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[Crítica] O Ataque do Tubarão de 3 Cabeças


Direção: Christopher Ray
Ano: 2015
País: EUA
Duração: 89 minutos
Título original: 3-Headed Shark Attack

Crítica:
Cheia de spoilers que ninguém se importa!

More HEADS! More DEADS!

Quando todo mundo pensou que tubarões de duas cabeças estavam condenados para sempre no fundo do mar, eis que surge uma sequência. Para chocar ainda mais a sociedade dos surfistas, é claro, eles acrescentaram mais uma cabeça. A mão do povo do twitter chega a tremer! Sem ligação alguma com o filme anterior, parece óbvio que a franquia se sustenta mesmo pelo número incomum de cabeças - o que é irônico, considerando que os envolvidos por trás desta pérola parecem não ter nenhuma. Vocês já sabem exatamente o que esperar, não é verdade? Nada! Não devemos esperar nada desse filme. Assim como o anterior, é difícil até mesmo se divertir com os seus defeitos.

Na trama, um grupo de estudantes vão para uma instalação aprender sobre os danos do lixo na água - ou qualquer coisa parecida com isso. O importante é que eles encontram um enorme tubarão mutante de três cabeças que acaba explodindo todo o lugar. Desesperados e incapazes de permanecer em terra firme, os sobreviventes acreditam que nadar até um barquinho é a melhor solução para os seus problemas. Sendo assim, os que consegue chegar ao barco têm que lidar com o fato de que fizeram a coisa mais estúpida possível. No entanto, eles logo encontram um barco maior, onde um bando de adolescentes aleatórios estão esperando para morrer nos dentes de um tubarão de três cabeças. Conforme as pessoas vão caindo na água sem motivo, os que permanecem vivos terão que arranjar um jeito de acabar com a criatura.

Posso começar dizendo que este filme é ruim que dói ou isso é muito clichê? Gente, mais uma vez nada se salva nessa produção. Tudo extremamente barato, mal dirigido, mal roteirizado e mal interpretado. Desta vez escolheram a pior atriz possível para viver a mocinha, então o sofrimento é dobrado; temos que aguentar aquela irritante tendo plena consciência de que ela viverá sambando na nossa cara no final. Aliás, vale ressaltar que essa não foi a primeira aparição do tubarão de três cabeças. O mutante apareceu brevemente em uma cena de Sharknado 3: Oh, Não!, durante a sequência no cinema envolvendo o sanguinário George R.R. Martin. Obviamente uma tentativa de aumentar o hype desta produção, mas que dificilmente atrairá o público porque não tem o mesmo apelo que um tornado de tubarões.

No entanto, o roteiro parece decidido em surpreender a sua audiência com bizarrices. Não estamos falando apenas de um tubarões com três cabeças. De fato, ele é atraído pelo lixo (!), consegue "andar" em solo firme (!!) e tem o poder de se regenerar (!!!), ou seja, mais cabeças nascem quando uma é cortada (!!!!). Como disse na crítica do Ataque do Tubarão Mutante, o absurdo tem sido usado como chamariz de audiência. Todos esses elementos introduzidos na história parecem tentativas desesperadas de atrair espectadores. É como se os produtores estivessem dizendo "hey, olha aqui, estamos fazendo mais cabeças nascer sem qualquer motivo, tweet sobre isso". E o pior de tudo é nada faz o menor sentido nessa produção (nem vou comentar sobre a hydra que eles criaram). O tubarão é atraído por lixo, então por que ele saiu dos arredores das instalações de tratamento para matar algumas dezenas de jovens? Se o lixo fez eles morrerem no final, por que eles não acabaram morrendo com toda aquela fartura de lixo no começo?

Não se esforcem para pensar nas respostas, ninguém espera que um filme desses faça sentido. Mas o fato é que essas são as informações lançadas pelos próprios personagens, mas sequer se encaixam com o que vimos no desenvolvimento de toda a história. E o que dizer do ator Danny Trejo fazendo uma ponta nessa tosqueira? Ele definitivamente precisa de um agente melhor! Depois de protagonizar sua própria franquia, era esperado que sua carreira se saísse melhor do que fazer participações em filmes como este. Pelo menos ele teve uma cena bastante engraçada, que remete diretamente à franquia Machete, estrelada por ele. Infelizmente, a maioria das mortes são todas iguais. Queria ter visto cenas mais gráficas, com as três cabeças lutando para garantir o seu pedaço dos corpos. Aliás, faltou interação entre o tubarão e suas vítimas. Todas as sequências mostrando a criatura debaixo d'água são parecidas - algumas repetidas diversas vezes no decorrer do filme -, e não mostram nem mesmo a pernas de suas vítimas para dar uma sensação de proximidade.

Apesar disso, fico feliz que o diretor não usou aquele molde grotesco de borracha para matar alguns daqueles personagens. Todas as sequências aqui são feitas através de computação gráfica. Aliás, confesso que o design da criatura está interessante, assim como algumas cenas ela parece estar bem feita. Dá para notar que o CGI melhorou bastante desde a última produção. Ainda assim, são raros os momentos convincentes, porque a grande maioria continua um lixo enorme. Mais uma vez o filme peca por se levar a sério demais, com dezenas de personagens mal aproveitados. Ao invés de ocupar cada minuto da tela matando os cretinos, somos obrigados a acompanhar dramas e conversas furadas. Sendo assim, resta pouco espaço para mortes individuais (alguns grupos de pessoas morrem em um golpe só). Enfim, uma sequência horrível para um filme horrível que ninguém havia pedido. Não é tão ruim que fica bom, é apenas ruim mesmo.


Trailer:

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