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Livro | A Punhalada 4 - Capítulo 11: Final Boy

Amanda parou o carro no topo de uma colina. Desceu cambaleando, às pressas, apenas a alguns passos de uma íngreme descida. À sua frente, as luzes noturnas da cidade eram como pontos brilhantes em desfoque, que pouco lhe faziam sentido.
— Espere! — Grant correu atrás dela. — Fique no carro! — Pediu a Elena, que já estava pronta para segui-lo.
Amanda curvou-se para frente, com as mãos sobre os joelhos e a cabeça baixa. Era difícil saber o que seu corpo exigia para que se sentisse melhor. Um pouco de ar fresco, havia pensado. Agora sentia como se precisasse expelir tudo o que havia no estômago para se livrar da sensação sufocante.
— Está tudo bem? — Grant avançou um passo de cada vez em sua direção.
— Não consigo respirar! — Ela disse, ofegante.
— O que eu posso fazer?
— Fique longe de mim! Vai passar!
Ele olhou para Elena, no banco de trás do carro. Nenhum dos dois sabia exatamente o que fazer.
— Amanda, olhe para mim — Pediu.
— Deixe-me em paz!
— Não, Amanda, eu preciso que você olhe para mim.
A firmeza em sua voz fez ela virar contra os sentidos. E lá estava o olhar enigmático cheio de juras vazias; iguais aos de Aaron, de seu psiquiatra, de Rosalie, sua antiga contadora; de todos que pensaram ter o poder de cura-la da doença de seus pensamentos.
— Está tudo bem — Ele dizia. — Você não fez nada de errado.
— Você não entende...
— Eu não preciso entender. Nenhum de nós precisa fazer sentido agora, enquanto colocamos nossas vidas em risco.
— Que eufemismo fodido — Ela voltou o olhar à cidade, agora menos bela que antes de puxar o gatilho.
Grant só fez assentir. O que Aaron diria se estivesse ali?
— Eu não sei porque continuamos fazendo isso.
— Isso o que?
— Nos culpar por sobreviver.
— Nós não apenas sobrevivemos — Seu tom de voz era gélido. — Nós matamos. Tiramos suas vidas para podermos viver e dizemos a nós mesmos que está tudo bem revidar. Mas está? Eu ainda tenho sonhos vívidos com meu irmão a ponto de acordar assustada à noite, achando que pode ter alguém na cozinha. Uma cozinha que nem é minha, porque nunca estou em casa.
— Quando meu pai morreu, tomei a liberdade de comprar minha primeira arma de fogo. Não foi tão difícil de encontrar, eu conhecia alguém que conhecia outro alguém que poderia me fornecer. Lembro de ficar obcecado com os assassinos da máscara de fantasma, como a mídia os chama, e até planejar uma exumação pessoal dos cadáveres. Suicídio também era uma opção, nas noites em que eu bebia demais. E o assassinato de Kyle Fuller, o único assassino sobrevivente. Se eu o encontrasse na rua, se eu o encontrasse em qualquer outro lugar, e tivesse uma arma na mão, eu atiraria sem pensar duas vezes. Eu o mataria, como ele matou a família de Megan, como ele fez meu pai morrer depois de perder o amor da sua vida. E quer saber? Se há qualquer coisa que fuja do politicamente correto nesta ideia, que se foda o politicamente correto. Ninguém tem o direito de nos pedir para sentarmos no sofá de casa e esperarmos por uma justiça que pode nunca vir. Nós os pararemos, não importa como.
Amanda sorriu com o canto da boca. Já não lembrava da dor sufocante, nem de qualquer outra coisa que não aprazia a brisa noturna que passava por eles.
— Está disposto a morrer para puxar o gatilho? — Ela perguntou.
— Só precisamos puxar o gatilho primeiro.
E logo então, o celular de Amanda apitou.
— É o técnico — Avisou. — Temos uma localização.
— Vamos.
Eles correram de volta ao veículo e partiram. Grant, dessa vez, assumia a direção. Seguiram o traçado do GPS de volta ao centro da cidade, onde se localizavam os residenciais de luxo – em média, desocupados, por não terem sido adquiridos. Isso explicava a falta de movimento quando entraram na rua certa em busca da casa.
— Tem certeza que é por aqui? — Grant desacelerava aos poucos.
No GPS de Amanda, a seta vermelha não dizia o contrário.
— É aqui — Se tudo estivesse certo.
A mansão diante deles era de um vermelho púrpura assombreado, com janelas de vidro reforçadas e em formato retangular vertical. Possuía um sótão, integrado ao telhado, e uma chaminé no topo central. Pelo pouco que podiam ver, através das persianas, estava completamente vazia.
— Essa é a casa? — Grant perguntou.
— Que estranho — Elena comentou.
Amanda achou melhor conferir uma última vez. Tirou uma foto da casa e enviou ao técnico para fazer o comparativo via satélite.
— Sim, esta é a casa — Ouviu o técnico dizer.
— A quem ela pertence? — Grant tomou a frente antes das outras duas.
— Estou trabalhando nisso agora mesmo...
Por um momento, ouviram só o farfalhar dos dedos dele sobre o teclado. Então veio o diagnóstico.
