[Livro] My Last Lie - Capítulo 18: The Ballad of Lola Ridell
Don't Be a Monster.
Ela estava sendo carregada pelo assassino em seu ombro, parecia
uma boneca de tão leve e pequena. Metade de seu corpo estava para trás,
fazendo-a encarar as pegadas que ele deixara no corredor escuro enquanto os
braços caídos balançavam sem que fizesse força.
E por mais que estivesse claro em sua mente o que tinha acabado de
acontecer, ela quase não conseguia se mover. Só voltou a plena consciência
quando ele a trocou de posição e um enorme ruído de metal lhe espantou. Era o
assassino abrindo uma porta para uma sala escura, onde já havia alguém
esperando na escuridão.
- Não! – Gritou ela assim que foi jogada dentro da sala.
Ela caiu sentada no chão, onde havia pelo menos um palmo de água
de esgoto junto de lixo. Viu quando estava sendo trancada ali dentro, e tentou
impedir, mas quando chegou até a porta já era tarde demais. E mesmo sabendo que
de nada adiantaria, ela ficou ali, gritando, batendo na porta como se ela se
abrir num passe de mágica. Porque não havia mais nada que pudesse fazer se não
entrar em desespero.
- Effy! – Gritou Paige.
Effy olhou pra direta, onde havia uma grade separando a sala onde
estava com outra sala escura, com a mesma aparência. Paige estava lá, com os
dedos cheios de sangue entre as grades e a roupa coberta de lama.
- Paige? – Os olhos de Effy quase brilharam.
Era bom vê-la, era bom saber que ainda estava viva e que podia ser
salva. Era bom ver alguém no meio de toda aquela escuridão e todo aquele fedor
insuportável, mesmo que tivesse que ser naquela situação.
Effy correu até ela sem pensar duas vezes, chutando os lixos que
boiavam na água suja e grudavam em suas pernas. Elas ficaram bem próximas uma
da outra, segurando na grade e trocando um olhar assustado junto da respiração
ofegante.
- Ai meu Deus! O que aconteceu? – Disparou Effy, com a voz
trêmula.
- Eu não sei, eu estava no hospital, então ele me atacou... -
Paige fungou, estava tentando controlar o choro.
- Ai meu Deus... - Effy notou os dedos de Paige cheios de sangue,
e logo se preocupou - Você está ferida?
- Meu tornozelo – Paige olhou pra baixo por dois segundos – Não
consigo andar.
- Ok, nós temos que sair daqui – Effy olhou nos olhos da amiga e
tentou manter a voz uniforme. Se não parecesse centrada e confiante, Paige iria
se desesperar ainda mais – Você só precisa ficar calma.
- Ok – Paige assentiu. Estava tentando fazer Effy achar que era
forte, mesmo quando as lágrimas escorriam por seu rosto como uma cachoeira.
Effy olhou ao redor, ainda não sabia onde estavam, mas tinha uma
ideia. A cor das paredes era azul escuro, quase desbotando, como várias salas
do The Purple. Mesmo que não tivesse tido coragem pra entrar em todas por causa
das lendas sobre fantasmas, as poucas por onde passou tinham aquela mesma cor.
E também havia várias madeiras pregadas nas paredes, perto da próxima porta,
assim como fizeram com as janelas da frente do The Purple e com os enormes
buracos que se formaram por causa do incêndio.
Mas se era do The Purple, como podia haver água de esgoto? A não
ser que tenham colocado ali de propósito junto com todo aquele lixo, algo
parecia estar muito errado. Effy precisou colocar o braço na frente do nariz
para evitar uma náusea quando olhou pro chão inundado.
Ela correu até o canto, onde estava mais escuro, e remexeu nos
destroços que estavam amontoados. Entre várias coisas quebradas que seriam
inúteis, ela encontrou algo que não se encaixava. Era uma garrafa grande
alaranjada cheia de gasolina. Não combinava com os outros objetos, estava nova,
como se tivesse acabado de ser comprada. E também tinha uma igual no canto da
esquerda, e outra menor perto da porta que antes parecia ser apenas mais um
lixo comum naquele local.
- O que foi? – Perguntou Paige quando notou o olhar pensativo de
Effy.
- Tem gasolina aqui...
- O que? – Paige ficou confusa, achava que Effy poderia ter se
enganado.
Ela esperou uma resposta, mas Effy permaneceu quieta. Estava
observando as garrafas mais uma vez para chegar a uma conclusão.
- Effy, o que você disse?
- Paige... – Sussurrou ela – Tem algo errado... – Effy correu até
a grade novamente, e olhou a sala onde Paige estava por cima de seu ombro.
Havia um monte de entulho perto das paredes, como na sua, e a garrafa
alaranjada estava completamente visível – Vá até lá.
- Han? – Paige olhou pra trás.
- Pegue aquilo, leia o que está escrito.
Paige olhou uma ultima vez para Effy, ela realmente estava falando
sério, e aquilo parecia ter importância. Então, ela caminhou até o fim da sala,
e logo tirou a cadeira de metal quebrada de cima dos entulhos assim que chegou.
Ela leu o rótulo da garrafa, era gasolina, mas isso não significava nada para
ela.
- O que está escrito? – Perguntou Effy num grito.
- Está escrito “Gasolina” – Paige olhou pra ela.
E de repente, viu a expressão de Effy mudar. Parecia chocada e ao
mesmo tempo com raiva.
