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Livro | The Double Me - 5x18: Bienvenue From Hell, Mon Amour (Season Finale)

5x18: Bienvenue From Hell, Mon Amour
“E quem diria que é possível encontrar um anjo nos portões do inferno?”.


     Naquela mesma noite, Nate atendeu ao The New York Gala’s Fundraising, proposto a beneficiar instituições de prevenção e combate às drogas ilícitas. Os convidados aglomeravam-se entre as mesas no salão principal, nos camarotes reservados e no lobby primário e secundário do Plaza Athenee Hotel. Julianne Foster, como em todos os anos, fora designada a ministrar o leilão ao vivo. Sua família acompanhava de perto na mesa à esquerda do palco.
— Alex Strauss, não é? — Nate ouviu alguém dizer.
Conhecia-o de algum lugar, só não lembrava onde.
— Você é...?
— Paul Montgomery — Estendeu uma mão. — Nos conhecemos na portaria da Saturn há algumas semanas.
É claro, defendeu-o dos próprios amigos.
— Você deixou uma bela impressão.
— E você uma cicatriz no lábio inferior de Derek Stan.
— Não tomo os créditos, prefiro atribuir ao carma.
Paul sorriu.
— Está aqui pelas obras de arte? Meus pais são colecionadores.
— Entre outros propósitos... — Como Dominik Belmont.
Desde o protesto em frente à Northview Charter School, seus pais haviam tornado mais difícil para eles. Dois seguranças resguardavam a janela do quarto de Dominik, no primeiro andar. Tinha permissão de sair de casa apenas para ir ao colégio, e sempre escoltado por um dos pais e seus seguranças. Não podia usar internet sem a supervisão de sua mãe, nem o telefone residencial. Celular já não era uma necessidade, era um privilégio. E Nate havia pensado que estar no século vinte e um faria mais por eles que pelo conservadorismo cristão.
Vez ou outra eles trocavam um olhar sugestivo; Nate em qualquer parte do salão, onde não fosse visto por seus pais, e Dominik em seu lugar à mesa dos Belmont. Nenhuma oportunidade fora ainda conivente de falarem a sós.
— Eles estão dispostos a lutar com unhas e dentes pelo Monet — Paul disse a ele. — Com quem deveríamos nos preocupar?
— O Senhor Lionel, na mesa doze, costuma dobrar o lance inicial para intimidar os concorrentes — Apontou com a taça de champanhe. — E a Senhora Applebble, na mesa dezenove, interessa-se apenas por itens de até cinquenta milhões de dólares. Mais que isso e ela abre seu leque, fingindo não ter participado dos lances.
— Público difícil.
— O segredo é ter mais recursos.
— Como em qualquer lugar do mundo. Mas Nova York tem seus encantos.
— E seus demônios — Sabia melhor que ninguém.
Para o que viria a seguir, Paul levou horas praticando.
— Tem planos para o resto da noite? — Perguntou. — Não o agradeci devidamente pelo que fez por mim.
— Tipo... um encontro?
— Não sei o que pode acontecer. Queria mesmo conhece-lo melhor.
Os olhos de Nate encontraram Dominik em meio a multidão. Tudo levava a ele, não importava o que fizesse.
— Não costumo recusar um desses convites, mas tenho outro alguém. Mais ou menos, na verdade. É complicado.
— Oh... okay, eu entendo — Ele parecia envergonhado. — É claro que você tem outra pessoa...
— Se não fosse por isso, eu aceitaria.
— É sério?
— Se você pagar, por que não? — Brincou. Olhando outra vez por cima de seus ombros, viu Dominik atravessar o salão e fazer um sinal com a cabeça. Seus pais foram na direção oposta. — Preciso ir agora. Nos falamos depois? — Saiu antes que ele respondesse.
Dominik esperava-o impaciente no lobby secundário. Estava estranhamente vazio, tendo início ao leilão por escrito. Nate beijou-o nos lábios e em cada outra parte do rosto.
— Senti sua falta pra caralho... — Murmurou, de testa colada.
— Não temos muito tempo, preciso voltar ao salão.
— Fique com isto — Entregou-lhe um celular descartável.
— Eles podem encontrar.
— Esconda na cueca, vai vibrar quando eu ligar.
— Não é engraçado, Nate.
O outro cedeu.
— Tudo bem, seja apenas cuidadoso. Será a única forma de nos falarmos.
— Não sei por quanto tempo vou conseguir viver assim — Dominik virou o olhar. — Por que eles não nos deixam em paz?
— Porque Deus disse uma coisa e eles decidiram entender a própria maneira. Não é culpa nossa, não estamos errados por querer estar juntos.
— Não me diga que terei que escolher entre você e minha família.
Nate esperava que não chegasse a tanto; era bom que falassem sobre isso.
— Caso precise, escolha-os.
— O que você...?
— Escolha-os, Dominik — Usava o tom de voz suntuoso. — São sua família, ninguém o amará tanto assim. E alguém como eu você encontra em qualquer capa de revista.
— Não existe alguém como você. Não para mim.
