Especial

Foto:

[Livro] Hell Yes - Capítulo 6: O Ataque dos Ereptus


- Por que Elvira marcou nesta fábrica abandonada? – Perguntou Annie, não gostando do visual de filme de terror da fábrica a sua frente.

Axel não respondeu, apenas andou até a porta esperando que Annie estivesse seguindo-o.

Mas, Annie tinha razão, não havia motivo para Elvira marcar com eles numa fábrica abandonada, sendo que Axel podia muito bem torturar a criatura dentro do porão de uma casa aparentemente normal. A fábrica, estava fechada há dezessete anos, mas de alguma forma, tinha aquele ar do século passado. Sem falar que estava caindo aos pedaços.

Axel bateu na porta de ferro e uma janelinha se abriu. Pencil, o senhor com um olho de vidro, observou Axel. Ele era o porteiro, talvez um pouco louco, mas nada passava despercebido do único olho que tinha. Ele fechou a janelinha e abriu a porta.

Axel e Annie entraram. Axel olhava para tudo, aquele era um lugar novo para ele enquanto Annie observava Pencil, o corcunda hiperativo, que mais parecia uma criatura demente.

- A moça de vermelho disse que está naquela sala – Pencil apontou para outra porta, piscando freneticamente com seu único olho.

- Obrigado, Pencil – Agradeceu Axel.

Foi só abrir a porta para dar de cara com Elvira e a possível criatura amarrada. Elvira, como sempre, estava deslumbrante, com um vestido longo e vermelho diferente da noite anterior. Ela estava sentada numa cadeira de madeira à frente de um garoto que aparentava ter quinze anos. Ele estava com as mãos e os pés amarrados, e uma corrente envolta de todo o corpo.

Elvira olhou para Axel e Annie, sem mudar a pose de pernas cruzadas e rosto de paisagem que estava. Annie olhou pros dois e sentiu pena do garoto, que parecia muito abatido e estava sangrando pelo nariz. Mas, seus olhos vermelhos cor de sangue mostravam que ele não era humano.

- Que bom que vieram – Disse Elvira – Esta é a nossa criatura. Mike, estes são Axel e Annie, vieram nos ajudar.

- Ajudar a me matar de novo, você quis dizer... – A voz do garoto estava rouca, parecia que tinha gritado muito.

- A não ser que você não coopere... – Elvira levantou-se – Bom, Axel, antes de começar, quero lhe deixar a par de alguns fatores que me espantaram com relação a Mike.

Mike sorriu de um jeito doentio, os dentes estavam cobertos de sangue.

- Talvez, Mike seja uma criatura, digamos, única – Elvira foi até a mesa com ferramentas ao lado e começou a mexer nelas – Não tem aversão a prata, alho, madeira, sal e água benta... Além de possuir uma incrível força. Não precisa de alimentos para sobreviver, e nem de sono. Mas isso não quer dizer que ele não sinta vontade de comer ou de dormir... Ele se regenera fácil e consegue sentir a presença de outra criatura, como um animal. E seus olhos, são vermelhos, e talvez esta seja a única coisa que o diferencia exteriormente dos outros humanos.

- Sim, eu tenho poderes – Mike sorriu de novo e olhou para Annie – Você é uma gracinha.

- Seu nojento – Ela disse.

- Eu nunca vi uma criatura desse tipo em toda minha vida... – Elvira virou-se para Axel, com uma chave de fenda nas mãos – E provavelmente, todos que saíram do inferno possuem as mesmas habilidades.

- Nós somos Ereptus, sua vagabunda! – Mike gritou e logo levou uma porrada de Elvira com a chave de fenda.

Dois dentes dele pularam fora, para perto dos pés de Annie, que já havia se afastado. Ele olhou para Elvira novamente, e sorriu, com os buracos da falta de dente aparecendo. Mas, como mágica, Elvira, Axel e Annie assistiram os dentes se reconstituindo de volta em sua boca.