- Ai meu Deus...
- Effy, o que está acontecendo? – Paige andou de volta até a
grade.
- Ele vai nos queimar... Nós temos que sair daqui – Effy soluçou.
- O que? Não! – Paige colocou as mãos na boca e deixou sair o
choro que estava prendendo durante tanto tempo. Nem se imaginava morrendo
queimada, nem imaginava a dor que podia sentir. E o pior era que não podia
fazer nada, não havia saída.
Ela olhou para Effy, ela estava remexendo nos entulhos
freneticamente em busca de alguma coisa. Estava procurando algo que pudesse lhe
ajudar a sair dali, ou uma arma para usar quando o assassino voltasse. Mas não
havia nada que se aproveitasse, até mesmo as cadeiras com perna de ferro
quebravam com apenas um toque de tão enferrujadas.
- Effy, não tem jeito! Não tem saída!
- Não vou deixar que a gente morra aqui – Effy continuou a remexer
nos entulhos. Se seu medo não iria lhe ajuda a encontrar uma maneira de sair,
talvez tivesse que pedir ajuda para sua fúria. Era inaceitável morrer daquele
jeito.
- O que vamos fazer?
- Eu não sei, Paige! – Gritou Effy, fazendo Paige estremecer. Já
não era mais a melhor amiga protetora, era uma vítima desesperada, que nem em
sonhos aceitaria morrer daquele jeito – Faça alguma coisa!
- Merda! – Paige se afastou da grade com as mãos na cabeça. Estava
claro que não sabia o que fazer. Mas, nem sabia se queria fazer alguma coisa.
Ela só sabia que já havia chegado em seu limite. As cobras, as
mortes, condenar um inocente, e agora, morrer carbonizada. Mesmo que estivesse
no mesmo carro ao lado de Tessa quando aquela criança morreu, isso era demais
pra um ser humano. Quem quer que estivesse fazendo aquilo já tinha vingado
Charlie, não só matando pessoas, como também, deixando-as loucas, sempre
alertas, com medo até mesmo de ouvir o celular tocar. Era o tipo de coisa que
não parecia ter saída, e se tivesse, deixaria marcas pra vida inteira. E quem
dera se fossem apenas cicatrizes.
A vontade que tinha era de se escorar num canto e orar para que
nada lhe acontecesse, mas Effy não a deixaria ficar em paz. Ela era uma
lutadora, queria lutar até seu ultimo suspiro, sem se importar se era possível
ou não. Era por isso que ainda estava remexendo nos lixos, como se o assassino
fosse deixar alguma coisa ali dentro que pudesse ajudá-las a fugir.
E como nada encontrou, ela decidiu ir até as madeiras pregadas nas
paredes. Havia algumas brechas por onde Effy podia ver o outro compartimento.
Então ela teve certeza que estavam no The Purple. Conhecia aquele corredor, era
por onde passavam quando entravam pela frente.
- Estamos no The Purple – Disse ela, olhando novamente pela brecha
– Eu posso ver o outro corredor.
- O que? – Paige parecia ter ficado eufórica. Se estavam no The
Purple, quer dizer que estavam num lugar onde iam todos os dias quando era crianças
e que conheciam como a palma de sua mão.
- As madeiras estão pregadas – Effy forçou uma delas, mas foi em
vão – Não dá pra sair! Preciso de algo pra puxá-las... – Assim que sentiu um
cheiro estranho, ela levou as mãos até o nariz. Era gasolina, e estava por
todas as paredes. Ela pôde comprovar isso quando chegou mais perto das madeiras
e tocou a mancha oleosa com o dedo indicador – Ai meu Deus, tem gasolina nas
paredes...
- Ai meu Deus!
- Precisamos quebrar essas madeiras - Ela olhou ao redor, nada
parecia ser forte o suficiente para quebrar as madeiras.
Ela precisava de algo parecido como um martelo, ou qualquer coisa
que pudesse puxar as madeiras pro seu lado. Foi aí que lembrou de seus saltos. Ficar
descalçada naquele local poderia ser comparado a morte, mas era a única coisa
que havia para usar, já que sua faca não estava mais consigo.
- O que você está fazendo? – Paige ficou observando, curiosa. Não
entendeu para que os saltos serviriam.
- Tirando a gente daqui – Effy segurou em seu salto e, e com o
cano fino preso do outro lado da madeira, o puxou pro seu lado com todas as
suas forças. O cano quebrou, e ela caiu um metro para trás no chão.
Ela não se deu ao luxo de ter tempo para lamentar, apenas se
levantou e correu até as madeiras novamente. Forçou mais uma vez com as
próprias mãos, até que teve outra ideia. Se seus braços não eram fortes o
suficiente para quebrá-las, talvez o corpo fosse.
Depois de pegar bastante impulso, ela deu de encontro com as
madeiras. Machucou o ombro e o braço com
o impacto, e tudo em vão.
- Effy, já chega – Pediu Paige, mesmo sabendo que Effy nunca
desistiria.
- Não! – Gritou ela, e depois voltou a pensar.
Sabia que não tinha usado toda sua força por causa do medo de se
machucar. Afinal, se desse errado e ficasse machucada, não teria como bolar ou
plano ou talvez se defender quando o assassino fosse concluir seu serviço.
Então o que podia fazer? O outro corredor estava logo ali, próximo a saída, e o
tempo era curto. Ela não sabia o porquê de ainda não terem feito nada, mas
achou que era porque estava faltando Lola. Quanto tempo levaria para que ela
fosse capturada? Ou ele tinha outros planos para ela?
