Especial

Foto:

The Vampire Diaries - Love Is Eternal: Do Começo Ao Fim

Não faz muito tempo que os romances sobrenaturais se tornaram uma grande aposta para os produtores de cinema e TV, com produções voltadas a jovens e adultos de 13 a 29 anos. Os vampiros foram industrializados, as lendas recontadas, e claro, o velho hábito de temer a escuridão, deixado para trás. Não era pelo sangue ou a morbidade do sobrenatural; quem não gostaria de assistir uma linda história de amor que ultrapassa a barreira dos séculos até chegar ao nosso mundo?


Estamos falando de vampiros que fizeram seu caminho entre guerras, pragas, massacres e momentos históricos da humanidade até chegarem a era onde podem carregar um smartphone no bolso como nós. Isso quer dizer que, enquanto estamos em casa, usando a internet, eles podem estar por aí? Não neste mundo, pelo menos. Mas é essa a sensação.

A ideia de existir uma criatura tão extraordinária, com poderes além da nossa imaginação, mas que ainda vive mesmas as paixões que vivemos, os mesmos perigos que enfrentamos e no mesmo mundo em que estamos, provou ser um ótimo ponto de partida para que os que ainda não haviam descoberto o poder da fantasia. Se você se considera uma pessoa romântica, provavelmente não terá problemas em acompanhar uma história de amor entre um vampiro e uma humana, onde mundos distintos se chocam e a vida humana parece inevitavelmente frágil. Se você não for desses que se comove com histórias de amor, pode tirar sua satisfação de cenas de ação, gore e sangue escorrendo dos lábios dos vilões.

De qualquer forma, existem vampiros para todos os gostos, e a maioria de nós já se entregou a pelo menos uma narrativa que faz parte deste mundo. Ou a muito mais, no caso das pessoas que cultivam uma paixão pessoal por essas criaturas.

Temos exemplos ilimitados que representam bem a romantização dos vampiros modernos. True Blood, série de grande sucesso da HBO. Buffy, A Caça-Vampiros, que estrou em meados dos anos 90. E A Saga Crepúsculo, que rendeu quase 4 bilhões de dólares a seus realizadores. A maioria das produções que compõe esta lista – que não remete apenas aos nomes citados – já chegou ao fim, por bem ou por mal. E agora temos que dizer adeus igualmente a The Vampire Diaries.

The Beginning 
O ano era 2009; True Blood, a nova hit series da HBO, já estava em sua segunda temporada, e A Saga Crepúsculo, iniciada em 2008, prestes a lançar seu segundo e mais rentável longa-metragem. Sendo assim, é certo dizer que TVD chegou no momento mais apropriado para o sucesso. A febre de vampiros estava se espalhando pelo mundo e tudo o que a audiência jovem precisava era da combinação adequada de drama sobrenatural e bons atores. Nem preciso dizer que acertaram na primeira tentativa.

The Vampire Diaries simplesmente marcou a maior audiência de estreia da história do canal americano CW, com 4,9 milhões de telespectadores simultâneos. Tudo bem, True Blood chegava a fazer 10 milhões por episódios em seus anos finais, mas todos reconhecemos o poder da HBO. Para um canal como a CW, que deixa suas séries sobreviverem com 500 mil telespectadores semanais, foi uma verdadeira revolução.

Mas e aí, é bom mesmo ou é só mais uma história sobre vampiros para somar à todas as outras?

Isso só você pode decidir. O fato é que toda essa obsessão por vampiros também fez com que crescesse sua má reputação perante a mídia. Crepúsculo poderia fazer mais de 300 milhões em bilheteria, mas a crítica sempre foi extremamente rigorosa em relação aos atores, produtores, diretores, e sim, também a autora dos 4 livros originais. E embora fosse um sucesso absoluto, True Blood retratava a relação entre vampiros e humanos em um formato voltado apenas à adultos. Isso fez com que The Vampire Diaries fosse a única hit series do momento disposta a fazer a nova geração se apaixonar pelos vampiros.

