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[Crítica] A Maldição de Carrie


Direção: Katt Shea
Ano: 1999
País: EUA
Duração: 104 minutos
Título Original: The Rage: Carrie 2

Crítica:

Os pensamentos dos outros são terríveis... Os dela são mortais.

Muitos não sabem, mas vários dos grandes clássicos do terror receberam sequências de baixa qualidade (ou não), que passaram despercebidas pelo grande público. Filmes como O Exorcista e Psicose (ambos com três sequências), não deixaram pontas para uma segunda parte, mas é claro que produtores gananciosos garantiram que elas acontecessem. Obviamente, muitas pessoas não assistiram e, outras, nem sabem que essas sequências existem (de tão desnecessárias). Essa sequência ao clássico de Carrie – A Estranha pode ser considerada uma das produções condenadas com limbo do esquecimento.

A história gira em torno de Rachel, uma garota especial que sabe ter algo estranho dentro de si. Depois do repentino suicídio de sua melhor amiga, ela se encontra sozinha em um mundo de desconhecidos. Em paralelo a isso, Rachel é telecinética e o destino cruel já  mostrou que isso pode acarretar grandes problemas. Entretanto, Sue Snell, que agora é conselheira da escola, desconfia do dom de Rachel e teme que uma tragédia similar possa acontecer com o que houve com Carrie. Junto a esse drama, alguns alunos do colégio planejam para a noite do baile algo que Rachel nunca vai esquecer, sem imaginar que eles vão morrer antes que esta mesma noite termine.

Essa sequência é desnecessária? Definitivamente. Mas isso quer dizer que ela seja totalmente ruim? Não, na verdade. O desfecho do original não requeria uma segunda parte e, muito menos, meios para que a história se estendesse. Porém, os roteiristas até que conseguiram fazer uma ligação interessante entre as duas histórias. Houve um esforço para contar algo diferente, ainda que tenha a mesma estrutura que o original. Seria decepcionante se fizessem uma sequência idêntica à história do anterior. Felizmente, há algumas mudanças preciosas.

Logo na cena de abertura, já dá para ver uma homenagem ao banho de sangue pela qual Carrie foi submetida no primeiro filme. Uma mãe louca e descontrolada, que estava pintando uma linha com tinta vermelha por todas as paredes, acaba passando a tinta no rosto de sua filha, que fica manchada e nos faz lembrar do sofrimento da Carrie e o sangue de porco. Achei que foi uma cena simples, mas que deu um efeito muito especial na trama. Como se passasse uma ideia de respeito e continuidade.

Infelizmente, em diversos momentos, o diretor opta por tomadas em preto e branco, quando as cenas estão mais agitadas. É um recurso extremamente sem graça, que, além de não acrescentar em nada, quebra a tensão dos momentos que deveriam ser mais apreensivos. Um desses principais momentos é quando um grupo de garotos vai até a casa da protagonista para assustá-la. O efeito em preto e branco é descabido e só seria justificável em uma cena de flashback ou alucinação, o que não foi o caso.

Há uma ligação direta entre esta sequência e o original, mostrando que o roteiro teve um cuidado especial em como direcionar a história. Além do típico romance adolescente (que está bem mais forte nesta sequência), o que todos irão esperar é o massacre no final. Sem banho de sangue dessa vez, pessoal. A tragédia é causada por outro evento perturbador. Ainda que não tenha um impacto visual tão grande quanto uma menina transtornada e banhada em sangue de porco, não seria viável usar isso de novo. O massacre não decepciona, temos algumas cenas muito sangrentas e outras mortes inspiradas.

Esta sequência parte também conta com o retorno da personagem Susan (interpretada pela mesma atriz do original). Cabe a ela explicar as origens da nova protagonista. Porém, sua personagem perde função quando a mãe da Rachel retorna para a história e seu desfecho acontecesse da forma mais aleatória possível. Enfim, essa é uma boa sequência, ainda que não chegue aos pés do original, consegue respeitá-lo. Diverte, mas não foi feito para ser lembrado.


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