[Livro] The Double Me - 3x09: So Sorry For Being a Bitch [+18]
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3x09:So Sorry for Being a Bitch
“Sinta-se em casa... Se puder”.
Jensen mordiscou o lábio inferior de Nate numa intensa troca de beijos. Puxou-o junto a seu corpo, afastou suas pernas e o apreciou com movimentos violentos contra a cabeceira da cama. Beijava-o sempre, com o olhar maldoso, intercalando sorrisos e gracejos ofegantes para satisfazê-lo.
Com o atenuar da velocidade, Nate jogou-se em
seus braços para mais um beijo ardente. Virou Jensen para o outro lado,
deitou-o nos lençóis e ficou por cima, sem ao menos precisar que se
desconectassem. Jensen sentia o corpo inteiro estremecer em um calor invasivo,
que subia dos pés a cabeça e incendiava absolutamente tudo que Nate tocava. Estava
quase lá, e queria aproveitar cada milésimo.
Girou-o de volta para a cama ficou por cima,
com ele entre as pernas de Nate e os lábios grudados outra vez. Nate sentiu-se como
um fantoche, tão dominado e indefeso perto da ferocidade de seu dono que só lhe
restava entregar-se.
Terminaram logo, quase ao mesmo tempo, e
cheios de sorrisos exaustos. Deitados do lado oposto a cabeceira, trocaram
beijos carinhosos.
— Espere, seu bracelete — Nate reclamou.
— O que? — Jensen olhou para baixo. Ao
contrário de sua mão, seu bracelete poderia ser um perigo para os lugares mais
sensíveis no corpo do namorado. — Desculpa — E gargalhou junto dele.
— Tudo bem.
Jensen virou para o lado, ofegante. Nate mudou
de posição para vê-lo melhor, com a cabeça sobre o punho e o peso sobre o
cotovelo esquerdo.
— Sabe no que eu estava pensando? — Perguntou
retoricamente.
— No que?
— Nós deveríamos viajar. Você não está cansado
de Nova York?
— Eu não sei — Era a primeira vez que Jensen
avaliava sua cidade. — Você quer visitar algum lugar específico?
— Não exatamente. Só achei que poderíamos tirar
um final de semana romântico como todos os casais normais. Seria divertido.
Jensen não precisou pensar muito. Estaria em
qualquer lugar onde Nate estivesse. E se fosse longe o suficiente para
esquivar-se da opressão da mídia, teria dois grandes motivos para não recusar.
— Tudo bem. Aonde você quer ir?
— Eu não sei... Wilmington, Carolina do Norte?
Ouvi dizer que tem praias lindas.
— Também há praias nos Hamptons.
— Obviamente não são como as de Wilmington —
Nate deixou o sarcasmo fluir por seus lábios. — E a ideia principal é sair
daqui e tomar um pouco de ar puro.
— Okay.
— Beleza. Faça suas malas — Nate levantou-se
em um instante. Nem se preocupou em vestir-se; caminhou da maneira que estava
até o guarda-roupas.
Jensen o observava com o olhar curioso.
— Você quer viajar agora?
— Claro. Por que não? — Nate já havia separado
duas malas pretas e algumas peças indispensáveis para a viagem. — Você continua
em férias vitalícias graças a seu respaldo médico e eu posso deixar a Strauss
International nas mãos do meu vice. Segunda-feira à tarde já estaremos de volta.
— Okay... — Jensen fez-se cauteloso ao
perceber a seriedade da conversa. — Não acha meio apressado? Quer dizer, temos
tempo para planejar.
— Desculpe, não sou do tipo que faz planos.
Sou do tipo que os vive — E no meio de sua busca, acabou encontrando uma pilha
de revistas pornográficas para homes heterossexuais. — “American Nude Story”? Sério?
— Nate o julgou com o olhar, mostrando-lhe uma delas. De todos os
comportamentos machistas heterossexuais, guardar revistas com mulheres
siliconadas no fundo do guarda-roupa era o pior deles.
— Eu tive meus momentos de negação — Jensen
justificou.
— Okay — Nate deixou a revista no lugar e
voltou a concentrar-se nas malas a sua frente. — Vamos apenas cair fora daqui.
Jensen permaneceu quieto. Não ousaria trazer à
tona todas as suas suspeitas sem antes entende-las. Nate parecia estar e fuga,
não prestes a encarar um fim de semana romântico com o namorado. Se algo estava
acontecendo... Se os The Judges
tinham algo a ver com isso... Se Nate estava em perigo...
— Algo errado? — Decidiu perguntar.
— Em que sentido?
— Há algo que eu deveria saber?