Essa história você conhece: Elena Gilbert é uma jovem de 17 anos que acaba de perder os pais em um acidente de carro e agora precisa tomar conta de seu irmão mais novo, Jeremy. No primeiro dia de aula após o verão, ela conhece Stefan Salvatore, o novo aluno misterioso, que demonstra ter um interesse em especial na nova garota mais infeliz de Mystic Falls. Ele tem um segredo, ela está em perigo, e o irmão de Stefan, Damon, está pronto para fazer de suas vidas um inferno. Qual vampiro ficará com o coração de Elena? Elena aceitará fazer parte do mundo dos vampiros, mesmo colocando a si mesma e as pessoas que ama em perigo? E por que Elena é tão parecida com Katherine Pierce, o antigo amor de Stefan e Damon de quase 200 anos atrás?

Preciso dizer, é muito impressionante para uma história sobre vampiros adolescentes, mas não é apenas isso. Sempre houve algo muito, muito encantador na maneira sombria como a série narrava a história de seus personagens. Não eram vazios ou inerentes a estereótipos sociais; havia algo real na bondade de Elena, na revolta de Jeremy e na vontade do Stefan de ser uma pessoa melhor, mesmo que ele nem mais fosse uma pessoa. Desde o começo tudo parecia estar em seu devido lugar, como se os próximos 8 anos de rendimento da série tivessem sido decididos ali, no primeiro sorriso que Elena e Stefan trocaram.

Para mim, talvez tudo isso tenha durado um pouco mais. Sempre fui do tipo que rejeita de modinhas momentâneas para não fazer parte de nenhuma histeria social. Eu não gostava de vampiros, não gostava da ideia de romantizar criaturas mitológicas criadas para matar – talvez alguns de vocês até me deem razão nisso. Mas dizem que todos nós pagamos pela boca, não é? Comigo não foi diferente.

Por ter detestado os três primeiros episódios, fiquei até o hiatus da segunda temporada sem assistir. Então meu melhor amigo, alucinado por séries de TV, começou a me chantagear para voltar a ver, afirmando que a série tomava um rumo muito diferente do esperado após o quarto episódio. Conclusão? Eu me viciei irrevogavelmente e assisti todos os episódios já lançados em 36 horas. Se isso não é uma definição descarada de vício, eu até duvido.

Mas e aí, é bom mesmo ou é só mais uma história sobre vampiros para somar à todas as outras?

Foram 8 anos de The Vampire Diaries, então acho que cada um pode responder por si mesmo.

The Mystic Fallen
The Vampire Diaries trouxe uma série de rostos novos para dar vida aos residentes de Mystic Falls. Nos apaixonamos por todos eles, e agora ninguém os conhece melhor que a gente.


Nina Dobrev, Paul Wesley e Ian Somerhalder formavam o trio de protagonistas. Da primeira à última temporada, todos os dramas e conflitos entre humanos, vampiros e outras criaturas sobrenaturais giravam em torno deste triângulo amoroso.

Nada tão original, se considerarmos a infinidade de produções com o mesmo tema. Mas vocês já viram o vilão levar a melhor em um triângulo como este? Bella escolheu Edward, Sookie escolheu Bill, e Elena, ah, Elena, é claro que você gostaria do perigo proporcional em ser a namorada de Damon Salvatore.

A história é basicamente esta: Elena se apaixona por Stefan, o que a dá um passe só de ida para a Vampirolândia; mas no meio deste processo de descoberta do novo mundo sobrenatural, ela se apaixona por Damon, inevitavelmente, até ele se tornar o grande amor da sua vida. Brigas por shipp? É claro que tivemos. Não seria um fandom de internet ou uma série da CW sem que os fãs tentassem matar uns aos outros ligando o caps lock.

Na vida real, Nina e Ian realmente tiveram um relacionamento, mas isso terminou antes mesmo que seus personagens fossem separados na trama da série. Muitos incidentes foram noticiados nessa época, como uma possível traição do Ian – que inclusive casou com uma atriz de Crepúsculo algum tempo depois do término – e muitas farpas trocadas entre os dois nas redes sociais. Tudo isso terminou com a saída de Nina e num hate totalmente voluntário sobre Ian devido a declarações desrespeitosas com os fãs e algumas atitudes imaturas. Bem, acho que é tudo o que as pessoas precisam saber sobre isso.


