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[Crítica] Scream Queens - 1x11: Black Friday


Fifty Shades of Chanel.

Review: 
(Spoilers Abaixo)

Apesar de nem sempre acertar a mão em suas storylines, Ryan e sua equipe sempre se mostraram capazes de apresentar um texto afiadíssimo, cheio de autocríticas, referências e humor politicamente incorreto. Neste episódio temos exatamente este conceito na sua forma mais pura: apesar do episódio ter sido extremamente fraco com quase nenhum momento que agregue nada a história, ele foi recheado de bons momentos justamente pelo subtexto que somente Ryan consegue trazer para suas série. Tivemos referências e muita crítica a você e a mim, nessa era dominada pela tecnologia e pelo consumo descontrolado.

Como o próprio nome sugere, Black Friday tentou exatamente estabelecer, primordialmente, uma sátira aos dias atuais dominados pelo mercado consumidor. Apesar de falhar em criar uma certa sintonia com a história, a análise escrachada e inverossímil realça a nossa realidade, onde a maioria das pessoas precisa comprar e comprar, mas não necessariamente precisar ou ao menos saber no que está gastando seu suado dinheirinho. É claro que o clube das Chanels iria estar envolvido neste tema já que elas são o claro esteriótipo que Scream Queens criou para personagens fúteis.

Quando escutamos o texto da Chanel, tudo o que podemos pensar é como ela é uma protagonista insana, mas se pararmos para analisar a situação em que ela está inserida e no meio em que ela se encontra, pois bem, aquilo é tão verdadeiro quanto eu e você na nossa própria black friday. O roteiro faz questão de evidenciar que apesar de não passar de uma ficção mirabolante, aquilo tudo é baseado na vida das pessoas que estão fora da telinha. Vai dizer que você não corre atrás de uma promoção só porque ela diz que está com 80% de desconto? Podemos nem saber qual o produto, mas apareceu uma propagando nas redes sociais ou mesmo em e-mails e etc, todos ficamos curiosos para abrir a mensagem e ver o que está sendo oferecido por tão pouco comparado ao preço original.

Apesar disso, a maior falha com certeza é este quadro não se encaixar dentro da trama. Com a cena do shopping, pensei que teríamos alguma perseguição memorável, já que um ambiente daquele tinha um grande potencial, mas percebemos desde o início que aproveitar o cenário não é um dos fortes de Scream Queens. Desde aquele labirinto gigantesco até os túneis subterrâneos da casa das Kappa Kappa Tau, a série tem desperdiçado chances de criar ótimos momentos de tensão, e peca em aproveitar aquilo que está em torno dos personagens. Apesar disso Chanel ter levado uma flechada realmente me surpreendeu, o que deu espaço para Mama Denise aparecer e ser aquela que consegue fazer comédia em todas as situações. Com tudo, ficou um pouco exagerado demais, já que ela estava com um Red Devil ali na sua mira, e precisou fazer um extenso discurso, parecendo aqueles vilões que sempre precisam se justificar, dando tempo do herói bolar algum plano, só que desta vez foi uma situação invertida.

Aquela coisa das meninas contra Munsch foi pra lá de forçada, porque independente da visão distorcida dos roteiristas, não existem evidências claras o suficientes para culpar ninguém entre os sobreviventes. Um dos problemas também é que insistem em tratar assassinato como passar manteiga no pão, ou seja, a coisa mais fácil do mundo e que qualquer um poderia fazer, independente da hora, do lugar, dos métodos, ou à quem se está tirando uma vida. E isso meio que quebra uma certa fluidez, já que já existe um assassino e todos querem saber quem é para justamente acabarem com aqueles crimes, mas matar uma pessoa sem se ter certeza parece uma decisão super plausível e justificável.

Em quesito referência, a série não desaponta mais uma vez. A Chanels justamente encontraram esse possível inimigo em comum, que é a reitora, e decidiram que era necessário que ela morresse. Claro que isso não seria uma tarefa fácil, e tratarem ela como um Michael Myers ou Jason Voorhees foi uma ideia brilhante. A única ressalva foi o fato de terem citado esses personagens, o que irrita um pouco, já que insistem em explicar e esfregar as referências na cara dos espectadores, como que quem ainda assiste o show já não tivesse conhecimento de certas coisas, ou fosse estúpido o suficiente para precisar de aulas para conhecer estes personagens icônicos.

Faltando apenas mais um episódio, minhas maiores preocupações giram em torno justamente dos muitos sobreviventes que ainda restam. Quero verdadeiramente que poucos sobrem para o próximo ano e ainda estou esperando por alguma morte memorável e alguma perseguição que seja de tirar o folego.

Apesar de nada muito relevante acontecer, Scream Queens traz um episódio que nos faz refletir sobre muitas coisas do nosso cotidiano. Não sei se essa proposta é a mais acertada, mas dentro do show ela funciona, já que uma das concepções do mesmo é, tanto cutucar, quando entreter. Esperemos que na próxima semana cabeças realmente rolem e que o Red Devil esteja a espreita a todo instante, preparado para levar consigo mais alguns corpos. Minhas apostas ainda são as mesma, e vamos esperar pra ver o que Titia nos reservou para o esperado grand finale.

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2 Comentário(s)

2 comentários:

  1. Como assim?! Você nem citou a "revelação"(que todos já estávamos esperando) do Pete pra Grace! Isso mexe bastante com a história com certeza!!

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    1. Não acho que ele seja um dos assassinos e tenho quase certeza que isso é só mais uma jogada do roteiro. Com certeza essa história de assassino poderá até ser importante, mas não creio que ele esteja ligado com os crimes que vem acontecendo, muito menos que ele seja o último Red Devil

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