Nate virou por alguns instantes e fez uma
careta. Poderia oferecer uma medalha de ouro para a conversa mais estranha do
dia.
— Não — E voltou novamente sua atenção para o
guarda-roupas.
— Se você quer sair da cidade porque alguém o
está incomodando...
Uma risada o interrompeu. Nate olhou para ele
na cama, tão magnífico em suas sedas; quase como se houvesse inocência em tudo
o que ele era.
— Você está brincando, né? Um jato partirá
dentro de duas horas para Wilmington, e muito em breve serei o nome por trás de
uma das maiores aquisições da Strauss International. Convidei você pensando que
não aceitaria que eu viajasse sozinho, mas sinta-se a vontade para recusar. Contanto
que não se importe em saber que estarei indo para um lugar afrodisíaco onde
haverá muitos homens com roupas de banho, estamos conversados. Então... Você
está dentro ou fora?
Jensen não precisava pensar duas vezes. Entre uma
viagem romântica e um Nate sem supervisão, sempre ficaria com a primeira opção.
— Quando o avião parte, mesmo? — Foi a sua
maneira simbólica de dizer “sim”.
Duas horas se passaram num piscar de olhos
enquanto Nate cuidava dos últimos preparativos. Chegaram a pista de decolagem
às dezesseis, quase ao mesmo tempo em que Alex e Thayer. Ambos os casais haviam
optado pela discrição em seus pertences, com malas pequenas e de fácil transporte
contendo o essencial.
O céu era de um cinza chuvoso quando Alex
olhou pela janela do jato.
— Merda... — Virou a cabeça. — Elas ainda não
chegaram? — Perguntou aos gritos. — Acho que vai chover!
— Cale a boca e coma seus brownies, Moisés! —
Nate gritou do lado de fora. Falava ao celular desde que chegara, e Jensen não
tinha o mínimo interesse em saber com quem. — E você acha que eu me importo com
o seu emprego? Eu me importo com o que você pode fazer por mim. Na verdade, o
que você deveria fazer por obrigação se fosse tão profissional quanto seu cargo
indica.
De repente, nada ouviu do outro lado da linha.
Demorou cinco segundos para que o sinal voltasse novamente, e apenas para
falhar como da última vez.
— Mas que merda! — Reclamou olhando para o
aparelho.
— Senhor Nate? — Chamou Jeremy, o comissário
de bordo. Usava um pequeno uniforme branco com calças azul escuras e o gel
exageradamente espalhado pelos cabelos dourados. O acanhamento o impedia de
olhar qualquer pessoa de cabeça erguida.
— Algo errado?
— O piloto disse que estamos prontos para
partir...
— Não podemos ir sem minha irmã — Nate fitou
arredor. Nada de Mia, muito menos sua Foster de estimação.
— Há uma tempestade se formando, provavelmente
atrasará nossa chegada...
— Eu não me importo, apenas diga para esperar.
— Aí vem elas — Jensen anunciou.
Nate e Jeremy olharam de imediato. Mia e Amber caminhavam pela pista em roupas leves de praia, segurando o que podiam no colo e arrastando a bagagem de rodinhas no asfalto. Enfeitaram-se com chapéus de palha, óculos escuros, mantas enroladas na cintura e adereços de diversas cores. Era como presenciar um desfile de verão, com as lindas pernas de Mia a mostra e os seios avantajados de Amber recebendo o melhor que o decote poderia oferecer.
— Chegamos, vadias! — Amber exclamou em euforia.
Nate e Jensen pairavam incrédulos. Não
esperavam ver as meninas levando tão a sério o final de semana. Mas de qualquer
maneira, todos eles estavam. Jensen havia escolhido uma camisa polo rosa e uma
bermuda branca; Thayer, ainda dentro do jato com o namorado, optara por um
modelito parecido, cuja única diferença estava no colete leve por cima da
camiseta.
Alex e Nate foram os únicos a usar roupas
regulares para a viajem. Talvez por estarem ocupados demais confundindo lazer
com o mau humor.
— Então, acho que vocês estão prontas — Nate
sorriu, um tanto impressionado.
— Sem contestações — Mia colocou o primeiro pé
na escada de bordo a sua frente.
Antes que tivesse a chance de subir, ouviu a
voz de Jensen ao lado.
— Trouxeram companhia?
— Companhia? — Mia perguntou. Compartilhava as
mesmas dúvidas da amiga ao seu lado.
