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[Crítica] Seita Mortal


Direção: Kevin Smith
Ano: 2011
País: EUA
Duração: 88 minutos
Título original: Red State

» Será distribuído pela Paris Filmes, direto em DVD, com o título Seita Mortal. Bem clichê, mas era óbvio que não traduziriam literalmente. Red State, está relacionado com política nos EUA, algo que não faz sentido por aqui.

Crítica:
Atenção! Texto com Spoilers!

Tema Deus.

Não se enganem, fanáticos religiosos estão em toda parte. Seja na escola, trabalho ou andando pela rua, todos nós já topamos com um alguma vez. São pessoas fantasiosas que acabaram deixando sua fé se tornar exagerada. Mas o que fazer quando a fé vira psicose e passa de todos os limites? Bom, eis aqui um filme que retrata bem o que aconteceria se ao invés dos pastores roubarem seu dinheiro, ele os obrigasse a matar “pecadores” para ter mais uma chance de ir pro céu.

O filme acompanha os jovens Travis, Billy-Ray e Jarod, típicos adolescentes americanos que só tem na cabeça a vontade de transar com a primeira mulher que aparecer. Após conhecer uma mulher pela internet, os três decidem ir à outra cidade para se divertir, mas acabam sendo drogados para fazer parte de um culto religioso que visa o assassinato de todos aqueles que consideram impuros, tudo perante Deus.

O mais estranho de todo o filme – fora as inúmeras coisas que não vale a pena citar – é o clima homossexual que ele mostra para depois nos apresentar personagens héteros. No começo eu não estranhei, pensei que já que os homossexuais eram os mais afetados, o trio protagonista iria se revelar gay ou algo assim, mas isso não aconteceu. Como eles podem fazer um filme onde um pastor prega do inicio ao fim que os gays são a pior espécie pra depois matar adolescentes que só queriam se divertir? Não faz muito sentido, não é? Pelo menos o xerife que parece o Ratinho é gay e fez alguma coisa.

Mas ta certo, preciso confessar, o filme conseguiu me instigar no começo. Todos os elementos de filmes de pessoas loucas que torturam inocentes estão presente. Sentimos aquela euforia e realmente conseguimos torcer para os personagens, porque eles são carismáticos. Foi uma pena ter que ver a qualidade do filme ir pro água abaixo. Depois de algum tempo, a coisa fica completamente sem sentido. Novos personagens são apresentados no meio do filme apenas para criar uma situação tensa no final que não tinha nada haver.

E os vilões? Bom, eles permaneceram vilões, ou pelo menos alguns deles. Parece que os roteiristas não sabem o que a gente quer! Nesse tipo de filme onde prevalece a injustiça e onde o personagem está a mercê de uma família insana num cativeiro, é quase uma regra universal que o mocinho precisa se libertar e ele mesmo matar a família louca. E isso não aconteceu. O trio protagonista apenas sofreu na mão dos bandidos pra depois morrer como meros coadjuvantes. Eles não conseguiram nem brigar com ninguém ali, nem dar porrada, se vingar, NADA! Então pra que a euforia se no fim eles se ferram, mas não levam nenhum crente maldito com eles? O personagem Travis até tentou, teve uma idéia brilhante, até, mas encontrou seu fim antes mesmo de ter tido a chance de gritar ‘socorro’.

E sem os protagonistas, outra pessoa roubou a cena. Um agente federal que entrou no meio do filme acabou sendo o maior ‘herói’ da história. Isso porque depois da metade do filme os protagonistas foram completamente esquecidos pro gordo aparecer. E no fim aconteceu um tiroteio entre os crentes e o FBI, como se fosse a coisa mais normal do mundo naquele tipo de filme. Assim, uma parte dos crentes foi morta por policiais desconhecidos e a outra simplesmente foi presa porque o policial ficou com pena de matá-los! Que absurdo! Eles torturavam pessoas, matavam-nas se não fizessem o que queriam e o pior de tudo era que tudo isso era em nome de Deus, é claro que eles mereciam ter uma bala enfiada na cabeça pra comprar uma passagem só de ida pros alojamentos do capeta!

Sinceramente, o filme me causou revolta. O pior é que eu nem sei se recomendo ou não, porque ele tem o seu lado bom. Mas eu acho que o cinema ainda não acertou em como fazer rum filme sobre fanáticos religiosos, portanto Red State vai ficar na liderança. Então, acho que fica com vocês. Eu já enchi o texto de Spoilers mesmo, mas teve que ser assim, vocês precisam saber cada detalhe desta tranqueira antes de se meter a besta em assistir. E estejam atentos pra saber quem é crente frenético e quem é apenas solitário. Gritou que você vai pro inferno e começou a tremer igual um vibrador? Repreenda este exu, todos crente verdadeiro aplaude. Nota 5,0.

Trailer:
Comentário(s)
6 Comentário(s)

6 comentários:

  1. Quando o filme é ruim mas tem atores desconhecidos até que dá pra entende;"era começo de carreira,ele estava aceitando qualquer papel".O pior é que o filme tem atores até que conhecidos como Melissa Leo,John Goodman( de Os Flinstons),Michael Angarano e etc.Você fica meio q se perguntando porque esse filme?!

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  2. Parece que os roteiristas não sabem o que a gente quer! x2

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  3. Na verdade o filme mostra a atual loucura em que vivemos (principalmente os EUA), onde fanáticos podem fazer o que quiserem am nome de Deus, policiais o que quiserem em nome do estado, e o estado o que quiser em nome... dele mesmo (ou do medo de terroristas pós-11 de setembro). A morte dos protagonistas da primeira metade do filme de modo inglório e sua substituição por outro deixa uma lacuna sim, e diz: ninguém está isento de ser punido em nossa sociedade moderna, mesmo injustamente... o filme foi feito para causar esta sensação mesmo... de frustração perante uma sociedade que enlouquece em seus próprios desmandos cada vez mais... muito bom.

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  4. achei um bom filme merecia uma nota maior

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  5. essa sua crítica não foi do mais elaborado possível ... e nem mesmo seria necessário tantos spoilers.

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  6. Realmente, no final você salvou sua análise, os verdadeiros crentes vão aplaudir, pois isso do filme realmente não é cristão e nem evangélico, já que pregamos o Amor.

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