- O que é isso? – Perguntou Axel.

- Viram? – Disse Mike – Eu sou imortal.

- Quero ver você fazer o mesmo com a sua cabeça – Axel tirou um facão de seu cinto cheio de armas e deu dois passos na direção de Mike, que estava espantado.

- Esperem! – Mike gritou – Eu posso ajudar, o que vocês querem saber?

Axel se agachou próximo a ele, e o olhou bem nos olhos.

- O que são Ereptus? E o que eles fazem? E qual é o plano para eles existirem?

- Todos nós somos Ereptus...

- Todos?

- Sim, todos os que foram tirados do mar de enxofre – Mike deu uma risadinha – Você não sabe latim? Ereptus significa escapadores.

- Quem trouxe vocês?

- A Garotinha de olhos roxos. Ela tirou todos nós. Ela tem planos pra nós.

- Não diga... – Axel debochou, mas Mike não havia se intimidado - E que planos são esses?

- Ninguém sabe – Sussurrou Mike, que logo levou um soco de Axel. Ele riu, e depois olhou para ele de novo – Já disse, ninguém sabe. Ela está recrutando, pra acabar com todos vocês... Um por um...

Axel levantou-se e começou a andar. Elvira observava tudo, com atenção.

- Digamos que eu tenha conhecido uma de vocês... Por que ela não é igual você?

- Precisa comer um humano primeiro, e depois seus poderes são liberados. Eu comi uns cinco – Mike riu – São tão idiotas, crianças são mais fáceis, sabe. E tem um gosto muito melhor.

- Esperem! – Gritou Annie, chamando a atenção dos três. Ela chegou perto de Mike – Em dois anos como caçadora, nunca vi uma criatura se oferecer pra nos ajudar e contar tudo de mão beijada. Então, fale porque está contando.

- A garotinha mandou, ela é nossa líder. E minha missão era ser capturado e contar tudo a vocês. Porque, por favor né, eu teria matado todos vocês bem fácil.

- Olha – Axel andou até ele e Annie se afastou – Ou você conta o que mais sabe, ou arranco cada dente seu, cada pedaço de pele. Porque mesmo que você não morra, você vai sentir dor.

- Eu não me importo – Mike suspirou – Pode fazer o que quiser, eu não vou morrer mesmo.

Elvira ficou furiosa. Ela sabia que Mike sabia de mais alguma coisa e não queria dizer. E mal podia utilizar a tortura, ele já estava acostumado com aquilo, já que veio do inferno. Mas então, só havia uma coisa que ainda não tinha sido testada.

Elvira começou a fazer um exorcismo, ela havia gravado todas as palavras em latim quando tinha dezessete anos. Axel e Annie olharam assustados, pois aquilo só funcionava com demônios. Mas, Mike parecia desconfortável. Ele estava se mexendo muito, respirando mais ofegante, então, estava dando certo?

Foi aí que Elvira começou a gritaras palavras e um vento se formou na sala toda. Os papeis que estavam no chão voavam enquanto Mike se retorcia na cadeira. Era apenas um exorcismo, mas com certeza o mandaria de volta ao inferno.

Mas de repente, Elvira parou. Mike olhou para ela, assustado, enquanto ela lhe lançava um olhar glorioso de vitória.

- Ou você conta o que sabe, ou lhe compro uma passagem de volta para o inferno. E você sabe que lá eles não são muito bonzinhos.

- Sua vadia! – Gritou Mike.

Elvira continuou o exorcismo, Mike logo começou a se revirar na cadeira. O vento forte voltou. Mike parecia que iria sumir, seu corpo piscava enquanto ele agonizava, parecia estar sentindo dor.

- Eu falo! – Ele gritou – Mas para com isso!

- Muito bem – Disse Elvira – O que mais você sabe?

- Eu... – Mike respirava ofegante, estava se recuperando – Eles vão... Atacar amanhã...

- Atacar quem? Ou onde?