— Pode estar errado.
— Eu não quero estar.
Ao abrir das portas, afastaram-se rapidamente. O casal encarava-os como se tivessem cometido um crime.
— Preciso ir — Dominik disse. — Ligue-me.
Voltaram ao salão a tempo do último anúncio. Nate viu ao longe o momento em que os pais repreendiam-no por ter saído do lugar. Este, entretanto, era o menor de seus problemas. Lexi acabara de subir ao palco, e os convidados aglomeraram-se no espaço livre entre as mesas da frente.
— Agradeço a presença de todos — Ela disse ao microfone. — Antes de seguirmos ao leilão, gostaria de fazer um anúncio. A Drug Police Alliance, uma de nossas muitas organizações de prevenção e combate às drogas, acaba de receber uma generosa doação no valor de um milhão de dólares em nome de Gregg e Rachel Belmont. — Hesitou para os aplausos. — Não quero parecer indelicada, mas é importante ressaltar o comprometimento da família Belmont com esta causa específica após os eventos trágicos que ocorreram em New Castle, Delaware. Seu filho mais novo, Dominik, na época com quatorze anos, foi acusado de roubar o veículo dos pais e causar um acidente que deixou em coma uma colega de classe de sua mesma idade, por dois meses. Testemunhas alegaram que o jovem estava sob efeito de substâncias ilícitas, o que foi comprovado na manhã seguinte pelos testes laboratoriais — Toda a multidão os encarou. — Muitas famílias se esforçariam ao máximo para refrear o escândalo, mas os Belmont provaram com este ato de solidariedade que a melhor maneira de compensar por um erro é chegar a um acerto. O dinheiro arrecadado auxiliará a Drug Police Alliance no tratamento de jovens que, assim como Dominik, propõem-se em abandonar os vícios. Agradecemos pela generosa doação, tenham uma boa noite.
Todos fizeram silêncio.
— Isso é verdade? — Nate perguntou a Dominik.
— Afaste-se de nós! — Rachel interveio.
Lexi chegou no momento exato.
— Gostaria de agradecer pessoalmente pela doação, Senhor e Senhora Belmont — Disse, em tom casual. Rachel tentou acertar-lhe uma bofetada, mas segurou-a pelos pulsos. — Hoje não, querida. Atenhamo-nos à civilidade.
— Não me toque! — Livrou-se com um puxão. — Você tem muita coragem de nos enfrentar após os absurdos que disse.
— É por uma boa causa, Senhora Belmont. Não imagina quantos jovens como Dominik serão beneficiados com este novo programa.
— Isso é um disparate, não fizemos qualquer doação! — Gregg declarou.
— Então alguém fez em seu nome. Sigo apenas as orientações de meus superiores.
— Não seja cínica. Vamos embora, Dominik — Tentou leva-lo pelo braço.
Dominik desviou-o com o ombro e foi para encara-la de frente.
— Por que está fazendo isso? — Seus olhos lacrimejavam.
— Alguém precisa ensina-lo como funciona esta cadeia alimentar, querido. Você devora o de baixo, e pelo de cima é devorado. Welcome to the Hamptons — E saiu por entre eles, dando de escorão.
O sorriso marcado nos lábios de Nate era mais que uma estratégia para não explodir e menos que uma conformidade a sua derrota. Lexi brincava com fogo por não saber com quem estava lidando de verdade.


      Uma chuva fraca a pegou desprevenida na portaria do Pretty Wolf. Viola entrou de cabeça baixa e fechando o casaco com um laço na cintura. A sua frente estava o bar, uma estrutura de carvalho escuro e de teto lustrado, com um losango embutido na madeira para cada assento ao seu redor. A direita via um jukebox, máquinas de fliperama e a entrada dos aposentos privados. A esquerda via o palco, pedestais ornamentados e cadeiras dispersas. É claro, havia mulheres seminuas. Liam e seus amigos formavam a primeira fila na audiência da equipe feminina de bombeiros.
— Um Cosmopolitan, por favor — Viola pediu ao bartender.
Observou-o despejar a vodka, misturar ao suco de cranberry e adicionar 10ml de licor de laranja e cinco gotas de suco de limão. Estava pronto.
— É por minha conta! — Um dos homens vangloriava-se em frente ao palco.
Pelo que havia entendido, a próxima dançarina exótica estaria a seus serviços. Estavam todos bêbados, incluindo Liam. Não a reconheceriam com uma peruca vermelha e as roupas rasgadas nem mesmo por um grande esforço. Mas não era isso que tinha em mente?
— Outro, por favor — Pediu ao bartender.
Quando as portas de entrada se abriram outra vez, cometeu o erro de olhar para trás. Andy Boyd estava acompanhado de dois outros caras de camisa polo e penteado impecável, que trazia, de braços dados, um grupo de mulheres usando apenas um fino casaco por sobre a lingerie.
— Por favor, não me veja aqui... — Viola sussurrava.
Tentou esconder o rosto com a peruca, virou para o lado contrário ao que ele explorava com os olhos. Outro erro; havia um espelho em frente a ela. Andy reconheceu-a de imediato.