O segundo núcleo de personagens trazia Kat Graham como Bonnie Bennett, uma bruxa negra e empoderada que enfrentava qualquer vampiro; Steven R. McQueen como Jeremy Gilbert, o irmãozinho revoltado da protagonista; Candice Accola como Caroline Forbes, a patricinha mis popular do colégio; Michael Trevino como Tyler, o futuro lobisomem da série e também o valentão do colégio; Zach Roerig como Matt, o ex namorado de Elena que ainda estava apaixonado por ela; e Vicki, a irmã de Matt, que tinha uma certa fama de garota fácil e um sério problema com drogas.

Muita, muita gente mesmo. E acreditem, todos tiveram uma oportunidade para desenvolver suas respectivas histórias. Gosto de dizer que, em alguns casos, foi até surpreendente a maneira como os arcos se desenrolaram. Tínhamos todos esses personagens trabalhando seus estereótipos em conjunto – que geralmente possuem a mesma finalidade em produções desse estilo -, mas a série evoluiu de uma maneira extraordinária e levou a maioria deles a opostos extremos de maneira coerente e em um curto espaço de tempo.

Caroline, a menina malvada da 1ª Temporada, se tornou vampira no início da 2ª, depois a vampira mais promissora que seus amigos já viram, depois melhor amiga de Stefan Salvatore, e por fim, a grande protagonista da série, no curto período de tempo que Nina Dobrev ficou de fora. Quem iria imaginar que uma personagem – aparentemente – tão previsível evoluiria tanto até se tornar uma parte essencial para a finalização da série? Sim, Caroline é uma das personagens mais queridas pelos fãs, e todos nós choramos junto a ela quando sua mãe faleceu na 6ª Temporada – Do mesmo jeito que todos nós torcemos para ela quando desligou sua humanidade.

Já Bonnie Bennett, a melhor amiga de Elena, desde o começo havia tomado o lugar de mártir de todas as pessoas que amava. Perdi as contas de quantas vezes ela foi prejudicada, colocou os outros na frente ou perdeu um ente querido tentando salvar outras pessoas. Isso causou uma revolta muito grande no fandom, pois além de seu altruísmo incomparável, Bonnie era uma das poucas representantes de cor na história; o que acabou levando a uma série de acusações racistas na internet que ainda podem ser encontradas com poucos cliques. Felizmente toda essa história teve um final feliz e acompanhamos o bastante da série para ver Bonnie salvando o mundo pela última vez, com um sorriso no rosto. Viajar ao mundo e aproveitar a vida? You go, girl Bennett!

Matt, Tyler e Vicki fizeram parte do clube dos rejeitados por muito, muito tempo. Vicki morre na primeira metade da 1ª Temporada, e quando retorna como um fantasma, já na 3ª, continuou tentando prejudicar seus amigos em benefício próprio. Sério Vicki? Não que esperássemos mais de você, só ficamos muito surpresos por sua audácia em desafiar até os Originais em sua busca pela paz eterna. E o Tyler, coitado, teve um contrato regular até a 6ª temporada, mas seu personagem não ganhou a simpatia de quase ninguém. Ele virou um meme na internet que as pessoas relacionavam a coisas sem importância, uma referência direta ao impacto nulo que que Tyler causava na série em suas idas e vindas sem sentido.

O mais promissor dos três era Matt, o único que permaneceu humano enquanto o mundo a sua volta se rendia a cultura dos vampiros. Ele não chamava muita atenção na 1ª Temporada com aquele amor platônico pela Elena, e depois com o namoro meia base com a Caroline, mas foi só quando declarou repúdio total aos vampiros que seu personagem teve seus piores momentos. Matt passou a ser odiado por muitos – senão todos – do fandom, o que também o transformou num meme parecido com o do Tyler. O motivo para que ele tenha saído vivo do último episódio? Bem, o ator Zach Roerig teve um relacionamento com Julie Plec, a criadora da série. Isso basta para que alguns fãs entendam porque forçaram tanto o Matt frágil e humano até a série terminar. Não podemos julgar ninguém, mas eu sei que julgamos mesmo assim.

