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[Crítica] Até que a Sorte nos Separe

Direção: Roberto Santucci
Ano: 2012
País: Brasil
Duração: 104 minutos

Crítica:

Ganhar 100 milhões de reais foi moleza.
Perder tudo... Foi mais fácil ainda!

É inegável que as produções nacionais têm tido bem mais destaque e peso nos cinemas hoje em dia. Já disse isso antes e vem se confirmando cada vez mais. No começo havia aquele preconceito bobo que as produções nacionais não seriam tão boas quanto as de Hollywood, mas atualmente podemos conferir nas telonas histórias até mesmo superiores. É claro que o gênero de mais sucesso é o da comédia. E é mais uma vez nesta proposta que o diretor de De Pernas Pro Ar investe, visando outro sucesso de público.

A história gira em torno de um casal pobre que ganha na loteria, mudando completamente de vida. Depois de anos, sua realidade é outra, tendo filhos que não sabem o que é passar necessidade ou limites. Tudo parece muito bem, mas as coisas se complicam quando o patriarca descobre que está dinheiro nenhum no banco. Ele gastou todo o dinheiro do prêmio e ainda ficou cheio de dívidas. Para piorar a situação, sua mulher está grávida mais uma vez, com alto risco. Com a intenção de poupá-la do choque – e a possibilidade de perder o bebê -, ele terá que se desdobrar para manter as aparências, nem que isso custe os olhos da cara.

Infelizmente esta comédia não mantém o mesmo nível de qualidade que De Pernas Pro Ar. Eu sei que parece injusto comparar as duas produções, já que tratam de histórias completamente diferentes, mas é impossível não estabelecer uma comparada entre os protagonistas dos dois filmes. Enquanto Ingrid Guimarães está perfeita em seu papel de agente sexual, não podemos dizer o mesmo de Leandro Hassum. Não me entendam mal, ele não está ruim no papel, mas deixa a desejar em diversos momentos.

Temos algumas piadas que simplesmente não funcionam e o roteiro continua insistindo nelas. E se a piada já é sem graça, a insistência é cansativa. Hassum também peca por causa de seus exagerados. Caras e bocas e sorrisos estranhos surgem o tempo inteiro. Alguns momentos é muito bem encaixado, nos arrancando um sorriso, porém, em outros, a sensação é de vergonha alheia. Outro ponto negativo que deve ser comentado é a interpretação morna dos adolescentes. Como se já não bastasse uma subtrama sem graça, a interpretação deles fez questão de deixar tudo ainda mais sem sal.

Danielle Winits, por sua vez, está ótima em seu papel de madame. Outro personagem muito engraçado – que deveria ter aparecido mais – é o amigo do protagonista que tem um bar. Foi muito interessante vê-lo se passando por gay e dando conselhos de decoração. E o mais engraçado é que o que começou como uma brincadeira, deu super certo para ele. Não vou me aprofundar muito nisso para não dar spoilers, mas é de longe uma das subtramas mais interessantes do filme.

O final é o típico clichê que todos já esperavam. Desde que entrei na sessão já sabia exatamente o que aconteceria e qual seria o final dos personagens. Sei que foi necessário para o final feliz, mas acho que na vida real aceitar a pobreza deve ser muito mais difícil. Como último destaque, devo citar a cena do hospital, onde o paciente tem sua máscara de oxigênio roubada pelo protagonista. Foi muito engraçado, mas nem se compara com a loucura apresentada em Os Normais 2. Enfim, não é um filme ruim, porém é regular e o cinema nacional já apresentou coisa melhor.


Trailer Dublado:

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