— Senhorita Sebert! — Sentou ao seu lado. — De todas as pessoas que conheço, você é a última que imaginaria encontrar em meu território.  
— Seu território?
— Mulheres peladas, drogas ilícitas, sexo imprudente. Diga que entende a relação.
— Gostaria de não entender.
— Está aqui a negócios? — Ele olhou para ela como se tivessem sugerido uma caçada ao tesouro.
Viola não lembrava de tê-lo dado tanta intimidade, a não ser naquela noite, no Strauss Capital Hotel. E ele falava como se fossem amigos de infância encontrando-se por acaso.
— Prezo pela minha privacidade, Senhor Boyd. Se não se importa...
— Eu me importo — Ele aproximou-se para sussurrar. — Principalmente se estiver em uma missão secreta. Costumava ajudar Nate com este tipo de problema.
— O que quer dizer com isso?
— Corrija-me se estiver errado, mas você está esperando por uma oportunidade que nunca virá de abordar um dos homens bêbados no círculo de homo sapiens atrás de mim. Provavelmente o de camisa azul clara, com quem a vi conversar no dia de seu desfile.
— Como você...?
— Eu penso rápido. Agora escute-me... — Checou uma vez se não havia ninguém por perto. — Integrarei seu grupo de amigos e derramarei, acidentalmente, minha bebida sobre a camisa dele. Você o estará esperando no toilet masculino, à direita do bar. Pense bem no que irá dizer.
— Você perdeu a cabeça? — Ela objurgou.
Por cima de seus ombros viu o momento em que Liam deixava seu lugar. Andy virou para ver também, como num reflexo. Estava indo em direção a eles.
— É agora — Andy levantou.
— Não faça isso! — Ela tinha uma maneira própria de sussurrar gritando.
Durou apenas um momento, de tão simples que o plano seguiu. Liam chegou ao bar, Andy derramou sua bebida, pediu desculpas insistentemente, então sugeriu que fosse ao toilet.
— É a sua grande chance — Disse à Viola.
E ela sabia que não haveria uma outra.
— Conversaremos sobre isso depois — Levantou-se.
— Não se der certo.
Precisava dar certo.
Encontrou-o sozinho no banheiro feminino, não no masculino. Estava mesmo bêbado.
— Deixe-me ajuda-lo com isso — Ela se ofereceu.
Liam teve problemas com os botões da camisa e a torneira de sabonete líquido. Tentara enxaguar as roupas com elas no corpo, e por não conseguir, decidiu tira-las a força. A camisa prendeu no porte dos ombros, com seus dois braços erguidos. Seu cinto cedeu na parte de baixo e o porte dos braços fez evidente os pelos na virilha.
— Morrerei asfixiado — Ele gaguejou. Estava livre após um puxão. — Oi — Encarou-a de frente.
— Oi — Ela levou a camisa para baixo da torneira.
— É mesmo você?
— Quem sou eu?
— Viola. Viola Sebert.
— Por que disse meu primeiro nome duas vezes?
— Espere um minuto... Deja Vu?
Ela deu um ar de risos.
— Também me apeguei à ironia — Disse.
— O que faz aqui?
— Certificando-me de que chegue em casa seguro. A noite acabou para você.
— Cassidy pediu que viesse? — A ele só fazia sentido.
Precisava lembrar que estavam no toilet feminino de um clube de strip tease que era tão mal frequentado quanto um presídio. Não havia território tão hostil.
— Cassidy não sabe que estou aqui — Ela disse.
Não olhe seu abdome, instruía a si mesma. Não olhe seu abdome, não olhe seu abdome. É tão definido...
Olhou por tempo demais.
— Sua camisa — Entregou a ele.
Liam vestiu-a o mais rápido que a indisposição permitiu.
— Sente-se aqui — Ela levou-o a banco de recosto à parede.
Um ventilador portátil girava sobre eles, no teto. Liam ergueu a cabeça e fechou os olhos.
— Como se sente? — Ela perguntou.
— Casado para sempre.
— Precisa dizer sim primeiro.
— Ela disse. E vinte anos se passaram enquanto organizava o casamento.
No shit... — Estava familiarizada com aquela sensação.
Ele virou o rosto, mas manteve os olhos fechados.
— Acha que estou cometendo um erro ao me casar com uma mulher que conheço há seis meses?
— Cassidy é tudo o que um homem pode desejar. Acho que tem muita sorte — Mordeu o lábio ao dizer.
— Deixe-me reformular. Acha que atender a urgência de nossos sentimentos pode nos distanciar da pessoa certa? Pensei tê-la encontrado tantas vezes durante minha vida. Primeiro aos quinze, depois aos dezenove, e aos vinte dois e vinte e quatro, logo em seguida. Por que seria diferente agora? Por termos idade e dinheiro o bastante para oficializar? E se esta for mais uma mentira a qual nos prendemos para não ter que admitir que o amor é uma questão de tempo?
— Não sei se existe algo tão excêntrico quanto o amor.
Então ele a beijou.
