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[Crítica] Wilfred (US) - 1ª Temporada


Status: 2ª Temporada
Duração: 22 minutos
Nº de episódios: 13 episódios
Exibição: 2011
Emissora: FX

Crítica:

Os outros veem um cachorro. Ele vê... Wilfred.


Baseado em uma série australiana de mesmo nome - que durou duas temporadas -, Wilfred não é apenas uma adaptação para o público americano, até porque, traz da série original o seu protagonista - que também é um dos criadores do programa -, Jason Gann. Nunca assisti a primeira versão, então não posso fazer comparações, mas acredito que essa versão US seja um reboot, introduzindo novos personagens e histórias - tendo apenas o cachorro drogado e sem noção como ponto em comum. Sendo esta versão adaptada pelos mesmo criadores que a série original, acredito que eles têm maior liberdade para desenvolver uma trama original sem abalar com o sistema nervoso dos fãs da série australiana.

A história gira em torno de Ryan, um homem depressivo que pretende se suicidar, já que sua vida não parece ter significado. Entretanto, ele conhece Wilfred, o cão da vizinha Jenna, enxergando o animal como se este fosse uma pessoa, enquanto o resto do mundo o vê apenas como um cão normal. Wilfred se torna o mentor de Ryan, manipulando-o e mostrando um outro lado da vida. Juntos, o cachorro irá guiar Ryan, e mostrá-lo outros aspectos da vida que poderia ter perdido, ao mesmo tempo em que usa de suas artimanhas para o seu próprio benefício...

Definitivamente é uma trama improvável, e tenho certeza que não é para todos. Pessoas com a mente mais fechada devem passar longe desta produção, porque além de trazer muitas piadas de baixo nível envolvendo sexo e drogas, também apresenta um contexto nonsense que algumas pessoas acham difícil engolir. Mas, por incrível que pareça, tudo é desenvolvido da melhor forma possível. O roteiro consegue equilibrar ideias ridículas com situações do cotidiano, além de segurar os momentos mais dramáticos, dando valor para a profundidade do seu texto ao invés de investir sempre no lado cômico.

Trazer novamente o ator Jason Gann na pele do cachorro Wilfred foi um acerto. Ele é carismático e se encaixa perfeitamente no papel. Uma vez que o vemos em um episódio, é muito difícil imaginar outro ator na mesma posição. Deve ser exatamente por isso que os produtores escolheram mantê-lo no papel, porque foi uma decisão extremamente acertada. Elijah Wood, que outrora brilhou na franquia O Senhor dos Anéis, revela um lado diferente do que estamos acostumados. Seu personagem é carismático e engraçado, além de manter um necessário ar depressivo para a construção do seu personagem. A interação entre esses dois atores é muito boa, e esse é um dos principais motivos pelos quais a série funciona.

Repleto de referências à outras produções famosas atuais e referências à cultura popular, o enredo entrega algumas piadas inteligentes, que não chegam a serem gratuitas. Sem contar que consegue explorar bastante as situações hilárias pelas quais o cachorro - visto como um humano - tem que passar. São momentos comuns na vida de todo cão comum, que aqui são reaproveitadas para introduzir algumas das melhores e mais engraçadas cenas da temporada. Wilfred certamente protagoniza algumas das cenas mais constrangedoras da forma mais natural possível - coisas essas que se tornam naturais e características da série com o passar dos episódios.

A trama em si abre espaço para diversas interpretações. Devido a tentativa de suicídio do protagonista no primeiro episódio, muitos espectadores acham que ele está morto o tempo inteiro. Já outros, acreditam na teoria de que ele é apenas um pouco louco. Wilfred é real ou está apenas na imaginação no protagonista? Essa primeira temporada obviamente não dá resposta para nenhuma dessas questões, mas consegue desenvolver diversas dessas teorias, apresentando elementos que certamente serão importantes para o futuro da série. A Season Finale, por exemplo, terminou de uma forma poderosa, que fará vocês correrem imediatamente atrás do segundo ano. Porém, a grande questão antes disso é: vale a pena começar? Vocês podem ter certeza.
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