De qualquer modo, pensar em Lola não as ajudaria a saírem dali.
Então, Effy continuou pensando, observando, desde o teto até a sala onde Paige
estava, e só conseguiu chegar a uma conclusão: Aquelas garrafas gigantescas de
gasolina poderiam servir para alguma coisa.
Ela deu um pulo do chão assim que soube o que fazer. Paige
permaneceu quieta, estava esperando sua próxima ideia. Effy pegou a maior
garrafa de gasolina que havia no chão e a levantou na altura de seu peito. Se
afastou da madeira e preparou sua expressão furiosa.
- Você vai quebrar, sua vadia! – Disse ela, correndo para dar de
encontro com as madeiras.
A garrafa amorteceu o impacto e ela sofreu danos mínimos. Porém, a
madeira ainda não havia quebrado. E ela estava longe de desistir.
Se preparou mais uma vez para dar de encontro com as madeiras,
usando a mesma tática, e correu. A garrafa de gasolina furou, mas dessa vez,
ela havia conseguido ir mais longe. A primeira madeira se quebrou e formou um
espaço da grossura da parede que a cercava. Isso lhe roubou um sorriso, apesar
de ter ficado cheia de gasolina e ver que ainda tinha muitas madeiras para
serem quebradas.
- Você conseguiu! – Gritou Paige.
Effy não pensou duas vezes, correu rapidamente antes que a garrafa
de gasolina estivesse vazia, e obteve mais um sucesso. Ela conseguiu quebrar
duas madeiras, e agora já podia ver o outro corredor bem melhor. Assim ficou
mais fácil para que pudesse se livrar das outras.
Ela jogou a garrafa quase vazia de gasolina no chão e usou as
próprias mãos para arrancar a próxima madeira. E a outra de baixo, conseguiu romper
com quatro chutes certeiros.
- Paige, tente romper a grade - Ordenou ela, correndo até a brecha
que se formara pra tentar passar. Mas ainda era pequena demais, ela precisava
quebrar a madeira do meio se quisesse sair.
Paige observou a grade inteira para encontrar alguma falha, assim
como Effy dissera, e acabou encontrando uma falha de dez centímetros no canto
inferior direito.
- Effy, tem uma brecha! – Gritou ela enquanto se abaixava. Colocou
as mãos nela e esperou Effy vir ajudar.
- Você tem que puxar! Assim ela vai ceder! – Effy puxou a grade e
conseguiu rasgar mais alguns centímetros.
Quando um barulho do lado de fora ecoou por dentro das salas, elas
ficaram em alerta.
- Ela está vindo... – Sussurrou Paige, e logo se formou uma
situação de desespero em que o tempo decidiria se iriam sobreviver.
- Paige, puxe!
- Estou puxando!
- Puxe mais! – Effy puxou a grade com todas as forças, e apesar de
ter feito um buraco, ele era pequeno demais para que Paige passasse.
- Effy, vai! – Gritou Paige assim que ouviu outro barulho lá fora
– Ele está vindo!
- Não! Não vou deixar você!
- Effy, por favor!
- Não, não faça isso...
- Effy, agora! – Gritou Paige, com todas as suas forças.
- Não! – Effy deu um soco na grade e deixou o choro sair. Não acreditava
que aquele seria o fim quando elas tinham chegado tão perto – Não vou deixar
você morrer!
- Effy, vai!
Assim que Paige terminou de gritar, a porta de metal foi aberta. O
assassino ficou imóvel com seu machado em mãos, apenas tentando entender o que
estava acontecendo. Paige se afastou da grade no momento em que Effy correra na
direção das brechas de madeira. Sem pensar ela foi de encontro com elas, e
quebrou a do meio com a força do próprio corpo.
Ela caiu no chão do corredor ao lado, e apesar da dor, levantou-se
rápido. O assassino foi imediatamente atrás de sua fugitiva, mas seu tamanho
impediu que passasse rápido pelas madeiras. Foi o tempo que Effy levou para
pegar uma do chão e acertar sua cabeça, até ele recuar.
- Effy, corre! – Gritou Paige lá de dentro.
Effy realmente não tinha escolhas. Ele estava com um machado, e
ela com um pedaço de madeira. Se tentasse lutar iria perder, e assim, as duas
iriam morrer. O que estava pensando em fazer era sair dali e ir direto até a
policia para contar absolutamente tudo. Desde Charlie ter sido condenado
injustamente até os corpos das amigas que tiveram que enterrar. Era perigoso, e
poderia arruinar seu futuro em questão de segundos, mas se não o fizesse talvez
não houvesse um futuro. Nem para ela e nem para Paige.
Foi isso que lhe deu forças para sair correndo pelo The Purple
para encontrar uma saída. Ainda estava com o pedaço de madeira nas mãos e
mancando por causa do machucado na perna após o acidente de carro, mas isso não
iria lhe impedir de continuar.
Ela seguiu correndo até o próximo corredor, até que o inevitável
aconteceu. De algum jeito, ela estava perdida. Não sabia reconhecer as paredes ou pra onde
estava indo, e estava assustada demais para raciocinar por causa do barulho da
tempestade que se formara.
