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[Crítica] The Walking Dead - 6x14: Twice As Far


O mundo não espera por ninguém.

Review:
(Spoilers Abaixo)

Vocês já devem ter ouvido isso, e é a mais pura verdade. O mundo não gira em torno de nós, muito pelo contrário. Temos que nos adaptar, viver, ou então ficamos para trás. Isso não poderia se encaixar melhor do que no universo construído por The Walking Dead – especialmente nesta última temporada. Fomos apresentados a esse bando de gente que não tinha o necessário para sobreviver no meio de um apocalipse zumbi. Grande parte deles sucumbiram a este mundo que não espera ninguém, enquanto os que ainda estão vivos tentam o máximo possível se adaptar a essa nova situação. O triste deste quadro, no entanto, é que ninguém espera você estar pronto. E o fim pode chegar antes que você esteja.

Foi o que aconteceu com a pobre Denise esta semana. Ela nunca teve grande destaque, mas apareceu o suficiente para que representasse mais do que apenas números. Com alguma personalidade e uma rápida trama envolvendo o Wolf no Mid-Season Finale, Denise realmente conseguiu me conquistar. Fiquei extremamente empolgado com o seu destaque neste episódio, mas já deveria ter desconfiado desde o começo. Os roteiristas da série tendem a destacar um personagem logo antes de matá-lo. E dessa vez não foi diferente. Foi triste, pareceu injusto e foi como um deja vu de tantas outras mortes que não estávamos preparados para testemunhar.

A morte da Denise, no entanto, vem acompanhada de um momento sensível no universo geral das séries. Nas últimas semanas, sendo coincidência ou não, vários personagens homossexuais morreram em diversas séries, o que levou um embate sobre a representatividade LGBT nas tramas que acompanhamos. É um tema interessante, mas não acho que a polêmica se aplique neste caso. Estamos lidando com um mundo onde qualquer um pode morrer a qualquer momento. A característica mais forte da Denise não era sua orientação sexual, mas sim sua posição em formação perante a um mundo já fortificado por diversas crueldades. Sua morte foi brutal, surpreendente e de partir o coração. Abriu os nossos olhos dos perigos desse mundo e que coisas muito piores estão para acontecer nas próximas duas semanas.

Além da Denise, outra personagem que teve a oportunidade de se destacar foi a Rosita. A personagem vem ocupando o fundo da tela há bastante tempo, mas pouco sabemos a respeito dela. Tirando o seu drama com o Abraham – que ninguém realmente se importa –, não sabemos quem ela é, ou o que a motiva. Acredito que o roteiro perdeu uma grande oportunidade de introduzir alguma personalidade à personagem, ou apresentar algo mais marcante em torno dela. Rosita pode ser melhor desenvolvida se tiver a oportunidade, mas qualquer destaque pode representar apenas mais um personagem que encontra o seu destino final depois de um tempinho em tela. Acho que ela tem muito mais a oferecer agora que saiu da sombra do Abraham, assumindo seu próprio caminho sem se escorar em terceiros.

E o que foi aquele final com a Carol deixando o grupo? Não sei muito bem o que pensar do arco da personagem nesta temporada. Carol jamais daria as costas aos seus amigos neste momento de crise, especialmente por saber que eles tentariam encontrá-la – o que os colocaria em perigo, eventualmente. Ainda estou esperando o ponto de virada da personagem, que provavelmente só deve acontecer na Season Finale. Eu só espero que esse não seja o caminho que o roteiro escolheu para matar a personagem, porque ela já passou por tanto e merece um desfecho bem melhor do que este. Ainda acredito que o Morgan será determinante para o encerramento deste arco, considerando que tudo isso começou justamente por causa de seus ideias.

Em contrapartida com o arco da Carol, o roteiro tem dado mais e mais motivos para se acreditar no contrário. Neste episódio, por exemplo, a Denise morre pelas mãos de uma pessoa que o Daryl poupou no passado. De fato, foi o seu arco roubado que atravessou seu olho. Esse detalhe em especial com certeza doeu muito mais do que uma morte aleatória. São basicamente as regras deste novo mundo; ou mata, ou morre. E suas decisões podem trazer consequências graves no futuro. Enfim, pessoal, este episódio foi bastante impactante em sua mensagem e eu não espero nada menos dos dois últimos dessa temporada. Como sempre, a série pode não ser perfeita, mas capaz de trazer esses momentos emocionais que poucas conseguem.

"I can't love anyone because I can't kill for anyone anymore". — PELETIER, Carol.
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