Fitaram uma a outra em busca da resposta, mas
só até notarem o olhar curioso de Jensen por cima de seus ombros. Cameron
estava traçando o mesmo caminho que fizeram em sua chegada, com malas, roupas
leves e um caríssimo óculos escuro. Sabia o que sua presença faria a Alex e Mia,
e isso explicava porque parecia tão seguro de si.
— Há espaço para um convidado de última hora?
— Perguntou, talvez para qualquer um dos que estavam ao lado do jato.
— Nate, qual é? Elas já deveriam ter... — Alex
parou de falar assim que notou Cameron preparado para a viagem. Desceu todos os
degraus da escada de bordo e encarou o jovem sem esconder a surpresa. — O que
você está fazendo aqui?
— Alex! — Cameron sorriu dissimulado. — Seu timing continua perfeito.
— Você o convidou? — Alex olhou para o irmão.
— Eu nem sei o nome dele — Nate disparou. Bebera
demais na noite de 4 de Julho para que pudesse lembrar de todos os detalhes. Sabia
que havia um homofóbico cortejando sua mãe... Talvez houvesse vômito. Suas
noites de bebedeira sempre terminavam em vômito.
— Cameron Ridell — Estendeu a mão para o gêmeo
de olhos verdes. — O prazer é todo meu.
Nate não via motivos para não corresponder seu
gesto.
— Nathaniel Strauss. Posso saber o que diabos
está fazendo aqui?
— Judit disse que vocês planejavam um final de
semana em Wilmington e insistiu para que eu viesse.
Alex não acreditava em absolutamente nada do
que ouvia. Cada traço de Cameron era feito de presunção, arrogância e
superioridade. Talvez tenha sido ideia de Judit, mas isso não significava que
não lhe seria um prazer.
— Desculpe, mas trata-se de uma viajem particular.
Estamos todos em casal, como você pode ver — Alex lançou o olhar de comparsa
para a irmã.
Mia e Amber agarraram-se pela cintura com uma
agilidade suspeita.
— Sim, nós estamos — Mia confirmou.
— Não estou vendo Thayer — Cameron fingiu
procura-lo arredor.
— Ele está lá dentro — Alex disse.
Em um timing tão perfeito quanto o de Alex, Thayer
apareceu na porta do jato. As vozes estridentes do lado de fora serviram como um
alerta indesejado, limitou-se a pensar.
— O que está acontecendo aqui? — Encarava o
sorriso de Cameron com recusa. — E por que ele acha que irá nos acompanhar?
— Porque eu irei — Cameron decidiu fazer bom
uso de sua falsa cortesia. Mais divertido que importunar Alex era importunar
seu namorado ciumento. — E porque Alex ficará irritado.
Nate não precisava de mais nada para tomar sua
decisão. Preparou um meio sorriso e virou para o irmão.
— Eu gosto dele, deveríamos deixa-lo bêbado —
Voltou a encarar o novo membro do grupo. — Talvez haja um lugar sobrando.
— Acho que é meu dia de sorte.
— Sério? — Thayer bufou num tom descontente.
— Não seja egoísta — Nate preparou-se para
subir as escadas de bordo. — É o altruísmo que alimenta nossas grandes
ambições.
Thayer voltou para dentro, irrevogável no
desprezo. Nate, Mia, Amber e Jeremy fizeram uma fila em frente a escada de
bordo, já ao som dos motores do jato que preparava-se para partir. Cameron
teria se juntado a eles se não fosse abordado por Alex antes de dar o primeiro
passo.
— O que você acha que está fazendo? —
Perguntou a Cameron.
— Diga-me você. Parece ter todas as respostas
de um mundo que obviamente gira ao seu redor.
— Pedir-me para acreditar que você é inocente
é tão estúpido quanto suas tentativas.
— E o que você quer que eu faça?
Alex firmou sua voz para o que estava por vir.
— Fique longe de mim e de Thayer. Não deve
encontrar dificuldade nisso.
— Honestamente, querido irmão, nada me
deixaria mais contente que ficar de fora de seus dramas pessoais. Mas a verdade
é que não há nada que você possa fazer. Farei parte de sua viagem dos sonhos,
sentarei na mesma mesa para o café da manhã e dormirei logo ao lado, na próxima
porta. Eu sei, vai ser o melhor fim de semana. E você mal pode esperar.
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O Hotel Fairmont dispensava recepções
calorosas.
Chegaram em meio a uma tempestade, com as
roupas ensopadas, e prestes a encarar a super lotação de um fim de semana de
conferências. Com os pés sobre o tapete vermelho, observaram a multidão que
infestava o salão. Não havia nada de afrodisíaco nos empresários de terno e
gravata que caminhavam de um lado para o outro, muito menos nos funcionários
astutos que corriam maratonas para atender a demanda de hóspedes. Em
contrapartida, estavam felizes por terem deixado as turbulências para trás.
