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[Crítica] Grey's Anatomy - 12x20: Trigger Happy


Um instante pode mudar mais que uma vida.

Review: 
(Spoilers Abaixo)

Eu simplesmente AMO quando Grey's Anatomy traz questões sociais como base da história de seus personagens, tanto protagonistas quanto aqueles pacientes que veremos só uma vez. Shonda desde os primórdios da série sempre soube lidar com estes aspectos de forma em que entendêssemos a mensagem que estava querendo ser passada sem necessariamente fazer isso como algo oportunista que force seu espectador repensar alguns conceitos. Dessa vez, novamente o roteiro soube aprofundar perspectivas de forma mais que satisfatórias.

Posso falar? Melhor episódio da temporada fácil. Esta semana tivemos de tudo um pouco, a leveza de um lado mais cômico e a tensão de uma pequena tragédia de um paciente que pega todos de surpresa. Tivemos também desenvolvimento nas tramas principais como de Callie e Arizona e a vida amorosa de Stephanie, que vem sendo negligenciada desde que se encontra na série.

Falando nela, vamos começar pela parte mais cômica então. Stephanie está em Grey's desde a nona temporada mas só vem recebendo destaque um pouco maior da décima primeira para cá, porque até então ela sempre esteve a sombra de outros personagens, como Jo e Jackson. De um tempo pra cá Steph tem tido a oportunidade de construir uma personalidade concisa e que gera empatia com o telespectador.

Nesse último episódio, o lado amoroso e a libido da médica esteve em alta, levantando questões atuais de relacionamentos pela internet e a troca de mensagens picantes, que acabou sendo um pequeno problema, já que a mesma mandou uma sem querer para sua tutora, no caso Meredith. Claro que teríamos um caso semanal fazendo contraponto com este aspecto, que foi o da paciente que namorava A MAIS DE UM ANO com um suposto homem que ela jamais havia visto. Foi muito interessante assistir certos problemas levantados, como a aparência em um relacionamento e "o interior vale menos que o exterior". Apesar de ter gostado, sinto que não foi tão bem desenvolvido, já que o caso principal tomou mais espaço em tela.

Dois meninos, uma arma e um disparo. Um minuto que pode mudar uma vida, ou tirar uma delas. Creio que isso é uma crítica ao atual cenário político dos EUA que se encontra em andamento para a eleição de um novo presidente. Sinceramente senti umas cutucadas para o lado de Trump. Não que eu entenda de política, muito menos a de um país que não é o meu, mas lá nos EUA sabemos que o porte de arma é algo um tanto que comum, onde de um lado temos os defensores de auto-proteção e do outro os que enxergam isso como um perigo para quem está sendo apontada a arma como para quem a aponta.

Claro que o desfecho seria algo bem elaborado, e de fato foi. Ali vimos duas vidas serem um tanto quanto diminuídas pelo acontecido: o do menino que ficou paraplégico e do outro que terá que viver com a culpa, mesmo que indiretamente, de ter causado o acidente. Gostei bastante de como todos os médicos se envolveram, principalmente Pierce que é tia a não muito tempo, e viu tudo aquilo como um ensinamento e algo desesperador.

Por fim mas não menos importante: Arizona e Callie. Desde o início dessa trama na semana passada eu esperava que mais uma vez errassem a mão na hora de escrever drama para as duas, porque eu com certeza não queria ver de novo a Callie chorona das temporadas passadas e a Arizona irracional. Felizmente até então estão sabendo lidar com toda a situação e o quadro geral da possível "guerra" que irá acontecer, sem forçar um melodrama, mas evidenciado a situação de extremo estresse. E sinceramente Callie não pode ir embora, porque isso significaria um adeus para a personagem.

Com um episódio que soube lidar com tudo o que se propôs, Grey's Anatomy entrega um produto final muito eficiente que te emociona ao passo que te faz rir. Lidar com questões socioculturais não é tarefa fácil e sabemos disso graças as séries que querem dar aula ao invés de entreter, mas aqui temos o oposto: terminamos o episódio e discutimos assuntos relevantes sem nem mesmo perceber.
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