— Isso é estranho. Até dois meses atrás a casa pertencia a um homem chamado Robert Allen Grey, mas foi vendida recentemente, à vista, para um empreiteiro não identificado. Pode ser de qualquer pessoa agora.
— Robert Allen Grey... como Amelia Grey? — A imagem da apresentadora de TV fez-se nítida nos pensamentos de Amanda.
— É possível. Não consegui nenhuma informação útil sobre ele.
É claro que não, ela pensou. Se você fosse uma assassina psicopata, disposta a qualquer coisa em nome do entretenimento, não cobriria seus rastros?
Amelia com certeza o faria.
φ


      Os dois traçaram a rota de terra do milharal até a fogueira. A música tinha morrido já há algum tempo; agora não se via ninguém.
— Isso é reconfortante — Matty ironizou.
Todas as luzes da casa principal e do celeiro ainda estavam acesas, incluindo o jogo de luzes interno e os leds decorativos. Quanto a fileira de carros, apenas um grande vazio numa trilha de terra.
— Todo mundo foi mesmo embora? — Axel olhava ao redor.
— Eu disse que tinha ouvido uma sirene policial, talvez alguém tenha nos dedurado.
A primeira pessoa em que Matty pensou foi Amanda. Deve ter ouvido a música alta durante a ligação e contado para Aaron; porque era assim que as coisas funcionavam no novo mundo que havia descoberto. E se Aaron sabia, poderia usar seu poder de autoridade para acabar com a festa. Nada que Matty não tenha imaginado no momento em que decidira sair de casa com uma arma.
— Que horas são? — Perguntou a Axel.
— Uma da manhã. Derrubaram a festa cedo demais.
Ou tarde demais, para todos os efeitos. Era primeiro de novembro, aniversário de Matty. Isso sempre queria dizer alguma coisa quando se tratava de um filme de terror.
— Preciso encontrar Dylan, vamos embora — Decidiu.
E juntos entraram na casa. Nada parecia fora do lugar desde o momento em que saíram, exceto pela pilha de caixas de som, aparelhadas por tamanho em proporção a pista de dança. As luzes ainda piscavam, fracas como em dependência de pouca bateria, e havia copos plásticos, ainda cheios, por todos os lados – em maior número e enfileirados por cima das próprias caixas de som.  
Todas aquelas pistas estavam contando uma história. Alguém chegou para acabar com a festa, então as pessoas deixaram seus copos em qualquer lugar, no caminho à porta da frente, antes de irem embora. O que, mesmo assim, não explicava o desaparecimento repentino. Dylan não poderia ter ido embora, sabendo que era a única carona que Matty poderia dispor.
— Não tem ninguém aqui — Axel constatou o óbvio.
O silêncio era absoluto, beirando a inquietude.
— Ele não iria embora sem mim, algo aconteceu — Matty tirou o celular do bolso.
— Acho que também devemos ir, é meio bizarro ficar aqui sozinhos.
“Hey, aqui é o Dylan. Não posso atender agora, mas por favor, deixe um recado. Preciso de amigos. De verdade” — Matty ouviu pela secretária eletrônica.
Em seguida, um ruído estranho lhes chamou atenção do lado de fora.
— Você ouviu isso? — Axel atentou a janela mais próxima.
— Talvez. O que você ouviu?
— Uma batida, como um martelo.
No andar de cima, ouviram o que parecia ser uma janela se abrindo lenta e estridente. O alerta lhes veio como um sopro gelado na espinha.
— Eu também ouvi — Axel respondeu, talvez para a pergunta que Matty não tinha coragem de fazer.
Foi quando Dylan apareceu na porta de entrada, de celular nas mãos, em seu tom de voz mais importuno. Não queria assusta-los, mas acabou acontecendo do mesmo jeito. Matty e Axel pareciam estar prontos, desde já, para se defender.
— Calma! Calma! — O garoto cambaleou para trás, aos gritos. — Sou eu, sou eu.
— Por que você continua fazendo isso? — Matty quase xingou. — Não pode nos assustar assim.
— Desculpa, estava procurando por vocês.
— O que aconteceu aqui? — Axel questionou. Dylan nunca o vira antes ser tão educado. Não com ele. Fora do colégio, muito menos.
— A polícia apareceu e mandou todos para casa. Eles estavam com Aaron. Aonde vocês estavam? — Viu as bochechas deles ficarem vermelhas num instante. Isso explicava tudo. — A não ser que vocês estivessem, bem... vocês estavam...? Se estavam, não precisam... vocês sabem. Isso é legal. Garotos são... legais.
Matty suspirou.
— Cala a boca, precisamos sair daqui. Aonde está o carro?
Agora era Dylan quem estava com as bochechas vermelhas.
— Bom, sobre isso... a polícia meio que o confiscou, porque eu ainda não tenho habilitação. Aaron disse que voltaremos na viatura, nesse caso. Eu não sei, não entendo dessas coisas.
— Então onde eles estão agora?
— Saíram para procurar você. Ou vocês dois. Na verdade, só você, é que Axel estava junto, então, você sabe, agora precisamos ir embora juntos.
