – Ela sorriu para Dora.

- Acabamos aqui, vamos embora, Annie – Axel saiu pela porta.

- Sinto muito pelo seu marido. Ele era um canalha, mas tudo bem – Annie sorriu mais uma vez e depois seguiu Axel.

- Obrigada... – Disse Dora, ainda sem saber o que estava acontecendo, mas ela estava grata pela sua vida e de sua filha.

Lá fora, Axel tinha acabado de entrar no carro. Ele fitou a rua escura enquanto repassava tudo o que havia acontecido naquela noite. Annie havia chegado onde ele estava, mas não entrou no carro. Ela abaixou-se e o olhou pela janela. Ele encontrou seu olhar.

- Da próxima vez eu mato a criatura, combinado?

- Tudo bem – Ele respondeu.

- Já é o terceiro lobisomem este mês e você matou os três. Isso não é justo – Annie entrou no carro e sentou-se ao lado de Axel.

- Pare de agir como uma criança mimada, já disse que deixo você matar o Alfa – Axel rodou as chaves do carro e o ligou.

-Eu queria mesmo era dirigir isso aqui...

- Você não consegue nem matar uma criatura sem explodir o lugar, tenho medo do que você pode fazer com as mãos no volante.

- Não fui eu quem acabou de matar um pai de família – Annie sorriu com malícia, essa sempre funciona, apelar para a humanidade das criaturas e fazer Axel se sentir culpado.

- Sim, mas é você quem está chorando por não ter matado. Agora vamos.

Annie sentiu-se derrotada, mais uma vez. Axel pisou no acelerador e eles saíram dali, em direção ao hotel onde estavam. Annie abriu o porta luvas e de lá tirou um brigadeiro enorme, que a fez ficar com água na boca só de pensar. Ela também pegou um mapa e observou com atenção, tentando segurar ele e o doce ao mesmo tempo.

- A gente podia ir pela 29... – Disse ela, referindo-se a uma rua – E depois passar pela 26, tem um hotel lá perto.

- O dinheiro que Elvira nos deu está quase acabando, não sei se devemos passar uma noite num hotel, eles costumam ser caros.

-Eu não vou dormir nesse banco duro de novo.

- Você pode dormir á fora, se quiser – Axel olhou para Annie e soltou um sorrisinho sem mostrar os dentes.

Annie não gostou do que ele havia dito, mas não conseguiu ficar com raiva quando viu o seu sorriso. Era o mais bonito, e ela sentia pena por não ver isso muitas vezes. Era difícil Axel sorrir. Ele sempre está preocupado em fazer pose de durão e de matar criaturas que se esquece do real motivo de estar vivo.

Passou-se alguns segundos enquanto todas as informações passavam pela cabeça de Annie que ela se esqueceu que estava encarando Axel.

- O que foi? –Ele perguntou, revezando o olhar na estrada e Annie.

-Nada. Enfim – Ela olhou de novo para o mapa – Podemos parar o carro no acostamento da 26 e dormir ali.

De repente, Axel parou o carro. Annie quase caiu do banco com o impacto, aquilo era inesperado.

- Ai caramba! O que deu em você, hein? Quer me matar? – Annie gritou.

- Problemas – Axel não tirava os olhos da estrada.

- Hã? – Annie olhou pra frente e viu Sean com dois sinalizadores em mãos, fazendo sinal pra eles pararem - É o Sean? -Perguntou Annie, sempre confundia o nome dos mensageiros de Elvira.

-Sim, temos que ir-Axel desligou o carro e saiu.

Annie bufou, estava cansada de tantas missões e se perguntava o que tinha surgido agora. Ela saiu do carro e seguiu os passos de Axel, olhando para Sean.

Sean já havia abaixado os sinalizadores. Ele os jogou pro mato ao lado e caminhou na direção de Axel.

- Galera, tenho uma mensagem da Elvira – A respiração de Sean estava ofegante, ele parecia ter corrido muito.

- O que foi? – Perguntou Axel.

- Problemas. Na verdade, muitos problemas. Todos os caçadores estão preocupados.

- Cara, o que você tem? – Perguntou Annie, estava achando até um pouco engraçado o jeito que Sean parecia exausto.

- Elvira – Ele olhou para Annie – Essa mulher é o diabo, nunca mais falo com ela pelo celular quando estiver de TPM, quero preservar meus testículos.

- Sean, o que está acontecendo?

- Eu vou mostrar. Venham comigo.

Axel e Annie começaram a andar, sabiam exatamente onde ficava a base de Sean. Mas, Sean não estava andando. Ele olhou para Axel e depois para Annie, indignado.

-Podemos ir de carro, por gentileza? – Perguntou Sean, num tom irônico – Ou temos que sacrificar o mensageiro de 30 anos por um pouco de discernimento sobre a situação demoníaca atual? Vamos dar a volta – Ele andou até o carro parado e entrou.

