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[Crítica] The ABCs of Death


Direção: Kaare Andrews, Angela Bettis, Hélène Cattet, Ernesto Díaz Espinoza, Jason Eisener, Bruno Forzani, Adrián García Bogliano, Xavier Gens, Lee Hardcastle, Noboru Iguchi, Thomas Cappelen Malling, Jorge Michel Grau, Anders Morgenthaler, Yoshihiro Nishimura, Banjong Pisanthanakun, Simon Rumley, Marcel Sarmiento, Jon Schnepp, Srdjan Spasojevic, Timo Tjahjanto, Andrew Traucki, Nacho Vigalondo, Jake West, Ti West, Ben Wheatley, Adam Wingard & Yudai Yamaguchi.
Ano: 2012
País: EUA
Duração: 123 minutos
Título Original: The ABCs of Death

Crítica:

26 diretores. 26 maneiras de morrer.

Quem acompanha minhas críticas sabe que eu tenho uma queda por contos de terror. O que eu acho mais interessante em uma produção que investe em histórias sem conexão entre si, é que temos a oportunidade de acompanhar diversas tramas sem enrolação, com temas variados. Apesar de não ter um tipo de filme comum, tivemos alguns representantes nos últimos anos, como V/H/S e sua sequência, V/H/S/2. Outro projeto que prometia entreter os fãs desse filme de tipo seria a antologia The ABCs of Death, que prometia 26 maneiras diferentes e horríveis de morrer.

Esse filme não tem uma história conectando os contos e eles são apresentados de forma completamente independente. Um conto para cada letra do alfabeto, totalizando 26 curtas de horror. A ideia em questão seria apresentar uma enorme diversidade de histórias e estilos em uma quantidade acima do normal. Infelizmente, já era de se esperar por alguns segmentos ruins, já que eles são muitos e a probabilidade de alguns serem de qualidade duvidosa cresce bastante. Tendo isso em mente, nada poderia me preparar para os horrores e baixo nível que me aguardavam. Apesar desse filme ter alguns segmentos brilhantes, é arrastado quase que sua totalidade com contos ridículos e apelativos.

A proposta é muito interessante, de fato. Mas sua execução deixa muito a desejar. Eu não consigo parar de pensar que 80% dessas produções foi um completo desperdício de dinheiro e tempo. Era de se prever que, com a grande quantidade de segmentos, suas histórias fossem apresentadas de uma forma mais corrida. Não é impossível apresentar um excelente conto com uns cinco minutos de duração. É claro que esse limite de tempo requer um roteiro mais forte e bem organizado, para dar um propósito àquilo que estamos a assistir. Infelizmente, a maioria dos diretores são surtados e realizaram os segmentos mais absurdos que eu já assisti nesse tipo de filme.

Os piores segmentos - disparado - são aqueles comandados por diretores orientais. Para vocês terem noção do distúrbio, há um conto focado em uma menina soltando peido enquanto a outra cheira. Tudo isso para se salvarem de uma explosão tóxica. Sério? Não tinha como fazer algo mais sem noção? O pior é que tem. Dentre o mar de produções ridículas, destaca-se o último segmento, onde há um apelo enorme para nudez e luta entre duas mulheres - uma com um pênis gigante. Enfim, são "histórias" como essas que me fazem querer arrancar meus próprios olhos. Foi tão difícil terminar esse filme que eu tive que separar sua exibição em diversas partes, porque se eu assistisse tudo de uma vez, poderia acabar sendo internado por insanidade.

Enquanto algumas produções investem pesado em efeitos visuais, como o segmento "V", outros não apresentam basicamente nada, como o breve segmento de alguém indo surfar e se afogando ("G"). Há algumas histórias que simplesmente não podem justificar ter gastado qualquer dinheiro para serem feitas (como o próprio "G" e "M"). Outras produções escolheram o caminho da metalinguagem, "Q" e "W". Enquanto o primeiro segmento brinca com o drama dos produtores de encontrar algo adequado para a letra que receberam, o segundo apresenta a dúvida na escolha do tema, já que há grande variedade de assuntos para serem abordados. Apesar de "Q" ter sido regular, não posso dizer o mesmo do "W", que desperdiçou uma excelente letra com uma história (que história?) tão tosca.

Os melhores segmentos são: "D", que é muito bem filmado e tem uma ótima história para a luta entre um homem e um cachorro; "S", que apresenta uma história competente com uma boa e chocante explicação no final; "T", que apresenta uma divertida e sangrenta história sobre o medo de um menino de ir ao banheiro. O diferencial aqui é que é tudo feito de massa de modelar - esse segmento está disponível no youtube (clique AQUI para ver); E, por fim, temos o segmento "U", que apresenta bons efeitos e um posicionamento de câmera diferente dos demais. A história também impressiona com uma revelação diferente do esperado.

Perceberam como há poucos segmentos citados no parágrafo anterior? Isso porque o resto do filme é exatamente um lixo. A proposta do filme até que é interessante, mas é completamente desperdiçada com segmentos ridículos, sem a menor qualidade e, na maioria das vezes, apelativos. Diversos desses contos não trazem uma história de terror, apenas algo chamativo e nojento, que não fará qualquer diferença no final das contas. Aconselho que vocês corram para longe desse filme como o diabo foge da cruz, porque é muito provável que vocês se sintam atormentados ao assisti-lo por completo. E o pior é que os produtores estão seguindo em frente com uma sequência. Será que eles começaram a selecionar melhor os segmentos ou irão despejar qualquer lixo no filme em geral?


Trailer:

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