— Não deveria ter um policial aqui, para o caso de eu voltar?
— Tem eu! Eles me deixaram aqui... — Dylan parecia se orgulhar disso. — Mas precisamos avisa-los. Aaron me deu o número dele...
— Então ligue para ele e vamos dar o fora daqui agora — Nesse tom de voz, Axel não pedia, ordenava. Era novamente o Axel que todos conheciam.
Assim Dylan seguiu à frente da casa, em busca de sinal no celular. Os outros dois garotos esperaram-no do lado de dentro. Axel estava impaciente depois de uma dose de dois minutos ininterruptos de Dylan Hardesty. E Matty estava preocupado com a volta para casa. Ou que restara dela, agora que Aaron estava na sua cola.
— É como a porra de um filme de terror — Foi a única coisa que Dylan o ouviu dizer do lado de fora.
Se olhasse para trás, naquela mesma direção, veria os dois conversando em frente à porta aberta da casa.
Esticava os braços para frente, para trás, para cima, e por vários ângulos diferentes. Semicerrava os olhos e colocava a língua para fora, como um tique nervoso que o ajudava a se concentrar e ver melhor sempre que precisava. Apenas uma barrinha branca de sinal serviria; uma só, e poderiam avisar a Aaron e a polícia que estavam todos prontos para ir embora.
A barrinha piscou uma, duas, três vezes. Na quarta, manteve-se estável, Finalmente.
— Isso! — Comemorou o feito de suas táticas, puxando o punho fechado para si. — Consegui, pessoal! — Avisou os outros.
Um sorriso estampava seu rosto no momento em que levou o celular a orelha. Mas assim foi-se a desmanchar, quando o som mais assustador da sua vida percorreu a floresta em sua direção. Soava feito um animal silvestre, ou uma máquina agrícola. E estava cada vez mais alto. Cada vez mais perto. Cada vez mais ameaçador.
Fixou o olhar na floresta, então envolta pela neblina que cercava as árvores como um véu fumegante. Nenhum animal emitia aquele som; nenhuma máquina agrícola estava por perto. Havia apenas uma silhueta negra, surgindo das sombras, com uma faca em mãos. Um fantasma, ele reconheceu. E o que estava ouvindo começou a fazer sentido. Serra-Elétrica.
 — Pessoal? — Chamou uma vez. Deu alguns passos para trás, sem tirar os olhos da floresta. — Ai meu Deus, pessoal! — Gritou.
O assassino correu em sua direção ao som de uma antiga serra elétrica, emitido por alto-falantes suspensos nos galhos das árvores e nas janelas do segundo andar da casa principal. Matty e Axel olharam, assustados. Tudo aconteceu bem rápido diante de seus olhos.
Dylan cambaleou para o lado de dentro, o assassino os alcançou e forçou a porta com socos e chutes até que ela se abrisse em um rombo. Sua primeira vítima foi Axel, que cambaleou para trás com o atrito à porta, sem cair no chão. O esfaqueou duas vezes, no peito, no momento em que Matty, caído e sentado no chão, tirava a arma da meia e puxava o gatilho. Estava vazia, não importava quantas vezes tentasse.
O assassino deixou com que Axel caísse sobre o pélago do próprio sangue e chutou Matty no rosto uma única vez, mas forte o bastante para quebrar seu nariz e rachar os lábios inferiores. Por ter batido de frente com um dos caixões decorativos, também formou-se um corte sangrento que ia da área ocular esquerda ao couro cabeludo.
Dylan, que caíra por cima de um amontado de abóboras malignas durante o atrito, partiu para cima do assassino sem pensar nas consequências. Os dois derraparam sobre as caixas de som na pista de dança, do outro lado delas, com Dylan, indefeso, por baixo, e o mascarado por cima. Levou uma facada no ombro e uma no tórax.
Estava zonzo, sem forças para lutar. Seus olhos quase fecharam, como se de sono ou cansaço, mas não antes de ver o assassino preparar o último ataque. Então Matty tomou um dos esqueletos decorativos e golpeou o assassino no rosto, derrubando-o de peito para cima no chão, ao lado das caixas de som. Tentou golpeá-lo outra vez, só para ter o esqueleto arrancado de suas mãos. Levou um chute no joelho, outro no peito. Por ironia, caiu geometricamente em um dos caixões decorativos no final do salão.
Axel observava toda a luta dos dois amigos a uma distância favorável, dando o seu melhor para vencer a hemorragia e continuar de pé. Não poderia ser pela porta da frente, ou então teria que passar pelo assassino. As únicas saídas eram pelo corredor que levava a porta dos fundos, do outro lado do salão, ou pela cozinha, que levava a uma porta extra lateral, a sua frente. Pela praticidade, escolheu a porta da cozinha, a mais próxima, e que poderia abeirar-se através da parede.
Em seu trajeto foi formado um rastro de sangue escuro que pouco se distinguia da decoração sombria do dia das bruxas. Até dar o último passo, no que seria sua salvação, pensou estar deixando muito para trás. Matty... E não houve tempo de pensar em mais nada. Tropeçou em um fio de náilon invisível, caiu sobre todos outros fios da armadilha e explodiu junto de uma bomba caseira, colocada ali especialmente para evitar que as vítimas fugissem do seu destino. Seu corpo foi atirado metros à frente e se chocou fumegante contra uma parede.