- Um prédio... Eleonor Rossellini... A garotinha disse que quer ver sangue...

Elvira lançou um olhar para Axel, que não entendeu muito bem. Aquele edifício deveria significar alguma coisa para ele? Mas Annie, já sabia o significado do olhar de Elvira.

Elvira olhou para Mike de novo, tinha só mais uma pergunta.

- Como é o nome da garotinha de olhos roxos?

- Minerva.

Foi só o que bastou, Elvira levantou-se e continuou o exorcismo. Mike voltou a se contorcer na cadeira, estava quase voltando pro inferno. Foi então que seu corpo virou pó, devagar, os três podiam ver cada parte de seu corpo sendo reduzido a nada. Quando chegou até a caveira, Elvira ficou espantada, nunca havia visto aquilo. A caveira ficou intacta, mas isso nunca acontecia nos exorcismos extremos.

- Por que... – Gaguejou Annie – Por que a caveira dele não virou pó?

- Porque ele não estava possuindo ninguém – Disse Axel.

Elvira suspirou, estava cansada, cada dia que passava achava que não deveria fazer mais o que faz.

- Bom, Axel, Annie... Parece que vocês têm uma missão.

--

- Rainha – Chamou a vampira Becky, com cautela.

A rainha quase não pôde lhe ouvir. Primeiro, porque não queria e segundo, porque estava fascinada com seu novo humano de estimação. Cabelos castanhos, corpo de nadador, pele branca como a neve, ele ia e vinha na piscina da mansão enquanto ela ansiava pelo momento de colocar suas presas nele.

Ela estava sentada numa cadeira de praia, abanando-se com um leque roxo – como se precisasse realmente de vento ou sentisse calor -, mas de alguma forma, ela achava quente, e realmente não queria que ninguém a perturbasse.

- Rainha? – Chamou Becky, novamente.

- O que deseja? – A rainha manteve seus olhos no nadador.

- Jennifer Maquiaveli e Taylor Van Der Lance estão aqui.

- Sério? – A rainha se interessou. Como mágica, ficou frente a frente com Becca, que estava amedrontada – Mande-as entrar, sim? Obrigada – Ela deu um sorriso falso, que não convencia Becky nem um pouco.

Como um vulto, Becky correu até a porta. A rainha sentou-se novamente e continuou a observar o nadador, mas dessa vez, não estava com o leque nas mãos. Quando ouviu passos, olhou para a porta da direita, viu Taylor e Jennifer andando até ela. Jennifer parecia elegante, estava com um vestido vermelho que ia até metade das pernas e isso a deixava fina, como se estivesse pronta para um drink com um milionário, ou como uma prostituta dos que têm dinheiro. Já Taylor, parecia que havia saído de um filme de terror. Ela usava combinações de preto e marrom, estava vestida como uma caçadora, possuía até um cinto onde guardava uma faca, que era distração para o revolver quase invisível em sua meia da perna esquerda.

- Ora, ora... – Sussurrou a rainha – Eu vejo... Uma vampira elegante e uma quase caçadora – Ela ergueu a taça de champanhe e bebeu um gole, depois deixou na mesinha ao lado, quase vazia.

- Olá rainha – Jennifer correu até ela e ajoelhou-se.

Taylor observou a cena, de braços cruzados, achava aquilo ridículo, mesmo Emerald tendo mais de 800 anos.

- Por que nos chamou aqui, rainha? – Perguntou Taylor e logo a rainha voltou a atenção a ela, enquanto Jennifer ficava de pé novamente.

Emerald suspirou, e lançou um olhar superior para Taylor, que lhe respondeu levantando a sobrancelha esquerda. Era inesperado, já que todos ficavam acanhados com o olhar de desprezo da rainha, mas desde o começo ela sabia que Taylor era diferente.

- Eu apenas quero... A verdade. O que vocês sabem?

- Sobre?- Taylor deu um passo à frente.