— No que você acredita? — Sussurrou bem próximo.
— No que posso tocar...
— Toque-me — Beijou-a outra vez.
Algo os fez sentir como se a verdade fosse exatamente do que faziam-na.


       Kieran deixou-a sozinha, na cama, para atender à porta.
Gwen ouviu bem pouco da conversa que tiveram quando os dois homens adentraram ao quarto de hotel. Pensava muito na chuva lá fora, na marcação do relógio na parede, e no teto curvado, em forma triangular, onde pendia o lustre sobre a cama de casal. Na verdade, qualquer coisa tornara capaz de ocupar sua mente.
— Gwenett? — O namorado chamou.
Ela ouviu-o em suas lembranças, não na realidade.
Estava novamente no apartamento de Kerr, quatro anos atrás. Dividia com ele o sofá maior da sala e uma chapa de cocaína na mesa de centro. Kieran estava lá também.
— Gwenett? — Ele a tirou do transe.
— Posso lidar com meus pais. Dê-me isto — Pediu a Kerr por outra dose.
Era difícil saber quando estava dizendo a verdade e quando tentava convencer a si mesma.
— Você precisa relaxar — Kerr disse a ela. Logo então ouviu tocarem a campainha. — Você se importa? — Pediu a Kieran.
— Não sou seu porteiro.
— Não seja um idiota, Kieran — Gwen enrijeceu a voz.
Assim fez ele acatar.
No tempo que levou até a porta, Kerr tirou um pequeno frasco do bolso do casaco e entregou a ela. Gwen abriu a tampa com o polegar e despejou todo conteúdo na bebida do namorado.
— Sabe o que está fazendo? — Kerr tinha suas dúvidas.
— Não deixarei que ele faça parte disso e vá para a cadeia.
— Nessa quantidade ele dormirá por três dias.
— Sei que vai me perdoar — Devolveu a ele o frasco vazio.
Justin Priestly acompanhava Kieran de volta a sala de estar, usando um blazer castanho-avermelhado por cima da camiseta de algodão e calças de cintura alta em cashmere, da Giorgio Armani. Pouco chamava tanta atenção quanto os longos fios loiros do cabelo emaranhado, que caiam sobre a testa e quase cobrindo os olhos azuis. Houve brilho neles uma vez, há não muito tempo. Gwen lembrava deste detalhe.
— Barraco aconchegante — Ele tirou o blazer.
— É provisório — Kerr respondeu.
— Onde está Amber?
— Balé clássico.
Justin acomodou-se na poltrona de Kieran, que foi para dividir o sofá maior com Gwen e Kerr.
— Você deve ter uma boa desculpa para não estar lá com ela — Justin disse à Gwen.
— Mononucleose.
— Contagioso.
— Já que estamos todos aqui, vamos revisar o plano — Kerr prontificou-se com o tablet em mãos. — Às sete em ponto Justin enviará uma mensagem a Nate, do celular de Jensen, pedindo para encontra-lo na mansão McPhee. Enquanto isso, Gwen se certificará que Patrick não deixe o evento até receber nosso sinal. Quando Nate estacionar na propriedade, Kieran terá no máximo dez minutos para sabotar os freios do carro sem ninguém perceber.
Gwen olhou em direção ao tablet. Em tela rodeava um projeto automobilístico de animação em 3D.
— Isso é mesmo necessário?
— Não diga que vai amarelar — Kieran provocou.
— A ideia é tira-lo do caminho, não mata-lo no processo.
— Amber concorda com nossos termos? — Justin havia pensado.
Kerr deu dois cliques para bloquear o monitor.
— Eu a convencerei, mas precisará de um bom incentivo.
— Não será um problema — Contanto pagasse pelos vestidos mais caros, Gwen intuía. — Jensen é o que pode dar errado.
— Ele é um covarde — Justin tinha para si. — Deixe-o comigo.
— Outra razão para nos preocuparmos.
— Falhar não é uma opção. Odiaria ir preso por roubar o namorado do meu melhor amigo, não pelas drogas ilícitas no bolso de trás.
Afinal, não roubavam apenas isto. A fortuna dos Strauss fora estimada em quatro bilhões de dólares naquele ano – para que Gwen não recusasse a grande chance de ser herdeira única. Independente disso, havia seu tratado de vingança. Contou a Justin todos os seus motivos; Kerr e Amber ainda estavam no escuro; Kieran foi o primeiro a saber a verdade.
— É minha mãe — Gwen recebera a chamada no celular. — Esperem aqui — Foi em direção à varanda.
Kieran tirou, da sacola no chão, a nova filmadora que haviam comprado. Mais tarde seria usada por Amber Foster na suíte principal da mansão McPhee.
— Sorria! — Apontou para Justin.
— O que está fazendo?
— História. Diga-me, coração, está pronto para ser fodido diante das câmeras?
Justin pegou o revólver na mesinha de centro.
— Eu não sei... — Observou a armação por um instante, depois apontou para a própria cabeça. — Você está pronto para ser rico?
— Rico, o quanto?
