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[Crítica] Lumberjack Man


Direção: Josh Bear
Ano: 2015
País: EUA
Duração: 105 minutos
Título original: Lumberjack Man

Crítica:

Bem-vindos ao acampamento de verão.

E se Crystal Lake fosse um acampamento cristão? Todas aquelas vítimas desesperadas gritando por Deus teriam melhores chances de se salvar de um assassino sobrenatural? Lumberjack Man apenas prova que não! Para quem não sabe, este filme é o terceiro lançamento do festival 8 Films to Die For de 2016 - sendo os primeiros Renascido das Trevas e The Wicked Within. Depois de mortos-vivos e possessões demoníacas, o festival entra em uma mistura de comédia e terror - conhecido carinhosamente como terrir -, prestando uma certa "homenagem" ao clássico Sexta-Feira 13. Fiquei empolgado com a premissa, que prometia mortes sangrentas, um assassino implacável e uma porrada de brincadeiras com os clichês do gênero.

Na trama, um grupo de jovens da Igreja Bons Amigos está se preparando para curtir as férias da primavera em um acampamento cristão. Chegando no local, eles são divididos em tarefas que devem realizar, separando-se. Não demora muito para que um assassino se revele, matando todos que encontra em seu caminho. Agora, os sobreviventes terão que descobrir o que está acontecendo, algo ligado com uma vingança do passado. Para escapar com vida, os jovens terão que lutar por suas vidas, além de tentar descobrir a fraqueza do assassino sobrenatural - antes que ele se vingue se todos e se delicie no sangue de suas vítimas. Rezar não irá ajudar você agora!

Mais um filme que poderia ter sido ótimo, mas acabou desperdiçando um grande potencial. Este ano já tivemos uma excelente sátira dos filmes slashers, com o brilhante Terror nos Bastidores, então a situação de Lumberjack Man seria um pouco desafiante, pois teria que apresentar uma abordagem diferente dentro de sua sátira. O que poderia ter salvado a produção seriam as mortes, que poderiam ser violentas e extremamente exageradas. Além disso, o roteiro poderia se beneficiar dos elementos que apresentou, como o fato dos jovens fazerem parte de um grupo cristão. O resultado final poderia intercalar o pastelão do enredo com boas doses de violência, o que balancearia os dois gêneros propostos. No entanto, como acontece com frequência, a mistura dos gêneros foi falha.

Quando falamos de um slasher, um dos pontos que deve ser pensado com muita atenção é o vilão. Aqui temos um assassino sobrenatural, que tem uma máscara feita com casca de árvore. Poderia ser super original se o filme Cub não tivesse feito primeiro - com um resultado estético bem mais eficiente. Mas a caracterização não é nada comparada com a história de origem do vilão. Sabemos que devemos esperar uma história de fundo, mas nada pode nos preparar para que o roteiro nos reservou. Não vou contar muito para não estragar a "surpresa", mas adianto que é a coisa mais ridícula e nonsense que já vi na minha vida. E olha que eu só percebi que o assassino andava com um carrinho cheio de waffles gigantes na reta final do filme, informação essa que piorou ainda mais a experiência. Existem certas coisas que simplesmente não devemos fazer, mesmo em um roteiro que mistura comédia com terror.

Se o vilão foi ridicularizado na metade da trama, a única coisa que poderia salvar o filme seriam as mortes. No entanto, apesar de violentas, não há nada realmente que chame nossa atenção. Nenhuma das mortes são divertidas, práticas e particularmente interessantes. Quero dizer, por que enfiar uma torneira na testa de uma menina? Não seria mais fácil usar o bom e velho machado? Enfim, o filme está repleto de mortes super esquisitas, e nenhuma delas consegue manter o interesse. Para não dizer que não há nenhuma cena legal, destaco a aparição do assassino enquanto todos os jovens estão na mesa comendo waffles. O momento que ele joga o seu machado e o vemos seguir sua inevitável trajetória em câmera lenta - enquanto os jovens olham abobados - é sem dúvidas o melhor momento de todo o filme.

Infelizmente, o diretor perdeu uma boa oportunidade de nos beneficiar com um verdadeiro massacre no refeitório. Havia dezenas de jovens pedindo para morrer e correndo para todos os lados. Nós vimos a morte de uns dois deles e o resto sumiu/morreu misteriosamente. Eles podiam ter montado uma cena épica, com o assassino acabando com todos - ou boa parte - dos figurantes. É uma pena, minha gente, mas este é outro lançamento do festival que poderia ter sido ótimo, mas acabou sendo uma decepção. Espero que isso não seja tendência nos próximos lançamentos. Estou moderadamente preocupado, porque este filme e The Wicked Within eram uns dos mais aguardados por mim e acabaram sendo broxantes. Mas quem sabe eu não seja surpreendido por um filme que não espero nada? Enfim, Lumberjack Man pode até servir de diversão passageira, com alguns momentos que funcionam, mas o seu ritmo cansa rapidamente. Sério, por que levar quase uma hora para matar todos os maconheiros e vadias aleatórios espalhados pela floresta? E por que há tantos desses dois em um acampamento cristão? Eles se perderam de Crystal Lake?


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