- Você sabe. Odeio que pessoas estejam ressuscitando na minha cidade. Não sou particularmente muito fã de zumbis.

- Perdeu seu tempo – Respondeu Taylor, depressa – Não sabemos muito, a não ser que nos acham perigosos, porque alguns de nós não são tão sociáveis a nível humano.

- Então existe um “nós”? – Emerald deu um meio sorriso, seu batom vermelho impecável era invejado por Jennifer.

- Não, existem pessoas que estão saindo do inferno e matando outras pessoas.

- Interessante – Emerald olhou para o homem que ainda estava dando voltas na piscina, mas não estava prestando atenção nele. Tocou seu queixo com a unha vermelha da mão esquerda, estava pensando, talvez, estivesse certa a respeito de uma coisa – Você está com medo que este seja o seu destino?

- Que destino?

- Por favor – Emerald deu um ar de risos – Você sabe muito bem do que estou falando. Não creio que Iphtriz deixaria alguém sair do inferno sem um grande propósito...

Taylor balanceou. Por um segundo, sentiu-se tonta. Só de ouvir o nome Iphtriz parecia com medo. Apesar de nunca ter conhecido pessoalmente a rainha dos postais do Inferno, seu nome era como veneno para seus ouvidos. Ela havia ouvido sobre Iphtriz de demônios que já a viram. Ela realmente nunca deixaria ninguém passar pelos portais sem um grande propósito. Mas ela gostava de vê-los tentar, pois o castigo era uma das 7 Torturas Milenares, que Taylor ainda não sabia o significado.

- Iphtriz? – Perguntou Jennifer, nunca tinha ouvido esse nome na sua quase-vida.

- A rainha dos portais, minha cara – Respondeu Emerald – Até se Lúcifer quisesse passar, teria que ser com a permissão dela. Pena que não temos provas de sua existência. Mas mesmo assim, Iphtriz é impenetrável, está deixando as pessoas saírem por razões óbvias, mas não quero ser clichê, acabar com a humanidade está manjado desde o século XVIII, espero que ela seja mais criativa.

- Você conhece ela, T? – Perguntou Jennifer, olhando pra amiga, logo notou que ela estava quase em choque – O que você tem?

Taylor esperou três segundos para sair de seu devaneio e perceber que Jennifer e Emerald estavam esperando uma resposta, que ela tinha na ponta da língua.

- Eu nunca a vi... – Respondeu – Mas vi o que aconteceu com quem tentou sair... Foi quando eu percebi que as coisas podiam piorar.

- Sinto muito, querida – Emerald tomou outro gole de seu champanhe, e o deixou de volta no lugar – Mas se você for metódica a respeito dos outros zumbis, terei que te matar. Ninguém mata na minha cidade.

- Espere – Taylor pensou – Você disse zumbi?

- Desculpe-me, você prefere “Morta-viva”?

- Não. Mas conheço alguém que é especialista nisso... – Taylor lançou um olhar para Jennifer, que estava sentindo-se mais fora da conversa do que nunca.

Depois, ela lançou o mesmo olhar para Emerald, que já havia raciocinado. Usou sua boa memória e seus 800 anos para saber de quem Taylor falava.

- Lector – Taylor e Emerald falaram ao mesmo tempo.

--

- Quem é Lector? – Perguntou Jennifer, sem olhar para Taylor. Ela estava tentando diminuir os passos para ficar lado a lado com ela.

- O garoto zumbi. Conheci ele há algum tempo, estava tentando criar um vírus que destruísse a humanidade, mas Minerva queria que os humanos sofressem primeiro.

Taylor esbarrou sem querer num homem, que derrubou seu café. Ele a xingou, e ela só mostrou o dedo do meio pra ele. Jennifer olhou para trás, o homem estava se limpando com uma folha de papel. Ela sentiu algo estranho nele, mas não comentou nada, já que achava a maioria dos humanos estranhos.

- Então, agora Minerva te persegue ou só manda recadinhos pelos subordinados?