Jeremy, o irmão de Elena, teve uma participação bastante significativa no começo da série. Ele tinha uma trama própria de descoberta ao mundo sobrenatural, mas a partir deste momento, quase todas as tramas passaram a envolve-lo. É óbvio que Elena faria de tudo para proteger seu irmão mais novo, a única família que havia lhe restado. E é óbvio que seu irmãozinho não gostava de ser hipnotizado e tratado como se fosse novo demais para saber que vampiros existem. Na 4ª Temporada ele se transformou em uma espécie de caçador sobrenatural de vampiros, o que comprometia a relação dele e da irmã recém-criada. Já na 6ª o ator foi afastado da série para se dedicar a outros projetos, voltando apenas para pequenas participações até o final.

O fandom sempre se mostrou dividido em relação a Jeremy, pois ele não era muito maduro para entender o que estava fazendo ou o que exigia das pessoas ao seu redor. Bem, ele saiu da série como um símbolo sexual depois de tomar umas bombinhas, então podemos dizer que Mystic Falls foi muito sortuda em tê-lo por perto durante a maior parte do tempo.

The Villains
Temos um bom número de romances sobrenaturais que nos mantêm excitados e relativamente neuróticos enquanto acompanhamos. E o que todas eles têm em comum, sem sombra de dúvida, são os vilões. Todos nos apaixonamos por rostos bonitos que sorriem de forma sombria e trazem um pouquinho de dor de cabeça a cada um dos nossos personagens preferidos. Para bem ou mal, não chegaríamos tão longe sem seus planos diabólicos.

Katherine Pierce (Katerina Petrova)



O que faz de Elena tão especial? Essa é a pergunta que nos assombrou durante toda a série, de fato; mas especificamente na primeira temporada, havia um motivo em especial. Elena era a cópia exata de Katherine Pierce, a vampira sedutora por quem os irmãos Salvatore se apaixonaram quando eram humanos em 1864. Stefan resolveu sair das sombras para conhece-la e entender a semelhança enquanto Damon voltava à Mystic Falls para quebrar um feitiço que ele achava poder libertar Katherine de uma tumba.

Acontece que Katherine não estava soterrada em uma tumba junto de todos os vampiros azarados de sua época; ela estava no mundo real, esperando a oportunidade perfeita para também sair das sombras, dependendo do que precisava fazer para seus planos darem certo.

Sua primeira aparição aconteceu no final da primeira temporada, na cena épica mais conhecida como “Hello John, Goodbye John”. Só aí já dava para saber que ela não estava fazendo uma visita social. Arrancou os dedos do (não tão pobre assim) papai John e continuou por vários episódios seguidos a atormentar tanto os irmãos Salvatore quanto sua cópia, Elena. Eu diria que é a vilã mais bem-sucedida da série pelas inúmeras sabotagens e seus retornos triunfais a cada temporada. Além disso, foi a última vilã, trazida diretamente do inferno para o acerto de contas com os moradores de Mystic Falls. 

Klaus Mikaelson

A partir da segunda metade da 2ª Temporada, fomos apresentados aos primeiros membros da Família Original: Elijah e Klaus Mikaelson. Eles foram os primeiros vampiros a andar nesta terra e sempre tiveram um interesse em especial nas gerações de cópias da linhagem Petrova. Tatia, Katherine, Elena, todas elas poderiam dar a Klaus a graça de ser a primeira criatura metade vampiro e metade lobisomem no mundo.

Nesta etapa da série é muito difícil dizer se amávamos ou odiávamos esses irmãos. Klaus sempre teve um poder absoluto de destruição por ser o vampiro mais forte e engenhoso de todos os tempos. E sim, ele sempre usou todo esse poder para torturar e criar situações de extrema agonia para os personagens. Matou a Tia Jenna numa cena inesquecível – e para alguns até imperdoável – enquanto criava esquemas para manipular e trair o próprio irmão. Não havia honra, apenas crueldade. E mesmo assim é o vilão preferido da maioria dos fãs.

