[Crítica] O Primeiro Amor

Direção: Rob Reiner
Ano: 2010
País: EUA
Duração: 90 minutos
Título original: Flipped

Crítica:

Você nunca esquece seu primeiro amor.

Tudo mundo já teve o seu primeiro grande amor, certo? O ruim é que, na maioria dos casos, esse tal primeiro amor é uma grande desilusão. Quem nunca sonhou em viver aquele amor do filme Meu Primeiro Amor? Sem parte em que o garoto morre por picadas de abelhas, é claro. Eis que chega às locadoras, O Primeiro Amor, título cretino que bebe na fonte do filme citado acima. Mas, apesar do título cretino, este filme consegue trazer alguma novidade para este gênero desgastado.

A história segue dois jovens. Logo no começo, a menina se apaixona perdidamente pelo garoto, quando eles ainda eram crianças. Mas, depois de várias desilusões do destino, a garota passa a se desinteressar do garoto. Não demora muito para que ele sinta a falta dela e descubra seus verdadeiros sentimentos pela menina. Agora, ele terá que correr contra o tempo e as opiniões alheias para fazê-la voltar a gostar dele, antes que o coração dela se feche de uma vez por todas.

Sim, o amor está no ar! Mas não pensem que o filme é aquela coisa ridícula e melosa, pois irão quebrar a cara. Logo no começo, O Primeiro Amor mais parece uma comédia reprimida, com o garoto tentando fugir das investidas da menina. E com razão, já que ela se mostra bastante estranha e, por muitas vezes, psicótica. Um exemplo disso, é o fato dela ter ficado um ano inteiro sentando atrás dele e cheirando o seu cabelo, que, segundo ela, tem cheiro de melancia.

Uma das coisas mais interessantes do filme, é que ele explora dois ângulos de um mesmo momento. Primeiro, vemos tudo pelos olhos do garoto e, em seguida, acompanhamos tudo pela visão da menina. Esse recurso é muito interessante, mas é muito fácil o tiro sair pela culatra e o filme se tornar repetitivo. Bem, não é o que acontece aqui. A mudança de ângulo se torna necessária em muitas cenas, para que o espectador entenda o outro lado. As narrações pessoais, mostrando o que os personagens estão pensando, também são ótimas e fundamentais.

Uma coisa que eu não gostei foi o fato do filme acabar. Eu sei, eu sei, o filme tinha que acabar em algum momento, mas acontece que ele não deu nem pistas de que estava acabando. Quando eu pensei que ele entraria no ato final, os créditos finais começaram a subir. Acho que seria bem legal se víssemos apenas um beijo, pelo menos. Acompanhamos por tanto tempo o drama daqueles dois personagens que é broxante não ver nada acontecendo, apenas a promessa de que irá acontecer. Para mim não foi o suficiente, mas isso não chega a estragar o filme, de forma alguma.

Agora eu devo fazer um alerta. Estão vendo o pôster acima, com os dois encima da árvore? Propaganda enganosa! A menina subiu na árvore várias vezes, mas ele nunca. Nem ao menos se balançou em um galho. Mas, mesmo assim, o fofo. O interessante é que tudo acontece devagar e podemos acompanhar com calma a mudança dos sentimentos dos personagens. Eu recomendo, é claro. Para aqueles que gostam deste gênero e/ou querem reviver um primeiro amor, assistam logo, pois o filme é maravilhoso. Nota 9,0.

Trailer: