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[Crítica] Galavant - 1ª Temporada


Status: Renovada
Duração: 22 minutos
Nº de episódios: 8 episódios
Exibição: 2015
Emissora: ABC 

Crítica:

Vocês já pararam para imaginar como seriam aqueles musicais lindos e muito coreografados das animações no mundo real? O filme Encantada já te deu uma boa dose de "conto de fadas da vida real", mas a proposta de Galavant vai ainda mais além. A história da série não só se passa em uma época medieval - com direito a cavaleiros e donzelas em apuros -, como também garante números musicais muito engenhosos como aqueles que nós vemos nos clássicos de animação Disney. Soa um pouco brega, não é mesmo? Somente esta proposta em si já seria capaz de afastar muita gente, mas tenho certeza que nenhuma delas esperava a grande capacidade da série de tirar sarro de si mesma.

A trama acompanha as aventuras de Galavant, um cavaleiro muito habilidoso e charmoso, que tem o amor de Madalena como força dos seus heroísmos. Quando o amor de sua vida é raptada por um rei cruel, o Rei Richard, Galavant se vê obrigado a sair em uma missão para recuperar aquilo que lhe foi roubado. Infelizmente, como sua história de vida não é um conto de fadas, as coisas não acontecem exatamente como ele planejou. Algum tempo mais tarde, desiludido com a vida, Galavant é abordado por Isabella, uma princesa que precisa de sua ajuda para libertar seu povo das garras cômicas e maléficas de Richard. Galavant se mostra relutante, mas aceita a missão com a esperança de conquistar seu antigo amor com seu ato de bravura. Conforme a aventura se desenvolve, porém, o herói vai percebendo que há outras pessoas ao seu redor que merecem sua atenção, o que o fará rever os seus conceitos à medida em que percebe que coragem não é a única coisa que ele precisará para completar sua jornada.

É óbvio que esta série poderia ser extremamente brega ou até mesmo se perder em sua jornada cômica e satírica sobre as produções do gênero. O resultado, no entanto, é bastante satisfatório. Galavant consegue construir um herói, desenvolver sua história e ainda adicionar hilárias sátiras às produções musicais e medievais lançadas nos últimos tempos. E tudo isso é movido por muitas músicas originais, cantadas e coreografadas com perfeição - exatamente como um musical que se preze deveria ser. Porém, no final das contas, é tudo montado com o máximo de humor possível. Em momento algum a série se leva a sério, desenvolvendo uma história leve, engraçada e muito gostosa de assistir.

Não posso negar que o ator Joshua Sasse está perfeito na pele do protagonista, Galavant. Além de ter todos os atributos físicos para o personagem - além de uma barba perfeita que está sempre misteriosamente aparada -, o ator também tem uma bela e potente voz. Karen David, que interpreta seu possível par romântico, Isabelle, também mostra bastante potencial. De fato, todos os atores cumprem muito bem os seus papéis, seja com bom timing para a comédia, seja com a entrega de ótimos números musicais. A surpresa mesmo fica por conta do Rei Richard, que supostamente deveria ser o vilão, mas definitivamente é um dos personagens mais carismáticos da série. Timothy Omundson está impagável na pele do rei e os seus números musicais sobre matança são uns dos mais engraçados deste primeiro ano.

Considerando que as músicas são grande parte da proposta desta série, não tem como não dar destaque para as músicas em si. Em geral, todos os números foram muito legais e várias das músicas conseguem ficar grudadas em nossas cabeças, como a principal delas; a música-tema do personagem principal - que foi interpretada com diversas letras diferentes no decorrer desta temporada. Uma coisa que todas as músicas têm em comum é que elas incorporam o tom cômico da série. As letras são hilárias e pouco convencionais, como If I Could Share My Life With You, que celebra a miséria conjunta, e A Happy Ending for Us, que mostra a alegria que a morte alheia pode trazer. A faixa mais romântica fica por conta de Love Is Strange, que apesar de ainda trazer alguma zoeira, consegue ser fofa - e é uma das minhas preferidas.

Outra boa surpresa nesta série é a sua ótima produção! É surpreendente ver que os detalhes técnicos são tão positivos, considerando que a emissora é a mesma de Once Upon a Time - que grava 70% de suas cenas sobre um fundo verde -, é muito gratificante ver castelos e cenários de verdade, além de uma ótima fotografia. Enfim, eu fiquei encantado com esta série e fiquei muito feliz em ver que ela ganhou uma segunda temporada - apesar de ter mantido números modestos de audiência. Obviamente não é recomendado para todos, mas quem comprar a proposta deste programa com certeza irá se divertir horrores. Apesar de ser tratada como uma minissérie, o final cheio de pontas soltas claramente sugere o contrário. E, em seu último suspiro - e canção -, a série ainda consegue caçoar de si mesma, questionando-se se terá a chance de voltar para finalizar a história. Pelo visto, não só mais aventuras estarão por vir, como mais músicas também.
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