The Original Family
O terceiro ano de The Vampire Diaries nos trouxe restante da família original de vampiros. Rebekah, a irmã mais nova de Klaus – e até aí a única integrante feminina da família; Kol, o irmão que não tinha controle algum de seus desejos por sangue e carnificina; e Finn, o irmão bondoso, que passou a maior parte da vida em um caixão para que não atrapalhasse os planos de Klaus. Se um original já era capaz de fazer tanto estrago anteriormente, o que todos seriam capazes se estivessem em cinco? Pois é.

Este núcleo da série se desenvolveu relativamente rápido, pois já tínhamos os originais como os personagens mais interessantes da mitologia dos vampiros – e os únicos capazes de fazer algo para melhorar a dinâmica da série. Mas ao mesmo tempo em que eram necessários, nunca houve espaço para que fossem desenvolvidos corretamente. Em um episódio tentavam humaniza-los e mostra-los como vítimas das ações de seus pais, mas dois episódios depois eles se transformavam em vampiros extremamente cruéis, que foram responsáveis pela morte de 90% dos personagens queridos na trama.

Há quem os ame e há quem os odeie. Eu provavelmente devo estar no meio termo.

Os próximos vilões, ainda neste arco, eram os próprios pais da família original. Esther, a mamãe original, que criou os vampiros através de magia e se arrependeu amargamente disso quando viu a trilha de corpos formada pela sede de sangue dos filhos. E Mikael, o papai original que passou vários séculos caçando os filhos na tentativa de eliminar toda a raça vampira do planeta. Acontece que, matando um original, estarão matando também todos os vampiros gerados por esta linhagem. Caso todos os originais morram, os vampiros simplesmente deixarão de existir.

Bem, essa briga não termina aqui, e sim na série dedicada a eles, que parece não estar muito longe de terminar, mas ainda pode nos render muitos frutos.

Silas
A quarta temporada marcou a aparição da primeira criatura imortal do nosso mundo – ou até onde iam nossos conhecimentos sobre a mitologia da série naquela época. Seu nome era Silas, e sua história girava em torno de uma traição malsucedida, que o obrigou a passar 2 mil anos dormindo numa tumba até que alguém poderoso o bastante pudesse acorda-lo.

Devo dizer que a 4ª Temporada que iniciou o declínio da série devido a inúmeras repetições no roteiro e dos fanservices de cada dia. A série se resumiu a um original sequestrar Elena para conseguir o que quer enquanto tem outro original se juntando a outro personagem para destruir os planos do irmão. Pra completar, essa história de Silas de 2 mil anos atrás fez parecer que os fãs estavam assistindo a um conto de fadas, e que a bruxa má poderia ganhar a qualquer momento.

Pois bem, este arco só foi finalizado na temporada seguinte, quando descobrimos que Silas era, na verdade, o original de uma série de doppelgangers do Stefan, e que a criação das doppelgangers Petrova estava relacionada a ele e seu passado de 2 mil anos atrás, na época em que tentou enganar a bruxa Qetsiyah. 

Kai Parker
Tudo o que precisamos saber sobre a origem de Kai é: Bonnie e Damon o encontraram num mundo prisão de Mystic Falls pagando penitência por ter sido um psicopata bem-sucedido em vida. E não importava o que fizessem, não podiam deixa-lo voltar para o mundo real.

Mas quem disse que conseguiram? Well, well, well. Kai é o grande vilão da temporada, e continua sendo até o finalzinho, quando Damon arranca sua cabeça com as próprias mãos. Me arrisco até em dizer que ele foi a única coisa que manteve a maioria dos fãs acompanhando a série por todo esse tempo. Era engraçado, poderoso, por sinal, e também muito, muito, inteligente. As reviravoltas que ele nos proporcionou foram todas inesquecíveis, principalmente a última, quando ligou a vida de Bonnie e Elena e decretou que Elena só acordaria de seu coma profundo quando a melhor amiga morresse.

Há, realmente, alguém que não gosta do Kai? Sim, ele matou quase toda a sua família para provar seu ponto de vista, e sim, matou a esposa de Alaric e quase mata os bebês que estavam em sua barriga, mas ele é o tipo de vilão que todos nós amamos odiar. A cada frase de efeito e a cada sorriso maldosos nós sabíamos que ele era capaz de tudo. Deve ser por isso que deu seu ar da graça na temporada final, como o último comparsa de Kaherine.