— Mais do que vale nossas almas — Se acreditasse ter uma.
Foi naquela noite fatídica que Gwen entendeu o quanto ele estava disposto a sacrificar por suas fantasias. Usou-o também, assim como os outros.  As regras do jogo não eram as mesmas ao estar sozinha com Kieran.
— Gwenett? — Ele a trouxe de volta.
Esperava-o na cama da suíte, de olhos bem abertos.
— Eles o encontraram — Beijou-a docemente no pescoço. — Bem-vinda do inferno, mon amour.
Ela cerrou os olhos.

      No Rancho do Casanova, Aaron recebeu as mesmas informações por telefone. Bebericava de uma taça de vinho francês ao apreciar a vista da varanda de cima.
— Eles vão à Toronto? — Jasmine abordou-o.
— O voo está marcado para às onze.
— Dirá a eles que quem está no Canadá é Alex, não Nate?
Aaron sorriu para a escuridão.
— É algo que terão que descobrir por conta própria.


     Névoa densa cobria os arredores de edifícios, árvores e a céu aberto. Só eles dois seguiam o trajeto nas estradas do campus; o restante tomara um lugar em festas nas fraternidades mais populares ou na biblioteca principal, em caso de não terem recebido um convite.
 Jensen e Trent compartilhavam histórias melancólicas do pós-armário familiar.
 — Confiei na pessoa errada — Trent dizia e ele. — Quando cheguei em casa naquela noite, a filha de meu padrasto já havia contado. Minha mãe ligou para minhas tias, suas adoráveis companheiras. Olhavam para mim como se eu fosse um ser repugnante que precisavam exterminar.
— O que disseram?
— As piores coisas. Lembro de minha tia Aurora jogar um de seus vestidos no meu rosto e dizer “Vista agora e o levaremos em um passeio. Se quiser ser mulher, será por completo”. Por não ter cedido, ela rasgou minhas roupas na frente de todos.
— Ai meu Deus... — Jensen lamentou.
— Fui colocado quase nu dentro do carro e levado à antiga cabana dos meus pais, onde passei as piores duas semanas da minha vida. Me acordavam às seis para ir à capela e implorar o perdão de Deus, além da terapia de aversão ao sexo masculino que o Doutor Engard promoveu. Ao deitar para dormir, mal me sentia como eu mesmo. Era este o propósito.
Suas palavras rondaram os pensamentos de Jensen por tempo demais.
— Como termina?
— Sidney, nossa empregada, conseguiu contatar minha avó no exterior. Dois dias depois ela encontrou minha mãe e tiveram uma longa conversa. Ouvi a bofetada do outro cômodo.
— A vadia mereceu — Jensen gloriava.
— Nunca mais precisei vê-la. Soube que foi internada em uma clínica de reabilitação após meu padrasto ser preso por fraude.
— Como diz aquele ditado? O Carma não mente, ele guarda os recibos?
— Tenho certeza que esta é uma música da Katy Perry.
Eles riram juntos.
— E você? — Trent perguntou. — Tem algo a acrescentar ao relato de sua mãe adúltera?
— Pra falar a verdade, estou começando a achar que meu pai é o problema. Nunca o vi querer tanto alguma coisa quanto ele a quis. Nessas horas estamos suscetíveis a todo tipo de estupidez.
— Estamos falando dos seus pais ou do seu ex namorado?
Jensen analisou-o com o olhar.
— Você é um jovem rapaz de dezenove anos que tem sérios problemas de confiança e intimidade — Trent discorreu. — É claro que há um ex namorado.
— Tem certeza que não leu nos tabloides?
— Tudo bem, você me pegou — Ele sorria. — Não resisti às manchetes. Você é bem famoso para alguém que não trabalha com o entretenimento.
— Eu sou o entretenimento. E não digo isso para me vangloriar.
— A velha história do menino rico que só queria ter uma vida normal.
— Agora me sinto como um clichê do horário nobre.
Riram juntos outra vez.
Haviam passado a encruzilhada, a caminho da Torre do Relógio. O barulho de seus passos no gramado molhado os manteve entretidos durante o percurso.
— Posso fazer uma pergunta? — Jensen pôs as mãos nos bolsos.
— É como funciona uma conversa.
— Por que pagou mais de nove mil dólares para tomar um brunch comigo?
— Honestamente? Porque você não levava jeito para um garoto troféu.
— Como assim?
— David dançou antes de você. Aquele garoto, Thayer, se não me engano; ele também teve o seu momento. Depois de você, outros três. Você foi o único que subiu ao palco e simplesmente ficou lá, parado.
Jensen entendia ainda menos após sua explicação.
— Isso é algo bom? — Perguntou.
— Neste contexto, sim. Diria que é mais fácil desfrutar de uma conversa intelectiva com um dos exibidos da Delta Beta Psi ou com o calouro que tinha mais a oferecer que seu abdome definido? Perdão, super definido. Você é, na verdade, um dinossauro.
— Obrigado. E já que estamos investindo em elogios excêntricos, você não é tão ruim quando começa a falar — Sorriu para ele.