Só soube que estava no terceiro andar quando olhou pela janela, e não
conseguiu segurar o palavrão. Ele era o pior de todos os andares, para onde
nenhuma delas se atrevia a ir por ter sido o mais afetado com o incêndio. Além
do mau cheiro, as paredes eram podres assim como o chão, e poderiam desabar a
qualquer momento.
Pensando nisso, ela seguiu rapidamente para o próximo corredor.
Optou pela esquerda, e novamente se viu perdida. Mesmo que olhasse pra todos os
lados, lê-se os dizeres com desenhos infantis nas portas - agora quase
carbonizados -, ainda não saberia onde estava. E quem iria se aproveitar disso
era quem estava tentando matá-las. Então, só havia um jeito de escapar:
procurar a janela mais próxima e tentar escalar.
Na busca por uma que não estivesse cheia de madeiras pregadas,
Effy encontrou várias salas de aula, de onde havia apenas mais do mesmo. Porém,
numa delas, antes de dobrar o corredor, tinha algo que lhe fez sentir-se
obrigada a parar. Seria apenas uma sala comum cheia de coisas velhas e
queimadas, se não fosse pelo enorme data show pregado na parede, e uma capa
preta cobrindo algo do tamanho de um carro no centro.
Ela sabia que tudo aquilo não poderia ser aleatório. Era mais uma
obra de Charlie, ou, a pessoa que está tentando matá-la e usa o nome do garoto
que condenaram injustamente. Mas de alguma forma, ela sentiu que tudo aquilo
estava lhe chamando. Era como um convite para entrar, uma parte do jogo,
colocada ali especialmente para que ela encontrasse. Aquilo havia sido posto
ali por um motivo, e Effy estava disposta a descobrir, mesmo que fosse
perigoso. E iria começar desvendando o que havia embaixo daquela capa preta.
Ela caminhou devagar até o centro da sala, e com cautela, tocou na
ponta da capa. Nada tinha acontecido, nada parecia estar prestes a explodir,
então, quando teve certeza de que era seguro continuar, ela puxou a capa com
todas as suas forças.
Embaixo dela havia uma mesa branca de jantar com um projetor de
data show desligado. E nas pontas, os corpos de Skye e Matt, banhados em
sangue, e organizados como se estivessem participando de um simples jantar.
Effy se afastou quando viu do que se tratava, e aos poucos deixou
o desespero lhe consumir. Começou com uma série de suspiros longos, que depois,
tornaram-se um choro descontrolado. Se soubesse que veria todas as pessoas que
ama sendo mortas, ela preferiria já ter se juntado a eles.
A única coisa que podia fazer era lamentar o que tinha acontecido
e olhá-los pela ultima vez. No caso de Skye, tocá-la pela ultima vez. Era só o
que queria, estar perto dela antes de admitir que ela se foi. Mas com um
simples toque a cabeça encaixada de Skye caiu em seu prato, e Effy correu até a
parede dando gritos histéricos.
Ela permaneceu virada por alguns instantes, enquanto tentava
processar tudo o que tinha acontecido. Foi apenas um susto, o assassino não
estava atrás dela, não tinha porque ter medo. Ela só precisava ignorar tudo o
que tinha acabado de acontecer até conseguir encontrar uma saída.
Por isso, tomou coragem e foi virando aos poucos, novamente pra
direção onde Skye e Matt estavam. Foi quando viu notou a mensagem escrita com
sangue encima do projetor de data show.
“O Filme da década”
Foi o bastante para ela se sentir instigada a saber o que tinha
naquele projetor. Ela andou em sua direção, e observou todos os seus detalhes
para entender seu mecanismo. Encontrou o botão de ligar enquanto manuseava o
lado direito, junto com o menu, e o botão que dava play no que tinha sido
gravado no HD.
De primeira, nada aconteceu. Mas depois, algo foi refletido na
tela, e fez um barulho estrondoso. Effy recuou com o susto, pensando ser o
assassino, ou até mesmo uma bomba. No entanto, tudo não passava de uma abertura
macabra para o video que estava prestes a vir
A tela ficou preta logo em seguida, e enquanto as palavras iam se
formando devagar, as fotos de todas elas apareciam aos poucos, deixando claro
quem estava morta com o efeito preto e branco. A foto de Lola, após alguns
instantes, tomou conta da tela inteira, junto dos dizeres:
“A Balada
de Lola Ridell”.
Não parecia fazer sentido, muito menos quando sua foto foi
queimada e um video de sua infância apareceu. Era Lola em seus oito anos, aprendendo
a andar de bicicleta com seu irmão Matt e sendo filmada pela mãe. Eles andavam
de um lado pro outro, e nas poucas vezes em que Matt soltava, Lola dava
indícios de que iria cair.
- Lola, você precisa olhar pra frente – Instruiu ele.
- Estou tentando – Lola olhou pra baixo rapidamente.
- Pra frente, Lola, ou então você vai cair.
- Ok.
Abby aumentou o zoom da câmera quando eles dois se afastaram, não
queria deixar de filmar um só detalhe. Porém, apesar do entusiasmo, estava
preocupada que Lola caísse e machucasse o joelho como da ultima vez.
- Tome cuidado, querida – Gritou ela – Faça como seu irmão está
dizendo.
- Ok, mãe.
Quando chegaram à extremidade da rua, Lola desceu da bicicleta
para que fosse virada. Depois subiu novamente e pedalou para voltar.
- Não solta, por favor – Pediu ela.
- Ok – Matt assentiu. Mas segundos depois, a deixou livre.