- A casa dele não é depois do milharal? – Perguntou Annie.

-Entra no carro - Ordenou Axel.


Foi só chegar até a pequena casa de Sean que ele pulou do carro. Correu até a grande porta externa para seu porão e a abriu. Axel e Annie estavam bem atrás dele, esperando.

Quando as portas se abriram, ambos entraram. Annie estava tentando tomar cuidado com a pequena escada, estava lisa, pois restos de sanduiche e macarronada estavam ali.

- Ai que nojo – Ela reclamou e desceu rápido.

- Limpeza, já ouviu falar disso, Sean? – Perguntou Axel, quando passou o dedo na parede e pegou um pouco de mostarda.

Sean pareceu nem se importar. Tirou o saco de batata frita da cadeira e sentou-se de frente para seu computador. Axel e Annie se posicionaram atrás dele, de onde podiam ver tudo o que ele mexia.

- É isso aqui gente, leiam isso.

Pessoas afirmam que menino morto saiu de um túmulo e matou 3 pessoas na Carolina do Norte. Muitas pessoas afirmaram ter visto um garoto morto antes de três pessoas serem brutalmente assassinadas em um cemitério[...]

- E o que isso significa? Que está prestes a acontecer o apocalipse zumbi? – A voz de Axel era irônica.

- Agora leia isso aqui.

Zelador de cemitério afirma que viu garota sair de um túmulo e caminhar pelo cemitério”

- Isso é ridículo! – Reclamou Annie – Agora nos baseamos em delírios de velhos bêbados? O que você quer? Que botemos o pé na estrada atrás da dama do cemitério?

- Não é só isso pessoal – Sean virou-se na cadeira giratória e ficou de frente para Axel e Annie – Eu pesquisei mais, Elvira pesquisou mais, sabem quantas pessoas afirmam terem visto pessoas saindo de túmulos por todo o país? É como se fosse uma epidemia.

- Então, as pessoas estão ressuscitando? – Annie estava em duvida, mas tinha percebido que a coisa realmente era séria.

- Aí é que está. A garota que deu a entrevista afirma que o garoto saiu do túmulo de Elias Barker que morreu há 41 anos quando tinha 52, seria impossível ele ressuscitar e rejuvenescer.

- Você está dizendo que... – Axel pensou, estava tentando raciocinar.

- Que alguém colocou pessoas ali dentro, e que elas são perigosas. Não me pergunte pra quê.

- E como vamos resolver isso? –Annie gritou novamente – Não podemos procurar um por um por todo o país e ir matando.

- Mas... – Sean deu impulso e sua cadeira arrastou até o controle remoto de sua TV encima da outra mesa. Ele apontou pra TV do outro lado da e ela ligou.

Os olhares de Axel e Annie se voltaram para a pequena TV. Axel não sabia como proceder com aquela situação e estava preocupado que esses prováveis zumbis matassem mais pessoas. Já Annie, queria saber imediatamente onde eles estavam só para ter o prazer de enfiar uma bala na cabeça deles.

- Prestem atenção – Pediu Sean.

Na TV, estava passando uma reportagem sobre um incêndio numa rua próxima de onde eles estavam. O programa tinha sido gravado por Sean, não era em tempo real e o DVD ligado provava isso.

Na TV, o repórter falava sobre o misterioso incêndio que começou numa casa que estava à venda. Logo apareceram cenas de bombeiros apagando o fogo e de pessoas próximas olhando. Axel e Annie prestavam cada vez mais atenção no video, tinham certeza que ele daria uma boa pista.

Logo um vizinho apareceu no vídeo dando uma entrevista. Ele estava falando sobre a casa ter sido invadida por 3 pessoas que estavam no momento da explosão, e não demorou muito para passarem o retrato falado de Emma, Nate e Taylor.

Mas o video acabou. A TV ficou preta,parecia que havia sido desligada. Axel e Annie olharam para Sean, não estavam entendendo.

- O que foi? Vocês não viram? Olhem de novo – Sean ligou novamente a TV.

Axel e Annie mais uma vez observaram, só que com mais atenção. O video ia passando e Axel ia fechando os olhos, tentando mirar em alguma coisa suspeita. Até que notou. Ele viu uma criatura no meio das chamas, talvez a mesma que Taylor vira.

- Isso é um...

- Dragão de Hades – Completou Sean – Feitos especialmente para consumir em chamas tudo aquilo que existe, de acordo com sua força. E isso significa que...

- Tinha uma esfera de Hades naquela casa – Disse Annie, que ganhou olhares surpresos de Sean e Axel ao demonstrar que sabia daquilo – O que foi? Eu fiz minha lição de casa.

- E o que vamos fazer, Sean?

