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[Crítica] The Flash - 1ª Temporada


Status: Renovada
Duração: 42 minutos
Nº de episódios: 22 episódios
Exibição: 2014-15
Emissora: CW

Crítica:

Persiga o impossível.


Depois de uma rápida introdução na segunda temporada de Arrow, a emissora CW seguiu em frente com sua ideia de expandir o universo de suas séries de super-heróis. Pela primeira vez dentre as adaptações atuais das séries da DC Comics, houve um universo compartilhado entre duas produções. À princípio os espectadores estavam um pouco com o pé atrás, até mesmo eu, pelo fato de Arrow se destacava justamente por trazer uma abordagem mais realista a sua história. Mas como a série do Arqueiro poderia manter sua estrutura original compartilhando a narrativa com um velocista escarlate que tem o poder de correr a mais de mil quilômetros por hora? Eu diria que os roteiristas fizeram um bom trabalho nessa fusão de universos, apesar de Arrow ter se perdido com seus elementos sobrenaturais durante da terceira temporada. No entanto, tais elementos só poderão ser aprofundados na futura crítica de Arrow, mas já adianto que não há relação com a introdução do Flash.

Na trama, após testemunhar o estranho assassinato de sua mãe e a injusta acusação de seu pai pelo crime, Barry Allen fica sob os cuidados do detetive Joe West. Ninguém acredita em sua descrição fantástica do acontecimento, e Allen é forçado a procurar por pistas que limpem o nome de seu pai. Quatorze anos depois da morte de sua mãe, um mal funcionamento no avançado Acelerador de Partículas banha a cidade com uma forma de radiação previamente desconhecida durante uma tempestade. Barry é atingido por um raio da tempestade e banhado em produtos químicos em seu laboratório. Acordando depois de um coma de nove meses, ele descobre que tem a habilidade de se mover mais rápido que qualquer ser humano. O Dr. Harrison Wells, criador responsável pela falha do Acelerador de Partículas, descreve a natureza especial de Barry como um "meta-humano"; Barry, mais tarde, descobre que ele não é o único que mudou com a radiação. Ele promete usar seus poderes para proteger Central City dos riscos criminais dos meta-humanos. E então, associado por alguns amigos próximos que guardam seu segredo, adquire uma nova personalidade conhecida como o Flash.

A emissora CW trocou os seus romances sobrenaturais por adaptações da DC Comics. Enquanto relacionamentos vampirescos, óbvio que estou falando de The Vampire Diaries, garantiam os maiores números de audiência anos atrás, agora o canal vê a audiência do seu antigo carro-chefe na lanterna. Investindo tudo no universo Comics, The Flash não foi a única estreia adaptada de HQs na última leva de lançamentos. Representando um universo inexplorado - ainda que mantenha o selo DC Comics -, temos iZombie, que por causa seu tema mais sobrenatural não compartilha (ainda) o seu universo com as demais séries do canal. Enquanto iZombie garantiu uma audiência boa, The Flash se tornou um verdadeiro fenômeno. A CW sempre foi reconhecida por ser um canal menor se comparado aos outros abertos dos EUA, mas, para vocês terem uma ideia, a audiência de The Flash conseguiu bater a de Agents of SHIELD, da gigante ABC em parceria com a Marvel.

Focando na série em si, não posso começar a analisar este ano sem antes falar do excelente desempenho de Grant Gustin na pele do nosso querido Bayry Allen. Gustin obviamente foi a escolha certa para o papel. Nós sabíamos disso desde sua primeira aparição na série Arrow. Seu jeito nerd e atrapalhado certamente o torna carismático, talvez seja por isso que tantas pessoas - eu incluso - torceram para que o personagem pudesse ficar junto da Felicity. Os dois têm um grande carisma, são engraçados e têm uma certa história. O roteiro não varre isso para debaixo do tapete, então uma participação da Felicity Smoak logo nos primeiros episódios na série do velocista escarlate fez todo o sentido. De fato, os roteiristas usam e abusam de crossover, promovendo episódios especiais que começavam em uma série e terminavam na outra. O que eu mais achei interessantes desses eventos é que os roteiristas conseguiram manter a identidade de cada série em seus respectivos episódios.

Apesar de eu ter gostado bastante desta primeira temporada, certamente há alguns elementos que conseguiram me incomodar. O maior deles talvez seja o casal protagonista, que os roteiristas tentam empurrar goela abaixo. Todos sabem que o Barry e a Iris ficam juntos nas HQs, mas na série esse casal simplesmente não funciona. Deixar a personagem no escuro quanto à identidade do Flash também não foi uma decisão muito acertada, ainda mais quando todo o resto do elenco já sabia. A trama força muito a barra para que os dois fiquem juntos, o que não cai bem aos olhos dos espectadores. De fato, eles miraram na Iris e acertaram na Caitlin Snow. Nas HQs, Caitlin é uma vilã conhecida como Killer Frost (ou, em português, Nevasca). Caitlin é uma das melhores personagens da série e sua relação com o Barry flui naturalmente. Dentre todas as possibilidades que a série apresentou até agora, ela seria a mais indicada.

A série também peca um pouco por conta dos seus "casos semanais". Tramas montadas a partir deste esquema tendem a entregar episódios mais e menos interessantes, variando de acordo com o vilão da vez. A maioria conseguiu o objetivo de entreter, mas foi somente na metade do primeiro ano que o enredo passou a desenvolver melhor os seus vilões, mostrando até mesmo uma aliança entre o Capitão Frio e o Onda Térmica. Considero o Capitão Frio um dos melhores vilões apresentados por esta série. Ele tem um certo carisma, e não é a toa que foi escalado para participar do novo spin-off da emissora, Legends of Tomorrow. No entanto, nós ainda o veremos na segunda temporada de The Flash, que contará com um episódio focado em sua família.

Apesar de ter vinte e dois episódios, a série consegue manter um bom ritmo, aproveitando bem alguns arcos de seu material de origem. A grande surpresa, neste caso, foi a introdução da viagem no tempo logo no ano de estreia. A história de fundo do vilão da temporada também foi muito bem conduzida, apresentando uma estrutura sólida na trama. Com os seus personagens devidamente apresentados, a segunda metade da temporada é muito superior à primeira. The Flash certamente foi uma das séries de super-heróis mais divertidas dos últimos anos. Entregou uma estreia sólida, com boas tramas e uma ótima produção. Os efeitos visuais, muito presentes na série, são bem feitos e convincentes. Além disso, especialmente no final, a série é recheada de referências - seja dos caminhos futuros do roteiro, seja uma breve aparição da Mulher-Gavião - que farão qualquer fã delirar de emoção. Por fim, os produtores já indicaram que querem se aprofundar ainda mais nas HQs, apresentando alguns nomes conhecidos pelo público. Para os fãs dessas adaptações, The Flash se direcionou rapidamente no caminho certo.
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