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[Crítica] Enter Nowhere

Direção: Jack Heller
Ano: 2011
País: EUA
Duração: 90 Minutos
Título Original: Enter Nowhere

Crítica:

Bem-vindo ao nosso pesadelo. 

A mente diz “fuja de qualquer filme com a Sara Paxton”, mas o coração diz “Dê uma chance a todos os filmes”. Quem nunca passou por essa situação com certeza não assistiu Aquamarine. Bom, acho que todos devem confessar que na maioria das vezes, muita expectativa antes de assistir um filme ajuda a fazer dele um fracasso, e nada vale aquela velha sensação de quando uma obra jogada ao lixo consegue nos surpreender. Se você não quer ler um texto que fale bem deste filme, acho melhor parar por aqui.

Nele acompanhamos três estranhos, Samantha, Tom e Jody, que chegam numa cabana isolada no meio da mata para pedir ajuda. Tentando lidar com a fome, o frio, e a falta de comunicação, eles percebem que existe muito mais coisa em comum entre eles, e que sua conexão pode ser a única maneira de sair daquele lugar, já que não estão lá por acaso.

Sinopse clichê, que com certeza espantou muita gente apenas na segunda linha. Mas como eu disse, precisamos dar uma chance, todo filme é bom até que provem o contrário. E eu realmente estou impressionado. Apenas nos primeiros minutos, quando os personagens estavam sendo apresentados, o filme já estava interessante. Os diálogos são inteligentes, logo várias dúvidas são esclarecidas e nada fica vagando por aí. Mas não se enganem, apesar do que a sinopse em alguns sites e o pôster indicam, o filme não é um slasher. Na verdade, nem chega perto disso.

Acho que fizeram um ótimo trabalho com o enredo, porque se formos parar pra pensar, não existe muitas situações que se podem aproveitar, considerando que a cabana é um cubículo, e vagar pela floresta é pedir pra andar em círculos. Preciso até compará-lo com filmes dentro de um avião, acho que é preciso muita criatividade pra desenvolver algo num espaço tão limitado. E quando os personagens convencem é melhor ainda. Como uma mulher casada, grávida e medrosa pôde se tornar tão interessante? É a pergunta que não quer calar.

Sara Paxton interpreta uma jovem que beira o antagonismo e assim se torna a personagem mais interessante. O filme começa com ela, na verdade, e por isso sabemos que ela terá uma participação importante, mesmo não tendo feito parte dos próximos 12 minutos do filme. Onde, por ventura, aconteceu bastante coisa. Ta certo que aquele cabelo era horrível e escandalosamente fake, e que ter aquela língua chicote até foi irritante, mas tudo, inclusive a forma com que os personagens se vestem, tem ligação e é importante. Até o carro da Samantha que só apareceu em uma cena dava respostas. *Fique em coque*

O desenrolar da história aconteceu naturalmente, não precisaram forçar nada. As cosias que tinham em comum iam muito além da vontade de sobreviver, ou da falta de conhecimento sobre onde estavam. Porém, quando o quarto personagem apareceu, achei que as coisas se complicaram. Começaram a fazer besteira, o quarto integrante ficava boiando o tempo inteiro porque não falava a língua deles, e apesar de ter sido estranho, contribuiu pra falta de entendimento necessária. Aliás, como eles conseguiram fazer aquela piada do Pacman servir de gancho pro terceiro ato? Outra pergunta que insiste em não ser calada.

Acho bom assistirem, não é um filme ruim. É claro que tem seus erros né, como por exemplo, não ter terminado onde deveria. Se a tela tivesse ficado preta no momento deja vu em que a trilha sonora causa adrenalina e o filme dá uma explicação, teria se saído bem melhor. De qualquer forma, acho que vale a pena. Vamos parabenizar a Sara Paxton por ter parado de fazer feat com o flop pra fazer remix com o digno. Mas todos têm seus dias de Aquamarine, vamos combinar. Nota 8,0.

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