The Heretics
Na temporada anterior, vimos Kai se transformar em um vampiro/bruxo híbrido, chamado herege, a medida que planejavam o retorno de uma família inteiramente formada por essas criaturas. Como é aquele ditado mesmo? Nada está tão ruim que não pode piorar? Não tenho boa memória, mas dessa vez pode ser até uma boa ideia.

A história é nossa velha conhecida: A série estava afundando, não tinham mais conteúdo a oferecer e nossa melhor aposta seguiu o caminho contrário quando os originais ganharam uma série só para eles. Então, na cabeça dos roteiristas, tudo o que precisávamos para continuar era outra família poderosa que fizesse estragos suficientes para perdurar uma temporada.

Neste caso, a série seguiu os passos dos originais para implementar os hereges. Eram uma família que se amava acima de tudo, formada por bruxos/vampiros renegados e exageradamente poderosos para que nenhum mocinho pudesse combater. Ou seja, revivemos as mesmas cenas que Rebekah, Klaus, Elijah e Kol costumavam protagonizar em relação a torturas, sequestros e diferenças de poder envolvendo os protagonistas. Algo extremamente frívolo e sem qualquer atrativo, embora alguns desses personagens tenham roubado a cena vez ou outra.

Cade and The Sirens
A história da 8ª e última temporada de The Vampire Diaries foi mantida em segredo até sua estreia. Afinal, que tipo de criatura o Arsenal mantinha trancafiado naquele cofre e para onde ela havia levado Damon e Enzo? Embora os roteiristas parecessem um tanto despreparados para o grande final, a trama fluiu muito bem nesta descoberta.

Sereias que estão vivas há 3 mil anos e podem controlar a mente de qualquer pessoa? É, não é tão ruim. Sereias que trabalham para o governante do inferno, Cade, e têm a missão de coletar almas perversas? Genial. Ver o inferno literal ameaçar consumir tudo e todos do mundo real com seu fogo ardente? Perfeito! Mas agora finalizem essa série antes que a coisa desande de novo, né? Pelo menos nisso eles acertaram.

As vilãs sereias foram realmente extraordinárias, não há como negar. Cade também foi uma ótima adição aos 45 minutos do segundo tempo, e pela primeira vez em muitos anos, estávamos diante de um personagem que era verdadeiramente 100 vezes pior que o Klaus. 100 não, 200, 300, afinal, quantas vezes alguém precisa ser pior que o Klaus para se tornar o Diabo? Era exatamente o que queríamos ver e exatamente o que nos foi dado. Somem isso a última aparição de Katherine Pierce, como a última vilã da série, e temos o final épico que merecíamos.

Where did we go wrong?

O que iniciou como um fenômeno em 2009 precisou terminar às pressas em 2017, com 6 episódios a menos na grade completa da CW. Muitos diriam que está de bom tamanho, mas sabemos que tanto a emissora quanto os produtores pretendiam ir muito além antes das coisas darem errado.

Pergunte a qualquer fã o que aconteceu com esta série e ele dirá que tudo começou a desandar ainda na 4ª Temporada. Deveria ter sido a mais importantes de todas, sabendo que a transformação de Elena ocorreria no episódio de estreia. Porém, desde o início da exibição, os fãs se mostravam insatisfeitos. A transformação de Elena não ocorreu da forma esperada, a trama não conseguiu manter o nível de acordo com as mudanças e tudo pareceu fácil demais para uma série que costumava fazer arte visual com o complicado. Tudo estava perdido? Com certeza não. Mas também estávamos impossibilitados de voltar ao que éramos antes.