- Matt, não! – Gritou ela, tentando manter o equilíbrio. E graças às
dicas do irmão, conseguiu chegar até a mãe sem cair.
Ela deu um pulo da bicicleta e correu para abraçar Abby. Havia
conseguido, tinha andando praticamente um quarteirão inteiro sozinha, era tudo
o que mais queria.
- Mãe, eu consegui! – Gritou ela – Eu andei sozinha! Eu consegui!
- Sim querida, você conseguiu! – A voz de Abby era cheia de
entusiasmo.
- Eu fiz o que Matt disse, e consegui! Ele me ensinou! Ele é meu
herói!
E então, o video parou de reproduzir em sequencia e começou a dar
vários replays na ultima frase de Lola. E toda vez que ela chamava o irmão de
herói, o video dava zoom em seu rosto, como se naquilo houvesse uma mensagem.
Em fração de segundos outro video começou, e de acordo com a data,
tinha sido filmado há alguns dias atrás. Mostrava o quarto de Lola, parecia uma
câmera escondida colocada na mesa para filmar tudo o que acontecia ali dentro.
Lola apareceu após alguns instantes, para justificar os gritos que
Effy estava ouvindo na gravação desde seus primeiros segundos. Ela entrou no
quarto furiosa, sendo seguida pelo irmão. Pareciam estar tendo uma briga feia,
que ia muito além das disputas bobas de irmãos que costumavam ter.
- Me deixa em paz! – Gritou ela.
- Me deixa em paz? – Matt puxou seu braço – Isso é tudo culpa sua!
Sua e dessa sua língua grande!
- Me solta! – Lola puxou o braço, e fitou o irmão com fúria – Você
acha que eu sou estúpida? Acha que eu contaria isso pra alguém? O meu também está
na reta. Se você se ferra, eu me ferro, fui eu que te acobertei!
- Então como ele sabe? Mágica? Adivinhação?
- Eu não sei! Ele sabe de tudo! Ele sabe sobre o pai da Court,
disse que vai contar pra todo mundo se ela disser a polícia!
- Por que estou prestes a ter minha vida arruinada por alguém que
quer prejudicar você? – Matt suspirou, fechando os olhos por alguns segundos –
Deus, isso não pode estar acontecendo...
- Não, ele não vai dizer, é a única coisa que ele tem contra a
gente. Só... – Lola hesitou – Vamos fazer tudo o que ele quiser até
descobrirmos quem é. Então você se livra dele.
- Eu? – Matt deu um ar de risos irônico – Isso é sua
responsabilidade. Estamos nessa por sua causa.
- Escuta aqui seu maldito filho da puta – Lola se aproximou dele,
apenas para intimidá-lo – Se você não fosse a porra de um psicopata que tem
orgasmos múltiplos toda vez que mata uma garota não estaríamos nessa. Eu já
limpei sua sujeira uma vez e te salvei da cadeira elétrica, então seja homem
agora e salve a nós dois. Ou então, irmãozinho, é adeus vida – Lola tentou
passar por ele, mas foi agarrada novamente pelo braço.
- Se eu cair, você também cai – Disse Matt, intimidando-a com o
olhar para que comprasse aquela ameaça.
- Então é melhor tomar cuidado aonde pisa – Lola passou por ele
bufando, enquanto ele dava chutes no criado mudo de tanta raiva.
Em poucos segundos, o video terminou. A tela ficou completamente preta
e nada mais se ouviu se não o barulho da chuva lá fora. Era o que Effy estava
tentando ouvir, a chuva, e apenas a chuva, só para que pudesse ignorar os
próprios pensamentos.
Ela não sabia como reagir a tudo o que tinha acabado de descobrir,
mas sabia que ser forte já não era mais uma necessidade quando tinha que lidar
com aquela realidade. Suas pernas ficaram bambas e propositalmente, ela
deixou-se cair no chão, no momento em que colocara pra fora toda seu choro. Ela
sentia que estava havia se formado um buraco dentro do peito, e gritava como se
o mundo tivesse acabado. E de certa forma, era isso que tinha acontecido.
Só de pensar que tudo o que estava acontecendo era culpa de Lola, ela
sentia vontade de morrer. Como nunca havia desconfiado? Como ainda não tinha
visto? Lola foi capaz de induzir todas as amigas a colocar um inocente na
cadeia para que salvasse a pele do próprio irmão. Irmão aquele que matou sua
melhor amiga, e deixou a cidade de luto durante anos.
E por causa dessa grande injustiça alguém estava prestes a matar
todas elas. Não, alguém estava prestes a matar todas elas por causa de Lola.
Todo o sangue, a dor, as lágrimas, tudo culpa sua, mesmo que não tivesse feito
tudo isso com as próprias mãos.
Effy não aguentava, era demais pra ela. Nem se preocupava em fazer
barulho e ser encontrada, porque no momento, só tinha forças pra chorar e se
arrastar no chão. Foi quando ouviu um barulho lá fora, que se misturou com o da
tempestade. Era um carro, e pelo que parecia, tinha acabado de frear
bruscamente.
Ela olhou pra janela pregada com madeiras do lado direito. Mas
olhou com ódio. Estava louca pra saber se quem tinha acabado de chegar era
exatamente quem iria encontrar.
A única pessoa que teria coragem de arriscar a própria vida
andando de carro naquela tempestade, era a única cuja vida dependia daquilo:
Lola Ridell. O jogo ainda estava de pé, e o relógio contando.
