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Crítica | Pumpkinhead 4 - Maldição Sangrenta


Direção: Michael Hurst
Ano: 2007
País:  UK | Romênia | EUA
Duração: 95 minutos
Título original: Pumpkinhead: Blood Feud

Crítica:

Agora a vingança é dele.

Depois de uma breve jornada com mais pontos baixos do que altos, finalmente chegamos ao último capítulo da franquia. Não esperava nada dessa quarta parte, mas o único fio de esperança era o fato de que Pumpkinhead 4 - Maldição Sangrenta foi escrito e dirigido por outra pessoa. Vale lembrar, no entanto, que as partes três e quatro foram filmadas simultaneamente para um lançamento direto na TV, então a produção desta última parte continuaria com recursos limitados – e talvez até mesmo os efeitos visuais ridículos que apareceram em De Volta das Cinzas. Felizmente, Maldição Sangrenta prova ser a melhor sequência da franquia, ainda que não chegue aos pés do original. Mas, quem assistiu aos dois últimos filmes, sabe que superá-los não é uma tarefa muito difícil.

A trama desta quarta parte foca em um conflito entre duas famílias, os Hatfield e o McCoy, e um amor proibido entre um membro de cada um delas. Ricky McCoy e Jodie Hatfield estão perdidamente apaixonados, mas a rixa entre suas famílias tornam impossível que eles possam tornar seu sentimento público. Os dois planejam fugir para longe, com o objetivo de perseguirem sua felicidade, mas quando uma tragédia tira a vida de um dos McCoy, Rick fica possuído de ódio e recorre até a velha na floresta para ajudá-lo com sua vingança. Ela o avisa do preço que ele precisa pagar, mas o garoto está determinado a fazer a família rival pagar pelos seus pecados. Pumpkinhead, então, é acordado para mais uma rodada de justiça infernal, colocando ambas as famílias em uma posição em que eles nunca estiveram antes.

Toda essa história envolvendo amor proibido e famílias rivais grita Romeu e Julieta, e o roteiro não faz questão de esconder essa homenagem. De fato, achei que foi uma iniciativa interessante para fazer com que nos identifiquemos com os personagens. Nada melhor do que uma história de amor que ultrapassa os limites da vingança demoníaca, não é mesmo? Infelizmente, grande parte dos personagens continua mais fino do que uma folha de papel – incluindo o protagonista que chamou pelo Pumpkinhead. Quem carrega o filme nas costas – e é a única com a qual conseguimos nos relacionar – é o seu amor proibido, Jodie Hatfield. Acompanhamos o desenvolvimento do enredo basicamente sob sua perspectiva, considerando que o Ricky McCoy fica fora da tela a maior parte do tempo.

É a Jodie que tem visões com o Ed Harley – o icônico protagonista do primeiro filme, interpretado pelo Lance Henriken –, avisando-a sobre sua importância para salvar aqueles que ama. Nesta sequência, a participação do Ed Harley teve um aproveitamento muito maior. Ele aparece como uma espécie de mártir da maldição que acompanha a vingança do Pumpkinhead; tentando alertar as consequências das vítimas que estão prestes a fazer o mesmo pacto que ele outrora fez, cegas pelo ódio. Obviamente seus avisos não evitam o retorno do Pumpkinhead – ou então não teríamos filme –, mas dá um significado ao retorno do personagem. Sem contar que os seus diálogos com a velha bruxa foram alguns dos melhores desta quarta parte. Só gostaria de ressaltar um furo do roteiro, porque o Ed Harley não foi o primeiro que chamou a criatura. Ele já havia visto o Pumpkinhead na infância, e tenho certeza que nem mesmo naquela época havia sido a primeira vez.

Os efeitos práticos da criatura são os mesmos que os da terceira parte, e aqui o diretor também insiste em introduzir efeitos computadorizados mal feitos e desnecessários, ainda que em menor dose do que em Pumpkinhead - De Volta das Cinzas. Não há nada de especial em torno das mortes, apesar de haver uma boa sequência com a criatura dizimando vários personagens dentro de uma casa. Não gostei do Ricky ter o poder de controlar a criatura – nesta sequência, ele até consegue mandar nela em alguns momentos –, porque essa é uma das consequências mais fortes do pacto; uma vez que Pumpkinhead é libertado, nada poderá impedi-lo, nem mesmo a pessoa que o invocou. A velha ter medo do demônio que ela está cansada de trazer à vida também não faz muito sentido, sendo mais um furo do roteiro.

Enfim, é uma pena que a franquia tenha sido condenado a produções de baixo orçamento produzidas direto para a TV. Pumpkinhead tinha potencial para ter se tornado um grande ícone do gênero, mas acabou caindo no esquecimento, enterrado em sua cova cercada por abóboras. As partes 3 e 4 até tentaram resgatar a mitologia, mas o resultado foi fraco, apesar das óbvias boas intenções. A franquia em si tinha muito potencial, e muitas boas ideias não foram exploradas. Felizmente, um dos produtores dos filmes Jogos Mortais, Peter Block, comprou os direitos da franquia Pumpkinhead e pretende produzir um remake. Ele já se declarou um grande fã do original, e o seu coração parece estar no caminho certo para um grande retorno da criatura aos cinemas. Pumkinhead merece uma segunda chance, e espero que dessa vez eles construam algo sólido, exatamente como o icônico personagem merece.


Trailer:

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