De repente todos os irrigadores foram acionados. Eles correram, aos gritos, para o toldo do edifício mais próximo. O caminho estava livre dois minutos depois.
— É meia-noite — Trent observou no relógio.
Havia um horário marcado no campus para que ninguém fosse pego de surpresa pelos irrigadores. Meia-noite nos fins de semana e feriados; seis da manhã em dias de classe. Jensen esquecera completamente.
— Deveríamos voltar — Sugeriu.
— A Alpha Gamma fica do outro lado.
— Não se preocupe, temos um acervo particular na Delta House.
Os dois foram pelo mesmo uniforme vermelho carmim com os emblemas fraternos que Jensen usou após o teste de iniciação. Não havia um irmão Delta para julga-lo; ocupavam-se demais na competição de salto à piscina, nas janelas e telhados do segundo andar. Jensen pediu que Trent o esperasse no andar de baixo enquanto pegava as roupas secas e armazenava as molhadas que usavam em uma mochila.
Foi a caminho do salão privado que ele os viu. Não estavam todos lá, apenas seus conhecidos. Embebedavam Ryan um copo de cada vez.
— Não quero mais! — O jovem implorou.
Enquanto Austin derramava a bebida goela abaixo, os outros seguravam-no pelos braços e ombros.
— Salto bêbado à piscina! — Gabriel entoou junto aos outros.
Jensen parecia estar prevendo o que iria acontecer.
— É o bastante por uma noite, pessoal — Disse. — Ryan, por que não vem comigo?
— Não estrague a diversão — Austin replicou.
— Ele está bêbado demais para pular na piscina. Nem você seria tão irresponsável.
— O que você sabe sobre isso? — Provocou Sean. — Você está farto dos Delta e estamos fartos de você — Virou ao jovem rapaz. — Todos falarão sobre este momento depois de hoje à noite— Tocou-o no ombro.
Jensen sabia como aquilo funcionava. Eles o convenceriam a fazer algo incrivelmente estúpido e por todos os motivos errados, com a promessa de uma glória irreal e que duraria tanto quanto um dia de ressaca. É claro que ele poderia recusar, os outros só não contavam com isto. Talvez estivessem todos tão bêbados quanto Ryan aparentava, devido aos olhos vermelhos e o forte cheiro de álcool em suas roupas.
— Ryan, venha comigo — Jensen tentou, sem sucesso, fazê-lo recuar.
— Deixe-me! — Ele cambaleou até a janela, e os outros garotos fizeram um coro de incentivo.
Àquela altura, Jensen podia apenas assistir.
Ryan caminhou sobre as telhas até a borda da testeira. Uma multidão esperava-o ao redor da piscina.
— Pule! Pule! Pule! Pule! Pule! — Ouvia-os gritar.
David, na primeira janela, cuspiu um jato de cerveja sobre as pernas do garoto.
— Não faça isso! — Jensen tentou alerta-lo.
Mas era tarde demais.
Ao recuar um passo, por medo de perder o equilíbrio, Ryan escorregou na poça de cerveja. Uma fileira de telhas shingle ruiu junto a ele ao chão de mármore no primeiro andar, à beira da piscina. A música cessou, as luzes estacaram, e os convidados foram a um silêncio mórbido.
Chegando a área externa, Jensen fez seu caminho por entre os curiosos. Ryan não estava respirando.
— Chamem uma ambulância! — Ouviram alguém gritar.
Jensen começou os procedimentos de ressuscitação.
— Como isso aconteceu? — Sean disparou.
— Todos fizemos isso antes! — David justificou.
— Você jogou cerveja na porra do telhado! — Jensen o lembraria disso quantas vezes precisasse.
— Eu não sabia que isso iria acontecer!
— Não sabia o caralho! — Virou novamente ao rapaz desacordado. — Por favor, não vá assim.
Austin colocou as duas mãos sobre a cabeça e olhou de longe. Timothy e Gabriel saíram correndo para facilitar a entrada da ambulância quando chegasse ao perímetro. Sean afastava os curiosos a ultrapassar o limite de espaço seguro. E David chorava em frente a todos, de joelhos.
Quando Ryan abriu os olhos, seu corpo entrou em convulsão.
— Ajude-me a vira-lo de lado! — Jensen pediu a um dos estudantes.
Um misto de sangue e espuma fétida escorria dos lábios de Ryan sobre o mármore da piscina.
— O que deram a ele? — Num grito Jensen perguntou.
— Eu não sei, só cerveja — Austin foi o único a responder. — Ele disse estar tomando anabolizantes.
Jensen enfiou dois dedos goela abaixo para forçar o vômito. Fora tudo expelido de uma só vez.
— Se ele morrer... — Encarou-os nos olhos. — Eu mato todos vocês.


    Cada vez que deixavam o edifício, Mia e Natasha preparavam-se para vê-lo. Era sempre outro alguém – algum residente do local, ou uma visita inesperada. Meia hora se passou até que o vissem deixar o loft.
— É agora — Mia tomou à frente.
