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[Crítica] Sherlock - 2ª Temporada


Status: Renovada
Duração: 90 minutos
Nº de episódios: 3 episódios
Exibição: 2012
Emissora: BBC One

Menos elementar ainda, meu caro Watson.

Crítica:
Spoilers Abaixo!

Melhor que a primeira. Definitivamente melhor que a primeira. A série já entrou pra listas das minhas preferidas, já tratei de deixar todos os episódios arquivados em um pen-drive porque a série só melhorou nessa segunda temporada e com a estabilidade de servers é sempre bom guardar as melhores. Lembram tudo aquilo que eu falei na crítica passada? Agora, imaginem tudo ainda melhor, ainda mais...perfeito. É, essa é a palavra. OS 17 MESES DE HIATO VALERAM TOTALMENTE A PENA.

Começamos a temporada, de onde a season finale passada terminou: Watson preso a uma bomba enquanto Sherlock e o afetado Moriarty discutem calmamente como se conversassem sobre o clima, ou um desse assuntos whatever. Muitos, inclusive eu, ficaram desapontados com o fim desse cliffhanger, não por ter sido ruim (muito pelo contrário, aliás), mas por não ter sido o que se esperava. Mas é nesse ponto que Moffat e companhia se sai bem, ao invés de dar o que o telespectador quer e espera, os roteiristas fogem do clichê e conseguem se sair bem, dando ao telescpectador outra coisa com o que se contentar. Eu diria que quem estava esperando um episódio ótimo, ganhou isso.

Esse primeiro episódio é baseado no livro A Scandal In Bohemia,um dos – pelo que dizem, uma vez que eu nunca li o livro - melhores livros de Arthur Conan Doyle. O episódio serviu pra trazer a tona um lado de Sherlock que não tínhamos visto tanto na temporada passada. Tivemos o enfoque maior no sentimentos e na humanização do personagem, e que sentimento melhor pra descongelar um coração do que a paixão, não é verdade? Por isso, temos a introdução de Irene Adler, uma mulher fria, calculista e gostosa pra caralho bonita que balança o coração do nosso protagonista. Destaco a cena em que Holmes vê ela do jeito que veio ao mundo, a cara dele foi impagavél. Alguns reclamaram do final ter sido “muito Disney”, mas a intenção era ter a deixa pra trazer a personagem de volta em próximos episódios, o que convenhamos nem é tão ruim assim.

Seguimos pro segundo episódio da temporada e eu ainda me questiono se fui eu ou se esse episódio realmente foi o mais fraco da série até agora. The Hounds Of Baskerville tinha tudo pra ser excelente, quer dizer, de um lado tínhamos um dos livros mais famosos do detetive e do outro a maravilhosa série da BBC – me deixem puxar sardinha, ok? – mas algo simplesmente falha. E na minha opinião, o erro esteve no enredo e no roteiro. Mais parado e mais óbvio do que os anteriores, algumas reviravoltas foram muito manjadas, NA MINHA OPINIÃO. Mas tenho que ser sincero, a criação do ambiente de suspense e terror foi muito bem feito, a série soube usar bem esse elementos de filmes de terror. Outro destaque vai pra caracterização do cenário que estava impecavél. A fotografia estava excelente. Palmas pros paisagistas (?). E que fique claro, que eu não estou dizendo que esse episódio foi ruim, ele foi apenas menos perfeito. Entendem?

Seguindo a ideia do episódio anterior, esse segundo, continua com seu foco nos sentimentos e manias de Sherlock Holmes: seu vicío em cigarro, o medo não admitido que ele sente do Moriarty e seu relacionamento com Jonh. Aliás, eu arriscaria dizer que toda essa temporada foi sobre isso: a criação do lado humano de Sherlock, que graças a excelente atuação, fica ainda mais real. Se não fosse por esse trabalho com o personagem talvez o cliffhanger no final do terceiro episódio não tivesse metade da carga sentimental.