- Pior – Taylor olhou pra ela por alguns instantes, seu cabelo loiro voou em seu rosto, estavam andando bem rápido e o vento estava forte – Acho que é ela quem está por trás de tudo isso. E se for, estamos tão ferrados quanto os que estão queimando lá embaixo.

- O que ela é?

- Princesa e intermediária entre a Terra e o Inferno... Comecei a ter pesadelos com aqueles olhos roxos.

De repente, Taylor parou. Jennifer fez o mesmo, mas não sabia porque. Taylor olhou ao redor, estava sentindo alguma coisa que não sabia explicar. Viu pessoas andando e falando ao telefone, famílias inteiras passeando, as enormes telas dos prédios onde passavam comerciais. Ela percebeu que estavam no meio da faixa de pedestres, no meio da rua. O sinal estava verde, várias pessoas estavam atravessando, mas ela não ligava.

- T? Você está bem? – Perguntou Jennifer, que já estava começando a ficar com seus sentidos aguçados por causa das pessoas.

Taylor só parou de olhar para tudo quando notou o enorme prédio a sua frente. Ela o fitou, e ficou olhando para a enorme tela na frente dele, onde passava um comercial de um brinquedo. De algum jeito, aquilo parecia macabro. Tão macabro, que ela quase podia ouvir sua voz interior mandando-a entrar no prédio e descobrir o que ele tinha de tão especial.

- Tem alguma coisa... – Ela apontou – Naquele prédio...

- O que? – Jennifer olhou, não viu nada além do comercial.

- Me segue – Taylor saiu correndo na direção do prédio, Jennifer a seguiu, de mal gosto.

Quando passou pela porta giratória de vidro, fitou o enorme hall. Havia um espaço enorme e poucas pessoas, que pareciam estar trabalhando. Ao fundo, ela notou um balcão com uma recepcionista oriental, que falava com alguém pelo fone de ouvido. Taylor conseguia ouvir, mesmo estando longe, ela falava sobre entrega. Ela olhou pro chão e viu um enorme tapete marrom escrito “Bells”, era uma empresa.

- T, vamos embora – Jennifer engoliu em seco – Acho que preciso me alimentar.

Taylor não disse uma só palavra. Apenas andou até a recepcionista que nem notava sua presença. Jennifer, lá atrás, cruzou os braços e tentou segurar o olfato, aquele cheiro de ser humano era delicioso.

- Olá – Disse Taylor à recepcionista.

- Só um momento – Ela disse para o homem com quem estava falando e olhou para Taylor, sorridente – Como posso ajudar?

Taylor leu a identificação que estava pregada no uniforme vermelho vinho de trabalho dela. Seu nome era Yonora.

- Eu não sei... – Taylor respondeu.

- Bom – Yonora ficou sem graça, começou a achar que Taylor era maluca – Se não posso ajudar, creio que deva se retirar.

- Eu não posso...

- Por que?

Taylor olhou pro lado e fitou a enorme estátua de um velho senhor, que talvez fosse importante para aquela empresa. Foi o tempo que Yonora levou para fazer um sinal para o segurança.

- Não o chame, não vou machucar você...

Yonora tremeu, como Taylor sabia que ela havia chamado o segurança já que olhava para outro lugar? Mas, ela tinha que manter a postura. Olhou para as câmeras embaixo do balcão, e teve outra surpresa. Taylor não aparecia no video. Yonora podia se ver muito bem, mas a garota loira estranha a sua frente não aparecia.

Ela olhou para Taylor, tremendo de medo. Logo pensou que a história do prédio era verdadeira, que o incêndio que ocorreu há anos atrás havia deixado almas dos que morreram ali.

- Yonora – Disse Taylor, lançando um olhar para a recepcionista – Corre.

De repente, ouvi-se barulho de tiro. As pessoas começaram a gritar e a correr. Mas no meio delas, haviam criaturas, que se revelaram. Taylor olhou para eles, havia três Ereptus fitando-a, seus dentes afiados e grandes como de um jacaré e seus olhos vermelhos, com um brilho estranho.