Ela conseguiu chegar à frente do The Purple em menos de vinte e
cinco minutos graças à alta velocidade com que corria no carro de seu
acompanhante. Isso significava que tinha pouco mais de cinco minutos para
impedir que todos descobrissem seu segredo e fosse parar na cadeia junto do
irmão.
Ela saiu correndo do carro junto de uma pá, desesperada, achando
que a chuva iria dificultar tudo. Caminhou por entre as árvores até chegar aos
túmulos das amigas, marcados por causa da enorme árvore centenária que residia
há poucos metros daquele local. Com a ajuda da pá, ela começou a cavar a
primeira cova. E mal sabia qual das amigas estava enterrada ali.
Quando sentiu que havia chegado ao limite, ela jogou a pá pro lado
e começou a usar as mãos. O rosto de Bela apareceu, e logo depois, o resto de
seu corpo. Não havia nada com ele, muito menos dentro, já que a barriga de Bela
não apresentava marcas de que havia sido cortada, ou de costura. Desse jeito,
Lola foi obrigada a passar pro próximo túmulo. Mas estava com uma ideia na
cabeça. Talvez ir em sequencia fosse um erro, pois o notebook poderia muito bem
estar no ultimo túmulo, onde Tessa estava enterrada.
E o quanto mais ia cavando, mais ia sentindo nojo de tudo aquilo.
Bela continuava ali do lado, exposta, enquanto as partes do corpo de Tessa iam
aparecendo aos poucos. Era ela, Lola tinha certeza. Ela fora enterrada de
frente ao lado de Corbin, mas agora, estava de bruços.
Quando Lola a virou e levantou sua blusa, percebeu que havia um
grande corte vertical que ia de sua virilha até os seios, costurado por uma
linha marrom. Então estava dentro dela, e Lola podia ouvir um relógio
tiquetaqueando.
- Ai meu Deus! – Gritou ela assim que abriu os pontos de Tessa.
Virou o rosto pro lado para não ter que encarar as mãos remexendo
por dentro do corpo. Pegou em seus órgãos, em seus ossos, até encontrar um
objeto plano dentro de um saco ao fundo. Ela tinha encontrado, era o notebook,
junto de um cronômetro que ainda marcava o minuto três.
Lola levou o notebook até a terra molhada ao lado do túmulo e
retirou o plástico. Não era um blefe, ela teve certeza quando olhou pra tela,
havia uma página também em contagem regressiva para enviar um arquivo de anexo,
com o endereço da polícia ao lado.
- Não! – Lola pegou a pá ao lado e se levantou. Preparou o ataque
assim que lançou um olhar cheio de ódio para o objeto – Eu ganhei! – E então,
ela acertou o notebook, e depois novamente, até quebrá-lo totalmente e não ver
mais o cronômetro vermelho piscando.
Com o alívio, veio uma crise de choro incontrolável e uma
tremedeira que com certeza não era por causa do frio. Aquilo não significava
que tudo tinha acabado, mas por enquanto, a polícia não receberia suas fotos, e
isso lhe daria tempo para descobrir quem estava lhe chantageando e ter o prazer
de lhe enfiar uma faca na garganta.
Assim que Lola cobriu novamente os corpos com a terra, ela correu
junto de sua pá até onde havia estacionado o carro. Jogou a pá no porta malas
encima do saco plástico preto colocado especialmente ali para envolvê-la.
Quando saísse dali, iria direto até a ponte para jogá-la no mar. Mal ela sabia
que estava sendo observada e que assim como as outras, também chegaria o
momento do acerto de contas.
- Merda! – Gritou ela quando o porta malas não fechou na primeira
tentativa.
Ela deu a volta e entrou no carro, pensando no que fazer para se
livrar de tudo aquilo. Ela tinha um visto, poderia fugir do país junto do irmão
para saírem do radar de Charlie. Ou, caso isso faça com que ele revele o
segredo, poderiam roubar os milhões que seu pai tem no cofre e desaparecer.
Poderiam trocar de identidade e ir morar na Austrália, como sempre quiseram.
Qualquer coisa valeria se ficasse ao lado do irmão, nunca o deixaria sozinho
para enfrentar todo aquilo. Afinal, por causa do amor que sentia por ele, ela havia
se tornado uma criminosa, e era tarde demais até mesmo pra pensar em se
arrepender.
Mas primeiro, precisava sair dali. Ela entrou no carro e trancou a
porta. Não ficaria ali nem mais um minuto, e por isso, girou as chaves. Antes
de pisar no acelerador ela foi surpreendida por Effy, que abriu a porta e a
puxou pra fora pelos cabelos sem que pudesse se defender. Ela foi arrastada
dois metros longe do carro, no meio da lama, e novamente sentindo aquele frio
mortal que a tempestade causava.
Effy estava furiosa, e usou toda a sua força para bater em Lola. Ela
acertou sua cabeça inúmeras vezes na terra molhada, e quanto mais Lola gritava,
mais sentia vontade de fazê-la sofrer. Lola mal entendia o que estava
acontecendo. Para ela, Effy havia simplesmente enlouquecido.
Mas isso não significava que não podia se defender. Ela bateu no
rosto de Effy com o cotovelo e olhou para trás. Effy tinha caído no chão, mas
seu rosto ainda estava cheio de ódio, e seu coração só se acalmaria quando lhe
desse uma lição. Ela avançou pra cima de Lola e as duas caíram no chão, Effy
por cima, tentando fazer Lola parar de se debater.
