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[Crítica] Viagem Sem Volta



Direção: Brian King
Ano: 2009
País: EUA
Duração: 83 minutos
Título original: Night Train

Crítica:

A ganância tem seu preço.

Depois de anos observando os títulos nacionais, já deveria estar acostumado com decisões bizarras. Nada surpreendente mais do que os títulos que os filmes de terror/suspense recebem em território nacional. E, por incrível que pareça, Viagem Sem Volta viagem sem voltar foi algo positivo, considerando que outras franquias não tiveram tanta sorte. Sinceramente, não me surpreenderia se uma certa distribuidora - aquela que não deve ser nomeada - lançasse este filme com o título A Caixa 2. Porque se é para botar um nome diferente, não custa nada roubar o nome de outra franquia, certo?

Na história, uma pequena caixa com um enigmático conteúdo vai mudar para sempre a vida do condutor Miles e dos passageiros do último trem. Naquela gelada noite, um taciturno e tardio estrangeiro chega do nada, embarca no mesmo vagão de Pete, um falastrão vendedor de seguros, e Chloe, misteriosa aluna de medicina. Horas depois, os dois descobrem que o excêntrico passageiro havia morrido e que carregava uma pequena caixa. Aguçados pela curiosidade, olham o seu conteúdo e descobrem uma pequena fortuna em diamantes, ouro, esmeraldas. Dispostos a não entregar o corpo nem a caixa à polícia, Pete e Chloe convencem Miles a jogar estrangeiro no rio congelado e a dividirem a grana. O plano parecia perfeito, o passageiro havia embarcado em uma remota estação, não tinha passagem, ninguém, exceto os três, o havia visto e o frio intenso impossibilitaria qualquer busca. Mas aí começaram os problemas....

Será que eles nunca ouviram que certas coisas nunca devem ser abertas? Pelo visto não. Se no filme A Caixa, o objeto era apenas um meio para definir o destino dos seus personagens, neste filme, a caixa pode ser considerada o personagem principal. Por meio da Caixa, a história evolui e os mistérios envolvendo-a se tornam-se cada vez mais sombrios, até que as coisas fogem totalmente do controle. Há elementos sobrenaturais no enredo, ainda que eles não estejam realmente claros.

E, apesar de coisas fora do comum estar acontecendo, o roteiro foca no suspense entre a dinâmica dos personagens principais. A Caixa exerce uma força dominante entre todos e os força a lutar pelo que tem dentro dela. E o mais interessante é que nunca sabemos, de fato, o que há dentro do desejado objeto. Cada personagem revela algo, mas, no final, nada daquilo bate, o que leva o público a uma revelação muito interessante a respeito do mistério que envolve a caixa. O grande diferencial aqui é ver como pessoas normais acabam se transformando quando são influenciadas pelos seus desejos.

Surpreendentemente, o elenco principal é formado por rostos conhecidos. Danny Glover lidera a história, sendo o grande mocinho. Sua interpretação está OK, mas está longe de ser a melhor parte do filme. Steve Zahn interpreta um personagem desnecessário, que todos sabem que não vai durar muito e não tem o menor talento para manipular ninguém. E, por último, temos a personagem de Leelee Sobieski, que sofre a maior transformação ao longo da história. É notável como ela se transforma do início ao fim. Nas primeiras cenas, ela é uma garota comportada e quieta, mas acaba se revelando uma gata sexy e psicótica.

E quando você pensa que o roteiro não pode te surpreender, mais coisas bizarras passam a acontecer na história. De uma hora para outra, você não pode confinar em ninguém e todos estão atrás de apenas uma coisa. É, acho que vocês têm uma ideia do que estou falando. O confronto final e os personagens que conseguem sobreviver até o terceiro ato são inteligentes. O enredo não desperdiça os melhores personagens e soube aproveitá-los bem. Os efeitos visuais estão bons, principalmente as tomadas que mostram o exterior do trem. São bem convincentes. O desfecho ainda deixa uma ponta solta para uma possível sequência. Alguém ainda tem interesse em ver o que tem dentro daquela caixa?


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Comentário(s)
3 Comentário(s)

3 comentários:

  1. Gostei do filme, e concordo com boa parte da análise. Mas discordo quanto ao personagem Pete, de Steve Zahn ser desnecessário. É um personagem cativante, e não tem como saber que não vai durar muito; também discordo sobre a "atuação OK" de Danny Glover. Ele está impecável, me impressionou bastante, até mais que a misterioa psicótica da Leelee Sobieski, que também está ótima(aliás, o que foi que a Chloe viu na caixa? Me lembro que Miles vê esmeraldas, e Pete vê diamantes, em certo momento eles discutem sobre isso... mas não me lembro de ouvir a Chloe dizer o que viu, apenas me lembro que, já perto do final, ela diz à caixa: "eu te amo!")... Mas enfim, achei esta análise bem melhor que outras que li. E sim, a caixa é como se fosse o personagem central do filme, e sua concepção, a de que cada um vê a própria ambição, sem que o público veja coisa alguma é muito interessante. Com certeza é um filme que vale a pena ser visto

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  2. Gostei muito do filme prende bem a atenção e dá nervoso de não se destruir logo a bendita caixa

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  3. Gostei muito do filme é bastante interessante, e prende muita a nossa atenção deixando agente curioso pra saber o que há dentro da caixa.
    Mas deixa também bem claro como a ambição transforma qualquer ser humano e o que nos leva a fazer com o próximo. As vezes certas coisas aparecem para comfundir nossa mente, e nem tudo que reluz é ouro...por isso seja sábio daquilo que parece ser, que nem sempre é aquilo que parece pra non.

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