Encontraram as chaves de Noah na mesma luminária de antes. Natasha investigou as penteadeiras; Mia foi direto à biblioteca nas estantes da sala.
— O que, exatamente, estamos procurando? — Natasha perguntou.
— Qualquer coisa que prove que ele não é quem diz ser.
— Isso serve? — Mostrou-a um par de algemas de couro negro e pelúcia nas bordas.
— Só prova que ele tem fetiches sexuais — Olhou com mais atenção. — Ótimo acessório, aliás.
Natasha já vira melhores. Colocou-o de volta no lugar, na mesma posição.
— Posso ir ao banheiro? Você me pegou desprevenida.
— Quer deixar seu DNA na cena do crime?
— Você acha que ele pode ser um agente da CIA?
Mia olhou para ela. É claro que pensaria no mais absurdo a se dizer.
— Sua bexiga afeta o cérebro? — Supôs.
— Estou começando a acreditar nisso.
— A última porta embaixo do mezanino. Divirta-se — Como ela não faria com todos aqueles documentos.
Natasha dirigiu-se ao banheiro, ela voltou a sua busca. Esvaziou uma coluna sobre seus pés, e outra ao terminar com a primeira. Encontrou boletos vencidos, extrato de contas, xerox de documentos, contratos finalizados e informações de seguro de vida e previdência. Nada suspeito, até então.
As colunas da direita tinham um número maior de caixas de papelão e livros de pintura acadêmica. Encontrou nelas o mesmo que havia nas outras, mas com uma considerável diferença. Nenhum dos documentos listados estava em nome de Noah Borchardt.
— Teve sorte? — Natasha perguntou do banheiro.
Not really... — Não o que esperava.
Então era isto? Seu pai era um falsificador? Não estimulava nenhuma confiança, embora achasse não ter cavado tão fundo pelos seus segredos mais obscuros. O verdadeiro número de sua mãe, Ivy – o qual escondera de Nate e Alex por todo esse tempo – estava em uma lista privada em seu smartphone. Enquanto chamava, Mia explorou os outros cômodos.
Subiu as escadas do mezanino, nada além de pinturas inacabadas. Desceu de volta à sala de estar, Natasha ainda não havia deixado o banheiro. Ao parar sobre o carpete da sala, ouviu um estalo abaixo dos pés. A madeira cedia um milímetro e rangia estridente cada vez ao pisar. Um fundo falso.
Ela puxou o tapete, ainda com o celular na orelha, e ajoelhou-se sobre a bifurcação retangular nas tábuas. Não havia cadeados ou fechaduras, bastou enfiar dois dedos em uma brecha e puxar. Reconheceu a bolsa de Lola, sua melhor amiga. Os rostos das vítimas do serial killer da baixada de Londres que estampavam os passaportes e os documentos de identificação. Também plantas de edifícios, objetos pessoais aleatórios e polaroides com imagens de mulheres sendo estupradas, torturadas e assassinadas.
Ivy finalmente atendeu a ligação.
— Mia? Está tudo bem?
— Eu o encontrei... — Tomou em mãos um polaroide. — É ele.
— Noah? Está com Noah?
— Nosso pai...
— Mia, saia daí imediatamente! — Sua mãe gritou.
Noah agarrou-a por trás e tapou sua boca.
Naquele momento, todos eles foram testados. Alex despediu-se do homem misterioso na pista de dança e foi para o lado de fora da boate, onde os criminosos o esperavam. No Plaza Athenee Hotel, Nate e Dominik despediam-se com um beijo.
— Nunca mais nos veremos, não é? — Dominik lamentava as palavras.
— Não é o fim — Nate prometeu-lhe.
Os pais de Dominik os surpreenderam na portaria.
— Venha comigo, agora! — A mãe puxou-o pelo braço, lançando um olhar fulminante em direção a Nate.
Então ele gritou:
— Dominik, eu te amo!
O garoto olhou para trás uma única vez. Nunca o disseram antes, nem mesmo Rachel e Gregg, ou seu irmão mais velho antes de partir para o exército. Apenas Nathaniel Strauss.
Ele entrou na limusine junto aos pais.
Do lado de fora da Uniun Nightclub, um homem de jaqueta de couro bateu de encontro com Alex. Ele virou, no momento exato em que uma van parou no acostamento. Três homens com máscaras de animais selvagens o puxaram para dentro e selaram as portas.
— Ele está em coma — Disseram a Sean pelo celular, e ele informou aos outros irmãos.
Os Delta foram confinados no salão privado da mansão para aguardar o interrogatório policial. Boneta foi o primeiro a ser convocado.
— Isso não pode estar acontecendo... — David dizia.
— Temos que combinar uma história — Austin lembrou.
— Está brincando comigo? — Jensen enfrentava-o. — Aquele garoto pode morrer por nossa causa e você nos quer mentindo à polícia para livrar o seu rabo?
Timothy fitou-os severamente.
— Não vou para a cadeia por causa de uma brincadeira estúpida.
— Talvez seja exatamente o que merecemos — Disse Jensen.
— Talvez você. Sabemos que a prisão é mais acolhedora que sua família disfuncional — Disse Austin.
