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[Crítica] Lenda Assassina


Direção: John Landis
Ano: 2005
País: EUA
Duração: 60 minutos
Título Original: Deer Woman

Crítica:

Já passamos da metade do nosso especial com os episódios da primeira temporada de Mestres do Horror e a situação não está tão positiva quanto era de se esperar. A maioria dos episódios têm se apresentado abaixo da média, salvando-se apenas poucos. É uma pena, porque o conceito da série é excelente e a ideia de trazer "mestres" do gênero deveria contribuir ainda mais para qualidade geral do que é apresentado pela série. Porém, há aqueles episódios que não são realmente bons, mas certamente divertem, seja pelo banho de sangue ou pela bizarrice da história apresentada. Esse último caso se encaixa perfeitamente com Lenda Assassina.

A história gira em torno de uma série de assassinatos estranhos que passam a acontecer em uma cidade pequena. As evidências não são suficientes para montar uma cena concreta, porque tudo aponta para um ataque de animal, porém, testemunhas sempre relatam que viram uma bela mulher acompanhando as vítimas. Depois de se envolver com o caso, o detetive Dwight Faraday percebe que há diversos furos nos assassinatos e passa a suspeitar que os crimes envolvem uma antiga criatura da mitologia americana. Agora, ele terá que perseguir essa estranha e sedutora criatura antes que ela faça mais vítimas.

Quando você começa a assistir essa série, você tem algumas expectativas. E, por mais que elas tenham sido esmagadas semana após semana, ainda há alguns elementos que você espera. Como é claro que as histórias apresentadas tendem a focar em tramas sobrenaturais, era de se esperar episódios centrados em criaturas lendárias, como vampiros, zumbis e demônios. Além dessas criaturas, eu também estava esperando por uma história envolvendo lobisomens. Não há nada mais revigorante do que o simples, não é verdade? Aparentemente, quem escreveu esse enredo não sabia. E o pior de tudo é que essa poderia facilmente ser uma história sobre lobisomens, que não faria grande diferença.

Acredite quem quiser, mas esse episódio foca na lenda de uma mulher veado (!). Vocês não leram errado! A história acompanha uma bela mulher, que tem pernas de veado. O nome original, inclusive, é Deer Woman (Mulher-Veado). Todos sabem que as distribuidoras tendem a fazer alterações bruscas nos títulos, mas seria completamente inviável traduzir esse corretamente. Imagina as milhões de piadas e conceitos errados que as pessoas poderiam tirar com um título desses? Enfim, o importante é que o título é o menor dos nossos problemas se considerarmos o quanto esse episódio é inferior a muitos outros. Além de ser absurdo, não há um propósito na história, o que torna tudo ainda mais inaceitável.

Se você conseguiu sobreviver ao conceito básico do enredo, tenho a obrigação moral de dizer que esse foi apenas um teste fácil. A maior provação está no desenvolvimento da história em si. Jogar uma criatura mitologia no meio da história, formando uma loucura urbana, não é nada quando o roteirista não sabe o que fazer com a ideia que ele mesmo criou. Por que a mulher-veado seduz os caras e depois os mata? Certamente não é para comer, já que o legista deixa claro que eles morreram por causa de patadas (!!). Qual é a graça de seduzir um cara só para sapatear na cara dele até ele virar um purê? Qual o propósito? Nunca saberemos, caros leitores.

O tom da história não é sério, obviamente. O roteiro até tenta construir uma subtrama em torno do protagonista e acaba falhando miseravelmente. O resultado final é extremamente negativo porque o diretor não conseguiu se decidir entre manter um clima sério ou algo trash. O melhor momento é quando o protagonista imagina como aconteceram os crimes, o que o leva a diversas possibilidades ridículas. São algumas sequências muito engraçadas e, de longe, as mais interessantes e divertidas do filme. O resto é um grande lixo, assim como o desfecho, que não faz o menor sentido ou esforço para terminar de uma forma aceitável.

Trailer:

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