— Graças a Deus! — Amber arremessou as malas
no chão.
Thayer aproximou-se da janela a sua esquerda e
olhou para o céu.
— Ótimo. Estamos presos aqui dentro.
— Amanhã fará sol — Amber disse.
— Por que seus seios sabem quando vai parar de
chover?
— Cala a boca — Apesar das risadas do grupo,
Amber mostrou-lhe insatisfação no olhar. Thayer deu de ombros e encerrou o
assunto com um sorriso esperto.
— Podemos ir para os quartos agora? — Mia estremecia
seu corpo por vontade própria, como uma donzela indefesa. A expressão em seu
rosto era de quem não suportava molhar-se com chuva. — Eu preciso de um banho
quente.
— Tudo bem, deixe-me ir a recepção — Nate
afastou-se gradativamente em direção ao balcão marrom.
Mia estremeceu mais uma vez, quase dominada
pelo frio. Os cabelos molhados grudaram-se parcialmente em seu rosto do mesmo
jeito que as roupas leves grudaram no corpo. Teriam visto a cor de seu biquíni e
as roupas de praia se não fosse o casaco do irmão mais velho, emprestado enquanto
ainda dirigiam-se ao hotel pela estrada.
Alex era o último na fileira do grupo, e
consequentemente, o mais reservado. Não enjoara por causa das turbulências como
Jensen, nem teve o cabelo estragado pela chuva como Amber. Seu problema tinha
um nome e ocupava espaço; tinha direito de ir vir como e quando quisesse; e
nada poderia impedi-lo. Admitia que seu sorriso era belo o bastante para
conseguir tudo o que queria, mas isso nunca o daria as honras de um merecedor.
— Você está bem? — Thayer aproximou-se dele.
— Sim — Alex respondeu-lhe de qualquer jeito.
Thayer o envolveu em seus braços para um beijo
carinhoso, que foi dos lábios até a testa de maneira protetora.
— Não está tão ruim, sabia? — Murmurou. Abraçava-o
de lado, ambos com o olhar na recepção. Alex sentia-se leve com ele a sua volta,
quase como um estado de plena tranquilidade.
— Sério?
— Acabamos de chegar. Amanhã teremos o dia
inteiro para fazer o que quisermos.
As palavras reconfortantes vieram com mais um
beijo na testa. Alex adorava a ideia de tê-lo só para ele por vinte e quatro
horas. Principalmente com Cameron de fora desta equação.
— Se a chuva passar... — Alex comentou.
— Se não passar, jogaremos xadrez.
Mais alguns minutos de conversa e Nate já
estava de volta junto dos carregadores e quatro cartões-chave. Jensen e ele
ficaram com o quarto de número doze. Alex e Thayer com o número treze. Amber e Mia
com o quatorze, ao lado. E Cameron com o quinze, no final do corredor.
— Ainda estou sem sinal — Disse Nate ao passar
pela porta, jogando o aparelho em cima da cama.
Jensen veio logo atrás com o último
carregador. Agradeceu pelo serviço, ofereceu-lhe uma gorjeta e bateu a porta
após sua saída.
— Ainda está chovendo...
— Então... O que você quer fazer agora?
— Pensei que você e os outros tivessem
planos...
— Nos programamos para amanhã.
— Pois é... Acho que vou tomar uma ducha e
deitar.
Só então Nate percebeu que os olhos inchados e
o rosto vermelho ainda estavam lá. Algumas horas de turbulência dentro de um
jato e Jensen perdia toda a vontade de viver.
— Ainda enjoado? — Perguntou-lhe Nate.
— Não fui feito para voar.
— Tudo bem — Com um sorriso cortês, Nate
atravessou o quarto para encontra-lo. Juntou suas cinturas com um movimento
sexy e aproximou seu rosto, quase prestes a beijá-lo. — Eu posso pensar em uma
ou duas coisas para fazermos dentro do quarto... — E enfim encostou seus lábios
aos dele.
— Talvez eu não possa oferecer meu melhor
desempenho esta noite.
— É por isso que o estou convidando para uma
sessão de filmes com pipoca e refrigerante. Talvez eu consiga contrabandear um
balde da recepção só para o caso da turbulência tentar sair do seu sistema.
Jensen gargalhou.
— Essa é a melhor proposta desde a viagem
não-romântica.
— Okay, espere por mim — Nate se afastou.
Voltou até a cama e pegou de volta o celular. — Só preciso fazer algumas
ligações.
— De novo?