Matty não sabia se ele estava morto, assim como Dylan, ainda inconsciente no chão. Correu apenas, em direção a sala de jantar.
Passando pelos túmulos dos adolescentes mortos no ataque ao Roosevelt High, o assassino pulou em sua direção. Ambos caíram sobre o tapete pegajoso do cemitério; se ergueram, caíram novamente, assim levantando, dentre socos e cotoveladas. Derrubaram uma estante de abóboras e velas fantasmas, quebraram a segunda porta do closet monstro privado, onde os convidados poderiam trocar de fantasia, sujaram o fantasma maior de sangue, lutaram, de igual para igual.
Matty apanhava qualquer objeto ao seu redor para usar como arma, desde castiçais com formato de unhas gigantes a aranhas de borracha. Já o assassino, contava apenas com sua lâmina e a força dos punhos. Acertou Matty com um gancho de direita, que o fez cair de costas contra a parede. Pegou-o pelo colarinho da camisa e o arrastou pela prateleira de cabeças flutuantes em reservatórios. Uma por uma elas quebraram, caíram e deixaram Matty ensopado com água fétida e gordurosa. Sua arma, então, tornou-se a tábua que sustentava todas elas, usada para acertar o assassino no rosto e faze-lo derrapar por cima da mesa de jantar.
Matty teve que pensar rápido. Estava em frente a uma das pontas da mesa, e o assassino prestes a ficar em pé, na outra ponta; logo, de costas para a janela. Ele só fez empurrar a mesa com todas as forças para atravessa-lo contra a vidraça, a madeira e tudo o que havia entre o mascarado e o lado de fora da casa;
 — Filho da puta! — Cuspiu, quase como instinto.
Voltou ao salão principal, onde Dylan e Axel jaziam inconscientes... ou mortos? Aproximou-se de Dylan, o que estava mais perto. Era difícil dizer se já era tarde demais ou se poderia ajudá-lo.
Correu até a porta de entrada – a saída mais óbvia. O assassino já havia dado a volta na casa e subido as escadas da varanda em direção a ele. Novamente, Matty pensou rápido. Bateu a porta contra ele, na distância certa. E correu. E chutou sem querer os pequenos morcegos de borracha pelo chão. E aí parou, um passo antes de esbarrar em um fio de náilon explosivo no corredor de acesso a porta dos fundos. Além do que quase causara sua morte prematura, havia muitos outros espalhados pelo caminho.
Agora só lhe restava as escadas. Segundo andar, Sidney Precott – lembrou. Até ela se rendera ao clichê em busca de salvação. Precisava dar certo.
Ele subiu, decidido, e a toda velocidade. Assim como Madison previu, um dos degraus cedeu e sua perna ficou presa. Não por muito tempo, ele se certificara. Teve boa parte da perna ferida nos resquícios de madeira, mas conseguiu chegar ao segundo andar antes que o assassino reagisse ao último golpe.
Tentou abrir a primeira porta; trancada. Tentou abrir a segunda porta; também trancada. Tentou a próxima; o mesmo. A última porta, no final do corredor, era a única entreaberta a lhe oferecer um refúgio. Tão estranho assim quanto ele nem notara, estando tão anafado de adrenalina. Fez apenas entrar no quarto, movendo, de súbito, a penteadeira a sua esquerda para bloquear a passagem de quem quer que estivesse do outro lado.
Espetou um momento, sem se mexer. Nada aconteceu, em lugar algum, para que pudesse escutar.
Quando virou, seus olhos foram abarrotados de dor e culpa. Estava diante de uma ramificação exclusiva da festa, onde havia pôsteres e fotos, em tamanho estendido, dos vídeos de Brandon Rush, seu pai, estuprando Amanda Rush. Vídeos estes que viralizaram na internet logo depois da morte do assassino e fizeram da vida de Amanda um pouco mais difícil. Será que tão difícil a ponto de faze-la desistir do seu único filho, fruto deste crime?
As lágrimas vieram contra sua vontade.
Correu até as paredes e arrancou cada uma dessas imagens. Cada pôster, cada foto, cada mural depravado que ridicularizava Amanda e o fazia desejar nunca ter nascido. Em letras vermelhas, o pôster maior dizia: “Tal pai, tal filho”.
— Nãaaaaaaao! — Ele gritava e despedaçava as folhas e as atirava longe.
Nunca seria Brandon Rush, não importava o que as pessoas diziam. E se um dia devesse, cortaria os próprios pulsos antes de acontecer.
Estava cansado, pela primeira vez desde que tudo começou. Mal foi capaz de livrar-se dar imagens a seu alcance no papel de parede antes de encontrar o conforto do tapete no chão. Gritou o mais alto que pôde, sem se importar se o assassino estava ouvindo, em algum lugar da casa. E tinha certeza que estava. Não perderia este momento por nada. O momento em que conseguiu ferir o filho de Amanda Rush de uma maneira que sua lâmina não poderia.