A verdade é que a série usou todos os seus trunfos cedo demais para sobreviver pelo tempo que os produtores gostariam. Já na 2ª Temporada estávamos conhecendo o vampiro mais poderoso do mundo, que em apenas algumas semanas conseguiu se tornar a primeira criatura híbrida existente. Esse tipo de personagem é muito valioso para a mitologia dos vampiros e não deveria ser implementado tão cedo. Já na 3ª Temporada estávamos lidando com o restante de sua família super poderosa, então o que sobrou para a 4ª? Vilões previsíveis, mais do mesmo, cura para o vampirismo. É mole? A série que transformou Katherine Pierce em uma lenda estava usando contos de fadas para incrementar seus arcos.

A partir daí não havia mais volta, de verdade. A audiência caiu, a série parou de ser levada a sério e os atores começaram a dispersar. Quando Nina entrou para o elenco, haviam prometido apenas 6 temporadas para ela, uma vez que a série tinha uma dinâmica surpreendente e corria o risco de perder o fôlego se sua história fosse prolongada. Será que eles não aprenderam nada com as outras séries do canal? Não se prolonga um programa de TV que não tem mais história para contar apenas porque vocês se acostumaram a vê-lo como uma fonte de renda. A prioridade deveria ser com os fãs, que passaram por momentos de extrema frustração até chegar a hora do adeus forçado.

Como fã, não posso dizer que odiei este final, mas posso dizer que estava bem longe de ser o que eu gostaria. Eu tento ser positivo quanto a isso, porque os roteiristas fizeram o melhor que podiam com o pouco que tinham. Era realmente inviável que a série terminasse ao estilo das temporadas anteriores e não ao das mais recentes, por isso fica difícil saber o que cada fã gostaria de ver. Destruiram o inferno? Okay, nós vencemos. A felicidade da Bonnie? Sim, vamos celebrar, ela merece. Elena e Damon na pós vida encontrando sua família? As cenas chegaram até a arrepiar nossos pelos. Mas o resto... bem, o resto fica pra próxima.

Infelizmente não vimos Katherine Pierce em seu momento mais glorioso. Em vez disso, vimos uma Katherine fraca que não conseguia lutar contra os irmãos Salvatore e foi assassinada o episódio inteiro, deixando ainda mais fácil o trabalho dos mocinhos de salvar o mundo. Os personagens antigos voltaram como cameo e só tiveram uma importância sentimental durante alguns segundos. E Stefan, que sofreu a série inteira, se sacrificou numa das cenas mais emocionantes de toda a série, mas ao mesmo tempo muito injusta. Alguém realmente precisava morrer se estava assim tão fácil parar a Katherine?

A única coisa que conforta nossos corações é saber que todo mundo viveu feliz para sempre na pós vida. Os anos se passaram, e Elena se reencontrou com os pais no paraíso perfeito. Damon morreu logo depois e encontrou com o irmão, que ficou décadas esperando ao lado de Lexi. Se não fosse isso, talvez nem tivesse valido a pena continuar acompanhando. Foi sim amarrado e prematuro, mas foi melhor do que muitos fãs achavam que seria.

E agora todos nós podemos nos orgulhar desta série maravilhosa que acompanhamos há tantos anos. É muito gratificante você ver algo começar e acabar dessa maneira, porque você, como pessoa, muda junto com seus personagens preferidos. A maioria de nós era adolescente quando conhecemos Elena, Stefan e Damon, e agora somos adultos dizendo adeus a algo que fez parte de nossas vidas por 8 anos. São 8 anos, cara, não 8 meses! Durou mais que todos os relacionamentos das nossas vidas, mais que o ensino médio; alguns de nós estão até terminando a faculdade e começaram a ver quando nem tinham idade para fazer o ENEM. Olha só o impacto gerado na vida dos telespectadores quando você insere personagens e histórias fantásticas para viver com a gente a medida em que também vivemos.

É como Ted Mosby diz em um dos últimos episódios de How I Met Your Mother. “Crianças, tenham vocês gostado ou não desse final, quero que tenham uma coisa em mente: O que realmente importa na vida não é o destino, e sim a jornada. E não podemos negar que a jornada deles foi lend... Vocês sabem o resto”.

