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[Crítica] The Walking Dead - 3x12: Clear


Assombrados dos fantasmas do passado.

Review:
(Spoilers Abaixo)

Antes de começar minha review desta semana, volto a repetir o meu discurso das minhas primeiras críticas. Eu não leio a HQ, então obviamente me baseio inteiramente no que assisto pela série de TV. Não me importo se fulano se revelou o super-homem na outra mídia, enquanto não acontecer na série, é totalmente irrelevante sob os meus olhos. E por que eu comecei assim? Um personagem conhecido de ambas as mídias fez um retorno inesperado. Em geral seria uma coisa boa, mas minha opinião pode causar polêmica e os fãs mais fanáticos adoram jogar os fatos da HQ nos comentários.

Este foi um episódio extremamente simples e eficiente. Apenas quatro personagens apareceram e foi tão bem construído que eu nem senti falta da presença dos outros. Era exatamente disso que eu estava precisando. Depois de dois episódios fracos - principalmente o último -, este mostra é possível entreter sem mostrar um confronto direto com o Governador. Todos sabem que a batalha final está sendo guardada para o final da temporada, então tudo girava em torno de como os roteiristas iriam fazer para manipular os episódios até lá. A melhor solução foi explorada esta semana, pois se preparar para uma guerra declarada é um ótimo começo.

Rick perdeu a cabeça em alguns episódios atrás. Depois de telefonemas do além e aparições de sua querida, safada e finada esposa, Lori, Rick finalmente parece estar recuperando as suas energias e recarregando o seu cérebro. Estava mais do que na hora! Essa reta final exige um Rick centrado. Vidas serão perdidas e ele pode não se dar o luxo de dar uns pegas na Lori no matinho nos arredores da prisão. E o personagem teve que, literalmente, olhar para a loucura para finalmente voltar à sanidade. Por isso que o retorno do Morgan foi importante neste momento.

Eu estava esperando pelo seu retorno desde a primeira temporada, quando o Rick disse que manteria contato pelo rádio, mas nunca ninguém falou nada. Foi importante o Morgan ter jogado isso na cara dele e não deixar isso passar em branco. Porém, não restou nada do antigo personagem. O melhor de sua aparição foi o momento em que ele narra como o seu filho morreu. Dispenso todo o drama em torno disso, mas achei fascinante o fato do filho dele ter morrido porque ele não teve a coragem de dar um tiro na cabeça de sua ex-mulher quando teve a chance. Karma is a bitch.

Então ver o sofrimento do seu conhecido e o processo de loucura pela qual ele passou, foi como um puxão à realidade para o Rick. Por isso que o retorno do Morgan foi bom, mas ao mesmo tempo ruim, porque ele virou um personagem descartável. Louco e morto por dentro. Não tem mais vontade de viver, mas também não tem coragem para se matar. E o mais irônico foi ver o Rick tentando salvar a todo o custo alguém que não queria ser salvo. E, no geral, o figurante de beira de estrada que implorou por ajuda no começo do episódio, foi destroçado por zumbis depois de ter sido abandonado. Foi quase poético esse desperdício de vida. Um detalhe pequeno, mas que fez toda a diferença.

Gostei muito da interação da Michonne com o Rick e o Carl. Em sua fase de não confiar em ninguém, Rick havia excluído a Michonne do seu grupo por completo. Porém, a partir deste episódio, eles já estão do mesmo lado. Não só por causa de inimigos em comum, mas também por companheirismo. Afinal, não há outro meio de se apegar do que descobrir que outra pessoa também alucina com o namorado morto. Sabe como é, acontece. Esse foi um diálogo engraçado e ótimo de se acompanhar. Enfim, agora vamos ver o que acontecerá na semana que vem.
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