- Sua psicopata! – Effy lhe acertou um soco, Lola imediatamente
começou a botar sangue pela boca – Por que você fez isso?
- Para!
- Por quê? – Effy lhe acertou mais um soco.
- Eu não fiz nada! Me solta! Você ficou maluca?
- Maluca? – Effy lhe socou mais uma vez – Você vai ver quem é a
maluca!
Lola segurou uma das mãos de Effy e conseguiu levá-la até sua
boca. Lhe deu uma grande mordida, que fez Effy soltar gritos de dor e
fraquejar. Foi a chance que teve virá-la pro lado e se levantar.
Effy caiu no chão, e não viu Lola se aproximar. Levou uma bofetada
e caiu com o rosto na lama.
- Vadia maluca! – Gritou ela. Esperou Effy se levantar para que
ficassem cara a cara – Você perdeu a porra da sua cabeça?
- Eu sei de tudo... Eu sei o que você fez! Nos fez condenar um
inocente pra encobrir seu irmão! É tudo culpa sua!
- O que? – Lola ficou séria.
- Como você pôde fazer isso? Você é um monstro!
- Eu faria qualquer coisa pela minha família! Você teria feito o
mesmo!
- Não! – Effy pulou encima dela novamente. Conseguiu jogá-la no
chão, e ficou observando ela se levantar.
Lola era um monstro, sabia disso, e parecia sentir orgulho. Se
pudesse, teria feito tudo de novo, e não sentia remorso. Effy estava sentindo
nojo, tanto nojo que só não tirava sua vida porque só apodrecendo na cadeia ela
poderia pagar de verdade pelo que tinha feito.
- Effy, para! – Gritou Lola, mas isso só a instigou ainda mais.
Effy correu na sua direção e com todas as forças colocadas em seu
punho, ela acertou um soco no rosto de Lola. Ela pôde ouvir o barulho de seu
nariz quebrando, e ficou quase inconsciente quando caiu com o rosto na lama.
- Você acabou com a vida de alguém... – Disse Effy – Charlie
morreu por sua causa, e agora vamos morrer por causa dele...
- Por favor... – Implorou Lola, erguendo um dos braços, estava
começando a se levantar do chão. Seu nariz doía e a tontura por causa do soco
quase não lhe deixava ficar de pé – Já chega... Você não sabe da história
toda...
- Que história?
- Sua idiota... – Lola gargalhou – Seu namorado estava fodendo a
Violet!
- O que?
Antes que Effy pudesse assimilar o que Lola tinha dito, elas foram
cegadas pelos faróis de um carro preto há dez metros. Seu motor roncava, e por
causa da luz, Effy podia ver a fumaça saindo dos pneus.
- Lola corre... – Sussurrou ela, porém, ambas continuaram
estáticas. Só quando percebeu o carro vindo em sua direção que começou a gritar
– Lola, corre!
As duas correram na direção contrária, bem perto uma da outra.
Olhavam pra trás, e assim como elas, o carro estava sendo dirigido em zigue
zague.
Elas só conseguiram chegar até a parede do The Purple, e então, o
assassino acelerou. O carro acertou elas duas, e invadiu o local com Lola no
capô.
Ele só parou quando alcançou a extremidade da sala, onde havia
mesas velhas e algumas cadeiras amontoadas, com elas já dentro. E uma vez dentro,
não poderiam mais sair. Para garantir isso, ele deu a ré com o carro e estacionou
no enorme buraco que fez na parede. Tábuas velhas caíram encima do capô, assim
como os restos de cimento da parede que havia desmoronado. Elas só passariam
por ali pela pequena brecha que ainda sobrou encima do carro, mas morreriam
antes que tentassem.
Lola caiu bem encima das mesas velhas no final da sala, num estado
de quase inconsciência por causa do atropelamento. O assassino foi atrás dela quando
saiu do carro, mas assim que puxou seu cabelo, Effy o agarrou por trás e montou
em suas costas. Ela arranhava seu peito na frente e tentava fazê-lo perder o
controle. Já era uma batalha ganha para ele, por causa da diferença de tamanho,
e dos machucados em Effy que lhe fizeram estar debilitada demais para aquilo.
Vendo que a amiga perderia, Lola pegou uma das cadeiras velhas e
correu na direção do assassino, no momento em que ele jogara Effy no chão sujo
e cheio de ratos. Ela bateu em sua cabeça, e quebrou o resto da cadeira que
sobrara nas mãos em seu peito.
Com o impacto das pancadas, ele foi levado até a parede podre do
outro lado, também cheia de entulhos e plásticos pendurados que o cobriram em
sua queda. Lola estava sentindo vontade de bater nele até que tivesse sua
cabeça estourada e pudesse finalmente se vingar, mas a sobrevivência ainda
vinha em primeiro lugar.
- Lola... – Sussurrou Effy enquanto se levantava.
Mas Lola não lhe deu ouvidos. Ela correu até o lado direito do
carro e tentou tirar as tábuas que impediam sua passagem, mas eram pesadas
demais para que pudesse aguentar. Então, ela precisava encontrar outra saída.
Poderia ser a pequena brecha que se formara encima do carro, mas as chances de
que conseguisse passar eram bem poucas. O assassino já estava se levantando dos
entulhos, Então, ela logo descartou esta possibilidade. Se não saísse dali
imediatamente, seria a próxima vítima.