Jennifer olhou pela janela de vidro e viu um Ereptus atirando, ele tinha uma metralhadora e conseguiu matar pelo menos três pessoas que estavam lá dentro. Mas as balas acabaram, ele teve que sacar uma arma pequena do bolso e mirou em Jennifer. Quando atirou, logo se espantou, Jennifer não estava ferida. Seus olhos estavam fechados e ela tinha sua mão fechada ao lado de seu rosto. Ela abriu a mão e deixou a bala cair, ela já havia virado pó em suas mãos. Ela abriu os olhos, mostrando-os ao Ereptus, que estava assustado. Olhos vermelhos cor de sangue, esta era uma característica marcante dos vampiros.

- Isso quase doeu. Minha vez... – Jennifer soltou as presas e rosnou. Como bala, pulou no Ereptus que só fez gritar.

Pessoas começaram a sair pelo elevador, muitas ainda estavam nos andares de cima. Taylor não se mexeu, queria entender logo porque sentiu que tudo iria acontecer. Era porque ela era um deles? Era porque ela nasceu pro mal? Mas se nasceu pro mal, porque sua voz dizia que ela deveria ajudar as pessoas ao invés de contribuir para a vitória de Minerva?

- Eu não sou um de vocês! – Ela gritou, e correu em direção às pessoas que estavam sendo atacadas por dois Ereptus.

Taylor puxou um deles pelo cabelo e lhe deu uma joelhada no rosto. Logo o sangue se espalhou, mas ele estava rindo. Taylor soube porque ele ria, quando viu seu nariz quebrado voltando ao normal.

- Somos imortais, Taylor!

Taylor o jogou contra a parede, perto do elevador. Logo procurou algo que poderia usar como arma. Mas não havia nada ali, ou pelo menos, nada que ajudasse a ferir por tempo suficiente até que Taylor saísse dali.

- Hey! – Gritou Paloma ao lado, havia chego de surpresa – Toma! – Ela jogou um machado a Taylor. – Corte a cabeça.

- Quem é você?

- Lute! – Paloma atirou na cabeça de um Ereptus e ele caiu no chão.

O Ereptus com quem Taylor lutava estava preparado para atacar Taylor, queria morder seu pescoço e saber se sangue de Ereptus tinha um gosto bom. Taylor também estava preparada, queria dar uma machadada definitiva que cortasse sua cabeça de uma vez.

- Já disse Taylor, somos imortais!

Taylor correu até ele, que abriu a boca para mordê-las. Mas ela o enganou, fingiu que daria uma machadada, mas o pegou de surpresa e lhe enfiou a faca que tinha no estômago. Ele caiu, e foi tempo suficiente para Taylor cortar sua cabeça com o machado.

A cabeça dele rolou dois metros, deixando um rastro de sangue, que logo desapareceu.

- Não aqui na Terra, otário – Taylor cuspiu.

Tomou um susto quando o corpo dele começou a pegar fogo junto de qualquer rastro. Então, era assim que a espécie dela morria?

Ela olhou para Paloma, ela estava cortando a cabeça do ultimo Ereptus do andar com um facão. Aconteceu o mesmo com o corpo dele. Paloma olhou para ela e disse:

- Vá pro 3º andar, eu vou pro 2º, tem muitos deles aqui.

- Certo.

As duas correram pros elevadores e cada uma foi para seu andar designado. Taylor estava contente, e já se sentia uma caçadora, apesar de estar se sentindo menos humana a cada segundo que passava.


Bônus da semana: Árvore Genealógica da família Van Der Lance
Pra quem ficou perdido com tantos membros de várias gerações, aqui está a árvore genealógica da família Van Der Lance, desde Anthony e Eleonor Van Der Lance.
Clique na imagem para ampliar
Comentário(s)
0 Comentário(s)

Nenhum comentário