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[Crítica] Fear the Walking Dead - 1x03: The Dog


O pesadelo não está mais apenas nas ruas.

Review:
(Spoiler Abaixo)

Fiquei muito frustrado segunda-feira passada, doido para assistir um episódio inédito de Fear the Walking Dead, quando descobrir que havia um pequeno hiatus. Isso que eu chamo de banho de água fria! Pelo menos me mostrou o quanto eu estou envolvido com a série, já que faz tempo desde que não crio grandes expectativas com algum lançamento. Talvez o fato de ser uma época com poucas novidades tenha aumentado o meu desejo por episódios inéditos, mas não deixa de apontar que realmente estou gostando deste spin-off. Confesso também que estou curioso para o retorno da série-mãe. Quem acompanha a página The Spoiling Dead sabe que as coisas ficarão muito tensas no sexto ano. Mas, enfim, vamos falar sobre este terceiro episódio - que mostrou uma grande evolução em comparação com os dois primeiros.

Vamos começar falando sobre o núcleo do Travis, sua família e os outros quase-figurantes, que se encontravam no centro de uma rebelião de rua. Semana passada eu disse que fiquei extremamente curioso para acompanhar mais cenas do lado de fora - queria ver o que estava acontecendo. Para minha surpresa, tivemos essa oportunidade neste terceiro episódio. Infelizmente, foi uma oportunidade desperdiçada. Tirando um policial aleatório sendo devorado no meio dos arruaceiros, pouco vimos de impressionante. Pensei que toda a sequência até os personagens chegarem no carro seria de parar o coração, mas foi bem morna. Talvez se o enredo tivesse introduzido alguns outros personagens inocentes no meio daquele caos, trazendo consequências serias e sangrentas para eles, veríamos a rua como uma ameaça maior. Faltou mais selvageria, contaminados... faltou tensão.

Os únicos personagens que continuam chamando minha atenção são a Madison e os seus filhos. Até mesmo um simples jogo trouxe um par de cenas agradáveis, que serviram para mostrá-los relaxados, unidos e em família. Não consigo olhar do mesmo jeito para a família do Travis. Aquele filho dele é simplesmente insuportável, e sua ex-mulher não é lá grandes coisas. Aliás, Travis ainda caiu no meu conceito com o seu papo politicamente correto - mesmo depois de testemunhar um infectado sem metade do rosto vindo inabalável em sua direção. Neste ponto fica claro que é a Madison quem tem o que é preciso para sobreviver, porque se eles dependerem do Travis, estarão todos mortos. Aliás, gosto dessa pegada, trazendo a Madison para o centro da ação.

Fiquei extremamente nervoso com a ida da família para a casa vizinha. Mesmo com a Madison pedindo para a Alicia não ficar muito longe, a garota ficou perambulando pela casa dos outros. E quando eu acho que não há mais perigo, ela volta para a casa sozinha. O que me deixou mais tenso é que ela era a única personagem que não fazia ideia com o que estava lidando. A recusa da Madison em contar a verdade poderia ter custado da vida de sua filha. Graças a Deus tudo terminou bem, fazendo-me perceber que a Alicia entrou mesmo para minhas lista de queridinhos (que diferença desde a primeira impressão). O fato é que eu gosto muito da interação familiar deles, então não quero que nenhum dos três morra, quebrando-a. E o mais interessante neste spin-off é que trata-se de uma trama original, como personagens originais. Não está se baseando nos quadrinhos, então nenhum deles tem data de validade. Não há arcos que possamos esperar. Tudo pode acontecer, e essa sensação é emocionante.

Ainda não entendi porque o nome do episódio é "O Cachorro" se o animal só aparece por um minuto antes de ser devorado vivo. Pensei que ele teria alguma importância na trama, mas só serviu mesmo para atrair um infectado para dentro da casa da Madison. Tenho um fraco por mortes de animais, mas, depois de conferir aquela cena horrível no episódio piloto de The Walking Dead, quase não senti nada com o desfecho do cão. Esse foi basicamente foi o episódio mais tenso até agora, mostrando que as coisas estão ficando mesmo cada vez mais sérias. Esperava que isso fosse crescente, mas, depois do desfecho desta semana, não sei o que esperar da próxima. O final foi mesmo um tiro na minha cara - com o perdão do trocadilho -, achei que aquela mulher iria mesmo matar o seu marido. Pensei que a morte serviria de lição para o Travis, que decidiu poupar a infectada Susan.

Mas nada poderia me preparar para uma equipe tática, limpando os infectados das ruas e trazendo a paz ao bairro. Espera... o quê? Essa pequena reviravolta me deixou bastante reflexivo. Parece que o governo não está mesmo disposto a deixar esse vírus varrer as ruas. Sem contar que eles têm bastante informações sobre como lidar com a situação. Como então os infectados tomarão o poder? Parece que o mais óbvio é por causa do modo de infecção. Já deu para perceber que eles não têm a menor ideia, sem contar a carta bônus do "morreu, voltou", o que eventualmente pode levar ao apocalipse. Só espero que tudo isso faça sentido na trama e aconteça de uma forma crível. Até agora a série tem feito um excelente trabalho em torno da sua história, então estou ansioso para ver como esta primeira temporada terminará.

Por último, gostaria de chamar a atenção de todos para aquela cena do avião descontrolado. Pode não ter parecido importante esta semana, mas acredito esse é o pontapé inicial para o especial que será produzido pela AMC, mostrando a infecção se espalhando dentro de um avião em pleno voo. Já foi revelado que esse especial terá meia hora de duração, e um dos sobreviventes do voo se juntará ao elenco principal na segunda temporada. O cenário pode não ser novo no gênero (O Voo da Morte, Quarentena 2, Guerra Mundial Z), mas certamente tem tudo para empolgar os espectadores.
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