- Corre – Gritou para Effy, enquanto seguia pela corredor da
esquerda.
As duas dobraram no próximo corredor, com Lola tomando a frente, e
sempre olhando para todos os lados para saber onde estavam. Conseguiram chegar
até a próxima sala, que ficava perto das escadas por onde costumavam entrar. Há
poucos metros estava a porta dos fundos, a saída do The Purple, e a única coisa
que havia feito Effy sentir uma pontada de esperança.
- A saída! – Gritou Lola, apressando os passos.
- Vamos pedir ajuda, Paige está presa no terceiro andar – Effy
correu atrás dela.
Effy estava apenas há alguns passos atrás dela e viu o momento em
que passara pela porta. E quando pensou que faria o mesmo e estariam finalmente
livres, Lola lhe provou mais uma vez que não tinha escrúpulos. Ela trancou a
porta pelo lado de fora com um pedaço de madeira, só para que Effy não pudesse
passar.
- Lola, não! – Gritou Effy, batendo na porta – O que está
acontecendo? Lola? Abre a porta!
Lola estava do outro lado, escorada na porta, com a respiração
ofegante e os olhos cheios de lágrimas. Estava lhe doendo ter que fazer aquilo,
mas era necessário. Effy não descansaria enquanto não a colocasse atrás das
grades junto de seu irmão, e ela não poderia correr esse risco. Por mais cruel
que parecesse, era sua vida que estava em jogo, e era mais importante que
qualquer outra coisa.
- Lola, por favor! – Effy continuou batendo na porta, chorando
desesperadamente – Por favor! Me deixa sair! Você é um monstro!
- Você sabe demais... – Lola fechou os olhos e deixou a ultima
lágrima escorrer – Desculpe, esse é o fim.
- Não! – Gritou Effy pela ultima vez, escorando-se na porta. E
devagar ela foi descendo, ainda mantendo o gemido que soltara em seu ultimo
grito. Já tinha perdido a vontade de lutar, não valia mais a pena, era demais
pra aguentar.
Lola estava ciente que o que estava fazendo era errado, porém,
voltar atrás não era uma opção. Ela correu dali na direção da floresta,
pensando que estava a salvo e que nada de ruim iria lhe acontecer. Olhou pra
trás pra ter certeza que Effy não tinha saído, e quando virou pra frente, foi
surpreendida por outro assassino. Ele usou o cabo de madeira do machado para
nocauteá-la, sem dó nem piedade.
Foi observando-a no chão em estado de inconsciência que ele pôde
pensar o que faria com ela. Era hora do grande final, e por sorte, todas elas
estavam ali. Mas a vadia manipuladora receberia um tratamento especial, e
pagaria caro por ter sido tão desleal.
#KillersParty
O M G sem palavras, Matt era o assassino da Violet,Violet era uma vadia,Harry traía Effy com a amiga e Lola,bem,Lola é Lola né,completamente egoísta e desleal.
ResponderExcluirApenas em choque absorvendo as revelações bombasticas dessa história que simplesmente esta tirando o meu sossego,aqui vai meus parabéns ao João Lindley por essa história magnifica,que ainda nem chegou no final e ja nos deixa sem folego,parabéns João pelo excelente trabalho.
Mais de um assassino.
ResponderExcluirO.O!!,essa Lola é uma vadia desgraçada espero que o Anonymous faça ela sofrer bastante,surpresa em saber que tem mais de um assassino se bem que só uma pessoa não conseguiria fazer tudo o que ele fez com elas,nem desconfiei que o assassino da Violet fosse o Matt pra mim poderia ser qualquer pessoa menos ele bem que dizem que as aparências enganam.SUPER ansiosa com os dois últimas capitulos *-*
ResponderExcluirDesde do início, Lola influenciou as meninas a colocarem a cupa no Charlie e sempre intimidou a Effy quando ela dizia que ele era inocente, e pra mim essa foi a única pista que o João deu para que criássemos suspeitas para com Matt.
ResponderExcluirNão deixou nenhuma brechinha pra gente ir juntando ou especulando, quando Matt visitou Lola no hospital também não houve nenhum momento onde eles se revelassem, nem que sejam um pouquinho, não consigo pensar em nenhum gancho a mais para que nós desconfiássemos do Matt.
Levando isso em consideração, eu chuto e digo que os assassinos são Dean, ou/e a irmã dele, Owen é muito óbvio então estou em dúvida, Penn também é um dos suspeitos, porque na academia ele ajudou Effy para que não desconfiasse dele, mas sendo mais de um assassino ele está na minha lista, poderia dizer que a mãe da Effy também está na listinha, mas série exagero...ou não.
Eu gostava muito da Lola, e foi uma decepção ela ser essa psicótica, mas tudo bem.
E ai está o que eu acho sobre os assassinos, e as revelações, contudo tenho um certo pressentimento de que talvez eu não tenha acertado nenhum, esperar pra ver.
Nao passou nem uma vez pela minha cabeca que havia mais de um assasino revelacoes bombasticas com o Matt
ResponderExcluirEu gostava da LOla mas ela mostrou ser uma vadia ate depois de ter aquela coversa com Effi tomara que ela kora da pior forma posivel
Paige mais um capiulo viva tomara que ela nao mora
Muito ansioso pelo penultimo capitulo pq eu pensei que este seria o ultimo que coisa nao