Matty pôs-se em pé, ainda que fraco nas pernas e nos pensamentos. Não conseguia enxergar um palmo sem o embaço das lágrimas e o efeito ourado da bebida. A cada pensamento intrusivo, perdia um pouco mais de controle sobre o que poderia acontecer quando o assassino viesse a seu encontro. E ele viria.
Ouviu primeiros seus passos apressados na escada. Logo, a faca cravou na porta de madeira.
 — Matty, Matty, Matty — O assassino provocava. — Come to Daddy!
O garoto só fez chorar, mais e mais a cada punhalada. Correu para o hall de janelas a sua frente. No lado de fora, podia ver o celeiro, o milharal, a fogueira e a floresta. Também havia uma picape alaranjada, que poderia usar em sua fuga – caso pudesse encontrar as chaves.
Passou para o telhado superior, com cuidado, depois para o telhado secundário. Escorregou em uma telha solta, sem querer, e deslizou direto para o chão.
Finalmente fora da casa.
Ele correu estritamente em direção a picape. Procurou as chaves por todos os lugares, incluindo debaixo dos bancos. Não havia nada. Pensou em fazer ligação direta, como nos filmes. Se ao menos soubesse... e pudesse sair dali o mais rápido que o veículo poderia leva-lo.
Na casa principal ele viu, através da janela, o assassino descendo as escadas. Entre o celeiro e o milharal, do outro lado da propriedade, decidiu esconder-se no celeiro, o mais próximo.
Não havia nada a seu alcance para trancar a porta de entrada. O cheiro de putrefação era insuportável e os animais soavam enlouquecidos. Alguém havia morrido ali, a cada passo tinha mais certeza.
Bastou chegar ao centro para a plataforma com os cadáveres de Lila e Sebastian virem a baixo, em sua direção. O susto o fez recuar, e o nojo o fez colocar a mão fechada num punho sobre a boca para enganar as náuseas. Não conseguia olha-los, não naquele estado. Pareciam animais abatidos e apodrecidos, pendurados em ganchos enferrujados como em uma vitrine. Uma verdadeira cena de filme, em homenagem ao Hardesty da vida real.
A plataforma recuou automaticamente, depois de alguns instantes. Ouvindo um ruído do lado de fora, correu para se esconder atrás da pilha de fenos na parede traseira. Havia uma porta que dava acesso a um estreito corredor, que ligava o primeiro ambiente ao compartimento privado do celeiro. Matty só parou de andar até que estivesse na completa escuridão. Era seguro, por ser de difícil acesso, e ao mesmo tempo lhe permitia ver tudo o que acontecia no compartimento principal, através das brechas na madeira.
Ele viu os animais agitados em seus cubículos. Erguendo a cabeça, viu a plataforma com os cadáveres dos amigos. Viu as manchas de sangue sobre as pilhas de fenos, que antes não notara. E por fim, viu o assassino fazer sua entrada no celeiro. Seguiu-o com os olhos para todos os lados, fosse para onde fosse; esquerda, direta, frente, trás. Matty não moveu um só músculo, temendo arruinar sua perspicácia.
Quando a plataforma com os cadáveres ruiu sobre Ghostface, o garoto aproveitou a distração para avançar mais alguns passos. O assassino seguiu o ruído dos animais, no segundo compartimento, e Matty moveu-se para trás da parede seguinte. O assassino avançou outra parede em meio a escuridão, e Matty partiu para trás da próxima. Era um jogo de gato e rato em que um encontro seria fatal.
Se antes as brechas na madeira deram vantagem a Matty, agora lhe tiravam todo o triunfo. Foi através delas que o assassino o encontrou, de costas para o corredor estreito onde havia chegado tão cegamente. Esfaqueou a madeira, a ponta esbarrada no ombro esquerdo de Matty. E continuou a esfaquear, sabendo que o outro estava em um corredor estreito e a lâmina da faca tinha o poder de atingi-lo em cheio.
Matty saiu de lá com o braço ensanguentado e dois arranhões de faca; um na perna, outro na barriga. Encontrou a saída dos fundos, finalmente, só não antes do assassino avista-lo. Dessa vez correu em direção ao milharal, sem qualquer estratégia ou critério direcional. Olhava para trás, inicialmente, e podia ver o mascarado em seu encalço; às vezes até perto demais para que se sentisse seguro. Mas após adentrar a floresta, não sabia se ainda estava sendo perseguido.
Logo suas pernas começaram a fraquejar e os ferimentos fizeram-se ainda mais incômodos graças à forte pressão sanguínea. As luzes urbanas, que cintilavam para ele, ao longe, vieram como se em nome do seu resgate. Renton, a cidade vizinha na direção oeste de Burien.
Não havia ninguém por lá. Não no primeiro quarteirão, nem no segundo. Matty viu lojas de roupas e calçados, lanchonetes, restaurantes, cinemas, teatros; nenhum residencial entre eles. Estava na área comercial da cidade, onde a magia dos negócios acontecia. No horário em que ninguém estava por perto.
— Não, não, não... — Suas palavras soavam como uma oração. — Alguém me ajude! Por favor!
Bateu em algumas vidraças e ninguém respondeu. De volta a estrada, os alto falantes dos postes de energia fizeram um som agudo de estática. Matty só conseguia distinguir alguns dos ruídos na transmissão psicodélica, como gritos de mulheres pedindo ajuda, mensagens neonazistas, quotes de filmes de terror e temas musicais aterrorizantes, que ele queria nunca ter reconhecido. Tudo tão perturbador e sufocante na medida certa para enlouquece-lo.
Ele girou ao redor de si mesmo várias vezes. Não sabia para onde olhar, ou para onde deveria correr. Colocou as mãos sobre a cabeça e fechou os olhos.
— Pare! Pare! Pare! — Implorava.
Até que enfim tudo ficou sem silêncio. Dois faróis amarelos foram apontados para ele, no meio da estrada. Não precisava ir muito longe para entender quem o estava dirigindo.
Ele correu assim que o carro arrancou em sua direção. A perseguição seguiu pelo quarteirão inteiro, em ziguezague, e só terminou quando Matty se jogou contra a vidraça de uma loja de brinquedos um segundo antes de ser atropelado. Nenhum alarme foi tocado, para seu azar. Teve que fazer seu caminho sozinho, dos cacos de vidro, no chão, ao interior da loja, e do interior da loja às prateleiras de brinquedos na entrada seguinte.
Estava mancando graças a pancada. Havia sangue por quase todo o seu rosto e sua vestimenta, também pingando no chão. O assassino só precisou seguir seu rastro para encontra-lo. O atacou por trás de uma das prateleiras, em direção a seguinte. Caíram sobre uma caixa de brinquedos doados, e durante a luta, Matty foi imprensado na parede, cara a cara com o assassino.
— Me solta! — Ele se debatia.
Conseguiu revidar com uma joelhada, depois um soco. O assassino caiu no chão, sem sua máscara de fantasma, pela primeira vez.
Mesmo ele estando de costas, podia ver que tinha um corte moderno. Era um homem caucasiano, de altura mediana e os cabelos castanhos. Matty o conhecia com outro nome, vivendo uma vida falsa. Antes era seu irmão. Agora, o assassino.
Dylan.
Ele virou lentamente para encara-lo, um sorriso arrogante irreconhecível. Correu até Matty, levantou a mão dele e a acoplou no alto com uma facada que atravessava a palma.
— Eu poderia te beijar agora, sabia? — Sussurrou perto o bastante para sentir seu hálito. — Se eu tivesse essa doença sexual que faz você beijar rapazes. É nojento até mesmo para uma aberração concebida durante um estupro que nem você.
Matty não tinha mais forças para lutar. Estava entre seu coração partido, a loucura de Dylan e a dor da faca que atravessava os músculos de sua mão e fincava-a a parede.
— Dylan, por favor...
— Sabe o que eu estava pensando? — Forçava a lâmina a cada palavra cínica. — Eu podia simplesmente mata-lo agora, com esta mesma faca, para que tudo terminasse de uma vez. Mas que graça isso teria? Tenho um terceiro ato, em um lugar que você nem imagina, todo preparado para você. Seria um desperdício faze-lo sangrar antes de fazê-lo sofrer. — Forçou novamente, só para ver Matty agonizar diante dos seus olhos. — Ou não. Isso é muito, muito divertido. Quase como olhar sua cara quando descobriu que eu tinha tirado todas as balas da sua arma — Sorriu sagaz.
— Eu vi você... você está machucado... — Era o que Matty ainda tentava entender.
Não havia feito uma hora desde que o assassino mascarado esfaqueara Dylan duas vezes, na fazenda dos Fitzgerald.
— É, faz parte do ofício — Dylan puxou a fantasia apenas o suficiente para mostra-lhe o ferimento. — É só acertar no lugar certo para evitar que o golpe seja fatal. Ainda bem que eu tenho uma parceira de crime muito talentosa — Sorriu de novo.
Matty ainda tentava afasta-lo com os braços, em vão. Dylan era muito mais forte do que o havia feito acreditar.  
— Hey, hey, hey, vai com calma. Você não quer morrer tão rápido — Notou o relógio circular na parede acima deles. — Já passou da meia-noite. Sabe que dia é hoje? Seu aniversário. Seu timing sempre foi perfeito, meu amigo.
— Não me chame de amigo!
— Isso mesmo — Dylan segurou-o no queixo com a outra mão. — Não somos amigos. Você nunca teve um, sua vida inteira. Quero que se lembre disso, final boy — Deu uma cabeçada nele e puxou de volta a faca.
Matty caiu inconsciente. E Dylan tirou o celular do bolso.
— Hey, sou eu — Disse a sua parceira. — Estou com Matty, me encontre no lugar combinado. — E desligou. Olhou para Matty, aos seus pés, como sempre achou que deveria estar. — Welcome to third act.

Capítulo 12: Sangue Frio (Dia 18 de Janeiro)
Tenho duas perguntas. Primeira: O que acharam da mega chase scene do Matty? Posso adiantar que ela foi inspirada pela chase de Helen, de I Know What You Did Last Summer, e pela de Gale, em Scream 2. Sempre quis desenvolver uma chase dinâmica e demorada, que poderia funcionar muito bem durante num filme de verdade.

E segunda: Acertaram a identidade do assassino? Calma, porque ainda precisamos descobrir a identidade da parceira de Dylan. Já sabemos que é uma mulher. Agora, quem? Dia 18 de Janeiro tudo será revelado. E no dia 25 de Janeiro, diremos adeus definitivamente a esta saga. Agora fiquem com o especial sobre A Punhalada 2

Especial: A Punhalada 2 (2012) 
      
      O primeiro livro, lançado em 2011, era mais experimental que um o início de uma grande saga. Não sabíamos se cairia no gosto das pessoas, ou se haveria alguém para ler, sabendo que o Meu Mundo Alternativo era um blog iniciante e não tinha muitos leitores. Basicamente, lançar A Punhalada foi o tiro no escuro que acertou o centro do alvo a quilômetros de distância. E sem querer.
Percebemos, logo cedo, que as publicações do livro tinham um número de visualizações muito superior ao de críticas. Não demorou muito para que isso refletisse também nos comentários, tornando A Punhalada a referência principal do blog. Apenas The Double Me, 2 anos depois, foi capaz de superar esses números (e isso porque a história dos gêmeos Strauss era divulgada amplamente nas minhas fan pages do Facebook; coisa que Amanda e seus amigos não precisaram para chamar a atenção do público).
Pode até ser pouca coisa, já que não estamos falando de um livro publicado que virou best-seller ou de um canal no youtube que cresce consideravelmente a cada vídeo publicado. Mas não se pode começar de cima. Naquela época, receber 10 comentários em uma só publicação era o big deal que eu precisava para me inspirar e continuar meu trabalho. Um dia, talvez, sejam 10 mil comentários, quem sabe? A vida de um autor publicado é algo com que sempre sonhei e nunca realmente cogitei desistir.
Dado esse sucesso, fui ameaçado de morte pelo Nefferson. Na verdade, ele me deu duas escolhas. Escrever uma sequência bombástica para satisfazer todos os leitores do blog, ou não sentar com ele no recreio. Era uma questão de honra, literalmente.
A Punhalada 2 começou a ser produzido ainda em 2011. Lembro de ter escrito a morte inicial antes de finalizar o primeiro, só para exercitar as ideias. Depois disso fiquei longos 2 meses sem tocar no arquivo, até que chegou a hora de passar tudo para o papel. Ao todo foram 157 páginas, escritas num período de 2 meses após voltar a escrever, para que fosse lançado em março de 2012. E não, eu não lembro das datas, nisso o painel de controle do blogger realmente ajuda.
Não há muito o que dizer sobre este livro, pois o processo criativo foi o mesmo do anterior. A não ser pela autoria, que é 100% minha. Dessa vez o Nefferson ficou como consultor, dando uma ideia aqui e ali para melhorar a narrativa. Entre elas, posso citar uma que me incomodou muito no começo, durante a perseguição de Megan Bower, prestes a participar do desfile de bicentenário da cidade. Na cena original, ela cheirava cocaína no banheiro para enfrentar o que viria a seguir. Nefferson me pediu para reescrever a cena e faze-la tomar uma pílula tarja preta, pois a cocaína lhe fazia parecer uma viciada em drogas, não genuinamente esclerosada. Reclamei, reclamei e reclamei, mas no final cedi. O primeiro só tinha dado certo graças a ajuda do Nefferson, então aprendi a ouvir o que ele diz.
Aliás, algo muito estranho aconteceu enquanto eu escrevia este mesmo capítulo. Lembro de ter finalizado a cena de perseguição, que rendeu umas 4/5 páginas. Fechei o arquivo, deitei para dormir e só acordei no dia seguinte. Quando fui abri-lo novamente, o word acusava erro. Tentei mexer em todas as configurações desse Windows, mas nada adiantou. Foi só quando troquei a extensão de .docx para imagens que descobri que meu arquivo de texto tinha se transformado, milagrosamente, numa imagem promovendo um filme do Scooby-Doo. Não é brincadeira! Do dia pra noite, meu arquivo com 10 capítulos de A Punhalada 2 se transformou numa imagem e não havia como reverter.
Como isso aconteceu, eu nunca vou saber. Pensei que fosse algum tipo de vírus que fizesse isso com os arquivos, mas nada aconteceu com o restante. Cheguei até a pensar que meu tio fez isso de propósito (até porque, uma vez ele bloqueou o Orkut só para ver se funcionava e esqueceu de desbloquear). De qualquer modo, meu trabalho estava perdido, mas não completamente. Sou muito paranoico com essas coisas, por isso sempre faço uma cópia extra dos meus arquivos de texto e deixo sem senha em uma pasta totalmente diferente, caso o arquivo original seja corrompido. O problema foi ter que reescrever o capítulo 10 todinho, pois eu só tinha até o 9. Isso quase me fez desistir. Se não fosse o amor pelo que faço, a história provavelmente teria terminado aí.