Jensen não pensou duas vezes, acertou-o com os punhos no maxilar. Derrubou-o com um chute, montou sobre e ele e acertou-o de novo e de novo e de novo. Os outros garotos tentaram aparta-los.
No Loft, Mia travava uma árdua batalha contra seu pai. Conseguiu impulsiona-los para trás, com os pés na mesinha de centro, e eles caíram sobre o sofá maior. Tentou correr em direção a porta, ele então segurou-a pelo calcanhar. Só teve tempo de engatinhar dois passos antes que fosse acertada com o abajur no rosto. Ela caiu no chão, quase inconsciente. E Natasha colocou as duas mãos sobre a boca, atrás da parede do banheiro. Qualquer som que fizesse, qualquer reação emocional, e selaria seu destino também.
Noah arrastou o corpo de Mia até um baú, que depois levou a traseira de sua picape.
No edifício da Linnard Report, Thayer prendia uma atadura nos punhos enquanto a equipe de editores trabalhava na matéria.
— Estamos prontos para publicar — Dawn o avisou, em frente ao monitor do escritório principal. — Você tem certeza? — Via, através das vidraças, a movimentação de seus colegas.
— Absoluta — Clicou ele mesmo para executar.
— Não há como voltar atrás, Chefe.
— Pode me chamar de Senhor Van Der Wall — Ele corrigiu.
Viola e Liam foram a um quarto de hotel de estrada viver uma aventura passageira.
— Você tem certeza? — Ela perguntou entre um beijo.
— Não, aproveite.
Gwen e Kieran esperavam a decolagem em seus lugares.
— Champanhe, senhores — Ofereceu uma aeromoça.
— Obrigado— Kieran agradeceu por eles dois.
Estariam em Toronto no máximo até a meia noite.
Em frente ao Plaza Athenee Hotel, Nate sentiu o chão estremecer.
— O que está acontecendo? — Gritara alguém na multidão.
— É um terremoto! — Alertou outro alguém.
Alex reconheceu a maioria das vozes masculinas ao seu redor enquanto estava com a venda. Usavam o mesmo tom facínora e autoritário que os ex proprietários da Union Nightclub, na mesma língua nativa espanhola. Não havia como lutar, estando eles em maior número. Alex foi esfaqueado cinco vezes seguidas na parte superior do abdome. Sangue escorria pela boca e através do estofado do veículo, formando uma trilha carminada no asfalto.
— Kerr! — Amber gritou pelo irmão. Um passo em falso com os saltos e caíra desacordada sobre uma mesa de vidro.
Nate equilibrou-se agarrando uma coluna do toldo em fachada. Ouviu o estilhaçar das janelas nos prédios mais próximos, a buzina de carros desgovernados e os gritos e pedidos de socorro. Eram tantos... depois nada além de um silêncio esmagador.
O infortúnio encontrou a eles três naquela noite. Alex envolto a neve e a escuridão da floresta, onde fora deixado para morrer. Mia sozinha em um contêiner de uma embarcação clandestina. Nate junto à outras vítimas do terremoto, à portaria do Plaza Atheene Hotel.
Uma nova realidade se mostraria quando acordassem.

   Sobre a Última Temporada
      Foram seis anos acompanhando os trigêmeos Strauss em seus planos de vingança, disputas de poder e histórias de amor mal resolvidas. Algumas temporadas demoraram mais que outras (não disse quais), mas tenho muito orgulho da nossa trajetória até aqui, mesmo que alguns dos leitores assíduos tenham deixado de nos acompanhar.
      O que posso dizer sobre a última temporada é que não será fácil. Os maiores desafios ainda estão por vir, e com eles um desfecho que eu só poderia descrever como agridoce. Não prometo finais felizes, mas não esperem por um holocausto, de qualquer forma. Tento ser justo com todos os personagens deste universo e também com vocês, leitores, o quanto eu puder.
       Para a última temporada, há oito resoluções.
Nate conhecerá um lado de Dominik que se esforçou para não ter visto.
- Alex estará em um momento de extrema vulnerabilidade, devido a tentativa de homicídio. Mas é quando ele descobre uma nova paixão.
- Mia entenderá, de vez, o porquê de seus familiares terem escondido a verdade sobre seu pai. Noah não é apenas o serial killer que aterrorizava a baixada de Londres - há muitos outros segredos por trás da máscara de sobrevivente de guerra.
- Thayer tomará a a frente do Linnard Report, levando Colin a cometer uma loucura.
- Enquanto Ryan está em coma, Jensen começa a desconfiar que há alguém com intenção de se vingar da Delta Beta Psi pelo acidente durante a última festa.
- Viola terá uma chance com Liam, mas será que ele é o homem certo?
- Amber lidará com problemas em sua gravidez, enquanto Kerr, seu irmão, investe em um novo relacionamento.
- Gwen finalmente terá seu acerto de contas. Toda a família Strauss, incluindo Simon, Judit e Lydia, estarão em perigo.
         Vejo vocês em breve, vagabundas. 
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