- Graças a Deus vivemos no século 21, 2011 foi um ótimo ano para as tecnologias – Ele arrastou de novo a cadeira, mas dessa vez foi pra frente do computador. Clicou em algumas coisas, até que apareceram imagens de câmeras de segurança – É só saber fazer e pronto! Estão aqui nossos suspeitos.

A tela do computador ficou coberta pelo video que as câmeras da rua fizeram do momento do incêndio. Nela, Emma e Nate aparecem tossindo no chão, mas Taylor não está nele.

- Espera aí vamos matar esses dois?- Perguntou Annie – Que eu saiba eles foram sobreviventes do incêndio.

- Não, só queremos saber porque tinha uma esfera de Hades dentro da casa com eles... E porque a terceira garota não aparece no video... – A voz de Axel era calma e uniforme, ele estava concentrado em assistir o vídeo.

- Ah, ela aparece sim... Lembra que algumas criaturas não podem ser vistas a olho nu e nem podem ser captadas por câmeras e celulares? Pois é, agora é só colocar o purificador, e bingo! – Sean apertou uma tecla e fez a tela fica vermelha, mas transparente o suficiente para ver o video.

Agora, além de Emma e Nate, Taylor também aparece.

- Eu a segui pelas câmeras, sei exatamente onde ela está. E se tivermos sorte, talvez ela seja a garota que saiu do túmulo aqui em Ohio – Sean selecionou outras câmeras e mostrou a trajetória de Taylor pelas ruas, e parou na casa onde ela entrou – Vão pegá-la, ela está ali. Não se esqueçam de...

- Lutar, Capturar, Perguntar e Matar, eu sei, você não está falando com um amador. Vamos Annie, temos uma monstrinha pra matar – Após ler o endereço onde ela estava, Axel deu meia volta e subiu as escadas.

- Falô – Ela respondeu e seguiu Axel.

- O que será que isso significa? – Sean ficou pensativo ao olhar para as inúmeras reportagens sobre pessoas saindo do túmulo.

--

De longe, Taylor fitava a mansão dos Van Der Lance, lembrando-se de quanto tempo passara desde que a viu pela ultima vez. Mas não podia olhar para aquela mansão sem se lembrar do dia de sua morte. Logo flashbacks daquela época começaram a consumi-la e seu ódio foi crescendo ainda mais.

Fechou sua mão num punho e contou até 10, não poderia explodir logo ali quando estava prestes a conhecer os dois últimos membros vivos de sua família. Tirou uma folha do bolso e nela continha duas fotos com dois nomes. O da foto de cima se chamava Camerom, tinha cabelos loiros e lisos e um corpo atlético de dar inveja, mas seu olhar de durão entregava tudo, com certeza ele sofria por ser parte daquela família amaldiçoada. A garota da foto de baixo se chamava Rebecca e de longe parecia ser um bom exemplo. Ela usava roupas pretas e uma maquiagem pesada, que junto com a mexa lilás no cabelo e o cigarro na boca deixava as pessoas pensarem que era uma má influência. Mas estes foram os únicos que sobraram daquela família, e talvez um deles tivesse o que Taylor queria.

Taylor amassou o papel e jogou pro lado. Andou até a porta da mansão e parou, mas não porque precisava de algum tempo para entrar. Ela estava de certa forma feliz, já que realmente tinha voltado e tudo o que aconteceu estava além de ser um sonho.

Ela colocou a mão na maçaneta e abriu a porta, estranhando que ela estava aberta. Fitou o enorme Hall e as escadas no fundo, alguém tinha modificado aquele lugar desde a ultima vez que entrou. Fechou a porta e deu três passos vagarosos pra frente, não queria perder nenhum detalhe daquela casa.

Mas, um barulho se formou atrás dela, ela reconhecia. Era barulho de faca e de passos, tinha mais alguém ali e não parecia ser muito convidativo. E antes que pudesse virar pra trás, foi atacada, sem saber se teria chance de sobreviver.

CAPÍTULO 2: Caçadores sabem o que fazem

Querem ver o circo pegar fogo?
Queimem conosco, na próxima Sexta, 09/09
Comentário(s)
3 Comentário(s)

3 comentários:

  1. aaaaaaaaaaaaaaaa quase morri quando vi que o proximo capitulo só vai sair semana que vem ! morrendo' -qq dhuaisuidasdas
    *-------------* adooorei

    ResponderExcluir
  2. Percebo que a história tem varias influencias de franquias de sucesso! basta saber trabalhar em cima disso para que seja algo bem feito como a punhalada. Pois se não tomar cuidado pode virar um fiasco total.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom... muito bom mesmo.. um ótimo primeiro capitulo =D

    Espero q continue tão bom como agora .. Parabéns ^^

    Bjos
    Isia

    ResponderExcluir