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[Crítica] Demônios Nunca Morrem


Direção: Arjun Rose
Ano: 2011
País: UK
Duração: 93 minutos
Título original: Demons Never Die / Suicide Kids

Crítica:

Encontre uma razão para viver.

Em filmes de terror, em toda floresta há um grupo de jovens correndo por suas vidas; jovens lutando contra os seus próprios sonhos; até mesmo a própria morte anda tramando para dar um fim mais rápido e trágico para as pessoas. Nesse universo mortal que possui suas próprias regras, a morte está em todos os cantos. Em Demônios Nunca Morrem isso não é diferente, mas a forma como é apresentado é diferente dos outros filmes do gênero. Ainda que siga mais ou menos a cartilha dos slashers tradicionais, a morte deixa de ser apenas o destino final dos personagens e torna-se o assunto principal da história.

Na trama, depois que uma adolescente é encontrada morta em sua própria casa, um grupo de jovens depressivos reúnem-se com um objetivo em comum: tirar a própria vida. Com medo de encarar os seus próprios demônios, eles querem pegar o caminho mais fácil. Porém, alguém está disposto a fazê-los pensar diferente. Não demora muito para que eles percebam que são alvos de um serial killer que está disposto a lhes dar exatamente o que querem. Mas, uma vez que a morte se torna uma possibilidade real e perigosa, quão fácil é encará-la nos olhos?

Ainda sem um lançamento oficial no Brasil, esse filme está sendo exibido pela TV à cabo com o título Demônios Nunca Morrem - tradução literal do título original. Esse título basicamente reflete na bagagem emocional dos seus personagens. Todos eles têm uma razão para desistirem de viver, até perceberem que é mais fácil enfrentar os seus demônios internos do que morrerem com eles. Fica ainda mais fácil quando um serial killer está disposto a fazer o serviço de uma forma violenta. Morrer não parece tão convidativo agora, não é mesmo?

O maior diferencial do filme é o peso investido no drama dos adolescentes. No geral, sempre temos aquele grupo dispensável de jovens que só estão ali para morrer, mas as coisas mudam um pouco quando nos envolvemos com os seus problemas, tornando a conhecê-los melhor. Infelizmente o roteiro só se concentra em alguns personagens, deixando os motivos dos outros desconhecidos. O casal protagonista é extremamente carismático. A mocinha é a personagem que mais ganhou atenção dos roteiristas, destacando-se dos demais. Ela é interpretada pela atriz Jennie Jacques, que se tornou uma das minhas favoritas depois de ter protagonizado o suspense Truth or Dare.

Ironicamente, o maior ponto negativo desse foi tentar se tornar um slasher. Não há qualquer inspiração, clima ou suspense nesse filme. Todas as cenas de morte são extremamente sem graça e mal executadas. Personagens preferem correr para a floresta ao invés de pedir ajuda aos seus vários amigos no cômodo ao lado (!!!). O terceiro ato acaba se tornando um âncora pesada, que arrasta a qualidade da produção para o fundo do poço. É tudo muito decepcionante e mal executada, principalmente a revelação sobre quem é o verdadeiro assassino. Não há surpresas porque ninguém estava realmente se importando com essa trama, o que é chocante se considerarmos que ela é a principal do roteiro.

Esse filme certamente teria se saído muito melhor se tivesse investido no romance dos protagonista, no drama interno dos outros personagens e na controversa decisão de um deles de morrer em alto estilo. Temi muito mais o adolescente que queria tornar a sua morte e a dos seus amigos um espetáculo do que o próprio assassino em si. Apesar de ter seus pontos positivos e apresentar certo estilo, Demônios Nunca Morrem não passa de uma grande decepção. E ainda tenta puxar uma ponta para uma possível sequência, o que me causou vergonha alheia. Para minha surpresa, essa produção desconhecida tem vários rostos conhecidos, como Robert Sheehan (Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos), Tulisa Contostavlos (mais uma cantora tentando ampliar seu currículo) e Emma Rigby (da série Once Upon a Time in Wonderland).


Trailer:

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