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[Crítica] Todo Mundo em Pânico 3

Direção: David Zucker
Ano: 2003
País: EUA
Duração: 84 minutos
Título Original: Scary Movie 3

Crítica:

Grandes trilogias vêm sempre em três.

Muitas pessoas ficam com um pé atrás quando ocorrem grandes mudanças na equipe de uma nova sequência. Essa desconfiança é justificável, já que é muito provável que o tom da nova sequência passe a ficar diferente dos filmes anteriores. É justamente isso que aconteceu com Todo Mundo em Pânico 3, que tem um clima muito distante do apresentado nos dois primeiros filmes. Além da saída de alguns atores, as piadas e até mesmo a ambientação é diferente. Felizmente, isso não fez essa terceira parte ser ruim, muito pelo contrário. Apesar de todas as suas diferenças, essa sequência consegue se destacar entre os filmes da franquia.

A história gira novamente em torno da sobrevivente Cindy Campbell. Agora ela é uma repórter e está encarregada de cuidar do seu sobrinho, Cody. Depois que ele passa a apresentar alguns sinais estranhos, ela e a sua amiga Cindy começam a investigar e tudo parece levar a uma certa fita amaldiçoada. Em paralelo a isso, estranhos sinais em uma plantação de milho aparecem e um dos moradores do local começa a desenvolver uma próxima relação com a Cindy. No meio de toda essa loucura, eles irão perceber que nenhuma fita é amaldiçoada o bastante e nenhuma invasão alienígena é tão evoluída para se meter a besta com a sobrevivente Cindy.

Depois de dois filmes representando o clichê de sobrevivente morena, Cindy finalmente aparece loira, o que causa uma grande diferença visual. Pela primeira vez na franquia, uma das principais sátiras é feita a um filme que sequer representa o gênero terror. O enredo combina as histórias de Sinais e O Chamado. Sinais não é um filme muito interessante, sendo apenas um suspense leve misturado com ficção científica. Foi um erro focar o enredo dessa sequência nesse filme, e, por este motivo, os momentos inspirados nos alienígenas são os piores da trama. Por outro lado, também há tentativas rápidas de tirar sarro com outros filmes aleatórios, como Matrix.

Além de Cindy, que é a grande protagonista, essa terceira parte também traz o retorno da Brenda, que mesmo morrendo no primeiro filme, continua voltando para as outras sequências. Nessa terceira parte, aliás, ela encara a morte mais uma vez. Lá pra metade do filme, sua personagem entra em uma briga física com a Tabitha (a versão trash da Samara) - que estava sujando o tapete dela. Infelizmente, Brenda leva a pior e, depois de uma voadora, acaba morrendo. Essa é uma das sequências mais divertidas desse terceiro filme. Brenda está simplesmente sensacional em todas as suas cenas, inclusive ensinando umas pestes na escola. Afinal de contas, ela mandou parar de desenhar?

Tramas envolvendo drogas foram descartadas com a saída dos irmãos Wayans. Os principais personagens que puxavam o assunto saíram da trama e os roteiristas tiveram a decência de não substituí-los. Ao invés disso, temos a manjada trágica história de amor da Cindy Campbell, que nunca consegue arrumar um homem decente. Ela finalmente encontra o amor com George, um fazendeiro que sonha em ser rap. Essa trama envolvendo o sonho dele e o concurso de rap são completamente desnecessários, assim como a participação do Leslie Nielsen, que são as mais sem graça do filme.

Foi mesmo uma pena terem limitado a participação da Brenda apenas à primeira metade do filme. Por outro lado, isso valorizou ainda mais suas cenas, que foram hilárias. As cenas envolvendo a trama que satiriza O Chamado são as melhores. Destaque para a inusitada introdução do Michael Jackson na história, certamente um dos pontos altos de liberdade criativa dentro da história. Enfim, essa sequência também tem um lugar guardado no meu coração, assim como os dois anteriores. Partiu para a quarta parte da franquia? Nem precisam gritar.


Trailer:

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