Há uma curiosidade envolvendo o primeiro livro, que eu deixei para este especial de propósito, pois ela é mais completa nesse contexto. Tínhamos uma espécie de piada interna envolvendo o elenco de The Vampire Diaries. Como o dreamcast da Amanda sempre foi e sempre será a Nina Dobrev, acabamos relacionando muitos outros personagens da série a nossa saga de terror. Dizíamos que Brandon, por exemplo, era o Jeremy Gilbert, e que a Erin, a melhor amiga da Amanda, era a Bonnie. Já no segundo livro, acabamos relacionamento Craig ao Damon e Kyle ao Stefan, sendo que, na história, o Damon era o irmão bonzinho e o Stefan o irmão malvado que Amanda/Elena gostava. É óbvio que nunca levamos isso a sério, tanto que meus dreamcasts são atores completamente diferentes. Mas era ótimo brincar disso com os fãs, que chegaram até a fazer pôsteres com esses atores, hahaha. Amo vocês por isso, de verdade.
 Até o capítulo 6, Gabriel Pierce (o loirinho apaixonado pela Amanda) era o único assassino que tinha em mente. Só então tive a ideia de trazer Chelsea Tedesco (ou Nina) como a assassina principal. Nunca tinham feito algo assim, não é? Pegar uma personagem que apareceu de forma recorrente na abertura da história e transforma-la na grande assassina. Espero que tenha sido uma surpresa, ainda mais pelo motivo envolver também o filho de Amanda/bebês no geral.
O nome Miley (a personagem assassinada na rádio da Chloe ao estilo Urban Legend de 1998) foi uma homenagem a mocinha de uma história de terror que escrevi na infância chamada “O Homem”. A personagem principal se chamava Miley e dava um samba muito bom no assassino. Já o nome Chloe Field (A inesquecível), foi uma homenagem a Ginny Field, protagonista de Friday the 13th: Part II. É algo que eu até já contei, mas não podia ficar de fora deste especial.
Ao contrário do primeiro, A Punhalada 2 focou em reatualizar as regras de filmes de terror, mas sempre com um pouco de originalidade. Há muitas referências a filmes antigos, como Halloween II (1981) e Child’s Play (1988), também para que o assassino pudesse se guiar, reinventando mortes icônicas que ficaram para a história do terror. Esta ideia veio a partir de uma ideia do Nefferson, que gostaria que, neste segundo livro, voltássemos às antigas regras. Achei genial e acabei desenvolvendo todo esse conceito que ligava minha história a filmes antigos.
Sabe quem aparece em A Punhalada 2? Neve Campbell. Não literalmente, claro. Eu só tomei a liberdade de fazer a primeira vítima, na cena inicial, assistir um programa de TV que explicasse as consequências, no mundo real, se todos aqueles assassinatos realmente tivessem acontecido. É óbvio que os envolvidos com a produção dos filmes Scream estariam no centro de todo o questionamento da mídia nacional. Se Brandon Rush tivesse existido e assassinado alguns jovens usando a máscara de Ghostface, Neve Campbell com certeza seria questionada sobre o fator de realidade de filmes de terror que acabam influenciando nossa vida cotidiana.
E por hoje é só, amigos. Não deixem de conferir o especial da semana que vem, com curiosidades dos bastidores de A Punhalada 3.
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4 Comentário(s)

4 comentários:

  1. EU TÔ GRITANDO MT AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. Nunca desconfiei do Dylan, socorro, ator do milênio mesmo. A chase ficou muito boa, lembrei da da Carly em A casa de cera ksksksk. Aposto na Madison ou na Dodger (seria mt loucura? sos) como a parceira. Tô muito ansioso pro próximo, vem Amanda matar esse fodido AAAAA

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    1. Carly em A Casa de Cera, não creio que pegaram essa referência AAAAAAAAAAAAA. Fiquei imaginando quantas pessoas lembrariam da cena em que a cidade inteira parece viva ao redor dela e ela não sabe pra onde olhar. Fã de slashers mesmo, João, haha
      Olha, dando o histórico da franquia, não é loucura pensar que um personagem "morto" pode ser o assassino. A Francine também "morreu" no 3 e depois apareceu viva, contando vitória pela armação. Roman fez isso em Pânico 3 também.
      Vamos ver se vocês acertam xD

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  2. Scooby Doo HAHAHHAHAHA. Amo as curiosidades da franquia. Lembro muito de cada plot twist de A Punhalada 1 que me deixava sem reação. Smp imaginei o Brandon como o Ryan Phillipe no visual estilo Cruel Intentions, meu crush supremo!!

    A perseguição do Matty ficou demais!! Eu desconfiava do Dylan no início, mas depois o deixei de lado kkkkk. Triste saber que já tá perto do fim, mas ansioso pra descobrir tudo <3

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    1. Pois é, anônimo. Se eu já não tinha visto de tudo quando meu livro se transformou numa foto do Scooby Doo, depois dessa fciou bem claro que não, hahaha.
      Acho divertido que cada leitor tenha seu dreamcast, por isso eu e o Nefferson não investimos muito nisso. É claro, eu tinha os atores cotados para cada papel, mas grande parte de uma boa experiência de leitura é usar a imaginação. Então por que não estimular isso? Ryan Phillipe é um crush atemporal, escalação aprovada xD
      Menos de 2 semanas pra terminar. Espero que gostem do final que preparei, ainda tem muitas surpresas.

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