Vamos ao terceiro e último episódio então. Já ouviram falar em ovular assistindo a uma alguma coisa? Uma vez me perguntaram se eu ovulava quando eu assistia certa série. Eu respondi que não sabia o que era. Eis que depois de assistir a esse episódio, eu acho que descobri o que é essa sensação. É como se fosse uma êxtase depois de assistir, você passa horas pensando sobre o episódio, de tão bom que foi.

Esse terceiro episódio se baseou no livro “O Problema Final”, e trouxe de volta o vilão mais descarado de todos os tempos: Moriarty (abro um parênteses pra mencionar quão bom é o ator que faz esse papel, poucos conseguiriam passar a complexa personalidade do antagonista com tamanha precisão). Não seríamos enrolados, o embate entre Sherlock e Moriarty aconteceria. Conforme o episódio ia passando, mais em choque eu ia ficando. Todo o trabalho de humanização do protagonista durante toda a temporada passou a fazer sentido. Molly, Lestrade, Sra.Hudson, Mycroft e até mesmo o Watson se tornaram meros coadjuvantes.

O episódio parecia ter passado na velocidade de uma sitcom quando eu vi já estava “ovulando” vendo o ápice de tudo: a cena do telhado. O embate Moriarty VS Sherlock tinha finalmente chegado. O protagonista tendo que fazer uma escolha entre o que ele amava fazer ou as pessoas que davam sentido ao que ele fazia. Gente, meu coração parou nessa hora, falando sério, acho que enfartei umas três vezes. Na hora eu não pensei que já tinha uma terceira temporada encomendada, eu só parei e olhei pra tela. “Sim, estava mesmo acontecendo”. Foi com esse pensamento que eu terminei a segunda temporada. Mais uma vez a série conseguiu me deixar com o coração na mão, não pra saber o que vai acontecer (ou que aconteceu), e sim pra saber como vai acontecer (ou como aconteceu).

Nos vemos na terceira temporada – que provavelmente vai demorar séculos - com críticas semanais.
Comentário(s)
3 Comentário(s)

3 comentários:

  1. No segundo episódio eu assisti com fone de ouvido, e aí aquelas cenas de suspense ficaram muito FODA, e quando acabou eu estava até TREMENDO! E Sherlock é impossível ter um episódio ruim, é apenas o menos perfeito.

    Já o terceiro, eu tbm tive vários e vários infartos. Foi ótima a cena em que o Moriarty invade o museu. E toda a parte do telhado então... Eu nunca chorei assistindo série ou filme, mas aquela cena (spoiler) em que o Sherlock se joga do telhado e o Watson vai correndo perto dele foi o mais próximo que eu cheguei. MENTIRA, o mais próximo foi com a morte do Marley em Marley e Eu.


    Agora tem que esperar taaaanto tempo pra season 3 =/

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  2. O primeiro episódio da segunda tempora é simplesmente sensacional. Eu não achei o episódio muito Disney, como você Ricardo, citou, ele fizeram isso para que Irene voltasse num futuro próximo. Que fique claro - bem próximo. Fiquei boquiaberto com a cena em que ele fala "Foge." Tipo. Uau. Mycroft é muito... Sem sal sem açucar. Aquela parte do avião "zumbi" me arrepiou completamente. Já no segundo episódio, cara, me desculpe discordar, mas foi p-e-r-f-e-i-t-o. Aquele clima pesado ficou fantástico, o que se passava por sua cabeça era só um vulto disforme. Será que realmente o cão dos Baskerville existe? O medo existente em Sherlock trabalhado nesse episódio foi simplesmente fantástico. Já o último episódio, foi... Sem palavras. - SPOILER - fiquei boquiaberto eternamente quando Moriarty se matou para que Sherlock não tivesse escapatória. Tipo... Ele é o melhor vilão de todos os tempos.... Como assim?

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  3. Essa série é ótima, como a maioria das produções britanicas, Doctor Who, Skins, Misfits, Being Human, Luther, etc.

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