Especial

Foto:

[Crítica] Sonhos na Casa da Bruxa


Direção: Stuart Gordon
Ano: 2005
País: EUA
Duração: 60 minutos
Título Original: Dreams in the Witch-House

Crítica:

Cuidado com que você deseja.

Chegamos ao segundo episódio dessa primeira temporada de Mestres do Horror. Apesar da boa impressão que o primeiro episódio apresentou, já estava preparado para uma mudança brusca de qualidade. A premissa dessa série era dar ao espectador histórias variadas de diretores diferentes, sendo assim, é normal encontrar uma enorme variedade de qualidade de um episódio para outro. E, considerando que o episódio anterior se saiu muito bem, estava esperando uma história não tão surpreendente para servir como a seguinte. Não poderia estar mais certo.

A história desse segundo episódio gira em torno de um estudante, Walter, que acaba de alugar um quarto barato em uma casa antiga. Sua intenção é estudar para sua tese e também conseguiu um pouco de tranquilidade. Seus planos são interrompidos quando estranhos ataques de ratos passam a acontecer. Não demora muito para que ele seja avisado por um dos moradores e passe a sonhar com um rato com rosto humano. Inicialmente, ele pensa ser coincidência, porém, quando coisas paranormais começam a acontecer, Walter fica convencido que há uma bruxa maligna no local e que ela tem um objetivo bastante específico para ele.

Algo em torno desse filme não estava me atraindo desde o começo. Isso é estranho, porque eu simplesmente sou apaixonado por esses histórias envolvendo bruxarias. E, se encaixando em um modelo mais clássico, o enredo desse filme foca em rituais de sangue envolvendo sacrifícios humanos. Não poderia ser ruim, não é mesmo? Errado. Meus "sensores aranha" nunca falham. Apesar de trazer uma premissa interessante, esse episódio não consegue ser tão interessante quando o anterior, Pânico na Montanha. Há um grande desperdício do conteúdo quando o enredo foca em situações triviais e perde a oportunidade de surpreender o espectador.

Se há algo que se mantém o mesmo desde a estreia da série é esse clima de filme antigo. Nesse episódio, antes da bruxa entrar em cena e começar a atormentar o protagonista, sua presença é "anunciada" por luzes roxas. Algo bem extravagante e que deixou de ser um recurso dos filmes atuais. Antigamente, os diretores abusavam dos efeitos de luzes fortes, como o vermelho e próprio roxo, para dar destaque às suas cenas mais tensas. Nesse filme, há alguns outros exemplos, como a ambientação. A casa é extremamente velha e também é bastante parecida com aquelas apresentadas nos filmes de terror de décadas atrás. Além do notebook do protagonista, o roteiro não englobe nenhum recurso moderno para guiar a história.

As cenas envolvendo as assombrações e as aparições da bruxa são um pouco decepcionantes. Apenas o fato dela aparecer apenas nos sonhos do personagem já é algo preocupante. Raramente gosto de filmes que usam de sonhos para desenvolver suas tramas. E o mais decepcionante é que o enredo nem aproveita as oportunidades de explorar o bizarro, considerando que no mundo dos sonhos pode acontecer de tudo. Há bastante gore, principalmente no final.  A história apresenta certa ousadia no final, desviando o óbvio final feliz e trazendo um festival de sangue e mortes envolvendo um certo animal pequeno.

Apesar de não ter assistido aos outros episódios ainda, tenho certeza de que há outros muito melhores pela frente. Não que esse jeito ruim por completo. De fato, há alguns momentos interessantes e devem agradar a diversas pessoas. Porém, é difícil falar bem desse filme logo depois de ter visto o anterior, que é tão superior a esse. Esse é um dos motivos de não haver cotação. É injusto dar uma certa nota para um filme sem ter visto os outros. Essa semana eu posso ter pensado ter visto o pior de todos, mas na semana que vem, o quadro pode mudar. Por isso, a cotação está de fora. Voltando para o filme em si, deixo com vocês a opção, que deve servir como diversão passageira.

Trailer:

Comentário(s)
0 Comentário(s)

Nenhum comentário