Curiosidades 

• Antes de ir para a tv, a história dos irmãos Salvatore e suas donzelas era contada numa saga de livros do mesmo nome. É claro, muitas mudanças foram feitas para a adaptação – Até porque a saga foi lançada no começo dos anos 90 nos Estados Unidos, e de lá para cá o mundo só tem mudado, como diz nossas avós. Elena e Katherine eram loiras, e Caroline era morena. Katherine, na verdade, era a boa moça, e Elena apenas uma jovem superficial e manipuladora. No lugar de Jeremy, Elena tinha uma irmã de quatro anos chamada Margaret, que inclusive, foi a responsável por convidar Damon a entrar na casa pela primeira vez. Essas informações fariam toda a diferença na série se já não estivéssemos acostumados com o universo de TVD do jeito que ele é.

• Os livros também possuem mais seres sobrenaturais que não entraram para a série, como anjos, súcubos e kitsunes. Na segunda temporada, a mãe do Matt, interpretada por Melinda Clarke, era originalmente uma súcubos, e chegou até a filmar uma cena em que mata um desconhecido com seus poderes. A cena foi descartada posteriormente porque os produtores não queriam introduzir novas criaturas sobrenaturais tão cedo.

• Kevin Williamson, um dos criadores da série, também é a mente por trás de séries Dawson’s Creek e The Following, e de filmes como Pânico, Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado e Halloween: 20 Anos Depois.

• A atriz Candice Accola casou e engravidou entre as filmagens da série, trocando o sobrenome para King. Para que não precisassem utilizar dublês de corpo, Caroline foi escolhida para gestar os gêmeos de Jo e Aleric, que foram dados como mortos por Kai no final da 6ª Temporada. Caroline teve as meninas e elas se tornaram suas filhas legítimas no decorrer da série.

• Candice King e Kat Graham também iniciaram carreira na indústria musical, mas pouco se fala a respeito. Clique aqui para conferir um dos videos da Kat e aqui para ouvir uma musica da Candice.

• O sangue falso utilizado na série é comestível.

• Nina Dobrev fez um filme de baixo orçamento chamado Never Cry Werewolf (Acredite em Lobisomens) em 2008, antes de ser escalada para o papel de Elena.

• Na série, Elena é dois anos mais velha que Jeremy, seu irmão, mas na vida real, a atriz Nina Dobrev é 6 meses mais nova que o ator Steven R. McQueen.

• Nina Dobrev é búlgara e seu nome verdadeiro é Nikolina Constantinova Dobreva. A atriz também fala francês e búlgaro, além do inglês.

• O episódio 1x04: “Family Ties” estava repleto de referências à Taylor Swift como uma espécie de homenagem à cantora, pois o diretor gostaria que ela fizesse uma participação especial.

• Em 2012 ocorreu um incêndio na cidade de Covington, na Georgia, onde as gravações da série eram realizadas, e o prédio que servia de cenário para o Mystic Grill foi destruído.

• Durante as gravações, Nina sofreu pequenos acidentes registrados em câmeras e até quebrou uma das estátuas do cenário que retratavam o ano de 1864. Tudo pode ser visto na compilação de erros de gravação da 1ª Temporada. Clique aqui para assistir.

• Paul Wesley foi o último nome a ser confirmado no elenco da série, tendo sido escalado apenas duas semanas antes de iniciarem as gravações. Logo então foi a uma livraria e comprou todos os exemplares da saga de livros.

• Ian Somerhalder também é um embaixador da ONU e já realizou vários casamentos.

• O sobrenome Salvatore quase foi trocado para Whitmore no começo da produção, pois a TV americana achava Salvatore italiano demais.

• O amor estava mesmo no ar. Nina e Ian tiveram um relacionamento por trás das câmeras; Paul era casado com Torrey Devitto e depois namorou Phoebe Tonkin; Zach Roerig teve um affair com Julie Plec, uma das criadoras da série; Joseph Morgan já era casado com Persia White, a atriz que interpretou a mãe da Bonnie; e Steven R. McQueen também deu seus pulos com Candice Accola (Agora casada, Candice King).

• The Vampire Diaries é a série sobre vampiros mais longa da história, finalizando sua trama no dia 10 de Março de 2017 com 171 episódios.

Foi um prazer, Vampiranhas.
Comentário(s)
0 Comentário(s)

Nenhum comentário