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Crítica | Pânico no Lago: Projeto Anaconda


Direção: A.B. Stone
Ano: 2015
País: EUA
Duração: 86 minutos
Título original: Lake Placid vs. Anaconda

» Apesar de não ter previsão para sair em DVD no mercado nacional, o filme se encontra no catálogo online da Sony Pictures, com o título Pânico no Lago: Projeto Anaconda. Está certo que o filme mais parece uma sequência de Pânico no Lago do que um crossover entre as duas criaturas, mas optar por qualquer coisa diferente de Pânico no Lago vs. Anaconda é apenas não ter bom senso.

Crítica:

Crocs on the dock. Snakes on the lake.

Apesar de terem caído no ridículo, tanto a franquia Pânico no Lago quanto Anaconda começaram muito bem, marcando o subgênero de animais assassinos. Ambas as sagas têm quatro títulos, apesar de Anaconda estar um pouco mais na dianteira, considerando que dois deles foram lançados nos cinemas. E, mesmo que o quarto filme da franquia Pânico no Lago tenha sido vendido como o último, nada poderia impedir uma nova matança - ainda mais com aquele desfecho ironicamente aberto. Mas, para mexer um pouco com os nossos nervos, os produtores acharam que precisariam mais do que apenas crocodilos. Para isso, eles colocaram algumas cobras gigantes e aleatórias na tela, uma cena de um minuto para justificar o "vs" do título, e pronto... está montado o duelo do século. Só que não.

A história gira em torno de um grupo corporativo que vai até a cidade dos crocodilos gigantes para capturar um deles. A proposta é que apenas com um híbrido (!) entre crocodilo e cobra que uma sociopata poderia aperfeiçoar o soro da orquídea sangrenta. Obviamente, tudo dá muito errado. O crocodilo se solta, assim como as cobras. Some isso à cerca desligada, libertando mais crocodilos para a ação. Para servir de comida, temos um grupo de garotas universitárias, que estão dando bobeira na beira do lado, esperando a morte certa. No encalço desse povo todo, temos a guerreira imortal Reba, ex-caçadora de crocodilos - agora xerife -, e o pai de uma dessas universitárias. Com o palco montado, resta esperar pelo banho de sangue, burrices e muitas asneiras.

Não tem como levar nada disso a sério, né, gente? Se os próprios envolvidos estão poucos se lixando, por que nós deveríamos? Por incrível que pareça, isso pode ser considerado um ponto positivo. Se o filme é ruim que dói, ele pelo menos tem que tentar divertir. E uma produção tosca dessa nunca conseguiria fazer isso com drama barato, o que é o caso de Pânico no Lago 2. O que eu acho incrível é que o roteiro sequer se esforçar para criar qualquer enredo decente. O crocodilo se soltou quando foi capturado, mas o que explica a fuga da anaconda? Ela só estava esperando os gritos para sair finíssima pela lateral da van? Está claro que nada disso importa, uma vez que há diversas jovens burras esperando para serem mortas brutalmente.

Apesar de tudo, eu consigo ver alguns pontos positivos aqui. Primeiro temos que nos ligar na "mitologia" de ambas as franquias. Enquanto só temos a menção da orquídea sangrenta por parte da Anaconda, do outro lado temos basicamente tudo dos filmes anteriores. A protagonista de dois dos quatro filmes retorna para o centro da ação, assim como a cerca elétrica continua ao redor do lado - afastando as criaturas dos seres humanos. Não espere muita coisa além disso, porque eu até me surpreendi com esses detalhes. Geralmente é uma enorme loucura e tudo é esquecido. Eu só fiquei chateado porque eu esperava muito mais da personagem Reba. Ela sempre foi canastrona e dura na queda, mas neste filme a personagem está meio sem personalidade e com poucas tiradas irônicas.

Um fato que precisa ser constatado é que esse filme é muito mais uma sequência de Pânico no Lago do que um spin-off de duas franquias. As cobras devem ter apenas uns dois ou três minutos em cena. E enquanto elas se mostram mais fortes que os crocodilos, são eles que tocam o terror em suas vítimas humanas. Tenho certeza que nem todos irão querer conferir todo o filme - ou mesmo aguentar até o final -, por isso vocês podem logo conferir este vídeo especial com a contagem de corpos do longa. Como vocês podem perceber, as anacondas perdem feio. E eu nem preciso dizer que os efeitos são os piores possíveis, não é verdade? Esse detalhe meio que vem junto com o pacote. Fala sério, até a capa do DVD é mal feita (mas hilária!).

Eu esperava me divertir muito mais com este absurdo. A ação de verdade demora muito para acontecer. Ao invés disso, o foco fica em torno de diálogos sem sentido, pai procurando filha (sério? em toda sequência isso) e ganância corporativa entediante. O filme só fica interessante mesmo quando as meninas começam a morrer. Poderiam ter partido de formas mais criativas e divertidas, mas está valendo. Não consigo descrever a sensação de acompanhar a cena de uma jovem em campo aberto gritando para as amigas salvá-la ao invés de correr pela sua vida. E o pior, o crocodilo - educado que só ele - realmente fica parado na frente da moça, esperando. E ainda reclamam das pobres criaturas. Enfim, queridos, poderia ter investido mais em diversão e nonsense, ao invés de personagens certinhos sem personalidade. Aliás, eu adorei a vadia esnobe e o drama do carro. Melhor personagem. Melhor cena.


Trailer:

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