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[Crítica] The Strain - 2ª Temporada


Status: Renovada
Duração: 42 minutos
Nº de episódios: 13 episódios
Exibição: 2015
Emissora: FX 

Crítica:

Assim como a primeira temporada narra os eventos do primeiro livro, esta segunda também segue a trama do segundo exemplar da Trilogia da Escuridão, intitulado A Queda. O fato é que ambas as mídias encerram suas tramas de formas parecidas, assim como retornam mostrando um grupo abalado por uma derrota inesperada, tentando buscar algo para continuar lutando. É claro que nossos heróis investiram tudo o que eles podiam para encurralar o Mestre no final da primeira temporada e, finalmente, expô-lo ao sol. Infelizmente, eles não contavam com tamanha resistência por parte do vilão. O tópico mais importante deste segundo ano é resistência. A sociedade como nós a conhecemos acabou, especialmente na metade final da temporada, e vemos os sobreviventes – não só o grupo principal, como toda a cidade – se unindo para derrubar um inimigo em comum.

Apesar de seguir de forma razoavelmente fiel ao conteúdo dos livros, algumas das principais tramas na série não foram conduzidas de forma sábia. Um dos grandes pontos deste segundo ano é a caça do Setrakian pelo Occido Lumen, o livro que narra a origem dos Mestres. Quem leu a saga literária terá uma noção muito maior da importância do livro do que uma pessoa que apenas assistiu a série – e eu sei disso porque li A Queda apenas após o término desta temporada. Em uma batalha sangrenta e bastante física pelo domínio da cidade, pouco sentido faz a busca desesperada por um livro. O roteiro falha ao ocultar sua relevância, tornando cansativa toda a jornada pelo seu encontro, especialmente quando essa jornada nunca tem fim. Mas, sim, o livro é bastante importante, ainda que o enredo não aponte devidamente o motivo.

Outro ponto que não me agradou nada foi a substituição do ator que interpreta o Zach. Os produtores afirmaram que tinham intenção de explorar um Zach mais obscuro, e por isso optaram por um ator mais maduro. No entanto, ao invés de sombrio, fomos obrigados a acompanhar um personagem insuportável, fazendo pirraça a temporada inteira. Max Charles, que substituiu Ben Hyland, está péssimo no papel! O ator não tem o menor carisma, e o pior é que o roteiro também não faz por onde. A cada semana o personagem conseguia se superar negativamente, culminando em uma atitude na Season Finale que criará ódio no coração de todos. E, eu não sei vocês, mas eu sou escorpiano e não consigo esquecer. Zach Goodweather está na minha lista negra, e não consigo torcer para outra coisa além de sua morte.

Dutch, surpreendentemente, se tornou uma das personagens principais da série. Ela não existe nos livros, o que sempre manteve o seu status incerto na adaptação, mas a personagem ganhou bastante força neste segundo ano. Ela protagonizou um dos episódios mais tensos da série, o décimo primeiro, intitulado Dead End, onde é sequestrada pelo Eichhorst e caçada em um prédio todo selado. Dutch mostrou que tem bastante força, sendo uma personagem a altura do Vasiliy – que obviamente é um dos meus preferidos. Só achei extremamente desnecessário o triângulo amoroso com a tal Nikki – a ex-namorada da Dutch, que conseguiu escapar da farmácia no oitavo episódio da primeira temporada, abandonando os outros sem olhar para trás. Não tem como levar isso a sério, especialmente depois do que a personagem fez, então considero essa reintrodução da Nikki apenas uma encheção de linguiça de mau gosto, e espero que nunca mais apareça.

Apesar de seguir a mesma linha narrativa dos livros, nos episódios finais, fica claro que os roteiristas estão começando a se conter na tentativa de estender a trama. E isso se reflete no ritmo desta temporada, que por diversas vezes se torna bastante arrastado. O desfecho deste segundo ano irá surpreender até mesmo aqueles que leram os livros. Há algumas cenas chocantes e improváveis, mas que fazem sentido com a continuidade do terceiro exemplar da saga, Noite Eterna. Não posso entrar em detalhes para não soltar spoilers, mas a Season Finale trouxe uma cena bastante emocional, que fecha um ciclo importante e acredito que terá um enorme impacto na harmonia do grupo. Ainda assim, espero que a próxima temporada traga um ritmo mais envolvente, sem visar na possível continuidade além da sexta ou sei lá quantas temporadas.

Mesmo com todos os pontos negativos, esta segunda temporada traz ótimos momentos que garantirão o entretenimento dos seus espectadores – ainda que o roteiro tenha falhado em capturar a profundidade de algumas tramas, como o caso dos ferimentos do Mestre, causados pela exposição ao sol. A extensão dos seus machucados somente serão devidamente compreendidas por aqueles que leram o segundo livro. A Queda narra constantemente a carne podre e queimada do Mestre caindo ao seus pés, como se o seu receptáculo estivesse caindo literalmente aos pedaços, o que torna a mudança de corpo não só estratégia, mas de fato uma necessidade. Pelo menos nunca mais iremos precisar olhar para aquela maquiagem horrenda do Mestre! Enfim, minhas criaturas da noite, espero que a terceira temporada tenha um desenvolvimento melhor, afinal de contas, a série tem um potencial enorme para ser uma das melhores do gênero.
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