— Sou um homem de negócios. Você pode fazer
drama por isso ou usá-lo para ficar excitado.
Foi com o mais belo dos sorrisos que ele se
despediu. Caminhou com o celular nas mãos até os elevadores; nem mesmo a
primeira barra de sinal fora preenchida desde que chegaram ao hotel, mas os
números de seus contatos continuavam gravados. Isento de ideias, depositava
todas as suas esperanças em encontrar um telefone com a permissão de chamadas
interurbanas cujas linhas não foram comprometidas pela tempestade.
O elevador da esquerda foi acionado com apenas
um clique. Nate pairou entre ambos, ainda com os olhos vidrados em seu
aparelho. Suas noções imprecisas gritavam pela ajuda dos irmãos como se apenas
eles pudessem indicar o melhor raciocínio. LeFevre carecia muito mais que uma
mente Strauss por trás de seu sucesso, e a reunião era apenas o começo de um
grande negócio.
— Nathaniel Strauss? — Chamou uma voz
musculina em tom admirado.
Nate lembrava de ouvir passos no corredor, e
agora o estranho o abordava pelo nome.
— Sim? — Levantou a cabeça.
O homem parado a sua frente não aparentava ter
menos de quarenta anos. Tinha os cabelos quase ruivos, a barba semi grisalha e
a pele ressecada pelo sol. Nate podia ver algumas cicatrizes de guerra por
baixo de seu colete aberto com a mesma clareza que identificava as segundas
intenções em seu olhar.
— Kaleb Venotzy, um dos vendedores —
Estendeu-lhe a mão. Nate não teve escolha se não corresponder ao gesto. — Não
esperava encontra-lo na cidade até amanhã.
— Eu e meus sócios decidimos adiantar a
viagem.
— Muito bem. Estou confiante quanto a sua
oferta inicial; é bem audaciosa para um jovem empreendedor.
— Idade é apenas um número, Senhor Venotzy.
Estou aqui justamente para convencê-lo disso.
— Neste caso, acredito que não estamos tão
distantes de um acordo — Cobiçando-o com o olhar, Kaleb desprendeu a fivela de
seu sinto.
Nate olhou para baixo com um sorriso desdenhoso.
Pobre soldado; acreditava mesmo ser bom o suficiente para fechar um contrato
com sua arma desgastada.
— Isso é para mim? — Nate perguntou em tom
debochado. A calça justa lhe permitia ver com detalhes o que Kaleb escondia
dentro da cueca.
— É todo seu.
— Desculpe, já tenho um.
Nate deu meia volta para caminhar na direção
oposta, mas o estranho agarrou-o pelo braço.
— Anda, eu sei como você gosta de chupar um
pau.
Meio segundo depois, Kaleb estava imprensado
na parede entre os elevadores, com Nate agarrando seu pênis o mais forte que
sua ira demandava e o braço esquerdo contra seu pescoço. O rosto do soldado
passou de branco a vermelho de dor num piscar de olhos.
— Quer fazer um acordo, Senhor Venotzy? Eis os
meus termos — Nate sussurrou, tranquilo e assustador. — Você vai sair daqui, fingir
que nada aconteceu e nunca mais cruzar o meu caminho. E eu prometo que deixo-o
manter o porquinho que carrega em sua cueca — Puxou os testículos com força
bruta até Kaleb soltar um grito. — Mas se descumprir minhas exigências e ainda
usá-las para impedir que eu consiga um contrato, direi a imprensa que o
renomado Senhor Venotzy tem uma vida secreta e tentou tirar proveito de
Nathaniel Strauss. Pergunto-me o que sua família diria para o pai gay e castrado
quando voltasse para casa.
— Okay, Okay! — Kaleb gritou, fazendo uma
careta. — Eu prometo! Eu prometo!
— Tenho a sua palavra?
— Sim... — Mal conseguia lhe sair as palavras.
— Muito bem — Nate se afastou.
Kaleb sentiu como se uma tempestade de alívio
estivesse caindo sobre seu incêndio. E tratou de subir o zíper antes que o raio
caísse duas vezes no mesmo lugar.
— Ai meu Deus...
— É...
E eu sinto muito por ser uma vadia.
Não, não
sinto, Nate pensou de imediato. Sorriu
sagaz uma última vez e desapareceu no corredor com o andar da vitória.
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3x10: Hello World, I'm Your Wild Girl (18 de Abril)
Semana que vem será a vez das MENINAS chocarem a família tradicional americana (e brasileira). Nem Deus sabe o que Mia e Amber estão guardando para Wilmington, e nem que surpresas Theon pode reservar para os gêmeos Strauss.
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