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[Crítica] Devious Maids - 1ª Temporada


Status: 2ª Temporada
Duração: 45 minutos
Nº de episódios: 13 episódios
Exibição: 2013
Emissora: Lifetime

Crítica:

Mantenha seus amigos por perto... E suas empregadas mais perto ainda.

Depois de narrar a vida e os segredos obscuros de donas de casas desesperadas, Marc Cherry, o criador do hit Desperate Housewives, volta para mais uma rodada de intrigas, mistérios e assassinatos. Porém, desta vez, o ponto de vista muda das patroas para as suas empregadas. Afinal de contas, quem melhor para saber os segredos de uma casa do que a pessoa que está sempre limpando (ou seria espreitando) nos fundos? Como revela a sinopse oficial, "elas lavam roupas que não podem comprar, dão polimento à prataria que nunca usarão para jantar e, algumas vezes, vão para a cama com os maridos de suas patroas". E eles não poderiam estar mais certos.

A trama se dá início depois de um brutal assassinato. Uma empregada morre durante uma festa, e a polícia prende o suspeito mais óbvio: o namorado segurando a faca ensanguentada. Mas, neste lugar, nada realmente é o que parece ser. É por isso que Marisol – a mãe do suspeito –, determinada a limpar o nome do filho, embarca em uma investigação solo para descobrir a identidade do verdadeiro assassino. Para isso, ela se passa de empregada, enturmando-se rapidamente com um grupo de serviçais que tinham contato direto com a vítima. O grupo é formado pela bela Carmen, que sonha ser uma cantora de sucesso; Zoila, melhor amiga de sua patroa, mas tem um fraco por controlar demais sua filha; e Rosie, cujo filho está no México, sendo responsável por criar um filho que não é seu. Cada uma delas tem alguma informação valiosa, resta saber se Marisol será inteligente o suficiente para chegar à verdade.

Eu adorava Desperate Housewives, e confesso que por muito tempo tive preconceito em torno de Devious Maids. Muita gente relacionava as duas séries, apontando Devious Maids como uma cópia ou versão inferior do clássico da ABC. De fato, as duas tramas têm muitos elementos semelhantes, mas suas identidades são muito bem definidas, especialmente para quem não desistiu da série depois do primeiro episódio. Vamos esclarecer algo: Devious Maids não deve ser julgado pelo seu Piloto. O episódio que deveria impulsionar a série é corrido, seus personagens não são bem desenvolvidos e a maioria das tramas podem parecer clichê à primeira vista. Acredito que a apresentação de uma quantidade elevada de personagens prejudicou a introdução da série, que apenas tratou de mostrar algo básico de cada um deles para desenvolver nas semanas seguintes.

Muitos personagens queridos recebem zero destaque no episódio Piloto, como a Zoila e a sua chefe, Genevieve. Essa é uma das minhas duplas mais queridas na trama, mas eu nunca conseguiria imaginar isso se eu tivesse desistido. Em um primeiro momento, Genevieve parece apenas uma fútil, enquanto a Zoila é vista como chata e obcecada pela filha. De fato, durante vários momentos da série, elas reforçam essas características, mas há outros pontos muito melhores envolvendo as personagens. Em contrapartida, a filha da Zoila, Valentina, que começa com um plot divertido, logo se torna cansativa – especialmente na segunda temporada. Eu gosto da trama em que ela tenta fazer o filho da patroa se apaixonar por ela, mas não acho que tenha sido bem desenvolvida. Não houve uma progressão natural do relacionamento deles.

Carmen tem muita personalidade, e um objetivo em vista bem maior do que o de suas amigas. Ela sonha de ser uma cantora de sucesso, mas o mercado musical não é fácil de ser alcançado. Para ajudá-la nesta jornada, ela se torna empregada de Alejandre Rubio, um artista conhecido no meio. No entanto, seu trabalho não será simples. Alejandro tem um "cão de guarda", que atende pelo nome de Odessa. Elas assumem uma rivalidade desde o começo da trama, mas um dos pontos mais altos desta primeira temporada é o desenvolvimento da relação entre as duas. Odessa parece durona à primeira vista, mas tem segredos tristes. E é interessante ver um lado mais humano da Carmen, tentando ajudar sinceramente uma amiga/rival. Geralmente ela só quer saber dos seus sonhos, nem que para isso tenha que quebrar o seu próprio coração.

Por último, mas não menos importante, temos Rosie. Inicialmente, a mais sem sal do grupo, com uma trama clichê e sofrida sobre se reunir com o seu filho. Porém, fiquei surpreso com o seu desenvolvimento. Me acostumei com o seu jeitinho tímido de falar e logo passei a gostar da personagem. Sua patroa é a "vadia sem coração" modelo clássico, o que torna Rosie a escolha óbvia para ser a empregada a desenvolver um caso com o patrão. O caso, no entanto, tem proporções bem maiores do que esperado, se transformando em uma história de amor. Muitas vezes fiquei irritado com um excesso de "bondade" da personagem, mas confesso que me surpreendi positivamente no decorrer da temporada, achando-a extremamente cativante.

A investigação em torno do crime principal da temporada encontrou o seu ápice na Season Finale, obviamente. Gostei de ver como os roteiristas revelaram a identidade do assassino. Foi uma conclusão satisfatória, que condiz com os fatos apresentados até então. Eles não forçaram uma super reviravolta nos últimos minutos só para chocar os seus espectadores – mesmo que deixando diversos buracos. De resto, só posso destacar o tom animado da série e suas diversas cenas impagáveis, que certamente irão divertir os seus espectadores. É o típico "novelão mexicano", usando dos mesmos artifícios de Jane the Virgin, se beneficiando de todos os clichês do gênero para moldar sua trama e chocar os espectadores com suas reviravoltas e segredos sujos.

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